College Football 2014: Pac 12 South Preview
A PAC 12, zona sul, é um playground para as equipas de Los Angeles. A famosa metrópole americana, que actualmente anseia fervorosamente pelo regresso do futebol profissional, ambicionando uma franquia da NFL, tem histórico em termos de College. É lá, à sombra do icónico letreiro com os dizeres HOLLYWOOD visíveis a quilómetros de distância, que estão sedeadas USC e UCLA. Tem sido entre estes dois programas, com algumas interferências de Cal, que tem sido escrita a história passada da PAC 12. USC foi um potentado, uma espécie de Alabama, mas sem os pântanos e os ares empestados de humidade. Tal como as grandes civilizações de outrora, USC brilhou bem alto…e caiu vertiginosamente. A pique, estraçalhada por sanções da NCAA, que limitaram o fluxo de talento. O tombo de USC coincidiu com o ressurgimento do programa de UCLA. Ressurgimento no sentido estrito de competitividade. UCLA sempre existiu, mantendo alguns períodos de fulgor com outros de apagamento. 2014 poderá ser interessante de assistir. USC tem novo head coach e acabou de sair do pesadelo de sanções. UCLA, por sua vez, entra na nova temporada previsivelmente como uma equipa de top-10. E o embate entre ambos é já aguardado com enorme expectativa. No ano passado USC foi sovada, sem dó nem piedade, por 45-14. Reflecte esse resultado a distância actual a que se encontram os dois programas? Dia 22 de Novembro teremos a resposta.
Não tendo tempo – infelizmente – para consumir College da mesma forma que faço com a NFL, vou gerindo os jogos a visionar consoante fidelidades temporárias, atletas a acompanhar e gostos questionáveis. Assim, a maior parte dos Sábados em 2013 foi passada a tentar encontrar streams, de qualidade duvidosa, para ver jogos de Colorado. Não pela universidade, que em termos de futebol americano vegeta naquele limbo entre a mediania e a mediocridade. Mas por um jogador excepcional. Franzino, undersized, mas veloz como um raio e com umas mãos que “caçavam” tudo o que lhe aparecia pela frente. Paul Richardson, wide receiver, agora atleta dos Seahawks, teve alguns momentos brilhantes, conseguindo 83 recepções, 1343 jardas e 10 touchdowns. E isto, repito, jogando nos Buffaloes de Colorado. A sua saída é apenas um dos exemplos da constante renovação de talento que existe no College, com fornadas consecutivas de jogadores a serem maturados, durante 3 ou 4 anos, para posterior entrega, numa bandeja de prata, ao mundo profissional. A ordem de candidatos ao ceptro da divisão não fugirá muito do que ocorreu, na época transacta. À cabeça, por motivos óbvios:
1. UCLA Bruins
Tem Brett Hundley, um dos nomes mais mediáticos da competição e putativo candidato ao Heisman. Hundley não teve um 2013 particularmente brilhante, mas optou pela decisão certa, no final da época, preterindo uma ida precoce ao draft e optando pela permanência no mundo universitário, mais um ano. Para além disso, os Bruins são apontados como tendo o melhor front seven da divisão, encabeçado por Eddie Vanderdoes.
2. USC Trojans
A universidade respirou de alívio. Várias vezes. Não só pelo fim das sanções, que estrangularam o programa, mas pelo ar refrescante que a esperança costuma trazer. Para trás ficou o malfadado reinado de Lane Kiffin, despedido sumariamente no parque de estacionamento do aeroporto, após novo desaire. A equipa evoluiu, depois disso, com Cody Kessler, o mal-amado quarterback, a conseguir mostrar sinais de evolução. 2014 terá à frente da equipa Steve Sarkisian, o novo todo-poderoso head coach, com meritório trabalho em Washington. O ataque parece ter qualidade para importunar os adversários mais difíceis, com Nelson Agholor a ter agora a difícil tarefa de substituir Marqise Lee.
3. Arizona State Sun Devils
Poderiam ser o grande rival de UCLA, na luta pela supremacia na divisão. Poderiam…não fosse a sangria sofrida após o final da época, com a perda de nove titulares na defesa. Como é que se supera algo assim? O PAC-12 Defensive Player of the Year, Will Sutton, é apenas o nome mais reconhecido nessa debandada em massa, mas Chris Young (linebacker), Alden Darby e Robert Nelson (defensive backs) também deixarão saudades. A equipa, recorde-se, atingiu a final da conferência na época transacta, validando o percurso de qualidade efectuado. No meio da dificuldade que será encontrar talento para suprir tantas baixas, um sinal de esperança. Taylor Kelly, quarterback com mais de 4.000 jardas e 37 touchdowns, em 2013, ainda permanece na equipa e o ataque pode ser letal.
Conclusão
Uma divisão que aparenta ter, à partida, um vencedor antecipado, pode ser descartada pelo fã mais desatento, sempre ávido de momentos competitivos. Isso pode ser um erro. Se UCLA tem potencial para se impor, com maior ou menor dificuldade, a tarefa que se apresenta aos Bruins não é assim tão linear. USC tem, para além da tradição, um novo começo, com um núcleo de jogadores novos, inexperientes…mas talentosos. Para além disso, todos os outros contendores na divisão, se padecendo de problemas para resolver (quase todos centrados na perda de jogadores importantes) estão em percursos de ascensão, sendo previsível uma evolução de 2013 para 2014.