Draft 2013 – As Notas II

Paulo Pereira 10 de Maio de 2013 Draft 2013 Comments

Draft 2013 – As Notas II

Miami Dolphins

Agressivos, surpreenderam com a trade up, que muitos esperariam fosse para adquirir o LT que lhes falta. Ao invés, preteriram Lane Johnson e optaram por um DE/OLB que muitos consideram o melhor pass rusher presente no draft. Dion Jordan, apesar de ser considerado uma escolha mais indicada para 3-4, terá que se adaptar ao modelo defensivo de Miami, fazendo dupla com Cameron Wake. Depois dele, uma série de escolhas que parecem ser potenciais starters. CB Jamar Taylor, OG Dallas Thomas, OLB Jeleni Jenkins e o CB Will Davis. Merece referência a apetência para draftarem nativos da Florida, uma forma de atrair público. O RB dos Gators, Mike Gillislee, o kicker da mesma equipa, Caleb Sturgis e o referido OLB Jenkins.
Nota final: 7,5

Minnesota Vikings

Depois de 2 picks no primeiro round, em 2012, os Vikings foram os animadores do dia 1, este ano. Primeiro, agradeceram que um potencial top-10 caísse até à sua escolha, não hesitando na hora de draftar o DT Sharrif Floyd. Depois, também num golpe inesperado da fortuna, obtiveram o CB Xavier Rhodes, com a pick extra resultante da trade de Percy Harvin. Não acabou aqui. A surpresa foi a perseguição agressiva por um WR, enamorados que estavam de Cordarrelle Patterson. O movimento pode ser questionável, dado que ficaram, pela trade com os Patriots, sem escolhas no round 2 e 3, não podendo por isso colmatar uma das grandes lacunas na equipa, na posição de MLB. Mas, no cômputo geral, a adição de 2 linebackers de Penn State, ambos com qualidade, apenas ajuda a tornar este draft um dos melhores dos últimos anos, em Minnesota. O OLB Gerald Hodges e Michael Mauti (se debelados os eternos problemas físicos), podem ser peças importantes na rotação defensiva.
Nota final: 9

New England Patriots

Se esperavam nomes mediáticos, esqueçam. Não é essa a forma de actuar da franquia de Boston, preferindo apostar em jogadores de low profile mas que encaixam na “personalidade” da equipa. A troca com os Vikings permitiu coleccionar picks, mas não existem muitos motivos de regozijo imediato. O WR Aaron Dobson promete ser irreverente, o S Duron Harmon é apenas mais uma das enésimas tentativas de Bill Bellichick encontrar o defensive back ideal e o OLB Jamie Collins a nova aposta para revitalizar o pass rush da equipa, ultimamente moribundo.
Nota final: 5

New Orleans Saints

Apenas 5 escolhas, nas 7 rounds, penalizando a possibilidade de suprirem todas as necessidades. Mesmo assim, existiram tiros certeiros. O safety Kenny Vaccaro ajudará a tornar a secundária numa unidade mais competente. A escolha do DT John Jenkins também merece aplausos. A escolha do stud Terron Armstead, um OT cujo stock subiu exponencialmente no pós-Combine, com a pick 75, constitui valor acrescentado.
Nota final: 7

New York Giants

Típico draft dos Giants, pouco preocupados com os mocks da maioria dos analistas. Jogadores escolhidos a dedo, para se enquadrarem numa espécie de “Giants way of life”. Justin Pugh, escolha do 1º round, foi surpreendente, mas a sua polivalência para ser OG/OT justifica a escolha. Depois, Damontre Moore, defensive end que permitirá uma boa rotação nos pass rushers e o DT Johnathan Hankins, para a zona interior. O momento surpreendente veio do 4º round, num trade up para escolherem Ryan Nassib. O valor do atleta ajuda a perceber o movimento, com a eventual sucessão de Manning assegurada.
Nota final: 8

New York Jets

O neófito GM John Idzik teve a sua primeira prova de fogo, com 2 picks no round 1. Se o DT Sheldon Richardson, pelo valor intrínseco, merece aplausos, também provoca dúvidas na forma como será usado no 3-4 da defesa. O CB Dee Milliner era apontado como o melhor da classe, mas tem com ele uma sombra que o perseguirá. Vai substituir o CB Darrele Revis. O spotlight veio na escolha de Geno Smith, o QB que colocará enorme pressão sobre Mark Sanchez. De resto, destaque para Brian Winters, um OL que tem tudo para vingar no competitivo mundo da NFL.
Nota final: 7,5

Oakland Raiders

Reggie McKenzie continua a tentar tirar os Raiders do enorme buraco onde estão enterrados. Para isso, e com poucas picks, fez o expectável. Trade down com os Dolphins, que lhe permitiu o ganho duma pick extra. A 1ª escolha, o CB DJ Hayden, é um jogador por quem se tinham enamorado recentemente, apesar da grave lesão deste. Depois, destaque para o OT, na pick 42, Menelik Watson, jogador inglês com enorme upside. Provando um conhecimento maduro do mercado, McKenzie conseguiu um steal, ao eleger o LB Sio Moore no 3º round. Trouxe ainda um QB – Tyler Wilson – para colocar pressão sobre o provável titular Matt Flynn. Um bom draft, excepto na parte do reforço da linha defensiva, que continua a parecer demasiado pobre, no pós-debandada da free agency.
Nota final: 8

Philadelphia Eagles

Lane Johnson, OT que permitirá solidificar a linha ofensiva. O TE Zach Ertz, considerado o 2º melhor da classe e mais um elemento para o ataque up-tempo que Chip Kelly pretende implementar na equipa. Um DT – Bennie Logan – para ajudar a linha, dando maior profundidade à unidade. Um CB com enorme qualidade, descoberto nos round inferiores, na figura de Jordan Proyer. E um inesperado QB, longe do padronizado para o tipo de jogo que Kelly tinha em Oregon. Matt Barkley reforça o trio de quarterbacks, dando a Kelly uma maior segurança na escolha do seu titular.
Nota final: 8,5

Pittsburgh Steelers

Quatro tiros certeiros com as primeiras 4 escolhas: chegou o sucessor de James Harrison, com o OLB Jarvis Jones a poder emular o sucesso do mítico linebacker. Depois o RB Le’Veon Bell, que tem a árdua tarefa de ressuscitar o moribundo jogo corrido. O WR Markus Wheaton, que se juntará a António Brown e Emmanuel Sanders como o trio com responsabilidades no ataque. E o S Shamarko Thomas, putativo substituto de Polamalu. Ainda deu tempo para rejuvenescer o backup de Ben Roethlisberger, na escolha de Landry Jones.
Nota final: 8,5

San Diego Chargers

Novo GM e novo head coach, sinónimo de profundas alterações na franquia. A agressividade na perseguição dos alvos identificados previamente foi notória. O O OT DJ Fluker vem para ser uma pedra basilar na OL, dotando-a de qualidade na próxima década. O LB Manti Te’o, um dos nomes mais mediáticos do draft, irá consolidar o corpo de linebackers e o WR Keenan Allen adicionará talento a um grupo de receivers necessitado. O resto das aquisições não trouxe nada de relevante, com o género de jogadores que adicionam depth e pouco mais. É o caso do DE Tourek Williams ou do CB Steve Williams. Para o bem e para o mal esta classe de 2013 dos Chargers será avaliada pelo sucesso/insucesso das 3 primeiras escolhas.
Nota final: 8

San Francisco 49ers

A escolha do 1º round, que merece um trade up, não gerou entusiasmo. O S Eric Reid vem para substituir Dashon Goldson, num namoro antigo de Jim Harbaugh que tentou levar o jogador para Stanford, nos tempos universitários. Depois, melhorou. E muito. Conseguir o DE Tank Carradine com a pick 40 é um achado. E o que dizer de Quinton Patton, WR, no lugar 128? Excelente a escolha do TE Vance McDonald, que substituirá Delainie Walker. Destaque ainda para um promissor pass rusher, conseguido no 4º round. O DE/OLB Corey Lemonier é mais um elemento para rotação, numa unidade cada vez mais magnífica. E depois, mesmo com todas as dúvidas quanto ao estado físico, o RB Marcus Lattimore, um daqueles atletas por quem vale a pena torcer. Os 49ers dominaram o draft a seu bel-prazer, retocando o roster nas posições mais frágeis.
Nota final: 10

Seattle Seahawks

Sem escolha no 1º round, que foi envolvida na troca por Percy Harvin, os Seahawks apenas escolheram na posição 62. Sem grandes preocupações quando a reais necessidades, conseguiram um nome conhecido, o DT Jesse Williams (na pick 137) e um CB para a necessária rotação. Tharold Simon tem tanto de talentoso como aparentemente de problemático. O RB Christine Michael foi uma surpresa, mas permitirá uma profundidade ao grupo, coexistindo com Marshawn Lynck e Robert Turbin.
Nota final: 7,5

St.Louis Rams

A NFC West vai ser gira de se assistir. Os Rams eram a 3ª melhor equipa da divisão, antes do draft. Depois dele, conseguiram diminuir a distância que os separava de Seahawks e 49ers. Agressivos, foram atrás do que queriam, no 1º round, fazendo um trade up que lhes permitiu adquirir o playmaker Tavon Austin. Ainda adicionaram, para o ataque, o seu colega no ataque em West Virgínia, Stedman Bailey. Pelo caminho já tinham draftado o LB Alec Ogletree, o versátil OL vindo de Alabama, Barrett Jones e o provável safety titular TJ McDonald. Não terminaram sem adicionar mais profundidade ao jogo corrido, com o RB Zac Stacy, uma espécie de faz-tudo na universidade de Vanderbilt.
Nota final: 9

Tampa Bay Buccaneers

Sem pick no primeiro round, envolvida na troca por Darrelle Revis, os Bucs limitaram-se a complementar a secundária, a unidade mais carenciada. No round 2 escolheram o complmento a Revis, com Johnathan Banks (cornerback) a ser um upgrade imediato no pass-defense. Depois, chegou o DT Akeem Spence, para complementar o interior. E finalmente, o QB Mike Glennon, que alguns analistas consideravam o mais NFL-ready. Irá ele ser desenvolvido pacientemente, agora que surgem os primeiros sinais de desconforto/descontentamento com Josh Freeman? Uma coisa parece certa: os Bucs movimentaram-se bem melhor na free agency (Revis e Dashon Goldson) do que no draft.
Nota final: 5

Tennessee Titans

Pessoalmente, um dos drafts que mais adorei. Na pick 10, um tractor. Um poço de força. Chance Warmack, OG vindo de Alabama, promete ser um pesadelo para os defesas contrários. Um dos melhores jogadores do draft, claramente, que cimentará a OL. Depois, o WR Justin Hunter, outro big name para fortalecer as armas para Jake Locker. As pérolas não se ficaram por aqui. O CB Blidi Wreh-Wilson e o OLB Zaviar Gooden são dois nomes com enorme talento, do tipo under-the-radar. Nos últimos rounds, ainda veio o C Brian Schwenke, que rejuvenesce a OL e o DE Lavar Edwards. Um draft que conseguiu colmatar inúmeras carências na equipa.
Nota final: 9,5

Washington Redskins

O draft da equipa da capital esteve intimamente ligado ao negócio RG3. Sem pick do 1º round, a preocupação principal foi encontrar prováveis starters para a secundária. Conseguiram-no. Os dois safeties escolhidos (Phillip Thomas e Bacarri Rambo) são ball-hawkers, que permitem fortalecer uma das áreas de maior preocupação. Veio ainda o CB David Amerson (provavelmente para backup, dado que Josh Wilson e DeAngelo Hall manterão a titularidade) e mais outro RB pescado por Shanahan nos últimos rounds. Não foi um draft majestoso, mas competente.
Nota final: 7

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.