NFL: O Resumo da Week 2

João Malha 18 de Setembro de 2014 Análise Jogos NFL, NFL Comments
Chargers vs Seahawks

NFL: O Resumo da Week 2

NFL - Resultados Week 2

NFL – Resultados Week 2
Fonte NFL.com

E as surpresas continuam! Alguns dos favoritos estão 0-2 após a segunda semana da NFL e são muitos os que revêm os seus prognósticos iniciais. Mas a verdade é que a procissão ainda vai no adro e os insucessos no arranque nada poderão dizer no final. Mas vamos aos resumos da Week 2:

Pittsburgh Steelers @Baltimore Ravens – 6-26

Inverteram-se os papéis face à Week 1, com os Ravens a somarem a primeira vitória e os Steelers a primeira derrota, fundamental no caso dos campeões de há dois anos que em caso de derrota, ficariam 0-2 com duas derrotas caseiras, o que seria difícil de recuperar. Uma defesa muito forte dos Ravens foi decisiva. Forçou um fumble na primeira posse dos Steelers, a que se juntariam mais dois turnovers (um fumble e uma intercepção). Do lado dos Ravens, o trabalho de Gary Kubiak, como coordenador ofensivo parece começar a dar frutos e Steve Smith, aos 35 anos, parece fintar a idade da mesma forma que evita tackles em campo. Uma nova arma que ajudará a fazer esquecer a novela Ray Rice, que tem sido substituído à altura por Pierce e Forsett. Num jogo que se tem pautado por resultados muito equilibrados há vários anos, desta vez os pratos da balança ficaram muito desequilibrados.

Chicago Bears @ San Francisco 49ers – 28-20

No dia de estreia do novo Levi's Stadium, certamente que não seria esta a memória que os adeptos dos 49ers gostariam de guardar. E pouco poderiam prever o desfecho final quando o resultado no final do terceiro período estava em 7-20! 21 pontos no último período viraram um jogo onde o grande destaque foi a defesa dos Bears. Isto porque os números ofensivos dos de Chicago foram quase ridículos. Nenhum wideout fez sequer 50 jardas, Matt Forte, pelo chão, não fez melhor que 21 jardas (até o QB Cutler conseguiu mais, 25) e o total de jardas em passe foi de apenas 176 jardas, com uma média de 2,9 jardas por jogada na primeira parte. Mas a verdade é que conseguiram somar quatro Touchdowns. E tudo isto porque conseguiram três intercepções e recuperar um fumble, com o destaque maior a ser o rookie cornerback Kyle Fuller, com duas intercepções, uma delas num voo, qual super homem, que provavelmente a maioria dos wide receivers não conseguiria fazer.

New Orleans Saints @ Cleveland Browns – 24-26

E um dos favoritos, os Saints, estão 0-2, algo impensável antes do arranque da temporada. E muito menos esperado tendo em conta que o segundo jogo era frente aos Browns, ainda para mais sem Ben Tate, Josh Gordon e Jordan Cameron, os três melhores atacantes da franquia de Cleveland, e com Manziel o jogo quase todo no banco (estreou-se para três snaps mas sem relevância no jogo). E foi a matar que os Browns entraram, obrigando Brees a três posses de bola sem um único down. Antes do intervalo, o QB dos Saints não tinha conseguido melhor que 7 passes em 13 tentativas e uma intercepção que resultou num TD. Foi preciso recorrer a Jimmy Graham para o jogo voltar a animar. O TE dos Saints que não tinha recebido um passe até meio do jogo, somou 10 recepções, 118 jardas e dois TD's. O jogo virou e com os Saints na frente já no último período, pensou-se que a formação da casa já não teria forças para virar o jogo. Felizmente para os Browns, a defesa dos Saints continua a querer voltar ao pesadelo de 2012. Não esteve tão mal como em Atlanta, há uma semana, mas a verdade é que tinha um ataque fraco e ainda para mais sem as suas melhores armas. Mesmo assim, conseguiram aproveitar os últimos dois minutos para chegarem às 10 jardas dos Saints e com um Field Goal sobre o apito final, venceram um jogo onde pareciam condenados à derrota, mesmo com apenas uma média de 5 jardas ganhas por passe!

Miami Dolphins @ Buffalo Bills – 10-29

Inversamente aos Saints, os Bills são uma das grandes surpresas. Depois de uma inesperada vitória em Chicago, na primeira semana, a formação do estado de Nova Iorque voltou a brilhar, e desta feita num jogo divisional, contra uns Dolphins que haviam batido os Patriots na jornada inaugural. E a receita do sucesso é a defesa dos Bills, que deixou os de Miami fora do seu meio campo até ao terceiro período, com Tannehill, QB dos Dolphins, a ser alvo de 4 sacks. A ajudar à festa, a lesão madrugadora do RB Moreno, deixou a formação da Florida ferida e sem reparo. Referência para a jogada da partida, com CJ Spiller a conseguir fazer a devolução de um pontapé de saída sem que ninguém lhe tocasse durante 102 jardas!

Arizona Cardinals @ New York Giants – 25-14

A cidade que nunca dorme continua a viver um pesadelo (deve ser por isso que não dorme, pelo menos Eli e Coughlin terão bastantes dificuldades). Os Giants são uma sombra da formação que venceu dois Super Bowls na última década e Manning continua a somar más decisões em catadupa. Desta vez até parecia que tudo se encaminhava para um final feliz, com a equipa a vencer por 14-13 a 11 minutos do final e com os Cardinals desfalcados do seu QB Carlson Palmer, que lesionado não se equipou no MetLife Stadium. Só que a tendência suicida dos Giants é mais forte. Um punt return de Ted Ginn Jr. de 71 jardas que acabou em TD, seguido de um fumble dos Giants na posse seguinte (que terminaria em mais três pontos para os Cards) e finalmente um novo fumble, este na red zone, de Rashad Jennings, por perder um sapato sozinho, completaram o ciclo de disparates que impedem os Giants de somar vitórias.

Atlanta Falcons @ Cincinnati Bengals – 10-24

Depois de uma grande estreia de ambas as equipas, com vitórias em jogos contra rivais directos divisionais, a expectativa sobre quem levaria a melhor era grande. Mesmo sem vários wideouts, entre eles a estrela da equipa AJ Green (para além de dois defesas), que se lesionou no início desta partida, os Bengals não tiveram grandes dificuldades, demonstrando que os números brutais ofensivos dos Falcons na week 1 quererão dizer mais da defesa dos Saints do que propriamente do ataque dos da Georgia. Depois de terem secado Flacco na primeira semana, a defensiva dos Bengals proporcionou uma tarde de terror a Matt Ryan. Três intercepções  e dois sacks foram a dose aplicada ao QB dos Falcons, O grande destaque vai para o WR Mohamed Sanu, que para além conseguido 84 jardas e um TD, substituiu Andy Dalton numa jogada, através de um fake, fazendo um passe de 50 jardas.

Dallas Cowboys @ Tennessee Titans – 26-10

E não é que Tony Romo ganhou um jogo? Vá, estamos a ser mauzinhos pois o QB dos Cowboys já ganhou vários jogos, mas depois do jogo para esquecer na primeira semana em casa contra os 49ers, as expectativas não eram as melhores. Pelo contrário, os Titans tinham vencido de forma convincente em Kansas City. Jake Locker pouco fez para além de um passe de 61 jardas que deu origem ao único TD dos Titans e para esse jogo menos conseguido muito contribuiu mais um grande jogo de Rolando McClain, que liderou a defesa e conseguiu um sack, para além de uma intercepção que resultaria em TD não fosse uma má decisão da equipa de arbitragem. No lado ofensivo, o inevitável DeMarco Murray voltou a fazer um excelente jogo, como já havia feito contra os 49ers, 167 e um TD que permitem a Romo atirar menos (e provocar menos intercepções).

Detroit Lions @ Carolina Panthers – 7-24

Sem espinhas! O regresso de Cam Newton, depois de ter ficado na linha lateral em Tampa por lesão, permitiu aos Panthers somarem uma vitória folgada sobre os Lions, onde a ligação Strafford-Megatron foi claramente quebrada pela grande defesa da franquia de Carolina, mesmo desfalcada de Greg Hardy. Cam Newton parece totalmente recuperado da lesão no tornozelo, demonstrando a sua habilidade para correr com a bola, apesar de ter procurado proteger-se um pouco optando por escapar várias vezes pela linha lateral. Muita gente considerou que os Panthers não conseguiriam repetir a época passada, mas a verdade é que sem grandes referências nos receivers, a equipa está já destacada na liderança da NFC South e vê os favoritos Saints a agonizar com um 0-2 que ninguém previa. Será a dobradinha da formação de Carolina na divisão?

New England Patriots @ Minnesota Vikings – 30-7

A ausência de Adrien Peterson foi mais falada do que o próprio jogo. Até porque a partida poucos motivos de interesse teve. Foi mais um jogo da Week 2 onde os vitoriosos da primeira semana saíram derrotados e vice-versa. E nem foi graças à estrela Tom Brady que isso aconteceu. Matt Cassel (ex-Patriot) passou o dia a atirar a bola para a sua antiga equipa (talvez alguém devesse avisá-lo que os da equipa dele eram os Vikings…). Foram quatro intercepções que deixaram os adeptos da casa a gritar por Terry Bridgewater. A defesa dos Pats, as suas special teams e o running game venceram o jogo, prolongando a dúvida sobre se Brady está a começar a época que será a primeira do resto da sua carreira… descendente.

Jacksonville Jaguars @ Washington Redskins – 10-41

No soccer existe a mítica frase do antigo goleador inglês, Gary Lineker, que “são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha”. Pois na NFL poderia criar-se um outro que é “são onze contra onze e se os Jags estão em campo ganha o adversário”. A história do jogo é a lesão de RGIII (tornozelo deslocado) que se pensou gravíssima mas que apesar de grave poderá não ser o fim da época para o infeliz QB de quem todos esperavam muito mas que desde a lesão no ano de rookie em 2012 parece nunca ter voltado a ser o mesmo. Kirk Cousins entrou e deu facilmente conta do recado, mesmo sem poder contar com o WR DeSean Jackson, também ele lesionado no início da partida, mas sem a mesma gravidade. Só para dar ideia da fraca OL dos Jags, Chad Henne, o QB da equipa, sofreu 10 sacks, permitindo aos Redskins igualar o recorde da franquia de sacks num jogo!

Houston Texans @ Oakland Raiders – 30-14

Leram o texto anterior. Mudem Jags por Raiders e a frase faz o mesmo sentido (se jogarem uns contra os outros, estamos convencidos que pela primeira vez num jogo conseguirão perder as duas de tão más que são). Mais um jogo que não merece grandes comentários, para além de que até deu para colocar o defesa JJ Watt como TE e somar o primeiro TD da sua carreira num passe de 1 jarda. Se até dá para isto, pouco mais há a dizer sobre o que é um jogo contra os Raiders… Nota ainda para Arian Foster ter feito um grande jogo, depois de ter perdido praticamente toda a época passada e para o momento cómico da semana, com James Jones a conseguir fazer dois fumbles na mesma jogada. Como conseguiu recuperar a bola no primeiro e continuar a corrida, não ficou satisfeito e perdeu-a umas jardas mais à frente! C'MON MAN!!!!

Seattle Seahawks @ San Diego Chargers – 21-30

E aqui está a grande surpresa da jornada. Os campeões caíram com estrondo em San Diego, com a sua Legion of Boom a parecer uma sombra, sendo dizimada por Rivers e Gates. Três passes dos primeiro para o segundo resultaram em TD, num total de 7 passes completos entre a dupla (não falharam uma ligação) para 96 jardas. Depois de há uma semana Sherman ter passado o jogo todo como espectador privilegiado, dado que Aaron Rodgers não fez um único passe na sua direção, muito se especulou que a maioria dos QB's iria evitar passes para a sua zona de acção. Rivers contradisse esta ideia e não teve problema nenhum em atirar na direcção do CB dos Seahawks que nada pôde fazer para impedir a vitória dos Chargers. A exibição menos conseguida da defesa campeã demonstrou que o ataque não é tão forte como muitos consideram, pois sem posições privilegiadas no terreno para começar a atacar, custou bem mais subir no terreno e pontuar.

New York Jets @ Green Bay Packers – 24-31

Com os Jets a ganharem por larga margem a meio do primeiro tempo, pensou-se que os Packers seriam mais uma equipa considerada favorita esta época a demonstrar que afinal não estaria à altura. Mas Jordy Nelson, que registou um recorde de 209 jardas num jogo, o seu melhor registo da carreira, contrariou os temores dos adeptos da casa. Os Jets demonstraram que se terá de contar com eles na AFC North, com uma defesa bastante forte e com Geno Smith lentamente a demonstrar um mínimo de consistência (ainda para mais quando comparado com Mark Sanchez, parece um jogador de elite). Realce para a jogada que daria o empate a 31 já perto do fim, onde um TD de Jeremy Kerley foi anulado por um pedido de Time-out da formação de Nova Iorque, ainda para mais solicitado pelo coordenador ofensivo, que não pode pedir time-outs. Muito deve Rex Ryan ter dito no balneário no final do jogo ao seu coaching staff…

Kansas City Chiefs @ Denver Broncos – 17-24

Parecia um remake de 2013. Apesar do péssimo jogo de abertura com uma inesperada derrota caseira com os Titans e sem contarem com a estrela Jamaal Charles, os Chiefs venderam cara a derrota em Denver, com o empate a ter estado a 2 jardas de distância, quando a segundos do fim a defesa dos Broncos levou a melhor num quarto down cujo passe de Alex Smith não chegou a Dwayne Bowe. A formação de Denver, mesmo sem Manning a registar os números assombrosos de 2013, mantém a sua qualidade e consistência, e sem contar com Wes Welker e com Demaryus Thomas a não conseguir aparecer nos jogos como no ano passado.

St. Louis Rams @ Tampa Bay Buccaneers – 19-17

E os Bucs continuam a ser os Bucs. Muita parra e pouca uva. Nem perante uns Rams sem as suas primeiras duas opções para QB conseguiram vencer um jogo. É preciso dizer que os Bucs já perderam 5 dos seus defesas titulares e que poderiam ter ganho o jogo no último drive, com um passe de McCown para Mike Evans deixou a equipa nas 32 jardas dos Rams com 8 segundos no relógio. Um rápido spike e um field goal certeiro teriam dado a vitória. Porém, Evans lesionou-se e como a formação de Tampa não tinha Time-outs, foram retirados 10 segundos ao relógio, terminando assim o jogo. Pouca sorte num jogo entre duas equipas que farão pouca história nesta temporada.

Philadelphia Eagles @ Indianapolis Colts – 30-27

Um dos melhores jogos da Week 2 e certamente a melhor forma de fechar mais uma semana espectacular de NFL. Emoção até final e Darren Sproles a brilhar, deixando por certo os adeptos dos Saints com uma lágrima no canto do olho por perceberem o quão útil ainda poderia ser em NOLA. Tudo foi decidido num pontapé sobre o esgotar do relógio, mas a decisão esteve nas mãos de Sproles que fez o seu máximo da carreira com 152 jardas em recepção e foi decisivo no final ao conseguir pôr a equipa em field goal range depois de uma corrida de 17 jardas. Do outro lado, Trent Richardson continua a desiludir. O RB até conseguiu somar várias dezenas de jardas, mas dois fumbles foram a gota de água, levando os adeptos dos Colts a suplicar que Bradshaw assuma mais o jogo corrido da equipa.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!