Top 10 Melhores Jogadores da NFL de 2013

Paulo Pereira 29 de Maio de 2014 Jogadores, NFL Comments
Top 10 NFL Players

Top 10 Melhores Jogadores da NFL de 2013

É uma pecha. Mas que está prestes a ser corrigida. Por manifesta falta de tempo – a NFL é uma competição que, mesmo na offseason, tem centenas de pontos de interesse que alargam o espectro da atenção – não fizemos o top dos melhores jogadores da NFL, na temporada que findou. Até agora. Não é uma tarefa fácil. É espinhosa e obriga a profunda reflexão. É, também por isso, um exercício de escolha pessoal, com tudo o que isso encerra de subjectividade. Não pretende ser uma desculpa. Antes pelo contrário. A lista que se segue foi elaborada de acordo com as [profundas] convicções de quem é um verdadeiro apaixonado pelo jogo. Sintam-se livres para concordar, enchendo a caixa de comentários com palavras elogiosas e adjectivos lisonjeiros. Ou, no inverso, critiquem. Façam-no, no entanto, de forma argumentativa. Apontem o dedo ao que consideram exagerado. Sigam a vossa consciência.

1. Peyton Manning, QB, Denver Broncos

Peyton Manning

Peyton Manning
Foto de Justin Edmons/Getty Images

Esta pareceu-me um no-brainer. Manning, depois de três operações ao pescoço e na fase derradeira da sua carreira, jogou a um nível elevado. Falhou, é um facto, no jogo decisivo, impotente para travar os Seahawks, mas nem isso belisca o seu enorme mérito em ter transformado o ataque de Denver numa máquina predatória. Na sua 16ª temporada, conseguiu feitos impensáveis, como o maior número de touchdowns e o recorde de jardas lançadas. São, obviamente, feitos que apenas engrandecem o ego, mas vê-lo jogar é uma verdadeira lição para os neófitos na posição. Não tendo um braço-canhão, é um quarterback terrivelmente preciso, rápido na dissecação das defesas e lesto a ler o jogo.

2. Earl Thomas, S, Seattle Seahawks

Earl Thomas

Earl Thomas
Foto de AP Photo/Elaine Thompson

Correndo o risco de me repetir, escolher jogadores para posições cimeiras num viveiro de talentos como é a NFL, é uma tarefa hercúlea. Quis, com esta escolha, premiar a fabulosa temporada da equipa de Seattle, que viveu muito da inspiração defensiva para conquistar o inédito Super Bowl. Earl Thomas é a verdadeira definição da forma como o roster dos Seahawks foi sendo talhado. De forma lenta, paciente e juntando atletas com um potencial incrível, sedentos de glória e com a agressividade nos limites máximos permitidos. Na sua 4ª temporada na NFL, Thomas tornou-se o estereotipo do que se pretende num safety, a derradeira barreira/obstáculo para os ataques contrários. Detentor de uma velocidade assinalável, é soberbo na coverage, o que lhe permite seguir tight ends ou manter uma cobertura perfeita sobre wide receivers. Verdadeiro playmaker, não se intimida quando tem que defender a corrida, exímio nos tackles e ângulos que toma na perseguição ao portador da bola. O único senão – que, no entanto, não o inibe em nenhuma situação de jogo – é a falta de tamanho ideal (mede 5’10’’).

3. Robert Quinn, DE, Saint Louis Rams

Robert Quinn

Robert Quinn
Foto de AP Photo/Michael Conroy

Sou um apreciador do College, mesmo que a competição universitária tenha demasiados desequilíbrios para permitir retirar ilações conclusivas. Mas, para mim, constitui um exercício prazeroso acompanhar a transição de alguns dos atletas que me fascinam para o mundo profissional. E lá, vê-los vingar, de forma exuberante. É o caso de Robert Quinn, um indomável defensive end que brilhou – mesmo com alguns problemas off the field – a grande altura em North Carolina. Nos Rams, Quinn teve um ano de 2013 inesquecível, jogando a um nível elevadíssimo, entrando inclusive nas cogitações para Defensive Player of the Year. Extremamente focado e competitivo, foi um monstro na defesa contra a corrida, mostrando elevados índices de agressividade e velocidade. Alguns dos highlights da temporada são seus, quando rompia pelo backfield, ultrapassando a OL como se esta fosse feita de papel, para parar o running back. Jogando preferencialmente no weak side (o lado que não é defendido pelo TE, na OL). Se contra o jogo corrido Quinn foi inteligente, no pass defense estabeleceu-se como um elite pass-rusher. Bastante dinâmico, coleccionou 19 sacks, 21 quarterback hits e 51 hurries, mostrando um poder físico assombroso, que lhe permitiu desenvencilhar-se de blockers com aparente facilidade. Deixou no ar a expectativa de um 2014 ainda melhor. Be afraid. Be very afraid.

4. Richard Sherman, CB, Seattle Seahawks

Richard Sherman

Richard Sherman
Foto de USA TODAY Sports

O corner dos campeões anda agora na ribalta, numa luta sem tréguas no twitter com Patrick Peterson, cornerback dos Cardinals. O assunto é simples. Quem é o melhor CB da competição? Peterson acha que ele é melhor do que Sherman, aludindo ao facto da secundária dos Seahawks, com os dois safeties (Earl Thomas e Kam Chancellor) dar uma enorme ajuda aos seus corners. Não vou dar para esse peditório. Sherman é, para mim, o melhor cornerback da NFL, em coverage. Com 6’3’’, assume-se como o protótipo para a posição, estando naquele patamar actual em que os quarterbacks adversários tentam evitar, ao máximo, lançar para o lado defendido por ele. Ball hawker, consegue criar regularmente turnovers e acompanha qualquer receiver, independentemente da velocidade deste. Não é um exímio tackler, mas é capaz de efectuar jogadas no run game, atacando o portador da bola com rapidez. Pese a enorme ajuda que é jogar com Thomas e Chancellor na retaguarda, 2013 foi uma temporada inesquecível para Sherman, que jogou sempre num nível extremamente elevado.

5. J.J. Watt, DE, Houston Texans

JJ Watt

JJ Watt
Foto de USA Today Sports Images

Talvez a sua posição no ranking seja demasiado penalizadora e reflicta, inconscientemente, a horrível época dos Texans. Watt é, numa única palavra para o definir, um monstro. E nunca joga mal. A época de 2013, em termos pessoais, foi quase similar à de 2012, quando foi eleito o DPoY. Na sua 3ª época na franquia de Houston, Watt tornou-se a medida standard pela qual são medidos os outros colegas de posição. Como run defender é excelente, ajudado pela compleição física e tamanho (6’55’’ e 289 libras), que lhe permite desembaraçar-se dos blockers. Tem excelentes instintos e visão de jogo, que se revelam igualmente no pass rush, produzindo sempre de forma consistente. Máquina de sacks, quase todas as suas intervenções geram impacto, independentemente de alinhar sobre um guard ou tackle. Tem força, velocidade e habilidade técnica muito acima da média. É um jogador quase perfeito, que marcará uma era na NFL.

6. Calvin Johnson, WR, Detroit Lions

Calvin Johnson

Calvin Johnson
Foto de Tim Fuller-US PRESSWIRE

É o melhor receiver da competição. E isso diz quase tudo o que precisamos de saber. Com os seus 6’5’’, Megatron domina os ares e desafia qualquer bola que lhe seja enviada. A sua produção, impacto e importância nos Lions é enorme e reveladora da sua utilidade. É uma ameaça letal na red zone e como deep threat, mas é igualmente capaz de contribuir noutras rotas. Tem agilidade, velocidade e controlo corporal excelente, ludibriando vezes sem conta duplas marcações.

7. Navorro Bowman, ILB, S. Francisco 49ers

Navorro Bowman

Navorro Bowman
Foto de Stephen Dunn/Getty Images

Terminou a temporada de 2013 da pior forma. Lesionado, dentro de campo, com alguma gravidade, e perdendo o prémio [de forma injusta] de Defensive Player of the Year. É um monstro, sobretudo contra a corrida, tendo realizado uma temporada a todos os títulos assinalável. Extremamente rápido, ataca a bola com uma combinação de velocidade e poder intimidantes, raramente escolhendo maus ângulos para os tackles. A sua efectividade é tão grande que permite aos 49ers manterem apenas um defensive lineman como suporte contra a corrida, deixando o grosso do trabalho para Bowman e Patrick Willis, que tapam os gaps entre o center/guard e guard/tackle. Pese a sua transcendência como run defender, não se pense que não é um efectivo pass rusher. 2013 assistiu a um máximo de carreira de 5 sacks, aterrorizando as OLs contrárias e atacando por uma zona sempre complicada, defendida pelo center e guard. Jogador que roça a perfeição, é suave e rápido na ocupação dos espaços, quando em cobertura, frustrando as iniciativas de tight ends ou wide receivers que lhe apareçam na zona.

8. Jimmy Graham, TE, New Orleans Saints

Jimmy Graham

Jimmy Graham
Foto de USA Today Sports Images

Ex-jogador de basquetebol na universidade de Miami, Graham tem vindo a evoluir de forma satisfatória, tornando-se a principal ameaça no ataque aéreo dos Saints. É um atleta notável, alto (6’7’’), com longos braços, que o dotam com a capacidade de efectuar todo o tipo de recepções. Melhorou consideravelmente no quesito drops, progredindo entre 2012 (onde tinha sido o tight end com maior número de drops) e 2013 (apenas 6 drops, em 136 bolas lançadas). Graham é um brilhante route-runner, mais rápido do que o indiciado pelo tamanho, tornando-o uma verdadeira dor de cabeça para os defensores. Actualmente é o melhor na posição de TE, uma verdadeira arma letal, com apenas um senão no seu jogo: o blocking game. Usado como flex tight end – e muitas vezes confundindo-se com um wide receiver – não lhe peçam para bloquear um outsider linebacker ou um safety numa blitz.

9. Russell Wilson, QB, Seattle Seahawks

Russel Wilson

Russel Wilson
Foto de Matthew Emmons-USA TODAY Sports

No seu 2º ano na NFL, Wilson tomou a liga de assalto. O quarterback, olhado de soslaio no draft de 2012, por não possuir as medidas indicadas para a posição, revelou-se um achado no 3º round. Extremamente versátil, é um quarterback atlético, dotado de enorme mobilidade, bastante preciso, mesmo quando o pocket se dilacera e é obrigado a procurar outras paragens para lançar. Bastante novo, tem ainda uma enorme margem de progressão, podendo vir a ser um dos grandes nomes no futuro. Não tem um braço-canhão, mas no target até às 25 jardas é um dos melhores. É, no entanto, na tomada de decisões que está um dos pontos fortes do seu jogo, relevando enorme maturidade, capaz de comandar com classe o ataque dos campeões em título. Cool, na forma de jogar, e bastante inteligente a dissecar as defesas, tem ainda a vantagem da mobilidade, usado muitas vezes em 2013 como um runner…e ferindo o opositor com essas características.

10. Lavonte David, OLB, Tampa Bay Buccanners

Lavonte David

Lavonte David
Foto de AP Photo/Phelan M. Ebenhack

Será, porventura, o nome menos consensual neste top-10, mas é um dos meus atletas de eleição e, preferencialismos à parte, merece ser reconhecido como um dos jogadores mais promissores da actualidade. Em 2013 exibiu-se a um nível elevadíssimo, revelando um poder físico tremendo, uma agilidade notável e uma rapidez assinalável. Dissecando o seu jogo, foi perfeito – e claramente o melhor elemento dos Bucs – na cobertura. É instintivo e fluído, lendo bastante bem o quarterback adversário. Conseguiu 5 intercepções e um sem número de passes defendidos. A sua qualidade decai ligeiramente quando é obrigado a defender a corrida (geralmente como weak linebacker), por não possuir aquela robustez física que “rasgue” a OL contrária, mas é um tackler seguro e um perseguidor feroz do transportador da bola. Como pass rusher, teve um início retumbante de temporada, coleccionando sacks (terminou a época com 8), pressões e hits.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.