No Huddle: NFL 2016 Week 4

João Malha 4 de Outubro de 2016 Análise Jogos NFL, NFL Comments

No Huddle: NFL 2016 Week 4

A semana começou com uma vitória com pouca história para contar dos Bengals sobre os Dolphins por 22-7. O resumo,para ser facilmente compreensível, é o seguinte: de um lado AJ Green e do outro Ryan Tannehill. Dá para ter uma ideia certo? Passemos aos jogos de domingo da Week 4.

Já no domingo, a história foi outra e muitos foram os motivos de interesse, com muitas surpresas à mistura. Os Jaguars, Saints e Bears sabem ganhar um jogo! Já os Cardinals e os Panthers, favoritos da NFC, estão com registo igual ao destas três equipas que se estrearam a ganhar na NFL 2016. E os Patriots também perdem! Parecia que isso era uma ciência oculta, mas afinal não, não há milagres todas as semanas a jogar sem QB…

Foi em Londres que o domingo começou. O primeiro dos três jogos na capital britânica, mais uma vez a receber um jogo entre equipas cuja qualidade deixa um “bocadinho” a desejar. Mas sempre é melhor do que nada. Quiçá inspirados pelos ares europeus, os Jaguars finalmente venceram um jogo. Também o adversário não era de monta, uns Colts débeis cujo talento de Andy Luck não dá para tudo. Especialmente quando a sua OL parece um passador. Vitória dos Jags por 30-27.

Uma das grandes surpresas da semana foi a derrota dos Patriots, no Foxboro, perante os Bills, por impensáveis 16-0! Os Patriots não marcaram um ponto? Isto sem QB é mais difícil, claramente, mas ainda assim. E pelos vistos é preciso levar estes Bills a sério depois de baterem dois dos favoritos ao Super Bowl, os Pats e Cardinals na semana passada. Pela primeira vez na história, os Patriots não marcaram num jogo caseiro. Afinal a dupla de irmãos mais odiada da NFL, Rex e Rob Ryan, estão a surpreender muita gente! Sol de pouca dura? As próxima semanas o dirão, mas a alteração do coordenador ofensivo após as duas derrotas iniciais parece estar a surtir efeito.

E o que dizer da prestação monstruosa de Julio Jones frente aos Panthers, na vitória dos Falcons por 48-33 sobre os vice-campões? 300 jardas de receção!! E a primeira dupla da história da NFL a fazer um registo combinado de 500 jardas de passe (Matt Ryan) e 300 de receção (Jones) num jogo. Depois de há uma semana ter tido uma só receção contra a medíocre defesa dos Saints, Jones esteve brilhante e mostrou porque é uma das maiores ameaças ofensivas do jogo. Os Falcons mostraram-se aptos para dominar a NFC South, que lideram já confortavelmente, e terão teste de fogo na próxima semana contra os campeões em Denver. Já os Panthers, parecem uma sombra da equipa de 2015, com a defesa muito mais débil, especialmente a secundária, sem Josh Norman. Este foi o primeiro teste à séria em termos defensivos e o que se pode dizer é que a unidade defensiva derreteu por completo perante Ryan e companhia. E Cam Newton ainda saiu com uma concussão…

Jogo muito equilibrado e disputado até final foi aquele onde os Raiders bateram em Baltimore os Ravens por 28-27. A primeira derrota dos homens de Harbaugh e uma clara manifestação de pujança dos Raiders que podem finalmente sonhar com um lugar nos playoffs, que lhes foge há vários anos. Michael Crabtree com três TD foi a figura, em especial por o último TD ter dado a vitória à sua equipa.

Quem também se estreou a vencer este ano foram os Bears. A equipa da Windy City venceu no Soldier Field os rivais de divisão Lions por 17-14. Duas equipas que deixam muito a desejar em termos de consistência e ambição. E que certamente ficarão no bottom 2 da NFC North. A defesa dos Bears conseguiu eliminar Marvin Jones da equação e assim deixar Matthew Stafford perdido em campo, fazendo o pior jogo de há um ano a esta parte.

Os Seahawks tiveram uma demonstração de força em Nova Iorque, perante os Jets, batendo a equipa da casa por 27-17. Russell Wilson, que esteve em dúvida por lesão, dizimou, em parceria com Jimmy Graham, a defesa dos Jets, garantindo uma importante vitória na luta que será extremamente renhida na NFC West.

Outro jogo equilibrado opôs Texans e Titans em Houston, com os homens da casa, mesmo privados da estrela JJ Watt, a levarem a melhor sobre uns Titans que não convencem. Vitória por 27-20, em mais um jogo em que os Titans acabam a dar tudo para eliminar uma desvantagem escassa.

Na capital, os Redskins venceram por 31-20. O adversário eram os Browns… tudo dito não? Kirk Cousins fez o melhor jogo do ano até ao momento, ele que tem levantando algumas dúvidas depois do excelente nível exibido em 2015. Mas repetimos, o adversário era a franquia de Cleveland. Não levantem muitas as expectativas só por este jogo…

Os campeões Broncos mantiveram o seu registo 100% vitorioso ao baterem os Buccaneers na Florida por 27-7. A defesa dos Broncos voltou a dominar o jogo, reduzindo Jameis Winston à insignificância. A notícia do jogo foi a estreia de Paxton Lynch após lesão de Trevor Siemian. O Rookie que muitos esperavam que começasse a época a titular não desiludiu e poderá tornar-se na aposta definitiva de Kubiak se continuar a este nível. O que não foi novidade foi mais uma tempestade elétrica interromper o jogo em Tampa no último quarter. Pela segunda semana consecutiva assim foi. Já faziam um estádio coberto não??

Esta foi mesmo uma semana de estreias a ganhar. Os Saints foram os últimos a consegui-lo, deixando os Browns como a única equipa só com derrotas. Mas tudo parecia indicar que a equipa de New Orleans voltaria a perder, sem surpresa, em San Diego, num jogo simbólico para Drew Brees, que 11 anos depois voltou ao estádio onde teve a carreira em risco, na grave lesão que sofreu ao serviço dos Chargers. Quanto ao jogo, a ganhar por 13 pontos com pouco menos de sete minutos no relógio para jogar, a equipa da Califórnia decidiu desatar a dar tiros nos pés e isso com Brees costuma dar mau resultado. O QB dos Saints até teve um jogo de grande mediocridade em termos estatísticos, mas chegou graças a dois fumbles e uma inteceção nas últimas três posses de bola dos Chargers, que permitiram a reviravolta para 35-34 para a franquia do Louisiana.

Também na Califórnia, os Cowboys foram a São Francisco vencer os medíocres 49ers por 24-17, em mais um jogo sem qualquer interceção de Dak Prescott. Alguém se lembra de Tony Romo? O tandem Prescott-Elliot está imparável e não fosse a derrota na abertura frente aos Giants, por uma má gestão técnica, e poderiam estar 100% vitoriosos.

A fechar o domingo de football, os Steelers voltaram ao seu melhor, dizimando por completo uma das melhores defesas da NFL, a dos Chiefs, impondo-se por claros 43-14. Le'Veon Bell voltou depois de suspensão, Big Ben fez cinco passes para TD, contra uma defesa que apenas tinha permitido dois TD nas primeiras três semanas do ano. E Antonio Brown somou mais dois TD.

A Week 4 terminou com mais uma demonstração de força da defesa dos Vikings. A equipa do norte dos EUA venceu em casa os Giants por 24-10 e continua também ela apenas com vitórias em quatro jogos. Cada vez mais os campeões constroem-se com defesas fortes e por isso os Vikes parecem poder sonhar. Mesmo sem os seus QB e RB titulares e grandes figuras ofensivas da equipa, a franquia do Wisconsin demonstra grande consistência graças a um Sam Bradford que parece finalmente estar à altura das expetativas que a maioria tinha quando chegou há alguns anos à NFL. Xavier Rhodes, CB dos Vikings, merece um destaque depois de meter no bolso Odell Beckham Jr., à imagem do que havia feito há uma semana a Kelvin Benjamin dos Panthers.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!