Os Melhores Free Agents Disponíveis em 2016

Paulo Pereira 15 de Fevereiro de 2016 Jogadores, NFL Comments
Von Miller

Os Melhores Free Agents Disponíveis em 2016

Apontem aí. 9 de Março. É depois do Combine e é aqui, neste dia, que oficialmente começa a nova temporada da NFL. Sem futebol, é um facto, mas com definições importantes nas franquias. O mercado de jogadores livres abre as hostilidades, dando o tiro de partida na contratação de jogadores. E, neste lote, existem alguns que se podem tornar em peças nucleares, nas equipas que os desejam. Alex Marvez, do Pro Football Focus, compilou a lista dos melhores:

1. Von Miller | Outside Linebacker | Denver Broncos

Não salivem de expectativa, ao recordarem o que Miller fez aos Patriots e Panthers. Ele não irá a lado nenhum. Sim, é um free agent, mas os Broncos – tal como as outras franquias – possuem um derradeiro trunfo, para evitar a saída de atletas deste calibre. A franchise tag. Esta renova o contrato automaticamente por um ano, pagando ao atleta o equivalente à média dos 5 maiores salários na posição. Não sendo uma solução satisfatória para ambas as partes, até dia 9 os Broncos tentarão encontrar uma forma de renovar o vínculo contratual, mas as negociações deverão arrastar-se. Von Miller deverá querer ser presenteado com um contrato do nível de JJ Watt ou Ndamukong Suh, com muitos zeros à direita do primeiro número no cheque. Ou seja, 20 milhões por ano.

2. Josh Norman | Cornerback | Carolina Panthers

Pode ser uma das novelas da offseason. Norman teve uma temporada de sonho, tornando-se o shutdown corner dos Panthers e uma das suas figuras de proa. A equipa tentou oferecer-lhe uma extensão contratual, antes do início da temporada, na ordem dos 7 milhões/ano, mas a oferta foi declinada pelo jogador. A recusa pagará agora dividendos, com Norman a ser um fruto apetecível, podendo almejar o mesmo tipo de pagamento de um elite cornerback. Também aqui, no entanto, dificilmente veremos o jogador com outras cores vestidas. Os Panthers tentarão negociações e se estas não forem bem sucedidas, a franchise tag será usada. Com ela, Norman auferirá em 2016 um valor a rondar os 14 milhões.

3. Muhammad Wilkerson | Defensive End | New York Jets

Quando falamos de Wilkerson, falamos de um dos melhores defesas da competição, alguém que pode ser colocado no mesmo patamar de Watt, Miller e outros. Ou seja, é um jogador refinado, de elite, um daqueles difíceis de encontrar. E de manter. Também aqui existe o espectro da franchise tag. Não se vislumbra que os Jets possam, de alguma forma, abrir mão do jogador, mas a escolha de Leonard Williams, com a pick 6 no draft do ano passado, pode baralhar a questão. O que se podia escrever aqui é o mesmo transcrito acima, para os outros jogadores. No caso das negociações falharem, ou demorarem, a franchise tag será utilizada. E, com ela, cerca de 16 milhões para Wilkerson. Não é o cenário ideal para o jogador, que deseja um vínculo contratual mais longo e seguro, mas é um valor apetecível, mesmo assim.

4. Eric Berry | Safety | Kansas City Chiefs

Talvez, neste momento, Berry não seja um safety de top. Talvez. Mas o seu jogo, com o passar das semanas, readquiriu algumas das qualidades que tinha, no passado, antes de lhe ser diagnosticado um cancro. Berry recuperou da doença, voltando a dar o seu contributo à equipa, louvado pela imensa legião de fãs dos Chiefs, que o idolatram. Até por isso, pela empatia com os adeptos, será difícil Berry sair. Um novo contrato, renovando os votos, estará no futuro imediato mas, caso este não surja em tempo disponível, a franchise tag é a mais barata, quando de fala nas posições defensivas. 11 milhões e “sea of red” continuará a vê-lo jogar. Com qualidade de sempre.

5. Kirk Cousins | Quarterback | Washington Redskins

Renovar os laços contratuais com Cousins parece um no-brainer. O quarterback ganhou a competição com Robert Griffin III e, após alguma irregularidade exibicional, terminou a regular season em grande estilo, levando os Skins ao título de divisão e aos playoffs. A vantagem negocial, num mercado rarefeito e onde escasseiam as soluções para a posição, está totalmente do lado do jogador que deverá pedir um contrato avultado. A franquia dirigida por Dan Snyder, habitualmente com bolsos fundos, poderá tentar regatear o preço mas, no fundo, não terá outra solução a não ser propor um novo vínculo, cedendo às exigências. É que, aqui, o uso da franchise tag, se por um lado mantém o jogador na cidade, por outro prejudica claramente o clube. Os 20 milhões a pagar (mais dólar, menos dólar) podem ser incomportáveis para o cap space. Na negociação prevista, Cousins terá também que ceder em alguns pontos, de forma a não minar o entendimento. O seu conhecimento do playbook, a empatia crescente com os colegas do ataque e o conhecimento do staff técnico são factores ponderáveis a permanecer com a camisola de Washington vestida.

6. Doug Martin | Running Back | Tampa Bay Buccaneers

Os Bucs resolveram rolar os dados, no caso de Martin, e saiu-lhes o tiro pela culatra. Ainda no seu contrato rookie, a equipa poderia prorrogar, antes do início da temporada de 2015, o contrato por mais um ano. Mas as lesões sucessivas, que levaram o running back a falhar 17 dos 32 jogos prévios, levaram à opção de não prorrogação. E Martin, refeito das mazelas físicas, teve uma temporada de 2015 de excelente nível, com 1402 jardas corridas, apenas atrás de Adrian Peterson, não falhando um encontro. Agora, caso os Bucs pretendam, já com novo staff técnico após o despedimento de Lovie Smith, renovar a aposta no jogador, o novo contrato sairá bem mais caro. Será curioso acompanhar esta novela, pois a perda de influência da posição pode mesmo ditar que os Bucs optem por uma solução mais barata (leia-se draftar alguém).

7. Eric Weedle | Safety | San Diego Chargers

O barbudo safety dos Chargers já deve ter as malas prontas. O dinâmico defesa entrou em rota de colisão com a franquia e os seus nove anos em San Diego caminham para um abrupto final, com a sua presença a animar a free agency, dados os talentos – ainda intactos – do jogador.

8. Brock Osweiler | Quarterback | Denver Broncos

Peyton Manning ainda não tomou uma decisão quanto ao seu futuro, mas parece ser ponto assente que o veterano quarterback não permanecerá em Denver. Os seus 40 anos e a visível deterioração dos suas capacidades físicas, para além dos 20 milhões que a sua presença no roster roubariam ao cap space, forçarão John Elway a procurar outra solução, caso Manning não se reforme. E a solução chama-se Brock Osweiler. Não que o backup de Manning tenha encantado, nos seus 7 jogos como titular, mas num mercado onde existem poucos quarterbacks com experiência disponíveis, reza o bom senso que se cuide do que se tem. Os Broncos terão agora uma janela temporal diminuta para chegar a acordo com o quarterback, dado que a franchise tag parece ser inviável, pois a equipa necessitará dela para Von Miller. Osweiler também deverá querer permanecer em Denver, dado já estar familiarizado com o plano de jogo, mas as suas reivindicações salariais podem fazer esticar a corda. E há rumores que os Browns, também eles sequiosos por um quarterback depois de cortarem a ligação com Manziel, podem fazer uma investida a Osweiler, baralhando a equação. Teremos mudança de ares?

9. Sam Bradford | Quarterback | Philadelphia Eagles

Bradford foi uma escolha pessoal de Chip Kelly, que operou uma reestruturação no roster dos Eagles em 2015, acabando por ser vítima desta e dos subsequentes maus resultados. Com Kelly noutras paragens e com Bradford a ser um free agent, estarão os Eagles dispostos a desembolsarem valores elevados para um novo contrato? As exibições de Bradford não foram convincentes, com o jogador transformado em bode expiatório das culpas da má época, mas a sua utilização no esquema up-tempo de Kelly, para o qual as suas características não pareciam ser as adequadas, pode servir de atenuante. Na provável west coast offense que o novo treinador, Doug Pederson, colocará em vigor em Philadelphia, Bradford parece ser o candidato ideal.

10. Malik Jackson | Defensive End | Denver Broncos

Um dos young studs da defesa brutal dos Broncos, Malik Jackson é ainda um quase perfeito desconhecido, não obtendo o mesmo crédito que Derek Wolfe, por exemplo. Mas, no esquema 3-4, o jogador possui aquela rara combinação de habilidade no pass rush e run defender que o tornam uma espécie rara. A renovação contratual com Wolfe aparenta dar indicações de que a equipa está preparada para perder Jackson, existindo ainda outras prioridades, como a manutenção de Von Miller e Osweiler. Assim, é provável que Malik vá capitalizar, na free agency, a temporada realizada, obtendo um contrato chorudo. Para quem necessita de disrupção pelo interior da DL, eis um óptimo candidato.

11. Bruce Irvin | Outside Linebacker | Seattle Seahawks

Num mercado que valorize cada vez mais os pass rushers, tratando-os como uma espécie rara e valiosa, Irvin poderá ser um dos animadores do mercado de jogadores livres…se lá chegar. O jogador já mencionou publicamente que deseja permanecer em Seattle, não se importando de reassinar com a equipa por menos valor do que aquele que obteria noutros lados. A bola aparenta estar do lado da entidade patronal e se esta valorizar as skills do jogador, não deverá ser difícil chegar a acordo. Se isso não acontecer, não faltarão perseguidores.

12. Alshon Jeffery | Wide Receiver| Chicago Bears

Jeffery tem velocidade e físico para ser dominador e as temporadas de 2013 e 2014 provam isso mesmo, com o jogador a passar sempre das 1100 jardas de recepção. Dotado tecnicamente, tem uma envergadura física que o torna num alvo letal na red zone, desafiando qualquer marcação. Ali a essas já de si notáveis capacidades uma velocidade que lhe dá separação na maior parte das rotas. A sua produção encolheu consideravelmente em 2015, por ter falhado 7 jogos por lesão. Os Bears têm aqui um dilema para resolver. Por um lado querem manter o jogador, mas poderão ser dissuadidos de usar a franchise tag que, para a posição de wide receiver, custará à volta dos 13 milhões. Para além disso a equipa tem ainda por estrear a pick de primeiro round do draft passado, Kevin White, que perdeu 2015 por lesão. É por isso provável que se veja Jeffery a atrair as atenções na free agency e a sua capacidade de playmaker vai render-lhe mais uns milhões.

13. Ryan Fitzpatrick | Quarterback | New York Jets

Os rumores dão conta do interesse comum em assinar novo vínculo e percebe-se o porquê. Fitzpatrick pode estar na fase descendente da sua carreira mas é ainda a mais viável opção para a posição dos Jets, vindo de uma boa época. A sua empatia com o coordenador ofensivo Chan Gailey, anteriormente seu treinador em Buffalo, é enorme e o jogador de 33 anos deverá manter-se na cidade que nunca dorme, evitando que procure a sua 8ª equipa nas 13 temporadas que leva na NFL.

14. Olivier Vernon | Defensive End | Miami Dolphins

Os Dolphins pavimentaram atempadamente o caminho, assinando na offseason de 2015 com Suh e estendendo no tempo os contratos de Tannehill e Mike Pouncey. Presas 3 das peças consideradas nucleares, chegou a vez de fazer o mesmo com um dos emergentes pass rushers da liga. Vernon liderou os Dolphins em sacks, com 8, aproveitando a ausência do top pass-rusher Cameron Wake, com um torn acl. Sabendo do valor do jogador, será difícil a franquia não procurar um novo acordo e/ou o uso da franchise tag. Na eventualidade disso não acontecer, Vernon será um dos animadores da offseason.

15. Matt Forte | Running Back | Chicago Bears

Estatisticamente, Forte é o segundo mais produtivo running back na história da franquia, apenas atrás do icónico Walter Payton. É difícil perceber qual o mercado para um running back de 30 anos, sobretudo com a dose cavalar de snaps que Forte tem, mas a sua resistência (apenas 8 jogos falhados em 8 temporadas) e versatilidade (óptimo fora do backfield, em jogadas de passe), tornam-no num jogador ainda com mercado, caso os Bears concluam que Jeremy Langford, o nº 2 na depth chart, está pronto para assumir a titularidade. Não faltarão candidatos aos seus serviços.

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Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.