College Football 2014: Week 5 Review
Week 5 já é passado e estamos quase, quase, a chegar a meio da regular season, adensando a importância dos resultados. Ainda falta muito, numa competição totalmente aberta e sem favorito ainda declarado. No que falta, uma mão-cheia de jogos permitirá clarificar a questão principal que rodeia o College: quem serão os 4 eleitos para o playoff inaugural? Para a semana, teremos um Alabama versus Ole Miss. Não sendo crucial, permitirá pelo menos saber em que real ponto está a equipa de Nick Saban, o habitual papão que aterroriza os sonhos de muita gente.
O Jogo da Semana
Arizona State, 27 vs UCLA, 62
Quando o calendário colocou frente-a-frente o nº 15 do ranking (Arizona) e o nº 11 (UCLA), julgava-se que teríamos um confronto equilibrado, intenso e cheio de emoção. Num embate da PAC-12, a supremacia divisional era a cereja no topo do bolo. Os Bruins eram apontados como favoritos, tendo Brett Hundley como o cabeça de cartaz num roster talentoso. Mas as últimas exibições da equipa californiana tinham deixado antever alguma fragilidade defensiva e exibições menos consistentes do seu quarterback. Mas, numa união inesperada entre Hundley e Ishmael Adams (defensive back), Arizona State foi varrida do mapa. Se Hundley soube ser preciso e mortífero, punindo a secundária contrária, Ishmael detonou o que restava da resistência com dois retornos assombrosos. O primeiro, logo após o intervalo, num punt return de 98 jardas. Depois, de forma imparável, num kickoff return de 100 jardas, no 3º período, colocando um ponto final na expectativa quanto ao vencedor. UCLA segue invicta e afasta, talvez definitivamente, o criticismo que se vinha abatendo sobre a universidade. Nos 3 primeiros jogos, os Bruins venceram os seus rivais (nenhum no top-25) por um total de…18 pontos. A resposta, de forma empática, veio agora. 582 jardas no ataque e 62 pontos marcados, o maior número de pontos na história de 55 anos do estádio de Arizona State. Destaques ainda para a excelente prestação de Paul Perkins, que revitalizou o jogo corrido de UCLA (14 corridas, 137 jardas) e Jordan Payton, receiver com prestação notável (5 recepções, 151 jardas e 2 TDs).
Texas A&M, 35 vs Arkansas, 28
What.A.Game! A equipa de Bret Bielema deu uma réplica tremenda aos Aggies, tornando o jogo num duelo de resultado imprevisível. Num daqueles confrontos que mostra bem o que é a SEC, em relação ao resto, os Aggies deram nova mostra de maturidade e resiliência, ultrapassando um novo opositor de valor rumo aos playoffs. Depois de na 1ª ronda a equipa de Kevin Sumlin ter vencido, de forma categórica, South Carolina, no embate deste fim-de-semana a reacção no 4º período foi espantosa. Liderados por Kenny Hill (com menos acerto no passe, mas liderando a revolta, com 386 jardas e 4 TDs), os Aggies recuperaram os 14 pontos de atraso, quando faltavam doze minutos para o final. Com Johnny Manziel na sideline, os seus antigos companheiros quiseram presentear a lenda da universidade com uma reviravolta épica. Kenny Hill conectou-se com Edward Pope para um TD de 86 jardas e, depois, com Josh Reynolds para novo score de 59 jardas, empatando a contenda. Com a defesa depois a forçar um 3-and-out, Texas A&M tem uma drive final cirúrgica, retirando tempo do cronómetro e avançando no terreno, finalizando com novo TD, já sem possibilidade do adversário ripostar.
O Quarterback da Semana
Brett Hundley, superstar, destinado ao estrelato. Apontado, desde o início da temporada, como um forte candidato ao Heisman, o quarterback ainda não tinha encantado. Ainda. Guardou a sua melhor exibição para um apetecível embate divisional, desbaratando a defesa de Arizona State, mostrando uma qualidade acima da média no pocket (18 em 23, 355 jardas e 4 TDs), usando a corrida de forma cirúrgica, sempre como suporte do passe e não como escape. Nesse complemento, Hundley mostrou ser uma dual-threat mortífera, com 8 corridas para72 jardas e 1 TD.
Menção Honrosa da Semana
J.T.Barrett, Ohio State. O redshirt freshman tem crescido depressa, não fraquejando na difícil tarefa de substituir Braxton Miller. Contra Cincinnati, no que se previa um duelo tremendo pelo ar (Gunner Kiel, a contraparte de Cincy, tem um dos braços mais potentes da nação), Barrett mostrou o caminho do triunfo, provando ser o líder requerido. No 50-28 final, Barrett finalizou com 26 em 36, 330 jardas e 4 passes para touchdown, acrescentando ainda mais 79 jardas no solo. Um miúdo a acompanhar…
O Running Back da Semana
Todd Gurley é humano? Que exibição do jogador de Georgia, na difícil vitória sobre Tennessee, levando literalmente às costas os Bulldogs para um precioso triunfo, que mantém a universidade na rota do título na divisão. Com Hutson Mason a demonstrar enormes dificuldades no passe (apenas 147 jardas e 2 intercepções), coube a Gurley dar mais uma demonstração cabal das suas qualidades, empurrando a equipa para a vitória, com corridas soberbas (algumas incluíram saltar sobre os defensores). Num apertado 35-32, quanto pesam na balança final as 208 jardas e os 2 touchdowns conseguidos pelo running back?
Menção Honrosa da Semana
Tantos que podiam preencher este espaço, que torna difícil a tarefa de quem analisa. Lanço para discussão 3 nomes, já sobejamente conhecidos por quem acompanha as aventuras semanais do College. Ameer Abdullah, running back de Nebraska, dispensa apresentações. É, hoje em dia, quase a única arma da equipa, que não tem pejo em usá-lo até à exaustão. Contra Illinois (vitória por 45-14), foram mais 22 corridas, 208 jardas e 3 TDs.
Se Abdullah é a arma mais preciosa de Nebraska, o que dizer de David Cobb, em Minnesota? Neste caso, Cobb é um “cavalo de trabalho”, usado vezes sem fim, ajudando a camuflar a fragilidade no jogo de passe. Na difícil e importante vitória contra Michigan, fora de portas, Cobb destroçou a defesa dos Wolverines, correndo 32 vezes, para 183 jardas, mostrando ainda que pode ser letal fora do backfield, em 3 recepções para mais 50 jardas.
Finalmente, Melvin Gordon, a principal estrela de Wisconsin, foi crucial na vitória contra South Carolina (27-10), com 32 corridas (o máximo na sua carreira), 181 jardas (131 delas vindas na 2ª metade) e 2 TDs.
O Wide Receiver da Semana
Nelson Spruce, Colorodo. Não. Não é gralha. Nem sequer repetição da semana passada. Nem estou apaixonado pelo jogador, se bem que esta última parte não soe totalmente verdadeira. Spruce. Este miúdo tem tudo para ser um caso aparte. O embate desta semana, contra California, foi tremendo. Um daqueles que nos deixa siderados no sofá, indiferentes ao tempo a passar, presos no que se passa dentro de campo. Num jogo com big plays a sucederem-se, de forma regular, e com dois prolongamentos, Spruce foi um monstro, aparecendo sempre a receber os passes de Liufau. Foram 19. Dezanove vezes em que ele, no slot, outside ou na red zone, ludibriou marcações (algumas duplas) para aparecer e corresponder ao passe. No final, mesmo derrotado (essa é a sina habitual de quem joga nos Buffaloes), adicionou mais 176 jardas ao seu pecúlio da época e 3 TDs.
Menção Honrosa da Semana
Não é que Baylor suspirasse por ele, mas recebeu-o de braços abertos. Falo de quem? Corey Coleman, que fez contra Iowa State o seu primeiro jogo na temporada, mostrou que pode dotar o ataque dos Bears duma explosividade única. Foram 12 recepções, 154 jardas e um touchdown.
O Jogador Revelação da Semana
Espero que tenham espaço no vosso caderno ou na memória interna. Trago-vos 3 nomes de quem merece, nas semanas mais próximas, ser acompanhado de perto.
1– Sefo Liufau
QB de Colorado. Liufau, sophomore, começou a temporada a dar boas indicações, não se coibindo de lançar (muito), procurando capitalizar a presença no ataque de Nelson Spruce. O jogador, com 6’4’’ e 230 libras de peso, não teme as investidas dos pass rushers, nem limita a sua presença ao pocket. Esta semana, travou um duelo particular com o QB de Califórnia, quase como se dessa batalha se decidisse o futuro da competição. Liufau lançou uma enormidade de 67 passes, acertando 46, para 449 jardas, 7 touchdowns e apenas uma intercepção. No solo foi o elemento mais perigoso, conseguindo 72 jardas em apenas 10 corridas.
2– Jared Goff
Se Liufau lançou 7 TDs, eu também posso lançar, pensou Jared Goff, o QB de Cal. Num jogo emocionante, vencido pelos californianos por 59-56, em duplo prolongamento, os números de Goff são elucidativos. 23 em 41, 449 jardas (curiosamente, o mesmo número de Liufau), 7 TDs e…1 INT. Almas gémeas ou uma nova rivalidade que acabou de despontar?
3– Gunner Kiel
QB de Cincinnati. Kiel tem já, na sua curta carreira, uma vida atribulada. Estrela no high school, comprometeu-se sucessivamente com a universidade de Indiana e LSU até, finalmente, optar por…Notre Dame. 2012 não lhe correu de feição, com a depth chart dos Fighting Irish a não ser meiga para as pretensões do jogador. Forçado a ver os jogos da bancada, num grupo de QBs em que existiam Everett Golson, Tommy Reed e Andrew Hendrix, Kiel resolveu dar um passo atrás para, depois, conseguir dois para a frente. Optou por sair do programa escolar de Notre Dame e foi para Cincinnati. Fez a sua estreia, finalmente, este ano, deixando água na boca aos fãs dos Bears quando lançou 6 TDs contra Toledo. No embate deste fim-de-semana, contra Ohio, Kiel pode ter sido impotente para evitar a derrota, mas não lhe apontam falhas nem culpas no desfecho. Possuidor de um braço potente, Kiel manteve até onde pode a equipa na luta pelo triunfo, terminando com um 21/32, 352 jardas e 4 TDs.
O Momento Twilight Zone da Semana
Mais do que escrever qualquer coisa, é um deleite vê-la. Em todo o seu esplendor. Um truque de Houdini. Um lance genial e fisicamente impossível de repetir. Situando a acção: Florida State passava por horrores, contra North Carolina State. Jacoby Brissett, QB de NC State, com um óptimo início de época, fez isto