LPFA 2015: Meias-finais Lumberjacks @ Devils

André Amorim 15 de Abril de 2016 Jogos LPFA, Portugal Comments
Paredes Lumberjacks vs Lisboa Devils

LPFA 2015: Meias-finais Lumberjacks @ Devils

No seguimento do jogo das meias finais que colocou frente a frente os Lisboa Devils e os Paredes Lumberjacks, fomos falar com o Hugo Teles que é Scout da equipa de Paredes e com Sérgio Dinis que é Treinador Ofensivo da equipa de Lisboa.

Apresentação

Hugo Teles

Hugo Teles

Hugo Teles
Foto de Porto Mutts CFA

O Hugo Teles está no seu primeiro ano vinculativo com os Paredes Lumberjacks sendo que está com o papel de estudar os adversários e em conjunto com os restantes elementos da equipa técnica elaborar o Gameplan para as partidas, sendo portanto o Scout da equipa. Desde que está com a equipa o recorde total é de 6-4-0.

Sérgio Dinis

Sérgio Dinis

Sérgio Dinis
Foto de LogikEvidence

O Sérgio Dinis está com os Devils desde o início da equipa, sendo que no primeiro ano era jogador e passou no segundo ano a fazer parte da equipa técnica como treinador ofensivo e responsável pelos wide receivers. Desde que faz parte da equipa técnica o recorde da equipa é 14-5-0.

De que forma preparam este jogo?

Hugo Teles: “Depois da vitória contra os Warriors começamos a preparar este jogo vendo imensas tapes dos jogos dos Devils, o gameplan para esta partida baseava-se em termos defensivos, em fazermos o máximo de pressão ao QB adversário, o grande objetivo passava por tentar anular o Joey Bradley do jogo ao máximo, ofensivamente era conseguir impor o nosso jogo de run, como o jogo em passe não é o nosso forte para conseguirmos a vitória neste jogo nosso run tinha de se impor com drives longas e eficazes.”

Sérgio Dinis: “Nós já tínhamos defrontado os Lumberjacks num jogo-treino na pré-época, mas sabíamos que não íamos tirar muita informação útil daí. Nós fizemos a nossa análise da defesa dos ‘Jacks tal como temos feito com todos os adversários esta época, e preparámos o ataque em conformidade com aquilo que esperávamos encontrar. No nosso primeiro drive ofensivo começámos a ver como é que eles iam encarar o jogo defensivamente. Depois fomos buscar ao nosso playbook aquilo que tínhamos preparado para aquele tipo de esquema defensivo. A preparação foi chave.”

Agora que o jogo terminou o que tens a dizer acerca do mesmo?

Hugo Teles: “O jogo deste fim-de-semana, tínhamos a consciência que iríamos defrontar o adversário mais complicado até a data, acho que foi um bom espetáculo para quem foi aos Olivais e são estes jogos que nos fazer evoluir, são estes jogos que queremos jogar e é nas fases decisivas que queremos estar mais vezes. Há que dar os parabéns aos Devils pois conseguiram formar uma excelente equipa.”

Sérgio Dinis: “Um playoff é um jogo que nunca se esquece, e é especial poder jogar um playoff em casa. E queríamos protagonizar um bom espectáculo. Felizmente, os Lumberjacks vieram à nossa casa exatamente com a mesma mentalidade. Foi um jogo com muito respeito mútuo e disputa. Tivemos um público fenomenal nos Olivais – acho que lhes demos uma boa mostra do que é o futebol do Devils, e que ainda podem contar com as equipas da LPFA para verem jogos emocionantes de futebol americano em Portugal.

O que correu bem e o que correu mal?

Hugo Teles: “Entramos muito bem na partida em termos defensivos a primeira drive dos Devils foi anulada, eles tiveram de fazer o Punt, e ao longo do jogo conseguimos excelentes jogadas tanto em termos ofensivos como defensivos, tivemos duas vezes na Redzone com o resultado ainda em aberto. Já o que correu mal foi mesmo o facto de nas duas drives que tivemos na Redzone não conseguimos pontuar, principalmente na primeira vez pois estávamos em cima do intervalo e arriscámos um 4 down nas 3/4 jardas da Endzone e não conseguimos sair de lá com pontos. Em termos defensivos também não conseguimos anular a conexão Bradley/Collin eles fizeram totalmente a diferença, mesmo estando preparados para tal não conseguimos pará-los.”

Sérgio Dinis: “Conseguimos encontrar soluções tácticas para aquilo que os Lumberjacks nos deram defensivamente. Em momentos chave onde precisávamos mesmo de pontos ou dum 1st down, o Joey e o Collin têm feito a diferença. O Bruno Cardoso – que no ano passado foi votado o MVP da equipa – este ano tem tido alguns problemas com lesões, e foi especial vê-lo a marcar TD’s em jogos importantes outra vez. A Linha Ofensiva soube ajustar-se a blitzes quando precisámos. Fora o ataque, a nossa defesa fez uma das melhores performances do ano. Em sentido inverso fizemos algumas faltas desnecessárias. O António Pires agravou um problema que tinha na perna, e a lesão de um dos nossos é sempre a pior coisa que pode acontecer num jogo. Tivemos alguns drops e maus blocks de receivers – o nosso grupo tem muito talento e consegue fazer melhor. Eles sabem disso, e eu sei que eles vão querer mostrar mais no próximo jogo. As nossas Special Teams não tiveram à altura do Ataque e da Defesa, por isso também vão ser alvo da nossa atenção nos próximos treinos.“

Alguma nota final?

Hugo Teles: “Agora que a liga portuguesa está prestes a terminar, para mim está a ser um processo evolutivo, mas uma das coisas que tenho em mente, é que tenho de ter uma mente aberta há sempre algo de novo para aprender, há sempre coisas novas a surgir, sempre novas ideias. Algo que também me agrada neste período que pertenço aos Paredes Lumberjacks foi conhecer novas pessoas, não só da equipa, mas também dos adversários tanto nas equipas do Grupo Norte mas também das equipas do grupo Sul.

Tenho a consciência que este ano a liga teve um salto de qualidade com a chegada de vários jogadores estrangeiros que nos ajudam a melhorar o nosso jogo dentro e fora de campo.”

Sérgio Dinis: “Com este resultado, vamos jogar a nossa primeira final – há 3 anos atrás tínhamos dificuldades em marcar um único TD na LPFA. É saudável para o desporto que haja competitividade e imprevisibilidade, que não são sempre as mesmas equipas a terem os mesmos resultados. Espero ver muitas mais equipas portuguesas a passar do sítio onde estávamos há 3 anos, para o sítio onde estamos agora. Agora estamos a pensar em trazer o título para os Olivais, nada mais interessa.”

Nota Final

Agradecimentos especiais ao Rui Abreu, Hugo Teles e Sérgio Dinis por terem possibilitado esta entrevista.

O último jogo da Liga Portuguesa de Futebol Americano está marcado para o dia 30 de Abril, em local ainda por designar sendo que até lá teremos ainda mais alguns jogos a serem disputados no sentido de definir o panorama nacional do Futebol Americano, isto de acordo com o cenário desportivo traçado pela APFA.

Legenda Foto Capa

Imagem do jogo
Foto de RNC Photography

About The Author

André Amorim

Desde pequeno que adoro desporto e tive a oportunidade de fazer alguns, individuais e colectivos. O Futebol Americano surgiu na minha vida era eu um adolescente e desde então que estou ligado ao mesmo e tive a oportunidade de acompanhar o seu crescimento pelo Mundo e em particular no nosso Portugal. Competi durante seis anos nos Lisboa Navigators, tive a oportunidade de realizar jogos internacionais em Espanha e de me sagrar por quatro vezes campeão nacional de Futebol Americano. Mas foi em 2013 que aceitei um desafio maior e me juntei a um novo projecto, os Lisboa Devils, para assumir as funções de Head Coach. Durante todo este percurso, sempre tive ligado à divulgação e comunicação do desporto e fundei o FA Portugal, uma "entidade" que tenta reunir todos os jogadores, seguidores e amantes do futebol americano em Portugal e, em particular, da Liga Portuguesa de Futebol Americano. Aquilo que mais gosto do Futebol Americano é a capacidade que tem de nos fazer mudar processos nas nossas vidas e nos fazer crescer, quer seja como atletas, quer seja como pessoas perante a vida. Na NFL sou um "Niner" e dos meus maiores sonhos é um dia ter a oportunidade de ir a San Francisco e ver um jogo dos meus 49ers, algo que já consegui fazer mas numa das suas incursões a Londres.