Redskins @ Cowboys: To Blitz Or Not To Blitz

Paulo Pereira 25 de Novembro de 2012 Análise Jogos NFL Comments

Washington Redskins at Dallas Cowboys

1 2 3 4 F
Washington Redskins 0 28 0 10 38
Dallas Cowboys 3 0 10 18 31

To Blitz Or Not To Blitz

O Thanksgiving Day é uma verdadeira instituição na cultura e tradição dos Estados Unidos da América. Sobre o tema, antes de entrar na revisão propriamente dita do embate divisional entre os Washington Redskins e os Dallas Cowboys, aconselho a leitura atenta do excelente artigo do Filipe sobre o assunto. Os Cowboys, uma das franquias mais populares da América, são clientes habituais das festividades do feriado. Já se sabe o que não pode faltar nesse dia: o peru, trinchado a uma mesa repleta de comensais, as sobremesas, preferencialmente carregadas de colesterol, agudizando os maus hábitos alimentares dos americanos e o futebol. Este é servido em dose tripla, criando um laço umbilical com os adeptos, mesclando o convívio familiar com as emoções do futebol americano. A equipa de Jerry Jones tinha vencido 5 dos últimos 6 embates no Thanksgiving, perdendo apenas em 2010 para os New Orleans Saints. Mas, num espicaçar da rivalidade, a maioria dos jogos disputados são contra os Redskins, numa verdadeira batalha pela supremacia da NFC East. A equipa vinda da capital jogou 8 vezes neste dia emblemático, sete delas (contando já com este encontro) contra os Cowboys. O saldo era francamente deplorável, com 6 derrotas nos anteriores encontros. Seria desta que os Redskins venceriam, agora que contam com um rookie empolgante a carregar o ataque?

Essa era apenas uma das interrogações sobre a partida. Muitas mais poderiam ser alicerçadas, sendo óbvio que o recente enfraquecimento dos Giants deixou tudo em aberto, na disputa pelo título na divisão. Os Cowboys tinham que tomar uma decisão, quando prepararam o confronto, sabendo que iriam enfrentar um quarterback de características distintas, capaz de feri-los quer com o braço quer na corrida. Por isso Rob Ryan, o coordenador ofensivo da equipa sedeada no Texas, deve ter perdido imenso tempo a analisar as implicações das várias possibilidades. Pressionar Robert Griffin III não é uma tarefa fácil. Parece um daqueles lugares-comuns, debitados de forma demagoga. Mas a realidade comprovava isso mesmo. Nos jogos anteriores, quando se enviavam extra pass-rushers, na ânsia de impedir a concretização da jogada, RG3 dilacerava a secundária, usando e abusando dos passes longos. A blitz, como arma de pressão, não criava mossa no rookie, com uma capacidade de leitura e com uma presença no pocket pouco habituais em alguém ainda tão inexperiente, no mundo profissional. As estatísticas diziam, contudo, que a melhor forma de conter a capacidade explosiva de RG3 era confiná-lo a esse mesmo pocket, mas usando o tradicional esquema standard de pass rush, com dois ou três defensive linemen a atacar a OL. Por isso, o que se deparava a Rob Ryan era uma encruzilhada. Blitz or not to blitz? O irmão de Rex Ryan, verdadeiro estratega defensivo, capaz de criar mirabolantes esquemas tácticos, de complexidade elevada, tem uma adoração pelas blitzes, adorando criar movimentos de tensão insuspeitos, ora lançando defensive backs, ora usando linebackers nesse apoio ao ataque ao passe. Qualquer lado ou ângulo em que o problema fosse analisado, a estratégia adoptada parecia sempre curta. Na semana passada os Eagles procuraram o mesmo: manter RG3 hermeticamente enclausurado no pocket, com a secundária munida de homens suficientes para fazerem face aos passes do QB. O resultado não foi bonito. RG3, efectivamente, ficou quase sempre no pocket, protegido pela sua OL, mas foi capaz de encontrar espaço para lançar em profundidade, humilhando a secundária vinda de Philadelphia. Ou seja, de forma concreta, com blitz ou sem blitz, RG3 faria estragos. Ninguém esperaria é que eles fossem tão vastos…

Do outro lado, com a equipa dos Redskins enfraquecida por sucessivas baixas (Adam Carriker e Brian Orakpo, penalizando o pass rush da equipa e Fred Davis, no ataque) tinha uma preocupação em mente. Suster os dinâmicos receivers de Dallas. A sua secundária tinha vindo a evoluir de forma satisfatória, depois do insucesso dos primeiros jogos, tendo cedido 183 jardas a AJ Green, 160 a Danny Amendola, 133 a Percy Harvin e 130 a Vincent Jackson. Nas últimas três partidas o estancamento foi notório, com o acerto na cobertura a ser uma realidade e não permitindo grande veleidade aos wide receivers contrários. A recente perda de Brandon Merryweather, o safety que se tinha estreado contra os Eagles, apenas adensou a preocupação quando ao sector. Seria Tony Romo capaz de aproveitar as fragilidades evidentes na posição do adversário, criando condições para que Dez Bryant e Miles Austin violassem a santidade daquela zona nevrálgica do terreno?

O Jogo

Na NFL não existem vitórias morais, nem se ganham créditos extra por jogar duro e de forma empenhada. Tal como em tantas outras modalidades, o combustível moral do futebol americano são as vitórias. E os Cowboys voltaram a claudicar, num jogo que se revestia de desmesurada importância, para ambas as franquias. A primeira parte da equipa de Dallas, pejada de erros, foi imprópria para consumo. A equipa tentou salvar a face, num esforço hercúleo na 2ª metade, apenas mostrando que possui qualidade, mas que continua a ser profundamente errática, apenas reagindo a desvantagens, sem rumo definido. É um resultado que coloca a NFC East ao rubro, com Redskisn e Cowboys expectantes quanto ao jogo dos Giants contra os Packers, sabendo de antemão que, independentemente do resultado aí verificado, nada ficará decidido. Daqui a 15 dias teremos um excitante Giants x Redskins, com a luta pela divisão totalmente em aberto.

Para a história fica a primeira vitória dos Redskins contra os Cowboys, no Thanksgiving Day, num espectáculo arrebatador, polvilhado de excelentes momentos que merecem ser vistos e relembrados. Do jogo saiu uma conclusão que parece óbvia. O trabalho meritório de Mike Shanahan, se merecer continuação e algumas doses de paciência, dará resultados num futuro a médio prazo. Estes Redskins acertaram em cheio no draft de 2012. Construir uma equipa em redor de RG3 não é um capricho. É antes um dever. Dêem ao rookie material humano de qualidade, à sua volta, e teremos a equipa de Washington finalmente a lutar por objectivos bem mais ambiciosos. Nos Cowboys, nada estando perdido, a temporada pode facilmente resvalar para mais um momento depressivo sob a égide de Jerry Jones. Se a equipa falhar os playoffs, muita coisa terá que ser alterada, desde o roster até à equipa técnica. Mas isso são especulações que ficarão guardadas numa gaveta, até final da competição.

1º Período

Começaram bem os Cowboys, com agressividade no front seven, limitando a estratégia do adversário. Alfred Morris foi parado, na 1ª jogada do jogo, num tackle for loss. De seguida foi RG3 a sentir enormes dificuldades perante o pass rush, sendo penalizado com um intentional grounding. Início auspicioso que continuou na drive seguinte, com Romo a liderar a jogada até ao field goal de Dan Bailey, de 30 jardas. Foi a única movimentação no marcador, no 1º período.

2º Período

Que melhor forma de iniciar o 2º período do que com um touchdown, resultante duma jogada empolgante? Ainda no seu meio-campo, Robert Griffin III usou o poder do seu braço, enviando uma bomba que sobrevoou metade do campo, aterrando depois docilmente em Aldrick Robinson. Este, um receiver com velocidade de ponta, tinha-se distanciado com facilidade de Brandon Carr e fez o que lhe competia. Receber a bola e coloca-la na endzone. Big play de 68 jardas e os Redskins na frente do marcador. Os Cowboys procuraram reagir, desenvolvendo uma jogada que parecia ter sucesso. Contudo, num passe de Romo para Bryant, este sofreu um tackle de Josh Wilson e perdeu a bola, recuperada por DeJon Gomes. Primeiro turnover da partida, rapidamente capitalizado em pontos pelos Redskins.
Com o binómio corrida/passe a resultar, com pequenos mas instrumentais ganhos, a equipa de Washington estendeu a jogada, finalizando-a numa pequena corrida de Alfred Morris, de 1 jarda. Antes do TD, destaque merecido para a bela recepção de Pierre Garçon, num movimento atlético em que recebeu a bola (lançada demasiado alta), no meio de dois defensores, para um ganho de 19 jardas. Os Redskins aumentavam a vantagem, liderando por 14-3.

Os Cowboys fizeram um 3-and-out, dando a bola novamente ao opositor. RG3 iniciou a drive sofrendo um sack de Anthony Spencer, mas rapidamente implementou um ritmo forte, terminando rapidamente a drive, noutra big play. Passe para o meio, para Pierre Garçon, e o wide receiver a dizer literalmente adeus a todos os adversários, usando uma velocidade estonteante para marcar o TD. Jogada de 59 jardas e o marcador a ameaçar um shootout. 21-3
Num período repleto de emoção e momentos empolgantes, a acção não tinha ainda terminado. Tony Romo esteve no epicentro do 2º turnover de Dallas, sendo interceptado por DeAngelo Hall, na linha de meio-campo, quando estava coagido pelo pouco tempo que faltava para o intervalo. Dádiva novamente aproveitada pelos Redskins, pese novo sack sofrido por RG3. Com Alfred Morris a fazer o trabalho de sapa, o quarterback de Washington finalizou com classe a jogada, num passe em espiral para o canto da endzone, onde Santana Moss se sobrepôs a Brandon Carr.

3º Período

A esperada e necessária reacção dos Cowboys esbarrou nas últimas 15 jardas, obrigando à marcação de um FG. Dan Bailey não falhou, num fácil pontapé de 33 jardas. A drive, até aí, foi integralmente feita no passe, com Romo a usar vários alvos com sucesso. Jason Witten, Dwayne Harris, Cole Beasley e até Felix Jones. Com a redução mínima no marcador, agora em 28-6, era necessário que a defesa começasse a ser mais interventiva. E a unidade gerida por Rob Ryan, com várias baixas importantes, soube estar à altura das expectativas, nesta fase, rapidamente anulando as investidas contrárias. Foi apenas no final do período que voltou a existir alteração no resultado, em nova jogada espantosa. A conexão Romo-Bryant foi excelente, com um curto passe do QB a ser apanhado pelo receiver, que se escapuliu ao marcador e galgou mais de 70 jardas num sprint vigoroso. Momento espantoso, que galvanizou a equipa. 28-13.

4º Período

Balde de água fria no entusiasmo que começava a fermentar no estádio. Drive cirúrgica dos Redskins, iniciada numa bela corrida de 15 jardas de Alfred Morris e culminada em novo passe mágico de RG3 para Niles Paul. 35-15 e muitos a pensarem que o jogo tinha terminado. Mas não. Ainda havia mais a ser servido aos espectadores. Em apenas 2 minutos e meio Romo colocou a equipa junto à endzone adversária. Novamente com a equipa manca no jogo corrido, Tony Romo foi obrigado a trabalho aturado, abrindo completamente o ataque. Cole Beasley, um rookie baixo mas irreverente, foi importante na jogada, com várias recepções que ajudaram a equipa. O TD que reduziu distâncias foi marcado por Felix Jones, num passe de 10 jardas de Romo.

O TD de Felix Jones, dando esperanças de recuperação aos Cowboys

O TD de Felix Jones, dando esperanças de recuperação aos Cowboys
Fonte da Imagem: Matt Strasen/AP Photo

Numa acção non stop, veio o único erro de RG3 no jogo, num passe interceptado por Charlie Peprah, rapidamente aproveitado por Romo para marcar novo TD, num passe para Dez Bryant. Num ápice os Cowboys tinham reduzido a gorda vantagem do adversário a um mero parcial. Tudo ainda era possível. Mas os Redskins, pressionado, foram maduros e inteligentes, conseguindo vários primeiros downs relevantes, esgotando o tempo de jogo. Kai Forbath, chamado a intervir, marcou um FG de 48 jardas, sentenciando o encontro. Dan Bailey ainda reduziu, num belo pontapé de 51 jardas, mas já era demasiado tarde para os Cowboys. NFC East ao rubro!

As Nossas Escolhas

MVP: Robert.Griffin.III. Também conhecido por RG3. O que é que se pode dizer mais dum miúdo que tem maravilhado? O que se pode acrescentar a centenas e centenas de análises, onde o seu trabalho e qualidade são dissecados, ao mais ínfimo pormenor? Nada. Resta apenas dizer que é uma sorte poder ver, semana após semana, os seus jogos e ficar encantado com a sua habilidade. Sorte dos Redskins que, apostando alto no draft, conseguem algo raro num desporto tão competitivo. Um verdadeiro diamante, praticamente lapidado, em redor do qual se podem construir rosters candidatos ao Super Bowl. Neste jogo, perante audiências televisivas enormes, RG3 foi espantoso. Nem lhe destaco os passes precisos, a capacidade de fugir à pressão da defesa, a imperturbabilidade no pocket, as bombas para o fundo de campo. É sobre períodos de tensão que se vê a capacidade de liderança de alguém. Nesse capítulo, RG3 passou o teste, com uma nota elevadíssima. No 4º período, quando os Cowboys ameaçavam a liderança no marcador, reduzindo a distância de 25 para 7 pontos, RG3 conduziu uma drive cirúrgica, obtendo 3 primeiros downs importantes, reduzindo tempo precioso no cronómetro. Ele mostrou igualmente que é humano, capaz de cometer alguns pecados, como a intercepção que catapultou a reacção do adversário, mas apresenta um nível de maturidade, aos 23 anos, que o tornará uma referência futura. Tem escrito futuro Hall of Famer em todo o lado…

Protagonista do jogo, jogador empolgante, RG3 é o MVP da partida

Protagonista do jogo, jogador empolgante, RG3 é o MVP da partida
Fonte da Imagem: Tim Sharp(AP Photo

Positivo: Nos Cowboys, Dez Bryant. O wide receiver é irreverente e algo inconstante, mas possui aquela centelha de dinamismo e qualidade que o tornam uma arma letal. Felino e extremamente veloz, foi o rosto da revolta dos Cowboys, na 2ª metade, conseguindo marcar dois touchdowns, num esforço de 145 jardas. Tem apenas que elevar os níveis de concentração, evitando cometer penalidades, como as duas false starts com que foi creditado. Também os rookies Cole Beasley e Dwayne Harris conseguiram produzir de forma consistente, assumindo-se como refrescantes alvos para Romo. Beasley, que na preseason tinha dado boas indicações mas que depois entrou numa espiral de insegurança, querendo abandonar o futebol, conseguiu aparecer como slot receiver, dando um alvo confiável no meio do campo e em zonas habitualmente congestionadas. Tem um dos highlights do jogo, com uma recepção em corrida apenas com uma das mãos.

Na defesa sobressaiu um dos mais underrated linebackers da liga. Vivendo à sombra do mediatismo de DeMarcus Ware, Anthony Spencer nem sempre tem o crédito merecido. Realizou um jogo intenso, nunca dando descanso à OL, colecionando 2 sacks e uma quantidade absurda de hurries. Contra a corrida foi o de sempre: um jogador competente, com um par de stops fundamentais.

Nos Redskins, para além de RG3, MVP do jogo, os destaques foram muitos. Desde o grupo de wide receivers, que conseguiu ser o apêndice necessário ao brilhantismo do quarterback, passando pelo kicker, o triunfo premeia um esforço colectivo que merece ser elogiado. Pierre Garçon, que perdeu vários jogos por lesão no pé, deu mostras de merecer o chorudo contrato com que foi presenteado, no mercado de free agents. Extremamente rápido e dono dum par de mãos seguras, o ex-Saints colocou a cabeça em água à secundária contrária. Brilhante no lance do seu TD, numa slant em que consegue receber um passe demasiado alto de RG3 e escapulir-se a uma dupla marcação, passando por outras intervenções, Garçon foi explosivo. Aldrick Robinson começa a ser um caso sério. Mesmo não sendo muito participativo no jogo, consegue fazer render os seus snaps. Ameaça de fundo de campo, tinha-se revelado mortífero contra os Eagles, ludibriando a secundária. Numa jogada tirada a papel químico, fez o mesmo neste jogo, aparecendo claramente distanciado do seu marcador directo e recebendo uma bomba de RG3. Santana Moss e Leonard Hankerson deram também o seu contributo, com o veterano a marcar um TD, na end zone, revelando um apurado sentido de finalização.

Momento crucial no encontro. Kai Forbath marca, a 48 jardas, e sentenceia o jogo

Momento crucial no encontro. Kai Forbath marca, a 48 jardas, e sentenceia o jogo
Fonte da Imagem: Matt Strasen/AP Photo

Kai Forbath, mais um kicker novato (se bem que, neste caso, tenha experiência no campeonato canadiado) foi frio e preciso, numa altura determinante, marcando um field goal de 48 jardas e colocando, a menos de 3 minutos do final da contenda, um ponto final na recuperação encetada pelos Cowboys. Se RG3 merece crédito, neste seu ano rookie, o que dizer do running back Alfred Morris? Mais um jogo excelente, passando das 100 jardas, criando as condições necessárias para a equipa não depender em exclusivo do seu quarterback. O rookie tem sido uma das revelações do ano, instrumental na boa prestação do ataque.

DeAngelo Hall, na defesa, sobressaiu, limitando a poucas jardas os receivers que marcava. Conseguiu uma intercepção crucial, no 2º período, que levou a um TD de Santana Moss. Sempre atento, foi voluntarioso na secundária, tapando todos os caminhos possíveis, levando Tony Romo a preferir lançar para o lado oposto, abusando de Josh Wilson. A única mancha na exibição de Hall foi a altercação que teve com Dez Bryant, a quem esmurrou no capacete, gesto intempestivo que não provocou consequências.

Negativo: Nos Cowboys todos deviam ser penalizados, depois da paupérrima primeira parte, que afundou a equipa. Os sonoros apupos com que foram brindados, pelos próprios fãs, enquanto os jogadores se dirigiam para os balneários, é bem elucidativo da pobreza franciscana da equipa, que permitiu um avanço no marcador ao adversário que se revelou crucial. Danny McCray teve uma noite para esquecer. Ele, juntamente com Brandon Carr, deixaram Aldrick Robinson receber e correr para um touchdown, numa big play de 68 jardas. Depois, quando o comeback parecia ser uma realidade, com os Redskins apenas a um parcial de distância, McCray falhou um tackle fácil, em open field, permitindo que Leonard Hankerson conseguisse o primeiro down. A jogada foi determinante, dado que os segundos se esvaiam rapidamente no relógio. Brandon Carr também merece uma nota de culpa, por estar intimamente ligado a vários scores do adversário. Falhou na cobertura a Aldrick, no primeiro TD, escorregou no touchdown de Pierre Garçon, permitindo que este recebesse a bola a capitalizasse na fuga e, finalmente, foi batido por Santana Moss, na endzone, que conseguiu ludibriar a marcação para receber a bola de RG3.

A imagem da impotência, depois de mais um jogo repleto de bons passes e péssimas decisões

A imagem da impotência, depois de mais um jogo repleto de bons passes e péssimas decisões
Fonte da Imagem: Tim Sharp/AP Photo

Tony Romo tem uma alcunha, em alguns fóruns, que se adequa ao seu comportamento. Romocoaster, aludindo à verdadeira montanha-russa exibicional que são os seus jogos. Romo tem uma capacidade fantástica, como provou mais uma vez neste encontro, capaz de fazer passes magníficos, quer em profundidade, quer em pequenas janelas de oportunidade. O problema é a sua irregularidade, que o leva a cometer erros primários e frustrantes. É uma espécie de Jekyll & Hyde, nunca se sabendo quem subirá ao terreno de jogo.

Pese a vitória, os Redskins não estão isentos de erros. A secundária, um dos sectores de risco da equipa, voltou a claudicar na cobertura, com Josh Wilson a falhar rotundamente na marcação a Dez Bryant. Culpado primário nos dois touchdowns, Wilson nunca encontrou a forma correcta de parar o receiver de Dallas. Trent Williams, o left tackle, também não escapa ileso aos reparos. Se, por um lado, não concedeu nenhum sack, isso deveu-se essencialmente à mobilidade de RG3. No entanto, foi demasiado permissivo, passando por dificuldades no jogo todo, tentando suster o pass rush.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.