O Fenómeno das Cheerleaders
Todos os fãs de Futebol Americano são exigentes! São exigentes com a sua equipa, com os esforços dos jogadores, com o exaustivo trabalho de preparação antes dos jogos, com todo o espectáculo montado para ele e, claro, como não poderia deixar de ser, exigente com os tempos de paragem do jogo. Altura em que aparecem as tão famosas cheerleaders. Mas, de onde vem toda esta cultura de animação, de utilização da dança para animar a audiência de um estádio? E o que é ao certo, toda esta cultura? Será exercício ou arte?
O cheerleading é considerado uma actividade física baseado em rotinas, que podem demorar entre um a três minutos. Estas rotinas podem conter dança, saltos, gritos conjuntos e são realizadas directamente para a audiência com o intuito de impulsionar os fãs a puxarem pelas suas equipas favoritas. Também estão intimamente ligadas à exaltação sexual das mulheres, principalmente nos Estados Unidos da América.
Ao contrário do que se possa pensar, o cheerleading começou por ser uma actividade só de rapazes. Decorria então o ano de 1877 quando, na Universidade de Princeton (EUA), apareceram notícias de um “Princeton Cheer”. Este “cheer” ou cântico aparecia das bancadas dos estudantes nos jogos universitários quer dos próprios jogadores (nos jogos de basebol e futebol Americano). Ainda hoje em dia, os mesmos cânticos fazem parte da “Locomotva” cantada pela Universidade de Princeton.
Entretanto em 1882, Thomas Peebles (graduado da Universidade de Princeton), mudou-se para o Minnesota e criou lá a ideia de grupos de pessoas organizadas cantarem em jogos de futebol (Americano, entenda-se). Foram formados assim os três primeiros Cheer Leaders: Thomas, Easton e Guerin, todos provenientes da Universidade de Princeton.
As mulheres apenas se juntaram a este movimento depois de 1907. Mas, chegaram e começaram a dominar o “desporto” durante a Segunda Grande Guerra, quando os homens eram (quase) todos angariados para irem para as linhas de combate. Durante esse tempo não existiam desportos colegiais femininos mas, era-lhes permitido apoiarem as equipas masculinas. Movimentos gímnicos e megafones começaram a ser utilizados desde então até aos nossos dias! (Segundo os últimos estudos – não verídicos – de todos os actuais cheer leaders, cerca de 97% são do sexo feminino, o que espelha bem o seu domínio neste campo!)
Mas vamos ao que interessa mesmo! NFL! Só perto de 1960 é que as cheerleaders organizadas chegam ao Futebol Americano na sua via profissionalizada. As Dallas Cowboys Cheerleaders ganharam lugar de destaque com os seus equipamentos reveladores e sofisticados passos de dança na época de 1972-73 mas, só foram amplamente conhecidas durante a Décima edição do Super Bowl (Super Bowl X, em 1976).
Os anos 80 foram fantásticos e desruptivos nos mais variados sectores. No campo do cheerleading, sequências de movimentos mais difíceis e a inclusão de muitas miúdas ginastas que permitissem essas coreografias mais arriscadas.
Actualmente, as cheerleaders estão mais intimamente associadas a dois desportos: Futebol Americano e basquetebol. Noutros desportos como o hóquei no gelo, o voleibol e o basebol, a sua presence não é constante.
Entre as mais famosas cheerleaders encontramos Alexa Flutie dos New England Patriots, Bianca LaRussa dos Oakland Raiders (filha do antigo Manager dos St. Louis Cardinals), Christy Oglevee (mulher do tight end dos Washington Redsinks Chris Cooley), Stacey Kiebler (que era cheerleader dos Baltimore Ravens antes de se tornar wrestler no WWE), as actrizes Alicia Silverstone, Jamie Lee Curtis e Lindsey Lohan antes de se tornarem actrizes e, finalmente, a cantor Madonna. A mais famosa das ex-cheerleaders, para a Universidade de Washington, antes de se tornar um ícone mundial.
Temos, assim, bastantes razões para ficarmos pregados com o olho no campo mesmo em tempo de intervalo ou paragens no jogo. As cheerleaders estão lá para abrilhantar um pouco mais o espectáculo, para puxarem pelos fãs e estes puxarem pelas suas equipas.