Necessidades das Equipas: Green Bay Packers

Paulo Pereira 18 de Março de 2013 Equipas NFL Comments

Necessidades das Equipas: Green Bay Packers

Franquia popular, habitualmente considerada candidata a vencer a competição, tem algumas dores de cabeça para resolver na offseason. Será interessante verificar qual a estratégia que a equipa terá, na abordagem à free agency e draft. No ano passado foi notório o esforço feito por Ted Thompson, o General Manager, para dotar de qualidade e profundidade o lado defensivo da bola. As primeiras 6 picks do draft foram todas gastas em ajuda para a defesa mas, no rescaldo da temporada, não foram suficientes. A defesa atraiu enorme dose de críticas, após a derrota nos playoffs em S.Francisco, ao permitir 45 pontos e 579 jardas totais. Terá isso implicação na abordagem à nova temporada, ou foi apenas um percalço momentâneo?

Outra questão para resolver envolve alguns jogadores emblemáticos na equipa. Greg Jennings, Jermichael Finley, Charles Woodson e AJ Hawk podem ser baixas colaterais, resultantes dos ajustes ao cap space. Donald Driver, outro histórico, optou pela reforma, pendurando as chuteiras e deixando saudades a quem o viu jogar. Num clube que, tradicionalmente, opta pela sábia gestão do roster usando o draft e preterindo claramente o mercado de jogadores livres, como serão colmatadas as eventuais saídas acima mencionadas?

Claramente, o que necessita de ser reforçado é:

Linha Ofensiva

Nenhuma OL tem um papel unidimensional. Os jogadores não estão lá, apenas, para servir de protecção ao quarterback. Devem, igualmente, ser fortes contribuintes no jogo corrido, funcionando como run blockers e abrindo rotas de fuga que permitam a solidificação do jogo terrestre. Os Packers, nesse capítulo, não existem. Analisando as estatísticas finais da temporada isso torna-se evidente. Os Packers foram 29º no run blocking e 13º no pass blocking. Mas mesmo essa posição, que aparenta eficiência no jogo aéreo, é falsa. A equipa rendeu demasiados sacks que apenas não tiveram consequências maiores pela capacidade que Aaron Rodgers tem se de furtar do pocket e finalizar as jogadas. A posição de center e de left tackle merecem preocupação adicional. Marshall Newhouse foi terrível, em 2011, mas evoluiu em 2012 no posto de LT. No entanto, o antigo jogador de TCU não é totalmente fiável, sendo ineficaz como run blocker. Marshall Dietrich-Smith terminou a época como center, relegando o veterano Jeff Saturday para suplente. Com 11 jogos como titular, é ainda uma incógnita, podendo merecer a confiança da equipa mais um ano, confiante numa evolução mais satisfatória. Derek Sherrod, first-round pick de 2010, regressará em 2013, depois de ter perdido o ano passado todo por lesão. Draftado como tackle, poderá ser um reforço, se debelada a lesão, mas parece evidente que os Packers necessitam JÁ de alguém competente para proteger Aaron Rodgers. Como disse, não é usual a equipa envolver-se nos “leilões” da free agency, mas o facto do seu QB ter sido o mais sackado da NFL pode levar a medidas extraordinárias. E porque não um ataque a Branden Albert, um apetecível left tackle que atinge o mercado, este ano? O ainda jogador dos Chiefs é atlético e, mesmo não sendo um grande run blocker, é excelente como protector do passe, assentando que nem uma luva no esquema de bloqueios zonais dos Packers. A sua contratação seria um upgrade em relação a Newhouse, conferindo consistência e eficácia à linha ofensiva.

Linha defensiva

Outra área de inquietação, com as várias tentativas de conserto a revelarem-se fracassos absolutos. Os Packers trouxeram, na free agency de 2012, 3 free agents (Daniel Muir, Anthony Hargrove e Phillip Merling) para a linha defensiva, apenas para os dispensarem duante a época. Do draft chegaram Mike Daniels e Jerel Worthy, que não produziram qualquer impacto significativo, com Worthy a lesionar-se com gravidade, sendo previsível que perca parte substancial da temporada de 2013. Desta forma, apenas BJ Raji mostra qualidade e consistência, sendo visível que a equipa fraqueja quando ele não está em campo. Depois de usarem picks do draft, será que os Packers elegerão a free agency como campo de caça? O que é preciso é alguém sólido, forte fisicamente, competente contra o jogo corrido do adversário (uma das evidentes pechas da equipa, como se viu nos últimos jogos, deixando Adrian  Petersom, Frank Gore e Colin Kaepernick correr livremente), evitando os números quase obscenos de 5,5 jardas/tentativa no solo que a defesa tem permitido.

Outside Linebacker

Não parece, à partida, uma área onde os Packers estejam mal. Têm Clay Matthews e draftaram Nick Perry, para o lado oposto. Numa liga cada vez mais focalizada no passe, ter OLBs agressivos no pass rush fará toda a diferença. A dupla titular parece ter qualidade para sobressair, mas a profundidade na posição não merece grande confiança. Erik Walden, backup de Perry, não aparenta ter qualidade para um papel mais extenso, na equipa principal. Do outro lado existe o rookie Dezman Moses, que muitos dizem ser undersized para a posição. No caso de existir uma lesão, em Perry ou Matthews, será evidente uma quebra de qualidade, saindo revigorada a ideia de que são necessários reforços para o grupo.

Running Back

Alguma especulação, nos fóruns afectos ao clube de Green Bay, alimenta a ideia de que os Packers farão um forcing para contratarem Steven Jackson, o poderoso RB dos Rams. Olhando o depth chart actual, a equipa parece consolidada na posição, mas várias interrogações podem ser formuladas. Cedric Benson estará refeito da lesão? James Starks, o nº 2, terá finalmente uma época sem mazelas físicas, que têm impedido a sua afirmação total? DuJuan Harris, um “zé-ninguém”, conseguiu amealhar alguns elogios, quando mereceu a confiança da equipa técnica. Mas com a necessidade de evitar a monopolização do ataque pelo passe, o jogo corrido poderá merecer retoques. Não sei se a filosofia dos Packers permitirá a entrada na free agency, atrás dum big name, que exigirá sempre o desembolso de milhões. Em teoria, a adição de Steven Jakcson seria um upgrade imenso para o grupo. Se isso acontecerá será desvendado nas próximas semanas. Resta aguardar…

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Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.