Preseason Game – Week 3: Vikings @ Chiefs

Paulo Pereira 26 de Agosto de 2014 Análise Jogos NFL, NFL Comments
Minnesota-Vikings-vs.-Kansas-City-Chiefs

Preseason Game – Week 3: Vikings @ Chiefs

Se a preseason tivesse um Super Bowl, os Vikings eram finalistas. Os jogos a “brincar” valem o que valem, mas não deixa de constituir um importante vitamínico emocional vencer os três encontros na pré-temporada. As exibições podem não ter sido categóricas, mas estes baby steps dados permitem acreditar, para os lados de Minneapolis, num futuro risonho, enquanto Mike Zimmer orquestra as suas tácticas e a equipa ganha mecanismos competitivos. Os triunfos, no entanto, não podem servir para mascarar o que aí vem. E o que se segue? Um início de regular season dantesco, com uma deslocação inicial à NFC West (St.Louis), uma recepção na week 2 a Brady e Cª e nova deslocação a New Orleans. A equipa dá sinais confortantes de amadurecimento, nas áreas de maior preocupação (sobretudo na secundária), mas…
Andy Reid e John Dorsey, respectivamente head coach e general manager dos Chiefs, fizeram um trabalho de sapa tremendo, em 2013, reerguendo a franquia e colocando-a nos playoffs, num ano de total makeover. Mas o preço do sucesso, muitas vezes, é elevado, e a free agency de 2014 sangrou os Chiefs abundantemente, sobretudo na OL. Se a equipa tem qualidade – e não têm todas? – a preseason mostrou que possui igualmente várias lacunas, ainda por arranjar. Teremos uma reedição da campanha do ano passado ou 2014 será um ano de ressaca em Kansas? No jogo 3 da preseason, que assistiu aos regresso de Matt Cassell a uma casa que já foi sua, os principais destaques do encontro foram:

Minnesota Vikings

1 – Quando Jared Allen, provável futuro Hall of Famer saiu, e os Vikings resolveram oferecer um chorudo contrato a Everson Griffen, até então pouco mais do que um backup, temeu-se que a pressão que era a imagem de marca da DL soçobrasse. Até ver, não existem danos colaterais na saída do mítico 69 e da titularidade de Griffen. A DL, mesmo sem a principal aquisição da free agency (Linval Joseph ainda recupera de um ferimento de bala obtido num clube nocturno) tem sido disruptiva e, neste jogo, nunca deixou a OL dos Chiefs descansada, obtendo 3 sacks sobre Alex Smith, mais um punhado de hits e pressures. Brian Robinson e Griffen formaram uma sólida parelha, bastante pressionante, e Anthony Barr continua a fazer jogadas, tendo defendido um passe numa blitz. A parte brilhante da defesa não se limitou ao sector da frente. Na secundária, destaque para a pick de Captain Munnerlyn, na end zone, salvando um TD que parecia certo, ao manter a cobertura sobre o seu receiver. Munnerlyn mostrou, nesse lance, o quão importante pode ser para um sector que era o calcanhar de Aquiles, no ano passado.

2 – O corpo de linebackers ainda não se encontrou, na totalidade. O que se pede, nos dias de hoje, aos integrantes da unidade, não é fácil. Entre defender a corrida, perseguir tight ends nas zonas interiores e ser hábil na coverage, o protótipo de linebacker tem que ser um atleta quase perfeito e isento de falhas. Se existe algo claro a apontar, como defeito a este grupo, são as evidentes dificuldades que os seus integrantes têm na cobertura do passe. Mesmo sem defrontarem Jamaal Charles, a unidade de LBs cedeu sempre demasiado espaço aos receivers, com um único momento alto: a intercepção de Chad Greenway.

3 – Matt Cassel e Teddy Bridgewater voltaram a mostrar que, no que concerne aos quarterbacks, os Vikings estão bem e recomendam-se. Cassel teve alguns óptimos apontamentos, sobretudo no magistral passe para o TD de Cordarrelle Patterson, mas forçou demasiado numa bomba para Jerome Simpson, que acabou interceptada. Já o rookie voltou a demonstrar uma tremenda calma e equilíbrio no pocket, resolvendo com celeridade duas drives, culminadas em TDs por Allen Reisner. Cool. But…
Há sempre um mas. A OL tem, forçosamente, que proteger melhor o seu QB, sobretudo quando falamos da OL titular e o QB é Cassel. Matt Kalil foi batido por Tamba Hali, que conseguiu um sack, enquanto Phil Loadholt, âncora da OL no lado direito, saiu lesionado (espera-se que não seja nada de grave). A sua ausência mostrou a fragilidade da profundidade na posição de RT, com o seu substituto, Austin Wentworth, a ser dominado facilmente e a permitir um safety.

4 – Se no quesito pass protection a OL pode – e deve – melhorar, como run blockers Adrian Peterson pode dormir descansado. O excelente trabalho feito permitiu boas corridas a Matt Asiata e, sobretudo, ao rookie Jerick McKinnon, que conseguiu 43 jardas em apenas 6 corridas. Destaque final para o belíssimo retorno de Adam Thielen, de 75 jardas, que lhe deve ter garantido um lugar no roster final. O miúdo, com boas indicações como WR, luta desesperadamente por uma posição de relevo, e as skills no special team devem ter-lhe valido isso mesmo.

Kansas City Chiefs

1 – 8 posses de bola. E o ataque titular foi incapaz de produzir uma drive consistente, que terminasse num TD. Preocupante? Não, se levarmos em linha de conta que Jamaal Charles foi poupado. E Dwayne Bowe. Sim, se repararmos que os Chiefs tiveram, por 3 vezes, na red zone, saindo de lá apenas com 3 pontos e duas INTs de Alex Smith. A preocupação adensa-se se, verificado o histórico, virmos que o ataque titular jogou globalmente nesta preseason 16 drives. E não marcou nenhum TD. Se o ataque foi o que foi, a defesa entrou desconcentrada, permitindo rápidos ganhos ao adversário, com jogadas de 31 e 53 jardas. Também aqui se pode desculpar a ineficácia com a ausência de Eric Berry, lesionado. Mas, actualmente, os Chiefs não encantam ninguém…

2 – Alex Smith faz da protecção da bola um dos fundamentos da sua carreira, protegendo-a bem e evitando erros primários. Foi assim que no ano passado, levando a equipa aos playoffs, apenas teve 7 INTs. Mas frente aos Vikings, o quarterback esteve longe do seu melhor, errando leituras de jogo e falhando clamorosamente na fase crucial do terreno. As suas duas intercepções, que impediram a marcação de pontos, resultaram de lançamentos bastante forçados.

3 – Na luta pelo spot de QB nº 3 Tyler Bray começou mal, com o seu primeiro passe a ser interceptado, mas recuperou animicamente, conduzindo a única drive para TD, com 7 passes consecutivos.  9 em 15, para 85 jardas e alguns pormenores interessantes,  numa luta mantida com Aaron Murray. Os Chiefs não manterão 4 quarterbacks (o backup de Smith é Chase Daniels), faltando saber quem será riscado nesta equação. Murray, que recupera lentamente da grave lesão contraída no College, tem potencial e Andy Reid quererá, por certo, mantê-lo debaixo de olho. Há sempre a possibilidade de transitar o jogador para a practice squad, permitindo a sua monitorização.

4 – Anthony Fasano ainda aparece na depth chart como o TE titular, mas a rápida ascensão de Travis Kelce promete mudar o status quo do veterano. Kelce tem tido um óptimo training camp, mostrando a sua utilidade no jogo de ataque e, frente aos Vikings, foi o elemento mais destacado no jogo aéreo e o único capaz de colocar desafios à defesa dos purple & gold.

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Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.