NFL Preseason 2016 – Week 1

Paulo Pereira 13 de Agosto de 2016 Jogadores, NFL Comments
Michael Thomas New Orleans Saints

NFL Preseason 2016: Week 1

Sentem o odor adocicado no ar? Senhoras. Senhores. É o cheiro inconfundível do futebol americano, que está de regresso. É aquela altura do ano em que nos recostamos no sofá, em frente da TV, e encaramos estes jogos, geralmente jogados em mais de 90% do seu tempo por third stringer e miúdos desesperados por um lugar ao sol…e sentimo-nos no paraíso. É o que dá uma travessia do deserto longa e enfadonha, sem acção durante 7 meses. Quando temos, finalmente, a oportunidade de ver futebol americano, mesmo que em fase de testes, não a desperdiçamos. 5ª feira, dia 11, foi o início oficial da preseason, depois do fiasco do Hall of Fame Game. Seis jogos, 12 equipas e centenas de jogadores a pisarem o relvado, transformados em peões de treinadores e coordenadores, ansiosos por testarem tácticas e esquemas. É difícil, claro, tirar qualquer tipo de conclusão em tão pouco tempo de amostra, mas existiram alguns jogadores, maioritariamente rookies, que fizeram pela vida e mostraram o seu vasto arsenal de skills.

Michael Thomas, WR | New Orleans Saints

Saído da universidade de Ohio State, trabalhado por Urban Meyer, Thomas foi criando, ao longo do training camp, algum buzz, transformando-se no motivo de conversas dos fãs, face às suas características e jogadas impressionantes. Contra os Patriots, aproveitou os parcos snaps para mostrar que o hype tem razão de ser. 4 recepções, 68 jardas, com duas acrobáticas catches, em lances de 28 e 25 jardas. Fisicamente intimidante, felino e com óptimas mãos, Thomas promete ser um caso sério, mesmo que mantenha, para já, o lugar de WR 2 na depth chart dos Saints, atrás de Brandon Cooks e Willie Snead. Deixou água na boca e a sua disponibilidade levou-o, inclusivé, a recuperar um fumble.

Allen Robinson, WR | Jacksonville Jaguars

Allen só será uma surpresa para os mais distraídos ou para aqueles que mantêm preconceitos em relação à sua equipa. Sim, os Jaguars arrastam-se no poço da mediocridade, mas têm vindo a coleccionar talento, nos dois lados da bola, nos recentes drafts. Este ano, mercê duma free agency agressiva, a equipa parece mais equilibrada e competitiva, podendo almejar à luta pela divisão. O ataque, esse, continua a ser o playground predilecto de Robinson, que em 2015 tomou de assalto a liga, coleccionando jardas (1400) e touchdowns (14). O receiver começa 2016 da mesma forma como terminou a época anterior. Com estilo. Primeiro, numa bola que viajou 25 jardas, agarrada sobre o ombro, com o corpo no ar, todo torcido, mas mantendo um notável controlo corporal. Depois, numa deep ball de 45 jardas, mostrando toda a sua velocidade e elasticidade, punindo a secundária dos Jets. Numa pequena amostra, Robinson amealhou 80 jardas e mostrou ser uma espécie de arma nuclear, com enorme capacidade de explosão. Impressionante!

Cody Latimer, WR | Denver Broncos

É fácil esquecermo-nos da profundidade do roster dos Broncos, pejado de qualidade na defesa e no ataque. Quando se fala de jogadas explosivas e playmakers, no ataque, os nomes que nos ocorrem, logo à primeira, são os de Demaryius Thomas ou Emmanuel Sanders. Mas Latimer, que entra silenciosamente no seu 3º ano da NFL, depois de ter sido escolhido no round 2 do draft de 2014, tem vindo paulatinamente a reivindicar o seu espaço. Em Chicago, contra os Bears, mostrou toda a sua vasta gama de recursos, recolhendo 6 recepções, para 82 jardas, jogando maioritariamente no slot e percorrendo o centro do terreno. Este pode ser o breakout year de Latimer.

Su’a Cravens, S/LB | Washington Redskins

O rookie, vindo de USC, ganhou a fama no college de ser um hard-hitter, um daqueles safeties usados como um aríete punitivo contra os adversários. Agora, num patamar superior, adaptou-se aparentemente bem às novas exigências, com o futebol de agora a privilegiar safeties que possam ser usados, em alguns esquemas defensivos, como linebackers, numa posição híbrida. Contra os Bucs, eles esteve omnipresente na secundária, voando para a bola, capaz de defender passes, mostrando skills importantes na coverage, e marcando posição como run defender, conquistando dois tackles for loss. Pareceu um tornado, numa defesa de Washington que sofreu um facelift em relação ao ano anterior.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.