Quarterback Ranking: de 1 a 32

Paulo Pereira 15 de Outubro de 2015 Jogadores, NFL Comments
Aaron Rodgers

Quarterback Ranking 2015: de 1 a 32

E a polémica vai começar em 3, 2, 1…

Somos ciosos das nossas cores, reivindicativos nos nossos pretensos direitos, apaixonados na defesa dos ideais que nos consomem internamente. Sendo assim, porque havia de ser diferente com uma lista que pretende catalogar os quarterbacks, aqueles seres quase míticos (não Geno Smith, tu não entras nesta categoria) que bailam e coreografam jogadas estupendas, que nos deleitam como todas as coisas mágicas? Não podia ser de outra forma. A lista abaixo mistura tudo isso, adiciona-lhe umas pitadas de subjectividade, não fosse ela cunhada pela vontade pessoal do escriba, acrescenta-lhe um pouco de lógica e bom senso e voilá. 'Tá feito. Foi um trabalho moroso, cansativo, que me fez arregaçar as mangas e, acima de tudo, criar esboços sucessivos em folhas de papel, depois atiradas em frustração para o caixote do lixo. Não obedeci a nenhuma fórmula, a não ser o a) gosto pessoal, b) histórico e carreira analisados à lupa, c) potencial do jogador e respectivo upside. É uma lista coerente? Esta é uma pergunta retórica, cuja resposta serão vocês a dar. Venham daí as críticas construtivas, os bitaites alarves, os dedos apontados em fúria porque o quarterback A ficou atrás do B ou a simpatia cúmplice de quem até encontra mais pontos em comum do que discordantes. Não me chamem é clubista. Please. O quarterback da minha equipa ficou em 20º lugar. Mas, acima de tudo, comentem. Digam de vossa justiça. Lancem umas bolas, em formato verbal, dirigidas ao alvo. LET THE FUN BEGIN!

1º Aaron Rodgers, Green Bay Packers

É o quarterback mais cool da NFL, aquele que parece um mestre de marionetas, movimentando o ataque a seu bel-prazer. Preciso, cirúrgico, raramente lança uma intercepção, dissecando defesas no pre-snap de forma sublime. Não se inibe quando tem que resolver uma jogada com as pernas. É o mais próximo da perfeição que temos, num jogo de futebol americano. Ah, e é o MVP vigente. O Bleacher Report disse recentemente que vê-lo a jogar actualmente é como ter assistido aos jogos de Michael Jordan, no seu auge.

2º Tom Brady, New England Patriots

Quando parecia que a sua carreira tinha entrado na curva descendente, depois de um 2013 mediano e um início de 2014 duro, Brady elevou o seu jogo, levando a equipa a novo título. É, nesta fase, um coleccionador de anéis, tendo já quatro para decorar os dedos. Para quem achar que é exagerada a sua posição nesta tabela, nada como um rewind. Final da NFC. O passe para touchdown, que deu a vitória à franquia de Boston. Foi um Brady vintage, que depois tornou a aparecer no 4º período do Super Bowl. Ali, quando as decisões têm que ser tomadas, ele não titubeou, realizando 15 minutos finais soberbos. Iniciou 2015 com sede de vingança, depois do escândalo deflategate. Ele – e os Patriots – parecem imparáveis, massacrando os adversários, atraindo comparações com 2007, ano em que terminaram invictos a regular season.

3º Ben Roethlisberger, Pittsburgh Steelers

É, a seguir a Aaron Rodgers, o quarterback que mais prazer me dá ver jogar. Já com dois anéis de campeão, Big Ben tem elevado o seu jogo, transformado num verdadeiro gunslinger que usa de forma criteriosa os seus receivers. Com um jogo corrido consistente, a cargo de Le’Veon Bell e com Antonio Brown, hoje em dia um dos melhores receivers da prova, 2015 prometia ser ainda melhor do que 2014, quando ele liderou a competição em jardas passadas. Pena a lesão sofrida, que nos impede de vê-lo actuar. É o mestre dos pump fakes, fazendo dançar os defesas, enquanto escolhe o alvo para lançar. As suas deep balls são das mais bonitas da liga e continua a jogar num nível elevado.

4º Drew Brees, New Orleans Saints

Continua a ser um quarterback de eleição, claramente dentro do tier-1, mas 2014 deu a conhecer uma faceta que estava esquecida. A das más decisões. Com um decision making questionável, Brees foi uma máquina de turnovers, mas parece já ter ultrapassado essa fase. As suas deep balls continuam a ser excelentes e os lançamentos em rotas curtas e intermédias são de nível de elite.Conseguiu resgatar os Saints de nova derrota, na week 4, com um lançamento portentoso para CJ Spiller, no prolongamento. Com a temporada prestes a resvalar para o abismo, aquele lançamento resume bem a sua carreira em New Orleans, cidade que o acolheu e onde ele se reabilitou. A free agency de 2016 pode tê-lo como o jogador mais mediático, atendendo à situação do salary cap da franquia.

5º Philip Rivers, San Diego Chargers

Parece um crime de lesa-majestade colocar Rivers à frente de Peyton Manning, mas existe uma explicação. Rivers renasceu, depois de um 2012 medíocre, estabelecendo-se por mérito próprio como um dos melhores na posição, em 2013 e 2014. É um dos quarterbacks que melhor lida com a pressão no pocket e é exímio nos lançamentos curtos e intermédios, usando screens e short passes como forma de aproveitar o dinamismo do corpo de receivers que possui e para limitar os erros, erradicando-os do seu jogo. Os Chargers são contendores na divisão graças a ele e parecem os únicos a poder duelar com os Broncos. Rivers está com as suas skills intactas e no auge da forma.

6º Peyton Manning, Denver Broncos

Na sua 18ª liga, um dos melhores de sempre na posição começa a dar, visivelmente, sinais de desgaste. As 3 operações ao pescoço e a idade provecta parecem fazer mossa, com Manning a ter dificuldades visíveis nos lançamentos precisos, como se viu a partir de meio da temporada de 2014. No pocket, já não é o jogador cerebral, que desnudava blitzes e packages criativas em instantes. Mais lento, menos instintivo, é no entanto ainda a melhor possibilidade dos Broncos vencerem um título. 2015 apenas veio acentuar essa ideia, com Manning a cometer demasiados turnovers (6 touchdowns para 5 intercepções). Curiosamente, mesmo longe dos seus tempos áureos, tem em seu redor um núcleo forte, que já não necessita que ele faça de super-herói.

7º Tony Romo, Dallas Cowboys

Amado e odiado, quase na mesma proporção, Romo tem mostrado nos últimos anos, com epicentro em 2014, que é um quarterback underrated. Braço forte, presença equilibrada no pocket, lançamentos precisos e um conhecimento maturado das defesas, tornam-no num dos jogadores merecedores do top-10 da liga. E demonstrou que pode bem ser o líder de uma equipa que pensa obcecadamente no Super Bowl. A lesão sofrida em 2015 colocou os objectivos a derrapar, com a equipa incapaz de vencer sem ele e Dez Bryant. É uma pena. Causticado anos a fio na imprensa, de forma injusta, Romo subiu a pulso na carreira, desde que não foi draftado. É um jogador que, quando fisicamente sadio, é empolgante.

8º Russell Wilson, Seattle Seahawks

Parece difícil de acreditar, mas entra agora apenas no seu 4º ano da liga. E, no segundo e terceiro ano, levou a equipa ao Super Bowl, com resultados distintos. Undersized, para alguns, alvo de críticas negativas, no processo pré-draft, a realidade é que Wilson se impôs na competição, conseguindo casar o seu estilo de dual-threat com a realidade da NFL. Uma espécie de Houdini, no pocket, eclipsando-se ao menor sinal de perigo, consegue ser certeiro fora dele, lançando bem na passada e concretizando downs importantes com os pés.

9º Andrew Luck, Indianapolis Colts

Ainda não está devidamente refinado, mas é globalmente tido como o melhor prospect a aparecer na NFL, depois de Peyton Manning. NFL ready, como os staffs técnicos tanto gostam, uma espécie de plug & play, Luck parece ter o mundo a seus pés. Ou, de forma mais realista, a AFC. Desde que, obviamente, consiga vencer a sua Némesis, que se chama Brady. Luck tem tudo para ter um futuro brilhante, mas terá que limar alguma inconsistência, que se viu no ano passado e agora, em 2015. Alterna os grandes momentos, com lançamentos espantosos, com outros onde é visível a pobreza das decisões. Mas tem tudo, repito, para ser um nome incontornável no futuro a curto prazo.

10º Matt Ryan, Atlanta Falcons

Pode não ser um nome consensual para fechar o top-10, mas Ryan tem sido consistente, desde a sua entrada na NFL, em 2008. Mesmo que por vezes denote alguns problemas na leitura das jogadas, é óptimo nos lançamentos downfield e criou uma empatia com Julio Jones, que tem sido frutífera no ataque dos Falcons. Rejuvenescido, em 2015, graças à mudança de staff técnico e a um ataque com presença no jogo corrido, que lhe retira alguma pressão dos ombros, Ryan é um daqueles quarterbacks que torna melhores os seus receivers, do que aquilo que na realidade eles são.

11º Joe Flacco, Baltimore Ravens

Flacco criou uma reputação de jogador que só aparece nos playoffs, mercê do fantástico percurso que efectuou, no último Super Bowl ganho pelos Ravens, ou pela caminhada em 2014, que o levou a vencer Ben Roethlisberger em Pittsburgh e a tecer um combate titânico com Tom Brady. Mas Flacco é o mesmo jogador, na regular season, se bem que a explosividade do ataque esteja relacionada com o plano de jogo e questões tácticas. Com um ataque que, em 2015, perdeu Torrey Smith e conta apenas com a experiência de Steve Smith, o que se lhe pede é hercúleo, mas nem assim ele verga. Não é empolgante, mas competente e fiável.

12º Cameron Newton, Carolina Panthers

Cameron é um daqueles casos em que os números e estatísticas não reflectem, muitas vezes, o que se passa em campo. Com forte presença no pocket, mas capaz de fora dele manter a jogada viva, tem padecido da falta evidente de playmakers, nos últimos anos. A vinda de Kelvin Benjamin ajudou-o, em 2014, mas a nova temporada privou-o novamente da garantia dada pelo receiver. Mesmo assim, tem transportado a equipa às costas, com um grupo heterogéneo e mediano de jogadores em seu redor. Soube limar, em 2015, os turnovers, tornando-se ainda mais letal.

13º Alex Smith, Kansas City Chiefs

É um game-manager. Pelo menos é essa a ideia vigente colada à epiderme de Smith, que continua a carregar o estigma de ter sido escolhido à frente de Aaron Rodgers. O seu crescimento na liga foi sempre prejudicado pelo caos que envolvia a organização dos 49ers, coleccionando treinadores e coordenadores ofensivos todos os anos, com a falta de estabilidade daí resultante. Alex Smith pode não ter um grande braço e ser algo conservador, mas a culpa disso provavelmente pode ser assacada à west coast offense de Andy Reid. Mas a capacidade para, de vez em quando, realizar a big play está lá. Smith não é o melhor quarterback da competição, mas será um dos mais seguros. E isso ajuda a vencer jogos.

14º Carson Palmer, Arizona Cardinals

O antigo vencedor do Heisman entra na sua 13ª temporada da liga, sem nunca ter dado aquele passo em frente que se julgava possível. É, em qualquer cenário, um quarterback fiável, com alguns momentos espectaculares, mas com uma faceta de injury prone nos seus últimos anos. Para o que interessa, Bruce Arians ofereceu-lhe as chaves do castelo em Arizona, dando-lhe carta branca para o seu conhecido vertical attack. Palmer tem o braço para esses lançamentos downfield. E tem os alvos, não sendo de estranhar que esteja 15-3 nos últimos 18 jogos, com 33 touchdowns e 13 intercepções. Não será o MVP da temporada, mas pode bem ser o QB que dá uma real hipótese aos Cardinals de regressarem ao Super Bowl.

15º Matthew Stafford, Detroit Lions

Começou a carreira num cenário dantesco, atrás de uma OL horrível e numa franquia que atravessava o pior momento da sua história. O resultado não foi bonito, com o quarterback a ter dificuldades evidentes para estabilizar exibicionalmente, contraindo também algumas lesões com gravidade. 2013 viu-o, finalmente, a atingir as suas potencialidades, mas 2014, mesmo com uma temporada agradável da franquia, assistiu a um retrocesso. Stafford está naquele limbo, em que um movimento em falso o pode transformar no novo Cutler. Tem um braço excelente, realiza a maioria dos lançamentos, mas o seu discernimento não tem sido o melhor, travando a ascensão nesta lista.

16º Eli Manning, New York Giants

Dois anéis de campeão, ambos à custa dos Patriots e sempre com a faceta de playmaker a surgir como elemento diferenciador. A atravessar um período negro na sua carreira, Manning é mais vítima do que réu, com Tom Coughlin a ceder a responsabilidade das jogadas de ataque e a confiar em Ben McAdoo. O coordenador ofensivo instalou um sistema de ataque nas antípodas do existente, obrigando a um reset de Manning, que teve que absorver a espécie de West Coast Offense preconizada. As dores de crescimento foram notórias, com o quarterback desconfortável no seu novo papel, e os turnovers a avolumarem-se. Em 2015, o ano 2 do novo sistema, é previsível que os Giants sejam mais competitivos, e tem-se notado, para já, a diminuição dos erros, no que pode ser considerado um bom sinal. Se os Giants atingirem os playoffs, algo que parece perfeitamente ao alcance na NFC East, contem com a experiência dele para tornar a vida miserável a qualquer opositor.

17º Sam Bradford, Philadelphia Eagles

Bradford mereceu a sua segunda chance na NFL, depois dos Rams o terem escolhido no draft. Massacrado por graves lesões, Bradford permanece uma incógnita ao mais alto nível. Pressente-se que o talento está lá, mas ainda não transportado para a realidade. Chip Kelly tornou-o o rosto dos Eagles e, num ataque up-tempo, parecia uma aposta mais certeira do que Foles ou Sanchez. Foi excelente na preseason, mas mediano na regular season, naufragando com a equipa. A week 4, no entanto, e pese nova derrota, já viu alguns flashes do seu talento, sobretudo nos passes longos, dilacerando os erros na secundária dos Redskins. Numa divisão com tudo em aberto, o seu crescimento pode ser o elemento que iniciará a recuperação dos Eagles.

18º Andy Dalton, Cincinnati Bengals

Está no ano decisivo da sua carreira, depois de algumas temporadas de pura inconsistência, quase levando à loucura os adeptos da equipa. The Dalton Coaster, como jocosamente começaram a apelidar os jogos liderados pelo quarterback, mostra a desconfiança crescente com ele, incapaz de liderar os Bengals à vitória nos playoffs. Na regular season, Hue Jackson conseguiu limitar o número de turnovers, e a equipa tornou-se crónica candidata ao título de divisão. Mas, quando é preciso algo mais, nos jogos a “doer”, Dalton soçobra sob o peso da responsabilidade. 2015 tem assistido, até ao momento, à versão boa de Dalton, nesta espécie de Hyde & Jekyl, confortavelmente instalado aos comandos de uns Bengals que apresentam soluções para reivindicarem, finalmente, a supremacia na AFC. Falta a prova de fogo: os playoffs. E o resultado disso ditará o futuro da carreira do jogador.

19º Nick Foles, Saint Louis Rams

2013 foi um ano atípico, com Foles a tomar de assalto a competição, revelando uma precisão e uma faceta de playmaker que o tornaram uma sensação imediata. Os seus 27 passes para touchdown e as suas duas únicas intercepções criaram falsas expectativas. E Foles não tem conseguido viver para elas. Desceu à terra, em 2014, com um nível exibicional mediano e foi despachado, na limpeza que Chip Kelly fez em Philadelphia, para os Rams, onde se integrou bem. Restabelecida a normalidade, o que a sua nova equipa pode esperar dele é alguma inconsistência, misturada com momentos de enorme lucidez. Não empolga, mas também não compromete e, com um elenco jovem e talentoso em seu redor, pode tornar a equipa com calibre de playoff.

20º Teddy Bridgewater, Minnesota Vikings

Da classe de rookies de 2014 foi claramente o melhor, mas não se livrou de um ano disfuncional na sua franquia. Com uma OL deficitária e sem Adrian Peterson a servir de suporte no jogo corrido, realizou milagres inesperados. Excelente a evitar os turnovers, conseguiu sempre manter uma certa frieza no pocket, não se limitando ao papel de game manager. Explodiu na segunda parte da temporada, com alguns big throws, depois de encontrar Charles Johnson, com quem criou uma dupla dinâmica. Mereceria estar mais acima da tabela, não fosse a falta de histórico. Apenas uma temporada – com óptimas indicações – é pouco para aferir o real comportamento dele, mas parece ser o quarterback por quem suspiravam os fãs dos purple & gold.

21º Ryan Fitzpatrick, New York Jets

Fitzpatrick é melhor do que o crédito que lhe dão, mas está na fase descendente da sua carreira e tornado uma espécie de loose cannon, acumulando erros atrás de erros. A chegada de Todd Bowles parece ter-lhe feito bem, com o veterano a assumir o seu papel de líder no ataque, não comprometendo e sendo eficaz, tal como tinha feito nos Texans, em 2014. Não será, nesta altura, uma aposta de futuro para nenhuma franquia, mas pode ser visto como alguém confiável e sereno.

22º Derek Carr, Oakland Raiders

Uns lugares à frente de Bortles, pois enfrentou também um ano rookie difícil pejado de dificuldades, mas conseguiu exibir-se a um nível superior, dando uma aragem de esperança aos moribundos Raiders. Terá que continuar a curva ascendente e a melhorar naquilo em que tem dificuldades: blitzes e maior precisão, quando sob pressão. Mas, finalmente, com a casa arrumada em Oakland e depois do árduo trabalho na recuperação do cap space que Reggie McKenzie efectuou, parece que o franchise quarterback foi encontrado.

23º Jay Cutler, Chicago Bears

Actualmente, parece material radioactivo, de quem ninguém se quer aproximar. Preso à franquia de Chicago, mais por questões de contrato/salary cap do que por desejo da nova equipa técnica, Cutler é o que é, nesta fase da sua carreira. Um quarterback com upside que nunca viveu para as expectativas. Braço forte, mas contínuas decisões questionáveis, tornaram-no o novo patinho feio da liga, substituindo Tony Romo, injustamente colocado nesse papel anos a fio. Cutler tem em 2015 a sua provável última oportunidade, com Adam Gase como coordenador. E se o homem que criou um ataque nos Broncos para Tim Tebow não conseguir fazer nada por Cutler, bem, o melhor é mesmo arrumar as botas.

24º Colin Kaepernick, San Francisco 49ers

A palavra que melhor define Kaepernick actualmente é estagnação. Esperava-se mais do miúdo vindo de Nebraska, depois da estreia em 2012, onde revelou uma faceta empolgante de dual-threat. Continua a revelar pouca paciência no pocket e é acusado de lançar para a primeira leitura que faz das jogadas. Tem ferramentas fantásticas para continuar a ser o líder do ataque dos 49ers, se conseguir lapidar algumas arestas. 2015 colocou-o sobre brasas e as 4 intercepções contra os Cardinals liquidaram a pouca popularidade que possuía na cidade. Terá que fazer bem mais e melhor, no que resta da temporada, para não ser descartado no final da época.

25º Ryan Tannehill, Miami Dolphins

Tannehill não é um produto polido e o seu percurso até à NFL foi pouco ortodoxo, jogando apenas 2 anos como quarterback, em Texas A&M, depois de ter sido wide receiver. A sua aprendizagem foi crescente, revelando consistência e pormenores interessantes, nos seus primeiros 3 anos de carreira. 2015, no entanto, face ao investimento da franquia, via free agency e draft, esperava um retorno melhor. Tannehill tem revelado os mesmos predicados dos anos anteriores, mas também os mesmos defeitos, parecendo estar numa fase estagnada da carreira, quando se exigia uma evolução para um patamar de qualidade superior.

26º Josh McCown, Cleveland Browns

É um veterano, tal como Fitzpatrick, e está na fase final – e descendente – da sua carreira. Depois do surpreendente 2013, quando substituiu Cutler nos Bears, aproveitou a onda e conseguiu um contrato com os Bucs. Mas com um elenco diferente em seu redor, o seu rating foi por água abaixo e 2014 foi um ano para esquecer. Agora, nos Browns, quando procurava uma reabilitação, uma concussão no jogo inaugural privou-o de jogar. Recuperou a titularidade, na semana 3 e 4, exibindo a maturidade esperada, mas sabe-se que o seu limite já foi ultrapassado e que é uma mera questão de tempo até os Browns colocarem um ponto final na experiência, seja Manziel ou outro o escolhido.

27º Brian Hoyer, Houston Texans

Veterano da liga mas, curiosamente, com uma amostra como titular ainda diminuta, depois de permanecer como fiel escudeiro de Tom Brady. Nos Browns suplantou Manziel mas enredou-se depois num mistake prone, cometendo erros atrás de erros. Este ano, na nova casa que o acolheu, ganhou a corrida à titularidade dos Texans, batendo Ryan Mallett, num episódio visto no Hard Knocks. Mas, novamente, Hoyer mostrou que tem tanto de bom rapaz como de quarterback medíocre, incapaz de fazer algo de relevante no ataque texano e colocando em perigo a sua posição dentro da equipa.

28º Kirk Cousins, Washington Redskins

Cousins caiu no meio duma situação surrealista, tornado backup do menino lindo em Washington, depois caído em desgraça. Mais do que ter emergido para a titularidade pelos seus méritos, fica a ideia de que foi uma espécie de peão numa luta de xadrez, usado para provar que o reinado de RG3 terminou. Cousins consegue ter momentos empolgantes, mas falta-lhe claramente consistência, visível no ano passado numa excelente prestação contra os Eagles para, depois, fazer o inverso e ser horrível na partida contra os Giants e Cardinals. Não está talhado para ser um franchise QB, devido a algumas pobres e questionáveis decisões, que são demasiado regulares para serem apenas fruto da inexperiência.

29º Blake Bortles, Jacksonville Jaguars

Ainda não provou nada na liga mas existe expectativa futura. O cenário não é o melhor, preso a uma das franquias mais fracas da actualidade. O seu ano rookie, em 2014, foi duro, com inúmeros turnovers e poucos momentos de brilho. Em 2015 espera-se uma elevação do seu jogo mas, fazendo fé no seu jogo inaugural, contra os Panthers, serão mais baby steps do que passos firmes em direcção a um futuro melhor.

30º Tyrod Taylor, Buffalo Bills

Taylor, produto made in Virginia Tech, tem algumas semelhanças com outro nome que tem a universidade como alma mater: Michael Vick. Mas, para já, é um perfeito desconhecido, depois de ser backup de Joe Flacco. Rex Ryan viu nele algo que lhe agradou, tornando o jogador o titular na guerra sem quartel da preseason, entre ele, Matt Cassell e EJ Manuel. Dual-threat, tem lidado bem com as exigências da NFL, permanecendo no pocket e lançando com precisão. O primeiro jogo a “sério”, contra os Colts, foi excelente, sem erros e mostrando o seu atleticismo como runner. Contudo, pese o hype em crescendo, há que dar tempo ao tempo e ver como, numa prova dura e intensa, Taylor lida com a pressão e com os dissabores.

31º Marcus Mariota, Tennessee Titans

Tal como Winston, é um rookie, com as dores de crescimento previsíveis a colocarem-no no fundo da tabela. Tem enorme potencial e aparentemente adaptou-se bem ao estilo under center, depois de ter feito toda a carreira universitária em Oregon, jogando no shotgun. Com um game plan conservador, que evitará a sobre-exposição do jogador, Mariota tem tudo para crescer competitivamente. As primeiras impressões são positivas, com ele a manter a serenidade no pocket e a sair dele apenas em último recurso. Bom jogo de estreia on the road, em Tampa, revelando precisão no lançamento em rotas intermediárias, nunca se coibindo de procurar os seus alvos no centro do terreno.

32º Jameis Winston, Tampa Bay Buccaneers

É um novato na liga e entrou nela com uma mistura de hype e desconfiança. Parecendo mais NFL ready do que Marcus Mariota, por jogar num pro style nos Seminoles, Winston resvalou exibicionalmente no último ano na universidade, onde a sua decision making deixou muito a desejar, acumulando intercepções. Tem potencial e pode ser o franchise que os Bucs procuram para a posição, mas terá que limar os lançamentos forçados e outras decisões que acarretam elevados custos, como se tem visto nas 4 primeiras jornadas da competição.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.