Caminha-se a passos largos para o final da época regular. Depois do terramoto emocional na semana 11, com a derrota caseira de Alabama, o cenário que surgiu do evento inesperado adensou a ansiedade, para esta jornada. Pela primeira vez nos últimos 6 anos, a final nacional poderia não ter nenhuma equipa da SEC. A conferência, tida como mais forte, tem fornecido ano após ano finalistas, vencedores e jogadores de topo. Até que um freshman, jogando na posição de quarterback, liderando uma equipa que tinha este ano mudado de conferência, produziu um abalo de dimensão incalculável. Johnny Manziel e Texas A&M podem ter mudado a face do jogo e, felizmente, colocado outros contendores sobre as luzes da ribalta. No que faltava jogar importava saber como se safariam os invictos. Todos eles podiam sonhar alto, tendo o destino nas próprias mãos, não dependendo de ninguém. Kansas State, com Collin Klein. Oregon Ducks, com Marcus Mariotta e Kenjon Barner. Notre Dame, com Manti Te’o, o fulgurante linebacker. Eis os alvos a abater, num Sábado de previsível emoção. E se alguns tinham achado que a semana passada merecia figurar nos eventos do ano, pelo upset que colocou Alabama à beira de um ataque de nervos, o que dizer do ocorrido este Sábado?
Resumidamente: Kansas State, nº 1 do ranking, poderia fazer história. Para isso teria que vencer os derradeiros dois jogos, contra Baylor e Texas, este último em casa. Tarefa com algum grau de dificuldade, mas nada de inultrapassável. Pois bem, a pressão e ansiedade ditaram provavelmente os termos do jogo, com Kansas a claudicar de forma inesperada na deslocação a Baylor. Um cruel e duro adeus ao título, provocando uma frustração nunca sentida entre os seus fãs. Só isto bastaria para apimentar as coisas, no topo do ranking. Mas houve mais. Oregon, legítimo nº 2 do ranking e uma poderosa máquina ofensiva, afinada anos a fio por Chip Kelly, desperdiçou o carimbo automático no passaporte, perdendo em casa perante a sólida equipa de Stanford. E o que emerge deste caos? Para já, Notre Dame, mantendo a invencibilidade e prestes a entrar num dos jogos mais importantes da sua história. Sábado, perante USC. Uma vitória e a equipa estará, quase de certeza, na final nacional. Contra quem? Aqui é que reside o problema. Vários contendores ganharam vida, após as derrotas de Kansas e Oregon. Muita água vai correr, nos próximos 7 dias. Nunca o College Football esteve tão intenso, com um suspense de fazer inveja a um qualquer thriller de Hollywood.
Jogos da Week 12
Stanford, 17 @ Oregon, 14
Mantendo um saudável low profile, passando quase despercebidos perante o hype histérico em redor de outras universidades, a equipa de Chip Kelly chegou ao nº 2 do ranking, despachando os seus adversários de forma impiedosa. A equipa, com enorme qualidade, podia atingir a 2ª final nacional num espaço de 3 anos. Este era um dos derradeiros obstáculos que faltava contornar. Stanford, com 8-2 no currículo, apresentava a 2ª melhor defesa contra o jogo corrido (apenas permitindo 2 jardas/corrida) e um pass rush assinalável. Seria o suficiente para liquidar as aspirações de Oregon? A resposta é um categórico SIM. Jordan Williamson, o kicker da equipa, é o nome que curiosamente irá atormentar a enorme falange de apoio que lotou o estádio, numa prematura celebração. Um field goal, de 37 jardas, no prolongamento, funcionou como um punho que esmagou sonhos e anseios, de forma brutal. Curiosamente, Stanford conseguiu, com este triunfo, igualar Oregon na PAC 12, tendo agora vantagem no confronto directo com o seu rival. Oregon, de putativo finalista nacional, pode perder inclusive a participação na final de conferência. O prolongamento começou de forma premonitória, com o kicker de Oregon a desperdiçar um FG de 41 jardas. A ida ao prolongamento não estará isenta de polémica, com a jogada decisiva de Stanford, a empatar a contenda, a ser revertida no campo. Inicialmente arbitrada como pass incomplete, foi depois alterada para touchdown, numa decisão que provocou forte celeuma no estádio. Kenjon Barner, a máquina de corrida de Oregon, foi limitada a 66 jardas, numa mostra evidente de poder de Stanford. A sua contraparte, no lado oposto do campo, Stepfon Taylor, conseguiu dilacerar as entranhas da defesa de Oregon, com 166 jardas terrestres. Zach Ertz, tight end de Stanford, foi igualmente precioso, constituindo sempre um quebra-cabeças para a defesa. Acumulou 106 jardas, num máximo de jogo de 11 recepções, marcando o único TD aéreo da equipa.
Kansas State, 24 @ Baylor, 52
Em Baylor já não moram Robert Griffin III nem Kendall Wright, com a equipa a ressentir-se dessa orfandade. Num regular processo de reconstrução, a equipa entrou numa espiral de irregularidade, alternando momentos de qualidade com incompreensíveis erros. Com 4-5 na temporada, a recepção ao nº 2 do ranking representava mais do que um mero jogo. Era uma possibilidade única de presentear os fiéis adeptos com o sabor do triunfo. Mas Kansas, ancorada na qualidade extra da sua estrela, sabia que namorava com a história, podendo atingir um feito impensável. Uma vitória aproximaria a equipa, de forma quase matemática, da final nacional. Com Collin Klein a restabelecer-se duma concussão, que o limitou na última partida, o ataque tinha tudo para brilhar, perante a defesa contra o passe de Baylor, mediocremente num 108º lugar a nível global. Se isto representava o lançamento da partida, a teoria foi esmagada pela realidade. Baylor realizou o melhor jogo da época, não dando qualquer veleidade a Kansas, asfixiando o ataque opositor e nunca dando tempo a Klein para decidir. A estrela maior de Kansas esteve irreconhecível no passe, com apenas 50% de lançamentos certeiros e cometendo erros crassos. As suas 3 intercepções, máximo da época e carreira, foram o espelho da insegurança e ansiedade que tolheu a equipa. Do outro lado o jogo corrido foi impiedoso, destruindo a defesa de Kansas. Glasco Martin, com 113 jardas terrestres e 3 TDs e Lache Seastrunk, com 185 e 1 TD, foram imparáveis. Nick Florence, o herdeiro de RG3, foi irregular, mas capaz de catapultar a equipa para a frente com algumas big plays. Falta apenas um pouco mais de bom senso ao jovem para se assumir com um QB de qualidade. Uma das suas INTs, mesmo junto à própria end zone, foi o momento ridículo do jogo, insuflando vida num adversário moribundo. Collin Klein retrocedeu na corrida ao Heisman Trophy. Um enorme letreiro virtual, com um GAME OVER, irá atormentar Kansas, nas próximas semanas.
Highlights do Jogo
Conferências
ACC
Favorito: Florida State Seminoles
Outsider: Georgia Tech e Miami
- Florida State estará na final de conferência, a disputar em Charlotte, no dia 1 de Dezembro. Mas o título de divisão é repartido com Clemson, dado que nestas contas não entra o resultado obtido no confronto directo, que os Seminoles venceram.
- Na outra divisão da conferência – Coastal Division – Geórgia Tech e Miami são os últimos remanescentes com possibilidades de alcançarem a final de conferência. Está tudo nas mãos dos Hurricanes. Basta-lhes vencerem Duke, fora de portas, para encerrarem as contas na divisão e defrontarem Florida State. Geórgia Tech corre por fora, tendo que aguardar ansiosamente o desfecho dessa contenda.
- Duke conseguiu apurar-se para uma Bowl, algo que não acontecia desde 1994. Mas, desde essa data (em que venceram North Carolina, em 20 de Outubro), os Blue Devils têm coleccionado derrotas atrás de derrotas, perdendo a possibilidade de lutar até final pela presença na final de conferência.
Jogadores da semana
Devonta Freeman, running back de Florida State, ajudando a ultrapassar Maryland e a vencer a divisão em que a equipa está inserida, atingindo a final de conferência. Foram 148 jardas e 2 touchdowns. Tajh Boyd, quarterback de Clemson, levando a equipa ao topo de conferência, dividindo o título com Florida State. Os números aportados contra North Carolina State foram absurdos, parecendo doutro planeta (ver destaques a nível nacional). Stephen Morris, quarterback de Miami, tem merecido alguns elogios, com as suas exibições a não passarem despercebidas. Contra South Florida, para além de tornar a equipa elegível para uma Bowl, passou para mais de 400 jardas e 3 TDs. Morris tornou-se apenas o 2º QB na história dos Miami Hurricanes a conseguir mais de 3 jogos acima das 400 jardas. Tobais Palmer, wide receiver de North Carolina State que, pese a derrota contra Clemson, conseguiu o recorde na conferência de jardas totais, com 496. Palmer conseguiu 7 recepções para 219 jardas e 3 TDs, somando depois mais 277 em retornos de kicks e punts
Big 12
Favorito: Kansas State
Outsider: Oklahoma e Texas Longhorns
- Imagino o pesar que rodeia o campus de Kansas State e o lar dos seus adeptos. A derrota pode ser equiparada a deixar fugir o triunfo, nuns Jogos Olimpícos, quando a meta está à vista. O tropeção de Kansas State foi tremendo e algo inesperado. A equipa, que apenas tinha 6 intercepções em 10 jogos, cometeu 3 erros crassos, sendo igualmente penalizada em 60 jardas, o dobro da média que tinham até ao momento. Foram demasiados erros, numa altura crucial, que estilhaçou a possibilidade de disputarem a final nacional e deve ter colocado um ponto final na candidatura ao Heisman de Collin Klein.
- West Virgínia caiu num buraco e não consegue trepar de volta. Nova derrota, a 5ª consecutiva, após um início fulgurante de época, curiosamente com 5 triunfos. A defesa tem sido, justamente, considerada a culpada da quebra, incapaz de travar qualquer adversário. Nem a qualidade de Geno Smith consegue reverter o estado de coisas. O jogo contra os Sooners foi um belo duelo, decidido a poucos segundos do fim.
- Nasceu uma nova estrela? É melhor refrear o entusiasmo, mas isso parece algo difícil para os fãs dos Cyclones de Iowa State. Clamando, quase desde o início da época regular, por uma alteração no comando do ataque, viram essa pretensão satisfeita contra Kansas. Sam Richardson, o novo quarterback, no seu ano freshman, conseguiu uma estreia de sonho, liderando a equipa à vitória e com 4 passes seus para touchdown. Veremos como serão os jogos posteriores, sobretudo quando o opositor apresentar mais qualidade do que Kansas, com o seu horrível 1-10 a colocá-los num patamar de mediocridade.
- O que se podia pedir de melhor para os últimos fns-de-semana da época regular do que suspense, em dose dupla? Oklahoma pode voltar a sonhar com a final de conferência, após a derrota de Kansas State. Para isso, terá que vencer o odiado rival Oklahoma State e depois fazer o mesmo a TCU. Kansas State depende ainda de si, mas terá que derrotar os Longhorns de Texas, curiosamente à procura do mesmo. Como factor extra aliciante, é possível que os derrotados deste mini-campeonato sejam afastados das Bowls mais importantes (leia-se BCS).
Jogadores da semana
Landry Jones, quarterback de Oklahoma, numa noite mágica, frente a West Virginia. Jogar contra os Mountainners tem-se revelado uma cereja no topo do bolo, face à debilidade da defensiva de WV. Landry abusou dela, toda a noite, batendo o recorde da universidade em jardas passadas, chegando às 554. Foram 38/51 em passe, conseguindo 6 deles para TDs. Sam Richardson, quarterback freshman de Iowa, obteve a sua primeira titularidade. E celebrou-a de forma fantástica, liderando a equipa numa recuperação que o levou a 23/27 em passes, 250 jardas e 4 TDs, somando ainda mais 43 jardas corridas e um TD obtido.
Big East
Favorito: Louisville e Rutgers
- Estabilidade? Nem por isso. Sábado começaram rumores sobre conversações de Maryland para abandonar a conferência e ir para a ACC. Se isso acontecer – e estamos ainda no campo da especulação – Rutgers deverá segui-la, aumentando o número de equipas que, desde 2004, abandonaram a conferência. São 7. Até agora. Podem ser 8, brevemente. História a acompanhar…
- Foi um fim-de-semana de recordes. Uns atrás dos outros. Temple conseguiu uma mão cheia deles, graças à exibição de Montel Harris, a que faltam adjectivos para a elogiar. 351 jardas corridas. 7 touchdowns. Máximo de TDs num jogo, com Temple a conseguir 9. Máximo de jardas terrestres, com Temple a conseguir 534. Alec Lemon, destacado mais abaixo, também entra para o galarim dos notáveis, com as suas 244 jardas recebidas, máximo de carreira, a serem igualmente o máximo da semana, a nível nacional.
- Por algum tempo as equipas da Big East podem gabar-se de serem superiores às da SEC. Esta época, em confrontos directos, o resultado está num rotundo 3-0, após Syracuse vencer Missouri. Já antes Louisville tinha batido Kentucky e Rutgers fez o mesmo a Arkansas. Logicamente que nenhuma das equipas referidas da SEC consegue ter uma recorde positivo, mas nem isso retira brilho às equipas da Big East, que aproveitaram para abalar um pouco da auto-confiança (muitas vezes transformada em fanfarronice) da SEC.
Jogadores da semana
Montel Harris, running back de Temple. Querem saber porquê? Leiam os destaques a nível nacional, no final do artigo. Basta dizer que foi uma exibição que marcou recorde de jardas corridas, quer na universidade quer na própria conferência. Isto depois de Harris nem sequer ter treinado na semana subsequente ao jogo, por lesão no joelho. Savon Huggins, running back de Rutgers, aproveitando a lesão do titular Jawan Jamison. Huggins cumpriu de forma brilhante, correndo 41 vezes para 179 jardas, numa importante vitória alcançada, permitindo que Rutgers permaneça na liderança da conferência. Alec Lemon, wide receiver de Syracuse, conseguindo o máximo de carreira de 244 jardas em 12 recepções. Na última drive, que culminou num touchdown obtido por si, Lemon obteve 4 recepções e 81 jardas. Esforço impressionante dum atleta que se tem destacado da concorrência, este ano.
Big 10
Favorito: Nebraska e Wisconsin
Outsider: Michigan e Northwestern
- Nebraska subiu, na altura crucial, de produção, parecendo agora imparável rumo à final de conferência. O jogo contra Minnesota provou isso mesmo, com um domínio integral da partida. Nessa final a companhia provável será Wisconsin, já batidos pelos Cornhuskers. As duas únicas derrotas na temporada foram às mãos de Ohio State, ainda invicta, e UCLA. Taylor Martinez pode bem terminar a época coberto de glória.
- Existem duas equipas invictas na temporada, a nível nacional. Notre Dame…e Ohio State. Infelizmente, esta última está limitada nas suas ambições, tolhida pelas sanções a disputar apenas a fase regular. Mas nem isso deverá impedir as manifestações de elogios, com os pupilos de Urban Meyer a darem semanais demonstrações de qualidade.
- A face do futebol de Michigan é Denard Robinson, pelos últimos 3 anos. Certo? Sim, mas existe vida para além do empolgante jogador. Bastou uma lesão em Robinson para o posto de quarterback ter encontrado um digno sucessor. O júnior Devin Gardner soube merecer a responsabilidade, continuando a crescer competitivamente, como aconteceu no embate de Sábado frente a Iowa. Foram 3 TDs passados e mais 3 corridos, com a universidade a encerrar pelo segundo ano consecutivo a temporada sem derrotas caseiras. Com a saída de Denard Robinson a aproximar-se a passos largos, o programa de Michigan encontrou o equilíbrio que sempre procurou, com Gardner a ter uma forte presença no pocket, mas não se coibindo quando tem que correr. Será interessante ver a evolução dele e da equipa em 2013…
- Gosto de equipas resilientes, capazes de suportarem agruras sem um queixume e lutarem contra as adversidades. Northwestern é um dos bons exemplos actuais. A derrota, nos segundos finais, no embate da semana passada contra Michigan poderia esvair o entusiasmo e competitividade. A final de conferência ficou praticamente fora de cogitações. Mas os Wildcats deram mostras de não desistir, defrontando e vencendo Michigan State, mesmo quando as suas principais estrelas – Venric Mark e Kain Colter – abandonaram o terreno de jogo com lesões. A defesa, nomeadamente Ibraheim Campbell e David Nwabuisi estiveram excelentes, permitindo uma vitória saborosa. 8-3 no currículo dá bem a ideia do excelente ano que Northwestern tem tido.
Jogadores da semana
Devin Gardner, quarterback dos Wolverines de Michigan, encarnando o futuro da equipa. Com Denard Robinson no seu ano senior, e aproveitando a lesão recente do mesmo, Gardner tem sabido lidar com o papel exigente, conseguindo um novo jogo com qualidade. Foram 18/23, 314 jardas e 3 TDs. Não é Denard, nem tem a sua capacidade de jogo terrestre, mas consegue resolver algumas jogadas com atleticismo. Allen Robinson, wide receiver de Penn State, com 10 recepções, 197 jardas e 3 TDs. David Nwabuisi, linebacker de Northwestern, mostrando que os Wildcats não vivem apenas do seu ataque. Foram 4 turnovers cruciais criados pela defesa, com Nwabuisi a retornar uma intercepção para TD. Ele terminou o jogo com 10 tackles e um forced fumble.
Pac 12
Favorito: Oregon
Outsider: UCLA, Stanford e Oregon State
- Também na conferência existiu drama e sonhos desfeitos. Oregon, cujo ataque parecia demolidor e a defesa sólida, tinha tudo para estar na sua 2ª segunda final nacional, em 3 anos. Mas a derrota caseira, frente a Stanford, foi mais um resultado que assombrou o País. Não só os Ducks hipotecaram a presença nessa desejada final como têm a supremacia na conferência colocada em causa. Basta uma vitória de Stanford, no próximo Sábado, frente a UCLA, para Oregon estar fora da corrida, depois de 3 anos seguidos a vencerem a conferência.
- O monopólio do futebol em Los Angeles acabou. A supremacia de USC foi posta em causa pela bela equipa de UCLA, chefiada por outro freshman prodigioso, Brett Hundley. Jim Mora, no seu primeiro ano à frente do programa, conseguiu o impensável, com UCLA a carimbar o passaporte para a final de conferência onde pode encontrar, curiosamente, Stanford, que irá defrontar Sábado que vem.
- Bust. Será o termo que melhor se adequa a USC, louvados e [auto] promovidos como sérios candidatos ao título. De equipa candidata a 7-5 no rescaldo de vitórias e derrotas foi um pequeno passo, com a temporada a ser um completo falhanço. Provavelmente fora do top-25, depois da derrota frente a UCLA, vêem Matt Barkley, o insensado quarterback, a resvalar para a mediania, ele que se tinha comprometido a mais um ano na equipa, preterindo o draft para a NFL em 2012, onde era cabeça de cartaz.
- No cômputo geral foi uma boa época para o PAC 12, com 8 equipas a conseguirem ser elegíveis para Bowls, com pelo menos duas delas a irem a BCS Bowls (provavelmente a emblemática Rose Bowl, que receberá Stanford/Oregon ou UCLA, e a Fiesta Bowl). Isso é relevante em termos de popularidade, audiências televisivas e, claro, dinheiro. A conferência encaixará cerca de 6 milhões, pelas presenças nessas verdadeiras festas.
Jogadores da semana
A defesa de Stanford, que limitou o explosivo ataque de Oregon a meros 14 pontos, num jogo fora de casa e perante uma moldura humana hostil e ávida pelo sucesso dos Ducks. Kevin Hogan, quarterback de Stanford, mais do que estatísticas excelentes, conseguiu ser sereno e eficiente, naquele que foi o jogo mais difícil do ano, para a equipa. Depois de substituir Josh Nunes, Hogan obteve a primeira vitória on the road. E que vitória. Brett Hundley, quarterback de UCLA, com 22/30, 234 jardas, 1 TD aéreo e dois terrestres, derrotando a Némesis estatal, USC. Keith Price, quarterback de Washington, num ano modesto e pouco mediático, com 22/29, 248 jardas e 5 TDs, frente a Colorado. Ka’Deem Carey, running back de Arizona, com uma mais “modesta” exibição, atingindo as 204 jardas em 26 corridas, contra Utah. Ele, que costuma colocar números estratosféricos, defrontou a melhor defesa da conferência contra a corrida. E fez o que fez.
SEC
Favorito: Alabama e Georgia
- Durou uma semana a frustração dos defensores da SEC. Foi esse o curto espaço de tempo em que as equipas estiveram virtualmente afastadas da possibilidade de disputarem a final nacional. Com a hecatombe deste fim-de-semana Alabama, Georgie e os Gators da Florida voltaram a sonhar com o grande palco. A final de conferência, entre Alabama e Geórgia, constituirá uma espécie de meia-final, eliminando o derrotado da corrida. Uma coisa parece certa. Nos 4 primeiros lugares do ranking deverão estar 3 equipas da SEC.
- Se o tema é a final nacional, convinha que os Gators conseguissem erradicar o seu pobre jogo ofensivo, claramente sustentado no ataque terrestre. Nem importa o nome do quarterback, pois independentemente disso a equipa de Florida tem amealhado poucas jardas, tendo uma medíocre média de 232, nos últimos 6 jogos.
- Nesta altura parece quase certo que o vencedor do Heisman tem um nome. Johnny “Football” Manziel, o empolgante freshman de Texas A&M. O quarterback conseguiu nova demonstração de qualidade, este fim-de-semana, com 5 touchdowns totais e perto de 400 jardas. É um espectáculo dentro do próprio jogo, uma figura refrescante que mostra o quão imprevisível é o futebol, capaz de fornecer contínua matéria-prima, ano após ano.
Jogadores da semana
Johnny Manziel, quarterback de Texas A&M, continua na senda da glória. 3 passes para TD, mais dois corridos, numa contínua regularidade que o fez entrar na história. Tornou-se apenas o 5º jogador na história (e o primeiro freshman) da FBS a passar mais de 3000 jardas e a correr mais de 1000. Impressionante! Aaron Murray, quarterback de Geórgia, com mais 4 passes para TD, aumentando para 11 o total nos últimos 3 jogos, onde somou 922 jardas passadas. Belo momento de forma. Tyler Russell, quarterback de Mississípi State, resgatando a equipa de 3 derrotas seguidas. Russell terminou o jogo contra Arkansas com 19/32, 274 jardas e 4 passes para TD.
Jogadores da Semana [nível nacional]
Montel Harris, running back de Temple, com um jogo monstruoso contra Army. Pode, logicamente, desvalorizar-se o adversário, que não atinge patamares medianos. Mas Harris, com um passado em Boston College, tem sido uma mais valia para a universidade. Foram 36 corridas, 351 jardas e 7 touchdowns. Impressionante!
Tajh Boyd, quarterback de Clemson, noutro jogo sobrenatural. É pena que Clemson tenha ficado de fora da final de conferência, com a qualidade da equipa a merecer um jogo desse calibre. Boyd tornou-se o 1º jogador da ACC a conseguir 8 touchdowns num jogo, num embate contra North Carolina State. Foram 5 passados (com 2 intercepções) e 3 corridos, num total global de 531 jardas.
Tavon Austin, uma espécie de faz tudo em West Virginia. Geralmente guardo estes destaques para jogadores que venceram jogos. Austin é uma excepção. Mas que excepção. Na derrota de West Virginia contra Oklahoma, ele jogou pela 1ª vez como running back. Os números envergonham qualquer um que jogue habitualmente na posição. 21 corridas, 344 jardas e 2 TDs. 4 recepções e 82 jardas. 8 kicks retornados, para um total de 146 jardas. All-purpose yards: 572! Percebem porque lhe chamo “um faz tudo?”.