Saints @ Broncos: Sem Brees, Nem Os Saints Ajudam!

Filipe Nunes 7 de Novembro de 2012 Análise Jogos NFL Comments

New Orleans Saints at Denver Broncos

1 2 3 4 F
New Orleans Saints 0 7 0 7 14
Denver Broncos 7 10 7 10 34

Sem Brees, Nem Os Saints Ajudam!

Os Denver Broncos este domingo receberam em sua casa os New Orleans Saints, para um duelo que prometia abalar todos os adeptos do Futebol Americano, colocando de novo frente-a-frente dois dos maiores quarterbacks de sempre da NFL. Peyton Manning enfrenta a equipa que em 2010 lhe roubou a possibilidade de reivindicar pela segunda vez o título no Super Bowl, na altura ainda com o emblema da equipa de Indianapolis ao peito. Mas agora o uniforme é outro, os jogadores são novos, a margem para erro é escassa, frente a Drew Brees a história vai ser diferente. Do outro lado, Drew Brees lidera uma equipa frustrada com os fracos resultados desta época, e que acumula todo um rol de situações que denegriram o gigantesco nome da equipa de Nova Orleães, mas que ganham forças para enfrentar qualquer adversário depois de duas vitórias consecutivas.

Um hipotético triunfo dos Denver Broncos traduz-se num primeiro lugar garantido aos comandos da AFC Oeste. Este é um confortável lugar que quase assegura uma presença nos playoffs, sobretudo com um calendário um pouco mais “acessível” daqui em diante, abstraindo como é óbvio a passagem por Baltimore e a receção a Cincinnati. Por outro lado, uma hipotética vitória dos Broncos é algo aterrador para os New Orleans Saints. A fuga dos Atlanta Falcons, faz dos Tampa Bay Buccaneers os seus concorrentes mais próximos para o lugar que sobra na corrida aos playoffs, mas a equipa de Josh Freeman e Doug Martin está para ficar até ao fim nesta incessável batalha.

Tempo ainda para uma pequena curiosidade, pois provavelmente este será o ultimo jogo entre Brees e Manning. Caso os dois não se encontrem numa Super Bowl, o próximo encontro entre Saints e Broncos está agendado para daqui a 4 épocas, demasiado tempo para a permanência de Manning na NFL.

Brees a caminho da batalha

Brees a caminho da batalha
Fonte da Imagem: Harry How/Getty Images

O Jogo

Falava-se antes deste jogo num provável inferno que a secondary dos Denver Broncos iria ter de provar, visto que enfrentava a equipa que lidera a NFL em jardas no que toca ao jogo de pass. Contudo quem passou mal neste jogo foi o próprio Brees, que ou atirou a bola demasiado alta ou demasiado baixa ou à frente ou atrás do alvo. À “tanja” consegue metade do total dos seus passes com sucesso (22/42). Mas os seus receivers não estiveram muito melhor com os seus pass dropped, realçando J. Graham e M. Colston que só conseguiram metade das receções com sucesso em bolas a eles dirigidas (5/10 a ambos). E como o game pass de Brees não é eficaz, nem vamos sequer considerar o rush game desta equipa para vencer jogos pois é o pior da liga a nível de estatísticas, e não demonstra melhoras.

Desde o início do jogo que os Denver Broncos se mostraram aptos para conduzir o marcador. Com um excelente rush game como complemento ao pass game praticado por Manning, os Broncos estiveram sempre por cima do resultado. P. Manning a comprovar que está em boa forma, ultrapassando uma vez mais a barreira das 300 jardas e com uma percentagem de passes completos em mais de 70%. A cumplicidade patenteada entre ele e os seus receivers desmantelou por completo a secondary dos Saints, que com 3 passes touchdown concedidos, viram na vitória uma autêntica ilusão. Mas se o jogo aéreo e corrido dos Denver Broncos foi um sucesso frente aos New Orleans Saints, outros jogadores contribuíram para o processo. Estamos obviamente a falar do left tackle Ryan Clady, numa brilhante performance, que não deixa colapsar o pocket de Manning, e também um ótimo esforço em cavar holes, que tanto foram imprescindíveis para a imposição do jogo corrido da sua equipa.

1º Período

Os primeiros dois drives de cada equipa foram muito curtos, com vários drop passes por ambos os quarterbacks, culminando as jogadas em punts.
Depois de um importante tackle protagonizado por Von Miller, que sentenciou o segundo drive para os Saints, a ofensiva dos Broncos toma conta do relvado concentrados em cumprir a sua principal tarefa, pontuar. O drive é moldado pelas jogadas corridas de W.McGahee, que curiosamente atinge a linha de 1jarda, depois de uma jogada de passe por ele protagonizada. O mesmo coloca fim a este drive com um rush touchdown de 1 jarda.

Os Broncos terminam este quarto por cima do resultado. Mas quem leva a posse de bola para o 2º quarto são os Saints, que se encontram num drive quente, sobretudo quando recuperam a bola depois de um fumble de McGahee

2º Período

Rápido pass de Brees para Sproles, que se converte um belo touchdown pass de quase 30 jardas, por parte deste running back. Com o intuito de deixar uma resposta, os Broncos assumem o jogo. Cedem a bola precocemente aos adversários, depois de uma tentativa de conversão de um 3º down, frustrada pelo mérito da defensiva contrária.

Vilma #51, neste jogo intervindo em 85% dos snaps

Vilma #51, neste jogo intervindo em 85% dos snaps
Fonte da Imagem: Jack Dempsey/Associated Press

Denver está agora à mercê da ofensiva dos New Orleans, que veem a sua oportunidade de tomar a liderança do desafio. A ânsia de ir para a frente no marcador é tal que os Saints caem no erro de num 4 down e 2 jardas, em vez de devolverem a bola aos Broncos, tentam alcançar a curta distância até ao 1º down através de um passe. Decisão totalmente errada pois para além de falhar o 1º down, a bola é interceptada pelos adversários, que conquistam assim um turnover. Manning e os seus discípulos ganham um novo esplendor. O seu segundo drive neste quarto é inaugurado, com uma explosiva receção de 34 jardas por parte de D. Thomas. Pouco depois tem lugar o previsível TD. Decker arruma com o cornerback encarregue de o parar, conseguindo uma fácil desmarcação, para um fácil touchdown. O tempo chega ao fim, os Broncos vão para intervalo numa confortável vantagem de 10 pontos.

3º Período

A segunda metade arranca, e quem goza da posse de bola são os Denver Broncos. O drive inaugural culmina num passe TD de 1 jarda para D. Thomas. Este drive demonstra a fluidez ofensiva por parte da equipa da casa, que facilmente foram progredindo no terreno, e se sobreporão à defensiva de Vilma e companhia. O restante tempo neste quarto fora destinado às tentativas ineficazes, de ambas as equipas em colocar números no quadro de pontuações.

4º Período

Inicia-se o último período com os Broncos bem dentro da red zone defendida pelos Saints. Um passe para TD de E. Decker, esmaga por completo a minúscula esperança restante aos Saints em virarem o resultado.

Com o jogo já entregue os adversários os Saints e Brees, partem agora para aquele que seria o seu último drive, e também o seu melhor de todo o jogo. Liderados pelo seu QB, passe após passe, os Saints entram através de J. Graham, finalmente na tão cobiçada linha final para um último TD. Uma jogada altamente motivadora, mas tardia. Os Saints seguem para Nova Orleães com uma pesada derrota a pairar sobre eles, e um terceiro lugar na sua divisão.

As Nossas Escolhas

MVP: A nossa escolha é pouco estrondosa, mas necessária. Não consideramos o jogador mais valioso, mas sim os jogadores que constituem a offensive line (OL) dos Denver Broncos. Sem um único sack cedido à defensive line dos Saints, e com um incrível esforço em abrir espaço para o sucesso do rush game da sua equipa, consideramos estes Homens os MVP do jogo. Não arredaram pé, e repeliram vezes sem conta as vagas de Lofton e da sua DL, que bem tentavam colocar as mãos em Peyton. É inconfundivelmente um caso onde o singular faz o coletivo. Prestações como as de R.Clady, O.Franklin e o antigo center dos New England Patriots D. Koppen, são fundamentais, dar tempo a um quarterback como Peyton para fazer todo o seu jogo de pass, na NFL vale ouro.

Offensive Line dos Denver Broncos

Offensive Line dos Denver Broncos
Fonte da Imagem: AP

Positivo: A dupla Manning-Thomas, que juntos abalaram toda a secondary dos Saints, com o jogo aéreo de ambos. Parar D.Thomas era um dos fulcrais objetivos da equipa visitante, mas não dar resposta as receções do número 88.

Correr para ganhar… Os Denver Broncos conseguiram frente aos Saints mais de 200 jardas corridas, que conjugado com as 300 jardas de passe, assolam qualquer equipa. De destacar os movimentos de McGahee, onde frequentemente iniciou a sua corrida focalizado numa única direção, os defensores posicionavam-se nessa trajetória, e caiam na sua armadilha pois ele cortava o seu movimento para um outro sentido, conquistando grandes ganhos no terreno.

Negativo: A defensiva dos Saints bateu no fundo, ao ceder um total de 530 jardas aos Broncos. Cravando bem o seu lugar no último posto da liga, no que diz respeito ao total de jardas cedidas por jogo, este é nitidamente o reflexo de uma equipa que não obtém resultados, pois não se pode esperar que só o desempenho da ofensiva chegue para produzir vitorias.
Para além de não conseguirem colocar as mãos em cima de Manning, não conseguiram igualmente criar pressão a este QB. Aliás quando Manning se encontrava sobre pressão, conseguiu um total de 50% de passes realizados.

A secondary dos New Orleans Saints, não esteve também muito melhor, com os seus passes permitidos. Em particular P.Robinson, que sempre que a bola levava a direção de D.Thomas, este ficava “as aranhas”.

Drew Brees esteve irreconhecível neste jogo, com metade dos seus passes fracassados. Ele e a sua equipa lideram o ranking da NFL no que diz respeito ao total de jardas por passe, mas neste jogo estiveram aquém desse registo. Brees e os seus receivers enfrentaram uma secondary, totalmente focada em destruir o seu pass game. Liderando a secondary dos Broncos, C. Bailey e seus colegas de equipa, em nada facilitaram as ações dos receivers dos Saints, algo elementar para o sucesso da equipa da casa.

About The Author

Filipe Nunes

Foi em 2009 que vi o meu primeiro jogo de Futebol Americano. O jogo opunha Eagles aos Giants. Muito rapidamente fiquei fã do Tackle, do Quarterback, do Touchdown e do Running Back. Cresceu também a minha grande admiração pela cultura Norte Americana, onde o desporto é visto como parte integrante da sua tradição, e um grandioso espetáculo. Nunca tive com quem partilhar esta minha paixão, até que encontrei esta Grande Comunidade, que complementa o meu vício pelo Jogo. Sou fã dos Patriots e dos Cowboys. Para além da NFL sigo sempre ao Sábado o College Football, sendo fã das equipas Michigan Wolverines, Oregon Ducks e Notre Dame.