NFL Preseason 2016: Week 1
Sentem o odor adocicado no ar? Senhoras. Senhores. É o cheiro inconfundível do futebol americano, que está de regresso. É aquela altura do ano em que nos recostamos no sofá, em frente da TV, e encaramos estes jogos, geralmente jogados em mais de 90% do seu tempo por third stringer e miúdos desesperados por um lugar ao sol…e sentimo-nos no paraíso. É o que dá uma travessia do deserto longa e enfadonha, sem acção durante 7 meses. Quando temos, finalmente, a oportunidade de ver futebol americano, mesmo que em fase de testes, não a desperdiçamos. 5ª feira, dia 11, foi o início oficial da preseason, depois do fiasco do Hall of Fame Game. Seis jogos, 12 equipas e centenas de jogadores a pisarem o relvado, transformados em peões de treinadores e coordenadores, ansiosos por testarem tácticas e esquemas. É difícil, claro, tirar qualquer tipo de conclusão em tão pouco tempo de amostra, mas existiram alguns jogadores, maioritariamente rookies, que fizeram pela vida e mostraram o seu vasto arsenal de skills.
Michael Thomas, WR | New Orleans Saints
Saído da universidade de Ohio State, trabalhado por Urban Meyer, Thomas foi criando, ao longo do training camp, algum buzz, transformando-se no motivo de conversas dos fãs, face às suas características e jogadas impressionantes. Contra os Patriots, aproveitou os parcos snaps para mostrar que o hype tem razão de ser. 4 recepções, 68 jardas, com duas acrobáticas catches, em lances de 28 e 25 jardas. Fisicamente intimidante, felino e com óptimas mãos, Thomas promete ser um caso sério, mesmo que mantenha, para já, o lugar de WR 2 na depth chart dos Saints, atrás de Brandon Cooks e Willie Snead. Deixou água na boca e a sua disponibilidade levou-o, inclusivé, a recuperar um fumble.
Allen Robinson, WR | Jacksonville Jaguars
Allen só será uma surpresa para os mais distraídos ou para aqueles que mantêm preconceitos em relação à sua equipa. Sim, os Jaguars arrastam-se no poço da mediocridade, mas têm vindo a coleccionar talento, nos dois lados da bola, nos recentes drafts. Este ano, mercê duma free agency agressiva, a equipa parece mais equilibrada e competitiva, podendo almejar à luta pela divisão. O ataque, esse, continua a ser o playground predilecto de Robinson, que em 2015 tomou de assalto a liga, coleccionando jardas (1400) e touchdowns (14). O receiver começa 2016 da mesma forma como terminou a época anterior. Com estilo. Primeiro, numa bola que viajou 25 jardas, agarrada sobre o ombro, com o corpo no ar, todo torcido, mas mantendo um notável controlo corporal. Depois, numa deep ball de 45 jardas, mostrando toda a sua velocidade e elasticidade, punindo a secundária dos Jets. Numa pequena amostra, Robinson amealhou 80 jardas e mostrou ser uma espécie de arma nuclear, com enorme capacidade de explosão. Impressionante!
Cody Latimer, WR | Denver Broncos
É fácil esquecermo-nos da profundidade do roster dos Broncos, pejado de qualidade na defesa e no ataque. Quando se fala de jogadas explosivas e playmakers, no ataque, os nomes que nos ocorrem, logo à primeira, são os de Demaryius Thomas ou Emmanuel Sanders. Mas Latimer, que entra silenciosamente no seu 3º ano da NFL, depois de ter sido escolhido no round 2 do draft de 2014, tem vindo paulatinamente a reivindicar o seu espaço. Em Chicago, contra os Bears, mostrou toda a sua vasta gama de recursos, recolhendo 6 recepções, para 82 jardas, jogando maioritariamente no slot e percorrendo o centro do terreno. Este pode ser o breakout year de Latimer.
Su’a Cravens, S/LB | Washington Redskins
O rookie, vindo de USC, ganhou a fama no college de ser um hard-hitter, um daqueles safeties usados como um aríete punitivo contra os adversários. Agora, num patamar superior, adaptou-se aparentemente bem às novas exigências, com o futebol de agora a privilegiar safeties que possam ser usados, em alguns esquemas defensivos, como linebackers, numa posição híbrida. Contra os Bucs, eles esteve omnipresente na secundária, voando para a bola, capaz de defender passes, mostrando skills importantes na coverage, e marcando posição como run defender, conquistando dois tackles for loss. Pareceu um tornado, numa defesa de Washington que sofreu um facelift em relação ao ano anterior.