Falcons @ Saints: Saintificados

João Malha 14 de Novembro de 2012 Análise Jogos NFL Comments

Atlanta Falcons at New Orleans Saints

1 2 3 4 F
Atlanta Falcons 10 7 0 10 27
New Orleans Saints 7 14 7 3 31

Saintificados

Já lá vão quase 45 anos desde que New Orleans Saints e Atlanta Falcons se defrontaram pela primeira vez na história, com a vitória a sorrir aos de New Orleans. Desde então, as duas mais antigas equipas da NFC South defrontaram-se 85 vezes, com ligeira vantagem para a equipa de Atlanta, naquele que é o jogo de maiores tradições da divisão, dada a antiguidade das equipas, cuja origem dista apenas um ano uma da outra.

Por ser um clássico do sul dos EUA, é normal assistirem-se a verdadeiras romarias da equipa forasteira ao terreno do adversário. Caravanas fazem sete horas de estrada (o tempo de distância entre as cidades) num ritual que se repete todos os anos.

Nota ainda para o facto de terem sido os Falcons a reinaugurar o palco do jogo desta Week 10, a Mercedes-Benz Superdome, após a devastação provocada pelo Furacão Katrina em 2006, que mudou para sempre a história da cidade de raízes francesas do Louisiana.

Desde esse jogo, no ano em que Drew Brees assumiu a batuta dos de New Orleans, a tendência de supremacia da equipa de Atlanta sobre os Saints inverteu-se. Em 12 jogos, os Saints venceram 10 e perderam apenas dois (um em casa e outro fora).

Mercedes-Benz Superdome

O mítico Superdome em New Orleans
Fonte da Imagem: Chris Graythen/Getty Images North America

Tendo em conta o passado recente, era com muita expectativa que se aguardava o jogo deste fim-de-semana. Uma equipa arrasada pelos efeitos do Bounty Scandal, que ditou o afastamento do treinador principal Sean Peyton, durante a presente época, e de alguns jogadores da sua linha defensiva, o que provocou um início de época desastroso, contra a única equipa que contava por vitórias os oito jogos até agora disputados.

Para os NO Saints, esta era uma oportunidade de ouro de demonstrar a subida de forma da equipa e mostrar que ainda é possível sonhar com o acesso aos playoffs, contrariando a maldição que dura há 11 anos, onde a equipa cujo estádio recebe o Super Bowl dessa época, nunca consegue sequer chegar aos playoffs. Em termos psicológicos, os Saints tinham não só a vantagem da supremacia evidenciada nos últimos 6 anos sobre o seu mais velho rival, como o facto de a equipa somar por vitórias todos os jogos disputados no mês de Novembro, desde 2009, numa série de 12-0.

Do lado contrário, a equipa de Mike Smith desejava manter a sua invencibilidade e sonhar com a possibilidade de fazer a época perfeita (16-0), o que não é utópico numa equipa com a estrutura ofensiva dos Falcons, que inclui o talentoso QB, Matt Ryan, o possante RB, Michael Turner, dois dos melhores WR da NFL, Roddy White e Julio Jones, e o experientíssimo TE, Tony Gonzalez, que à partida para este jogo somava 99 TD na sua carreira, querendo obviamente somar o seu centésimo, de preferência com uma vitória, que tornasse este marco do seu percurso inolvidável.

O Jogo

Emocionante até ao último segundo. Assim se pode resumir o jogo em linhas gerais. Alternância no marcador, jogadas espectaculares, incerteza até ao último segundo do cronómetro e marcas que fazem ou continuam a fazer história na NFL.

Comecemos pelo final. Faltavam 2 minutos e os Falcons, após um passe de Ryan na Redzone ter encontrado Harry Douglas, ficam a uma jarda de darem a volta no marcador. Com apenas uma jarda para conquistar e três downs pela frente, os até então imbatíveis de Atlanta estavam à beira de manter a sua série perfeita. Ainda para mais, tendo pela frente uma das piores defesas da NFL. Contudo, no segundo down, o passe para Tony Gonzalez foi cortado por Malcolm Jenkins. Ao terceiro down, Ryan tentou pelo chão, mas a defesa dos Saints conseguiu, mais uma vez, parar um irreconhecível Michael Turner, que resultou na perda de uma jarda. Com quatro pontos de desvantagem, os Falcons viram-se obrigados a tentar converter o quarto down. A tensão era muita e muitos já fariam conta se Brees conseguiria ainda repor a vantagem dos Saints em caso de TD, com 1m46s por jogar.

Contudo, tal não foi necessário. Matt Ryan sabia que não podia falhar e depois de uma tentativa mal sucedida com o seu target preferido, tentou com o seu segundo target de luxo no jogo, Roddy White. O passe foi bem medido e quando os fanáticos adeptos dos Saints já levavam as mãos à cabeça, surgiu o veterano cornerback Jabari Greer a impedir a recepção de White, redimindo-se das duas falhas no primeiro período, que permitiram passes longos aos Falcons, conduzindo-os à vantagem inicial de 10-0.

Ninguém esperaria que fosse a defesa dos Saints a assegurar a vitória da equipa, mas o trabalho que Steve Spagnuolo, Coordenador Defensivo dos Saints – que há alguns anos transformou uma defesa medíocre dos NY Giants na campeã do Super Bowl – tem vindo a desenvolver parece começar a dar frutos. Há dois jogos atrás também havia parado Josh Freeman , QB dos Buccaneers, por quatro vezes, também com a bola já na linha da uma jarda.

Mas não foi só essa a surpresa desta partida. Os Saints apresentaram um Running game fortíssimo, tal como já o haviam feito na semana anterior na recepção aos Eagles, contrariando os sete jogos anteriores onde foram completamente inofensivos. A lesão de Darren Sproles abriu portas à entrada na equipa de Chris Ivory, que tem estado a excelente nível, e coincidiu com a subida de forma de Mark “Ironman” Ingram e Pierre Thomas. Ao invés, os Falcons que se têm demonstrado bastante fortes nesse capítulo, foram travados pela aguerrida defesa de New Orleans, somando umas míseras 46 jardas, contra 148 dos da casa.

Se pelo chão não foi possível avançar, Ryan brilhou no capítulo do passe, com um total de 408 jardas, contra 292 de Brees, tendo em ambas as equipas os Tight Ends sido os alvos preferidos dos quarterbacks. Ambos ex-basquetebolistas, Graham foi a estrela maior do jogo batendo o seu recorde pessoal de jardas num jogo, tendo somado 146 para dois TD’s. Tony Gonzalez não lhe ficou atrás, somando outros tantos TD’s e 122 jardas, tornando-se no primeiro TE a somar mais de 100 TD’s na carreira e o oitavo jogador a ultrapassar a marca centenária.

Outro dos dados surpreendentes do jogo foi o número de penalidades que a equipa de Atlanta cometeu. Com uma média de três punições contra por jogo, o que é demonstrativo da serenidade e qualidade que a equipa tem vindo a apresentar, os Falcons fizeram o dobro das faltas (6), o que lhes custou 53 jardas.
Dentro de três semanas, mais concretamente na quinta-feira dia 29 de Novembro, Falcons e Saints voltam a defrontar-se, desta vez em Atlanta. E uma certeza existe, é impossível definir o favorito. Porém, uma coisa é certa: ataque e muitos pontos são uma garantia entre estas duas equipas.

1º Período

Quem tenha assistido aos primeiros quatro minutos, pensaria que esta seria uma vitória fácil dos Atlanta Falcons. Na primeira posse de bola, a equipa de Mike Smith fez jus ao título da equipa que entra mais forte nos jogos. Ryan somou 5 passes completos em 5 tentativas, tendo um desses passes sido de 49 jardas para o WR Roddy White, que deixou os Falcons a uma jarda do TD, que viria logo de seguida. Após Turner não conseguir pelo chão, Ryan encontrou um alvo improvável, o left tackle Mike Johnson.

Era hora de Drew Brees e a sua forte armada entrarem em campo. A expectativa é sempre alta mas não poderia ter corrido pior. Logo no primeiro passe, Brees procurou Colston, mas o cornerback Asante Samuel antecipou-se e fez a intercepção com a bola nas 24 jardas de NO, demonstrando porque é que o Falcons são a terceira melhor defesa no que diz respeito a intercepções, somando 18 em 9 jogos. Ryan não conseguiu conduzir a equipa a mais um TD, mas Matt Bryant juntaria mais três pontos para os de Atlanta com um FG de 37 jardas, garantindo uma vantagem de 10-0 ainda não estavam jogados quatro minutos.

Talvez inseguro pela perda da posse de bola na primeira tentativa de passe, Brees privilegiou o running game na segunda posse de bola. E com muito sucesso. Entregou a Ingram por duas vezes e a Pierre Thomas por uma, intercalado por duas tentativas de passe, uma com sucesso, ambas para Marques Colston. Mas seria Chris Ivory a fazer miséria. Na primeira vez que entrava no terreno de jogo, o RB dos Saints arrancou imparável em direcção à end zone dos Falcons, numa corrida de 56 jardas onde se furtou ao contacto de três defesas contrários num jogo de cintura impressionante, colocando a sua equipa no marcador. Foi o seu mais longo TD da carreira (tinha 55 jardas no currículo) e foi o segundo mais longo dos Saints desde 2006, quando em Outubro desse ano, McAllister conseguiu um running TD de 57 jardas.

O primeiro período terminaria com os Saints de novo a atacar já no meio-campo adversário. Nota ainda para a lesão do WR dos Falcons, Julio Jones, que o deixaria de fora até perto do final, numa baixa de relevo para a sua equipa.

Ivory consegue mais longo TD da sua carreira (56 jardas)

Ivory consegue mais longo TD da sua carreira (56 jardas)
Fonte da Imagem: Photo by Michael DeMocker, NOLA.com | The Times – Picayune

2º Período

O segundo período não poderia ter começado de melhor forma para a equipa da casa. Dando continuidade ao seu ataque, Brees precisou apenas de um minuto e meio para colocar os Saints na frente pela primeira vez. Um passe de 29 jardas para Jimmy Graham valeu o segundo touchdown da partida para os Saints e permitiu ao seu QB aumentar a sua marca histórica de jogos consecutivos com passes para TD para 52.

De novo no ataque, os Falcons procuram de imediato retomar a liderança. E não tardou. Mais uma sequência de passes em que Tony Gonzalez e Roddy White foram os alvos preferidos de Ryan e rapidamente conseguiram atingir a linha de um jarda de New Orleans. E foi aí que sentiram mais dificuldades, mas acabariam por conseguir marcar, no terceiro down, com Tony Gonzalez a responder a Graham na luta dos TE. Para Gonzalez este era o seu centésimo TD da carreira, uma marca nunca antes alcançada por um TE.

Os Saints não conseguiram responder no ataque seguinte e viram-se forçados a fazer o punt. Na resposta, Ryan não conseguiu melhor, sofrendo o primeiro tackle do jogo (apenas houve um para cada lado, com as offensive lines a conseguirem suster as defesas adversárias).

Restavam 2m17s no cronómetro para o final da primeira parte, com a posse de bola a pertencer aos da casa. E seria a imparável dupla Brees-Graham a carregar a equipa para a frente. Da sua linha de 31 jardas até ao TD, Brees colocou a bola em Graham por três vezes, num total de 47 jardas, a última das quais de 14 para o TD que deixou os Saints na frente da partida por 21-17. O intervalo chegava com os Saints a dominarem em jardas (268-206) e em jogadas de mais de 15 jardas (5 contra 3), mas com menos posse de bola (17m39s dos Falcons contra apenas 12m21s).

Atlanta vs Saints

Tony Gonzalez repõe os Falcons na liderança do marcador
Fonte da Imagem: Bill Feig/AP Photo

3º Período

A segunda parte começou de novo com os Saints a atacarem mas sem conseguirem sequer um first down. Mas pior fariam os Falcons. Ryan permitiu a intercepção do rookie Corey White, num passe longo das 29 jardas de Atlanta para as 19 de NO. O Rookie levou a melhor sobre DJ Davis e recuperou a posse para os Saints, naquela que seria a mais espectacular posse do jogo.

Brees estava on fire e em menos de dois minutos levou os Saints da sua defesa para a Red Zone. Não houve um down onde a equipa não avançasse no terreno e em nenhum momento foi preciso chegar ao terceiro down para avançarem. O momento alto da posse foi o espectacular catch de Lance Moore com uma mão e em vôo, num passe de 29 jardas de Brees. A jogada terminaria com Brees a colocar a bola em Colston para o seu 55º TD da carreira, curiosamente todos a passe de Brees, sem dúvida uma das duplas de maior sucesso da história da NFL.

Com este TD, os Saints fugiam no marcador e conseguiam a maior vantagem no jogo, com onze pontos de diferença, mas muito jogo por jogar.

Até final do terceiro período nada mais a realçar para além de um sack a Drew Brees.

Colston faz o 55º TD da sua carreira, todos a passe de Brees

Colston faz o 55º TD da sua carreira, todos a passe de Brees
Fonte da Imagem: AP Photo/Bill Haber

4º Período

Os Falcons sabiam que tinham de marcar rapidamente de forma a terem hipótese de ainda poderem lutar pela vitória. Com a bola no meio-campo, Matt Ryan encontrou Harry Douglas num passe longo que deixou os Falcons a uma jarda da red zone dos Saints. Após mais um ganho de 15 jardas, com apenas 6 para chegar ao TD, Ryan colocou a bola em Tony Gonzalez para o seu segundo TD da noite e o 101º da carreira. Os Falcons reduziam para quatro a desvantagem no marcador com ainda mais de 13 minutos por jogar.

Depois de mais um punt dos Saints, os Falcons, já com Julio Jones em campo, pareciam imparáveis na retoma da liderança e manutenção da sua invencibilidade. E que melhor forma teve Jones de regressar ao jogo ao receber um passe de 52 jardas de Ryan que, somando uma penalidade de Will Smith por conduta anti-desportiva, deixava os Falcons a 5 jardas de mais um TD.

E seria neste momento que a defesa dos Saints pareceu renascer das cinzas. Primeiro parou Turner no Running Game, depois parou Rodgers a 2 jardas da linha de TD. Por fim, Malcolm Jenkins impediu o passe para Julio Jones e os Falcons tiveram de se contentar com o FG de 20 jardas de Bryant que os deixava a um ponto dos Saints.

Com apenas sete pontos na segunda metade do encontro, os Saints tinham de pontuar para respirarem um pouco melhor, dado que os Falcons se encontravam completamente por cima no encontro, e os da casa já iam no segundo punt consecutivo. E por muito pouco não o fizeram novamente. No terceiro down, nas 42 jardas de New Orleans, Brees lança Graham num passe longo para um ganho de 46 jardas, deixando os Saints na red zone. Mas pela primeira vez a equipa do Louisiana falhou na zona de decisão, com Asante Samuel a soltar a bola a Colston já na end zone dos Falcons. Hartley resolveria com um FG de 31 jardas e voltava a repor a vantagem em quatro pontos.

Seguiu-se nova performance extraordinária da defesa dos Saints na red zone (descrita no início da crónica) praticamente deitando por terra as aspirações dos forasteiros. Com os Saints de novo em posse, Brees nunca arriscou o passe, apostando em avançar pelo chão já que a bola estava na sua linha de duas jardas. Não conseguindo avançar, deu ainda uma última posse de bola aos Falcons, já sem descontos de tempo, com 37 segundos no cronómetro. Contudo, Ryan tentou por três vezes o passe longo, todos eles falhados, apesar de um não ter chegado às mãos de Roddy White por centímetros.

Chegava assim ao fim um jogo frenético e emocionante, que deu continuidade à supremacia dos Saints sobre os Falcons nos últimos seis anos e que deixa a Who Dat Nation (como é conhecida a falange de apoio dos Saints) a sonhar com o impossível: conseguir chegar aos Playoffs depois de um início desastroso (0-4), apenas conseguido uma vez, pelos Chargers na década de 90; e, simultaneamente, reduzir a pó a maldição que recai sobre o anfitrião do Super Bowl, nos últimos onze anos, que nunca consegue chegar aos playoffs.

Para a equipa de Mike Smith, chega ao fim o sonho da época perfeita, mas a certeza de ganharem a divisão só será colocada em causa por uma hecatombe que não se vislumbra, tal o avanço que detém.

Defesa dos Saints celebra a anulação do ataque dos Falcons

Defesa dos Saints celebra a anulação do ataque dos Falcons
Fonte da Imagem: Andrew Boyd, Nola.com | The Times-Picayune

As Nossas Escolhas

MVP: Jimmy Graham foi o homem do jogo ao somar dois TD’s, sete recepções para um total de 146 jardas, batendo o seu recorde pessoal de jardas num só jogo. Mas nem tudo se resumiu aos TD’s que conseguiu. Graham é uma das referências da NFL na posição de TE. Ex-basquetebolista (como o seu adversário de ontem na posição de TE, Tony Gonzalez), faz valer o seu enorme físico a uma excelente capacidade de impulsão para conseguir recepções que não estão ao alcance de qualquer um.

O Slam Dunck habitual de Graham

O Slam Dunck habitual de Graham
Fonte da Imagem: Andrew Boyd, Nola.com | The Times-Picayune

Na vitória frente aos Falcons, Graham foi fundamental no 4º período ao conseguir uma recepção de 46 jardas que levou os Saints para a Red Zone, que daria origem ao FG que assegurou a vitória. Apenas Lance Moore foi tantas vezes o alvo dos passes de Brees, o que demonstra a importância de Graham na manobra ofensiva da equipa do Louisiana.

Positivo: A evolução da defesa dos Saints – Apesar de terem permitido um total de 454 jardas aos Falcons (são a defesa que permite mais jardas aos adversários em toda a NFL), a defesa foi fundamental na vitória. Em primeiro lugar, porque aniquilaram o running game dos Falcons (apenas 46 jardas, quando até este jogo tinha um média de 176.5 jardas por jogo). E em segundo lugar porque a equipa se tem revelado forte quando a defender nas últimas 10 jardas do campo. Os de Atlanta apenas conseguiram transformar em TD, 3 das 6 vezes que estiveram na Red Zone. Com esta melhoria, os Saints podem almejar uma recuperação histórica, dada a potencia que o seu ataque possui.

Rushing game – Até à semana 9, os Saints tinham sido praticamente inofensivos no jogo pelo chão. A semana passada frente aos Eagles essa tendência começou a mudar, o que coincidiu com a lesão de Sproles e a entrada na equipa de Chris Ivory. Com 148 jardas contra os Falcons, o running game dos Saints parece estar a ganhar uma dinâmica importante para tirar algum peso dos ombros de Brees.

Joe Vitt – O regresso do adjunto de Sean Peyton contribuiu, sem margem para dúvidas, para o regresso da alma dos Saints. Depois de um início atípico, em que os de New Orleans foram sempre uma equipa apática, sem espírito de conquista, como anteriormente, poucos ousariam pensar que à décima semana os Saints poderiam ainda lutar pelos playoffs. Nas próximas semanas perceberemos se Vitt o conseguiu, mas independentemente do sucesso, o regresso de Vitt é sinónimo do regresso do carácter da equipa e isso poderá ser determinante.

Nos Falcons, Tony Gonzalez – Aos 36 anos, o veterano TE dos Falcons atingiu uma marca histórica, ultrapassando os 100 TD’s, algo nunca conseguido por um TE na NFL e alcançando um lote restrito de 8 jogadores a atingir esta marca, independentemente da sua posição. No jogo de New Orleans, Tony Gonzalez foi o alvo preferido de Ryan, com onze recepções para um total de 122 jardas e 2 touchdowns. Tal como Graham, a sua compleição física torna-o muito difícil de travar, pelo que Ryan o procurou toda a tarde para garantir a progressão da equipa no campo. Foi também ele o alvo da tentativa final de virar o jogo, mas nesse momento Jabari Greer levou a melhor a Gonzalez, impedindo-o de ser o MVP do jogo e assinalar com chave de ouro a marca histórica que atingiu no Superdome este domingo.

Matt Ryan – Conseguiu um máximo da sua carreira em jardas, com um total de 411, demonstrando que apesar da melhoria, a defesa dos Saints ainda tem muito trabalho pela frente. Até ontem, todos os jogos em que tinha conseguido três TD’s valeram vitórias (15-0 era o seu registo). Essa série conheceu ontem o fim, mas Ryan esteve quase sempre à altura, como o total de jardas e os 3 TD’s demonstram. Falhou apenas no final, mas é difícil determinar se foi porque poderia ter feito melhor ou se porque a defesa dos Saints brilhou na hora de decisão.

Negativo: Nos Falcons, Michael Turner – Uma equipa que tem em Michael Turner um dos seus pontos fortes não pode apenas conseguir 46 jardas pelo chão. Turner foi parado consecutivamente pelos Saints e nem na red zone conseguiu desequilibrar, perdendo jardas em quase todas as tentativas.

A lesão de Julio Jones – A lesão que o tirou do jogo no final do primeiro período talvez tenha sido decisiva para a derrota da sua equipa. Regressaria no final, conseguindo uma recepção de 52 jardas, mas já não foi a tempo de inverter o resultado.

Fragilidade aérea da defesa dos Saints – Permitir 411 jardas num só jogo, para uma equipa que sonha com o Super Bowl na sua casa, é difícil de compreender. A defesa dos Saints melhorou muito a parar o rushing game do adversário e parece muito forte na defesa da sua end zone em lances nas últimas 5 jardas. Contudo, a facilidade com que os adversários chegam à zona de decisão é preocupante e demonstra que ainda há muito a fazer por Spagnuolo. Vai valendo Brees e companhia.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!