Delvin Breaux: Uma Estrela em Ascensão que Fugiu à Morte

João Malha 1 de Novembro de 2015 Jogadores, NFL Comments
NFL New Orleans Saitns Delvin Breaux

Delvin Breaux: Uma Estrela em Ascensão que Fugiu à Morte

É uma das estrelas em ascensão na NFL. Pretendido por quase metade das equipas da NFL, Delvin Breaux optou pela equipa da sua cidade, os New Orleans Saints, depois de ter brilhado no futebol canadiano. Mas o percurso tortuoso que o trouxe até à NFL deve-se ao gravíssimo momento que viveu em 2006, dois dias depois de ter celebrado 17 anos, fez esta terça-feira, dia 27 de outubro, precisamente 9 anos, num jogo de High School, que lhe poderia ter custado a vida. Partiu várias vertebras do pescoço e o médico que o acompanhou disse ter sido um milagre não ter morrido.

Numa jogada de special teams após um kickoff, Delvin Breaux tentou fazer um tackle embatendo no joelho do adversário. Durante alguns segundos não se conseguia mexer, afirmando ter visto como uma luz branca muito estranha. Acabaria por levantar-se pelo próprio pé e sentar-se no banco de suplentes, já sem o capacete, contando regressar ao jogo. Porém, as dores começaram a intensificar-se de tal forma que pediu ao pai para chamar com urgência a ambulância para o levarem para o hospital. Foi aí que descobriu que tinha o pescoço partido. Nem sequer o médico que o assistiu percebia, após ver os raio-x, como era possível estar vivo. O normal seria que a nível neurológico tivesse morrido.

Mas se o pior não aconteceu, Miguel Melgar, neurocirurgião, afirma que nunca pensou que fosse possível voltar a ver Delvin Breaux competir num desporto de contacto.

Seguiram-se anos de recuperação e fisioterapia. Breaux frequentou a Louisiana State University, casa da conhecida equipa de College, LSU Tigers. Porém, os médicos nunca o liberaram para voltar a jogar, pelo que não experimentou um único snap a nível universitário. Aí, Breaux pensou que o seu sonho tinha terminado.

Foi a sua noiva quem o fez acreditar que poderia voltar a jogar. Optou pelo futebol semi-profissional, em equipas de New Orleans, e ao fazer o seu primeiro tackle num jogo, voltou a perceber que não estava morto para o futebol. O seu nível superior levou-o até à CFL, a liga canadiana, onde os colegas diziam que tinha que ir para a NFL pois a realidade encontrada era fácil de mais para ele.

E o seu talento era de facto tão evidente que 14 equipas da NFL ofereceram-lhe a oportunidade de fazer tryouts para entrar nas suas equipas. Curiosamente, foi quando estava a fazer um com os Tampa Bay Buccanneers que telefone tocou. Eram os Saints, a sua equipa do coração, da sua cidade-natal, rivais divisionais dos Bucs. Breaux viajou para o Louisiana e a indicação que recebeu foi que não poderia sair das instalações dos Black&Gold sem assinar contrato. Tal era a determinação da franquia da Big Easy para garantir os seus serviços.

A sua história comovente e inspiracional faz com muitos olhos recaiam sobre ele. Hoje marca receivers de referência, como Julio Jones ou T.Y. Hilton. E as estatísticas revelam que está a ser um dos melhores cornerbacks da NFL em 2015. Tornando-o num potencial candidato ao Pro-Bowl na sua época de rookie.

Antes da sua lesão, era um dos jogadores mais seguidos pelas principais universidades. Delvin Breaux é o exemplo que quase tudo pode ser superado. Com muito trabalho e determinação.

Um exemplo de força. Um exemplo de vida. Que brilha semanalmente nos relvados da NFL. Titular indiscutível dos Saints, soma dez passes quebrados e uma interceção.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!