Flying (Edel)man
O homem voador não se fez anunciar. Esperou aquilo que conseguiu e enquanto conseguiu, doeu-lhe ver o descalabro dos inocentes patriotas, frágeis perante a imparável manada de cavalos selvagens, que insistiam em coices violentos sem resposta, coices que prometiam um massacre sem igual. Foi então que aconteceu. Num instante em que todos se distraíram, ele apareceu implacável, vindo dos céus como um foguete intergalático. Os cavalos assustaram-se, desorientaram-se e só não fugiram porque não conseguiram. Os inocentes patriotas voltaram a acreditar e escreveram naquela noite, uma página dourada da sua história. O homem voador, esse, seguiu o seu caminho sem que ninguém o voltasse a avistar. Afinal de contas, os heróis são assim mesmo, famintos pelas causas em que acreditam e despojados da glória a que tantos aspiram sem o merecer. Naquela noite, ninguém o viu. Hoje, fica aqui a prova de que ele existe mesmo.







