Draft 2013 – As Notas I
E pronto. 254 picks depois, o Draft de 2013 chegou ao fim. Quem sorriu? Quem saiu derrotado na sua estratégia? Quem foram as melhores escolhas? São perguntas retóricas. Nesta fase apenas podemos especular, analisando teoricamente o que cada um desses 254 atletas trará ao clube que o recrutou. Vamos, por breves instantes, transformar isto numa sala de aulas, classificando cada uma das equipas, de forma sumária, numa escala de 0 a 10. Vocês, que estão aí desse lado, opinem. Deixem palpites. Critiquem. Quem foi, para vocês, o clube que melhor draftou?
Arizona Cardinals
Um nome mediático e polémico, como cabeça de cartaz, na figura do controverso Tyrann Mathieu, mas a estratégia passou por reforçar a péssima linha ofensiva. Jonathan Cooper e Earl Watford são dois guards que formarão um tandem precioso. A escolha do LB Kevin Minter, no round 2 e do DE/OLB Alex Okafor, no 4, demonstram um apurado sentido de avaliação. A finalizar, uma aposta vincada em dois rookies running-backs, muito promissores: André Ellington e Stepfan Taylor.
Nota final: 7
Atlanta Falcons
Aposta clara no reforço da secundária, com um trade up destinado a conseguir Desmond Trufant. O movimento custou uma pick de 3º round, mas os Falcons ainda conseguiram a depth necessária para a posição, escolhendo Robert Alford. Draft sem grande sentido de urgência, num roster solidificado, merecendo destaque duas picks: DE Malliciah Goodman e o QB Sean Renfree.
Nota final: 7
Baltimore Ravens
As 4 primeiras escolhas foram para jogadores defensivos. S Matt Elam, LB Arthur Brown, DT Brandon Williams e DE John Simon. Todos eles podem contribuir, de forma quase imediata, mas merece destaque a forma agressiva como os Ravens perseguiram Arthur Brown, a quem está destinado o papel de sucessor de Ray Lewis. Depois. Algumas picks intrigantes, no FB Kyle Juszczyk e no WR Aaron Mellette.
Nota final: 9
Buffalo Bills
O melhor movimento dos Bills poderá ter sido feito fora do draft, ao assinarem com Da’Rick Rodgers, undrafted WR. Jogador talentoso e de enorme potencial, foi penalizado pelas red flags comportamentais. De resto, claro destaque para WR Robert Woods, o LB Kiko Alonso (igualmente com problemas fora de campo, com várias prisões no cadastro) e o S Duke Williams. A escolha de um QB fora do previsível é uma daquelas que se enquadram nas jogadas de risco. EJ Manuel parece ter as ferramentas necessárias para vingar, mas era preciso gastar uma pick de 1º round nele?
Nota final: 5
Carolina Panthers
Um início previsível, conseguindo o DT Star Lotulei na pick 14, depois reforçado em nova aposta para o centro da defesa, com a escolha de Kawann Short. Início excelente, mas depois uma série de escolhas sem grande sentido, incluindo o RB Kenjon Barner, mais um corpo para uma posição já de si lotada e com enorme qualidade. O LB AJ Klein pode ser um sólido contribuidor, sem necessitar de grande adaptação ao mundo profissional.
Nota final: 6
Chicago Bears
Phil Emery, o GM dos Bears, é tido como um guru, capaz de detector talento nos sítios mais insuspeitos. Mas a escolha de Kyle Long (OG) no 1º round é uma daquelas que coloca todos a coçar a cabeça. Os Bears, mesmo assim, supriram uma série de necessidades, mas achei incompreensível a escolha do LB Jon Bostic quando Arthur Brown estava ainda por escolher. Destaque positivo para o LB Cornelius Washington, no 6º round, com skills de pass rusher.
Nota final: 5
Cincinnati Bengals
Se existe equipa que percebeu o benefício do draft, são os Bengals, que reergueram a franquia nos dois últimos anos, detectando muito talento no draft. Merecem elogios as escolhas do TE Tyler Eifert (promete formar uma boa dupla com Jermaine Gresham) e do RB Giovanni Bernard, o 1º RB a ser escolhido. Um dos prospects mais interessantes mereceu o aval do corpo técnico, na escolha do DE Margus Hunt, que poderá necessitar duma curva de aprendizagem maior do que o previsto. A escolha do OT Reid Fragel, no 7º round, foi um steal.
Nota final: 9
Cleveland Browns
Um draft pouco usual, com os Browns mais preocupados em conseguirem picks extras para o draft do próximo ano. A escolha do OLB Barkevious Mingo, um dos grandes nomes presentes no draft, permitirá formar um front7 brutal e pressionante. Os Browns escolheram depois, mercê das trocas, apenas 167 escolhas depois, conseguindo um CB com talento, na figura de Leon McFadden. Uma sensação de decepção, no computo geral, mas compreensível face ao esforço feito na free agency.
Nota final: 3
Dallas Cowboys
Fortemente penalizados por escolherem um jogador que muitos vaticinavam que saísse no round 3 ou 4. Travis Frederick foi a escolha, para reforçar a OL, conseguido num trade down que permitiu aos Cowboys arranjarem uma escolha no 3º round. Vista por este ângulo, a medida parece acertada, mas Frederick poderia facilmente ter sido conseguido no round 2. Depois, Dallas melhorou. O TE Gavin Escobar é exímio no passe, o WR Terrance Williams ajudará à profundidade no ataque e o S JJ Wilcox chega para ser titular. Nas rondas finais, dois nomes empolgantes: o RB Joseph Randle e o OLB DeVonte Holloman. A nota final, no entanto, penaliza a não escolha dum OT de qualidade, necessidade primária da equipa.
Nota final: 6
Denver Broncos
A equipa não tem grandes “buracos”, por isso pode escolher a seu bel-prazer, coleccionando jogadores, mais pelo talento do que pela necessidade. O DT Sylvester Williams poderá ser uma arma preciosa contra a corrida e o RB Montee Ball um jogador a acompanhar, com atenção. A escolha do DE Quanterus Smith encerra alguns riscos, pelo histórico de lesões e o CB Kayvon Webster frustou quem esperava um big name para a secundária.
Nota final: 6
Detroit Lions
Excluindo a escolha dum punter, no 5º round, os Lions foram atrás do que necessitavam: psss rushers e apoio na secundária. O CB Darius Slay e o DE Ezekiel Ansah foram as escolhas dos 2 primeiros round, mas a melhor poderá ter sido o OG Larry Warford, na 3º ronda. Devin Talor, DE, poderá contribuir de forma regular, com as últimas rondas a trazerem nomes conhecidos dos amantes do College Football: o WR Corey Fuller e o RB Theo Riddick.
Nota final: 7
Green Bay Packers
Ted Thompson, GM, é um adepto da filosofia de fortalecer o roster via draft, com a free agency apenas a servir de complemento. E, mais uma vez, a detecção de talento por parte da franquia parece quase perfeita. A equipa, que leva mais de 40 jogos sem ter 100 jardas corridas, resolveu duma assentada esse problema. Não uma, mas duas vezes, com dois dos mais afamados recrutas. Eddie Lacy e Johnathan Franklin são empolgantes e formarão uma dupla eficaz e terrível para os adversários. Não se ficou por aqui. Datone Jones, colega de Franklin em UCLA, é um DE que dá opções para a defesa, enquanto JC Tretter e David Bakhtiari reforçam a OL. Nota final: 9
Houston Texans
Draft sólido, trazendo DeAndre Hopkins, um dos meus WR predilectos. Depois, cirúrgicas investidas para complementar a defesa, com LB Sam Montgomery e o S DJ Swearinger a aterrarem em Houston. Os OTs Brennan Williams e David Quessenberry serão peças para a rotação necessária na protecção a Matt Schaub. Trevado Williams, DE, ajudará aos intrincados planos tácticos de Wade Smith, enquanto o undrafted QB Collin Klein permitirá uma abordagem diferente, no ataque, se bem que representa uma aposta no futuro.
Nota final: 8
Indianapolis Colts
Esperava bem mais dos Colts, mas aprendi a respeitar os rasgos de Ryan Grigson, GM, capaz de tornar a franquia novamente poderosa, num curto espaço de tempo. Mas, tirando a escolha do DE/OLB Bjoern Werner (mesmo assim, ele parece servir melhor um 4-3 e não o 3-4 em que jogam os Colts), tudo o resto merece hesitações. O OG Hugh Thornton é tido como demasiado cru para este nível, o S John Boyett tem clínicos problemas nos joelhos e o DT Montori Hughes, pese ser uma montanha de músculos, tem um corpotamento questionável, fora de campo.
Nota final: 5
Jacksonville Jaguars
O draft serviu para uma declaração do novo regime na cidade. Uma espécie de aviso: estes Jaguars não querem ser mais a piada da liga. Começaram bem. Escolha óbvia, que será uma peça-chave na OL: O LT Luke Joeckel. Depois, não entraram em aventuras e adicionaram talento. O S Johnathan Cyprien é um dos jogadores mais excitantes, com a secundária a ficar ainda mais solidificada com a escolha do CB Dwayne Gratz. O ataque não foi negligenciado, com o WR Ace Sanders a ser uma potencial ameaça nos retornos, a sua especialidade, e Denard Robinson, o QB dos Wolverines, a permitir uma mais elevada criatividade no ataque. A nota de destaque foi mesmo a NÃO escolha dum QB, numa aposta (final) em Blaine Gabbert.
Nota final: 8,5
Kansas City Chiefs
A casa foi arrumada na abertura da free agency, com Andy Reid a colocar ordem no caos. O draft permitiu começar a estabelecer pontes para o futuro, com a escolha de Eric Fisher para a OL. Depois disso, no entanto, peso que os Chiefs poderiam ter feito melhor do que se comprometer com o TE Travis Kelce e o RB Knile Davis. Face à profundidade do corpo de running backs, a escolha de Davis (ainda por cima um nome pouco consensual) no 3º round parece um reach tremendo. Nico Johnson pode contribuir, como OLB, e a escolha de Mike Capatano, DE eleito no 7º round, afigura ser óptima.
Nota final: 7