No Huddle: NFL 2015 Week 6 TNF

João Malha 16 de Outubro de 2015 Análise Jogos NFL, NFL Comments

No Huddle: NFL 2015 Week 6 TNF

Atlanta Falcons – 27 @ New Orleans Saints – 31

Dizem que a história não se repete, mas por vezes não é assim. Nove anos depois do célebre punt block de Steve Gleason, no regresso dos Saints ao Superdome depois do Furacão Katrina, Michael Mauti fez de Gleason (hoje infelizmente numa cadeira de rodas a lutar contra a doença ALS – Esclerose Lateral Amiotrófica). Mauti não só nem permitiu que Boscher chutasse a bola, como conseguiu entrar com ela na endzone para o TD que dava uma vantagem de 14-0 ainda na primeira parte.

Este foi um pedaço de história, mas acima de tudo é preciso destacar a improbabilidade deste resultado. Com um registo de cinco vitórias e zero derrotas, contra uns Saints longe dos seus anos de ouro, com apenas uma vitória e vindos de uma derrota confrangedora em Philadelphia, poucos colocariam as suas fichas na equipa do Louisiana. Mas verdade seja dita, tirando esse jogo horrível na cidade dos Founding Fathers dos EUA, os Saints tinham três derrotas onde lutaram pela vitória até ao último momento, com resultados equilibrados, onde uma pontinha de sorte na equipa que tem o dobro dos snaps com rookies em campo que a segunda equipa com mais rookies da liga, poderia evitar que os black and gold estivessem com registo negativo.

Inversamente, do outro lado, os Falcons ganharam quatro dos cinco jogos com reviravoltas no último período, o que revelava também uma equipa que não teve vitórias seguras.

E de facto estes indicadores revelaram-se bastante relevantes. Os Saints foram eficazes a toda a prova, com um ataque que voltou a funcionar como nos seus melhores anos, e sem dois titulares da OL, ficando sem a primeira escolha do draft deste ano, o tackle Andrus Peat (que tinha tido jogo para esquecer na estreia a titular há uma semana) logo na drive inicial, e sem o veterano WR Marques Colston. E no lado defensivo, surpresa das surpresas, fizeram o jogo perfeito. Com os regressos a pouco e pouco dos veteranos lesionados que falharam os jogos iniciais, como Keenan Lewis, Dannel Ellerbe e Jairus Byrd, juntamente com vários rookies que parecem crescer a cada jogo, talvez a formação coordenada por Rob Ryan possa começar a atuar a um nível de uma equipa com outras aspirações. E se a isso juntarem a ausência (ou quase) de penalizações na defesa (até este jogo lideravam assustadoramente a Liga neste indicador), poderá haver receita de sucesso a médio prazo.

Mas o destaque maior tem mesmo de ir para Ben Watson, o TE que pareceu um Jimmy Graham ao conseguir o seu melhor jogo de sempre numa carreira que já leva 12 anos! Foram dez receções, 127 jardas e dois TD. Uma noite que fez toda a gente no Superdome esquecer Graham. Até a Drew Brees (que se desfez em elogios a Watson no final) e Sean Payton.

Do lado dos Falcons, faltou tudo. A defesa não conseguiu tirar o ataque dos Saints do terreno de jogo e o score só não foi mais desnivelado porque o kicker Zach Hocker voltou a falhar mais dois FG (adivinha-se substituição em breve em New Orleans…). No ataque, apenas Devonta Freeman voltou a funcionar. Fez mais dois TD (já vão 10!) e mais 100 jardas. Cinco fumbles, três deles perdidos, um punt block que resultou em TD e um Julio Jones que apesar de ter registo quase 100 jardas, não teve qualquer TD e pouco se viu no jogo pois as jardas acumuladas aconteceram em quase 3 jogadas. Será que a sorte que valeu várias vitórias no último segundo pode estar a esgotar-se? O calendário facílimo, ainda assim, deve permitir que a equipa de Matt Ryan, liderada por Dan Quinn, não falhe os playoffs, mas é claramente muito cedo para prever o que se segue.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!