A View Form the Bay: Mudanças no Horizonte?

Hugo Taxa 21 de Dezembro de 2015 Análise Jogos NFL, Equipas NFL, NFL Comments
San Francisco 49ers vs Cleveland Browns

Mudanças no Horizonte?

O afastamento de Paraag Marathe – segundo rumores, uma manobra para agradar a Kaepernick e ao seu agente, visto ser consenso generalizado que o rumor anteriormente referido sobre a falta de empenhamento de Kaepernick no estudo do play-book e de filme dos adversáriosvisto teria sido de sua autoria – pode ser visto como um passo positivo. No entanto, não deixa de ser pouco, pois a confirmar-se que Paraag Marathe era responsável pela maioria das fugas de informação, esta maneira de actuar teve sempre a cobertura ao mais alto nível – Jed York – e como tal, não é expectável que a atitude deste se altere com a entrada de Al Guido para o lugar de Marathe.

John York (pai de Jed York), referiu durante esta semana que a família York, apesar da desilusão face ao resultado da presente temporada, continua a estar muito empenhada nos 49ers. Estas declarações surgiram numa altura em que vários rumores apontavam que Paraag Marathe estaria incumbido de, como parte das novas funções, concretizar a venda dos 49ers, sendo que Larry Ellison – CEO da Oracle – seria um forte candidato a adquirir a equipa. John York referiu ainda que os donos estão orgulhosos do passado mas que necessitam acautelar o futuro. Se atentarmos a que em 16 anos de familia York à frente da equipa, os 49ers apresentam um palmarés de regular season de 122 vitórias, 130 derrotas e um empate, com apenas 5 épocas com mais vitórias que derrotas (a que correspondem 5 presenças nos playoffs), e sabendo que a família despediu sem cerimónias os dois treinadores reponsáveis pelas duas “bolsas” de sucesso no meio de tanta mediocridade, não sei dizer o que é que me deixa mais triste: os Yorks demonstrarem “orgulho” pelo passado (orgulho por 122-130-1 quando nos 19 anos anteriores apenas por duas vezes a equipa ganhou menos de 10 jogos, sendo uma delas uma época com greves e onde se jogaram apenas 9 partidas); ou perspectivar que esta gente vai continuar a ditar os destinos do clube.

E já hoje, foi anunciado que os 49ers não autorizam Colin Kaepernick – que apesar de já ter retomado as presenças no dia-a-dia da equipa, se encontra ainda com o braço ainda numa funda – a estar junto ao relvado no jogo desta semana. O que é que isto quer dizer? Pode querer dizer muito, ou pouco, sendo que por exemplo os Cowboys permitiam que Tony Romo estivesse junto dos seus colegas enquanto recuperava da lesão na clavícula. Para mim, os 49ers estão só a evitar ao máximo que Kaepernick corra riscos e possa chegar ao próximo dia 1 de Abril lesionado, obrigando assim os 49ers a manterem-no no plantel.

E o Jogo?

Durante o Outono e o Inverno, com dias pequenos e mau tempo, o Futebol Americano funciona como desculpa e ao mesmo tempo como uma boa opção para passar as tardes/noites de domingo … mas o que fazer quando um concerto de duas das maiores bandas de Rock acontece ao final da tarde de um Domingo? Bem, eu diria que a dupla Def Leppard-Whitesnake ganha sempre à dupla 49ers-Browns, pelo que não vi o jogo no domingo … e ainda bem!

Na realidade, pouca coisa há a dizer sobre um jogo onde a defesa de corrida fez uma aparição na sua versão Mr. Hyde, tal como já tinha feito no jogo contra os Seahawks em Seattle, e ao contrário das versões Dr. Jekyll contra os Falcons e os Cardinals. Quando o adversário – neste caso os fraquíssimos Browns – conseguem correr para 230 jardas, o dobro do máximo anterior e mais do triplo da média durante a presente temporada. Qualquer defesa que faz com que Isaiah Crowell, cujo anterior máximo pessoal era de 88 jardas, pareça a segunda vinda de Emmitt Smith Se a isto somarmos os 9 sacks que a linha ofensiva dos 49ers permitiu, o facto de efectivamente o jogo ter começado com o 4th-string TE e um journey-man RB como titulares, e a contínua relutância em permitir que Gabbert “estique” o campo, a receita para o desastre está completa. Nem Montana rodeado do ataque de 1989 conseguiria um milagre como o que seria necessário para ganhar este jogo contra os Browns.

Pela positiva, os 49ers devem ter uma pick no Top5 no próximo draft, que Baalke (se entretanto não for despedido) poderá desaproveitar.

Um bom Natal para todos e que o Pai Natal nos traga um front-office novo, um novo coaching staff e jogadores à altura de envergarem o sagrado manto vermelho e dourado.

About The Author

Hugo Taxa

Em meados da década de 80, e após ver vários episódios do "Eight is enough" na televisão (onde o filho mais novo aparecia no genérico com um capacete dos 49ers) tornei-me fã dos 49ers. A partir de 1990 tive a sorte de ter um vizinho de origem americana que recebia a Sports Illustrated, e que me dava as revistas após acabar de ler as mesmas. Segui assim as temporadas de 90, 91 e 92 pelas revistas (com de cerca de 3 meses, entre o jogo acontecer e eu ler a crónica sobre o mesmo na revista) até ver o meu primeiro Super Bowl na SIC em 1993, em directo. Tinha um teste na terça-feira seguinte, mas a antecipação era tanta que não me consegui concentrar no estudo durante o fim--de-semana ... e chumbei - tive que ir a exame!

Em 1996 acedi ao meu primeiro site na internet - espn.com. O objectivo era apenas seguir a NFL; e com o aparecimento da DSF no alinhamento da TV Cabo finalmente comecei a ver a Regular Season na TV - com comentários em Alemão!
20 anos depois me ter estreado a ver Super Bowls, acho que me posso gabar de apenas ter perdido o de 2000, e de ter visto em directo alguns dos momentos emblemáticos da NFL: Dan Marino a obter o recorde de jardas; Barry Sanders e Terrell Davis a correrem para 2000 jardas; Emmitt Smith a quebrar o recorde de Walter Payton; John Elway a "fazer de helicóptero" para ganhar o seu primeiro Super Bowl; e o melhor jogador de sempre - Jerry Rice - a dinamitar defesas adversárias.
A NFL pauta-se pelo equilíbrio, o que se traduz em todas as equipas terem os seus momentos altos e baixos. No entanto, mesmo em épocas difíceis como 2003 ou 2004 a fé nunca esmorece - 49ers Faithful!