6 Incógnitas do Free Agency 2013

Pedro Nuno Silva 18 de Março de 2013 NFL Comments

6 Incógnitas do Free Agency 2013

Na offseason de há um ano “só” havia um ponto de interesse no mercado da NFL: onde iria jogar Peyton Manning em 2012. Tudo o resto era pouco menos que indiferente e não fosse a surpreendente e hollywoodesca ida de Tim Tebow para os NY Jets e a coisa teria passado com o maior dos sossegos.

Em 2013 as coisas parecem bem mais interessantes e, quiçá, imprevísiveis. À falta de uma estrela com a dimensão de Manning, atrevi-me a pesquisar na longa lista de estrelas, cadentes ou ascendentes, da liga, e descobri uma mão cheia de nomes que seguramente irão agitar a cabeça dos managers das 32 equipas nesta offseason… ou talvez não!

Assim, a 12 de Março, data de abertura da caça, perdão, do free agency 2013, seguramente que muitas das notícias andarão à volta destes nomes:

Darrelle Revis (Cornerback, NY Jets)

Na grande e afinal esperada trapalhada que foi a época dos Jets, não faltou nada, incluindo a lesão do nome maior da defesa. A época já havia começado sob o signo da incerteza para Revis, que prolongou até ao limite, a pressão sobre Mike Tannenbaum e os managers da equipa para obter uma melhoria contratual. Com o início da época, as coisas pareciam entrar nos eixos, mas uma lesão devastadora no seu joelho esquerdo acabou com a época de Darrelle Revis. Apesar das dúvidas que ainda possam existir sobre a sua actual condição e solidez física, o nome de Revis é ainda assim dos que mais cobiça desperta nos treinadores adversários. As últimas notícias dão conta da alegada intenção de John Idzik, o novo General Manager da equipa, em mantê-lo na equipa, mas as ambições salariais do jogador, num ano de reconstrução em grande dos Jets (QB incluído), poderão ditar a sua saída da Big Apple. E equipas como os New England Patriots, Miami Dolphins, Tampa Bay Buccaneers ou até Baltimore Ravens parecem interessadas em reforçar as suas secondaries com um nome indiscutível.

Matt Flynn (Quarterback, Seattle Seahawks)

Em 2012, o 2º QB mais cobiçado no free agency foi Matt Flynn que acabaria por assinar um contrato de 3 anos e no valor de 19,5 milhões de dólares, 10 deles garantidos, com os Seattle Seahawks, deixando assim os Green Bay Packers, onde permanecia desde 2008, quando foi escolhido no lugar 209 do draft. Matt Flynn, aos 27 anos, parecia finalmente destinado à titularidade indiscutível na equipa de Pete Carroll, que esperava ver confirmada a qualidade de jogo reveladas, nomeadamente, em Foxborough, frente aos New England Patriots na semana 15 da época de 2010 assnou 3 passes para TD e uma exibição quase imaculada que, por meros 4 pontos, não deu uma vitória aos Packers nas barbas de Bellichick e Brady. Mas eis senão quando aparece, em pleno training camp para a época passada, um tal de Russell Wilson! As performances de Wilson ao longo da época passada poucas dúvidas deixaram aos responsáveis dos Seahawks e o QB de LSU lá voltou para o banco dos suplentes, mas agora já não para ser backup de um nome indiscutível como Aaron Rodgers, mas para ser suplente de um rookie quase desconhecido. Desta forma, as hipóteses de Flynn brilhar em Seattle em 2013 são pouco menos que nulas. Se juntarmos a isso o facto de que aos Seahawks farão mais falta outras armas nos dois lados da bola e não um dispendioso QB de reserva e tudo se conjuga para que Matt Flynn volte ao mercado deste ano arriscando-se assim a ser, em dois anos consecutivos, uma das estrelas maiores do free agency sem ter feito uma única época completa nos 5 anos que já leva na NFL. E as notícias mais recentes dão já conta da disponibilidade dos Seahawks em ouvir propostas pelo QB. E candidatos interessados não deverão faltar: Arizona Cardinals, Philadelphia Eagles, Dallas Cowboys, Miami Dolphins, Buffalo Bills, New York Jets, Kansas City Chiefs e Jacksonville Jaguars, só para citar os que nos vêm à cabeça, são equipas que indiscutivelmente deseperam por resolver os seus inúmeros problemas na posição mais crítica do seu roster.

Dwight Freeney (Defensive End, Indianapolis Colts)

A notícia da dispensa de Freeney pelos Indianapolis Colts foi, seguramente, das que mais surpreendeu no final da época que acabou em Fevereiro deste ano. Ou talvez não! Os números de Freeney em 2012 estiveram bem longe, é certo, dos registos de outras épocas, mas a experiência e a liderança indiscutível do DE no balneário dos Colts não pareciam deixavar antever a decisão que acabou por ser tomada pelos responsáveis da equipa. A renovação da equipa, iniciada em 2012, com a dispensa de Peyton Manning, substituído no draft pela maior promessa dos últimos anos, Andrew Luck, que se confirmou como um nome seguro para o futuro dos Colts, deverá ter estado na base da decisão de Jim Irsay e do seu General Manager, Ryan Grigson, uma vez que os Colts são uma das equipas com maior folga no seu salary cap (46 milhões de dólares). Sem embargo e apesar dos seus 33 anos, as qualidades de Freeney ainda parecem ser suficientemente convincentes para atrair interessados, especialmente em equipas à procura de um pass rusher mais letal. NY Giants e Seattle Seahawks são apontados como destinos possíveis para o veterano jogador vindo de Syracuse.

Mike Wallace (Wide Receiver, Pittsburgh Steellers)

O Wes Welker da Pensylvannia. Wallace disparou para o free agency depois de 4 consistentes temporadas com os Steelers. Nas análises ao mercado de transferências, Wallace é visto como um dos contenders eventualmente mais procurado, com os Miami Dolphins e os Minnesota Vikings, aparentemente, na primeira linha das equipas que lutarão pelo WR. Mas a verdade é que a fama de Mike Wallace talvez esteja excessivamente exagerada. O facto dos Steelers nem esboçarem um gesto que denunciasse a sua intenção aplicar o franchise tag no receiver vindo do Mississipi, de equipas com pergaminhos e necessidades efectivas na linha de wideouts, como os Patriots e os 49ers, se colocarem, por agora, fora dos holofotes dos interessados no jogador, deveria deixar os scouters e managers um pouco desconfiados sobre as qualidades e intenções do jogador, aparentemente mais ocupado em gerir a sua conta bancária do que em ler os playbooks do seu coordenador ofensivo, por mais discutível que este seja, como foi o caso do de Todd Halley na época passada. Definitivamente um bad guy que vai agitar o free agency e um digno sucessor de Terrell Owens e Chad “85” Johnson… pelo menos na prosápia.

Wes Welker (Wide Receiver, New England Patriots)

No fundo, no fundo, não acredito que Welker saia de Foxbourough. Apesar de já ter sido admitido pelos responsáveis dos Pats que não repetiriam a decisão de aplicarem o franchise tag no WR, como fizeram em 2012, as hipóteses de Wes Welker se manter em New England serão, no mínimo, iguais às de sair. Mas acredito que no fim da história, teremos Welker no roster de Bellichick, até porque as armas que Brady tem ao seu dispôr na posição de WR revelaram-se pouco fiáveis. É óbvio que já estamos habituados a ver Bellichick a descobrir soluções em lugares insuspeitos (veja-se o excelente aproveitamento que fez nessa posição do jogador mais polivalente da liga, Julius Edelman, por exemplo), mas a verdade é que as soluções não abundam. Randy Moss já foi mandado embora há muito, Chad Johnson não deu certo, Brandon Lloyd pouco melhor esteve e Deion Branch já deve ter o recorde do Guiness do jogador com mais entradas e saídas da mesma equipa. E esta incerteza reforça a posição negocial de Welker que é, apesar de tudo, o receiver mais sólido do roster dos Patriots. Para 2013 apostamos na renovação de contrato do WR vindo de Texas Tech.

Tim Tebow (Quarterback, NY Jets)

Esperem um pouco! Vocês já me vão insultar! Mas primeiro deixem-me explicar porque é que eu acho que Tebow ainda não está “finito” para a NFL. As dúvidas sobre o seu valor já foram expressas por toda a gente, comentaristas, scouts, treinadores, managers e até colegas de equipa… Ah! E, claro, por muitos adeptos. Mas continuo com esta ideia: nas duas últimas épocas em que Tebow jogou mesmo a sério, isto é, em que não andou a deambular na linha lateral, como no primeiro ano em Denver, ou a receber “snaps” para wildacats playcalls, como este ano em New York, o registo do QB é digno do maior respeito: venceu o BCS Championship em 2009, com os Florida Gators, repetindo o feito de 2007, ano em que recebeu também o cobiçado Heisman Trophy, façanhas que o transformaram num Deus no campus da Universidade da Florida. Em 2011, quando John Elway e John Fox se fartaram das barracas de Kyle Orton e entregaram o ataque dos Broncos a Tim Tebow, a equipa de Mile High conseguiu vencer a AFC West, chegar aos playoffs pela primeira vez em 6 anos. E aí chegados ainda foram a tempo de derrotar no wildcard game os super favoritos Pittsburgh Steelers. Esta é a realidade dos factos! Podem argumentar com a falta dos tão falados “intangibles” que Tim Tebow mostra a cada snap, mas não podem pôr em causa a sua liderança, o seu carisma e o seu enorme coração e dedicação ao jogo que levou inúmeras vezes a vitórias tão improváveis, como gloriosas. Pelo seu passado e pelas razões que atrás enumerei, equipas como Kansas City Chiefs ou Jacksonville Jaguars, apesar dos desmentidos continuamente dados na imprensa, podem ainda ser vistos como destinos para o “wonderboy” da Florida. Em 2013 ainda haverá espaço para Tebowtime!

Existem muitos mais nomes de peso no free agency: Michael Turner, Charles Woodson, Ed Reed, Dwayne Bowe, Peyton Hillis, Brian Urlacher, já estarão confirmados e já se fala de Nnandi Asomugha, Tony Gonzalez e até Tony Romo, mas, por agora, estes são aqueles que põem ao rubro a minha… curiosidade.

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Pedro Nuno Silva

Português. Duriense de nascimento. Tripeiro de coração. Minhoto por adopção. Numa palavra: nortenho. Ou seja, tinha tudo para ser um ignorante sobre futebol americano. Mas a 2 de Fevereiro de 2009 tudo mudou graças a cerca de 2 minutos de um jogo que era até aí um mistério insondável! Os culpados? Todos os jogadores dos Steelers e dos Cardinals. Mas, em particular, Ben Roethlisberger e Santonio Holmes e aquele touchdown a 30 segundos do final do jogo num equilíbrio improvável e que desafiou as leis da física e se pode colocar ao lado de um qualquer volteio do mais virtuoso bailarino do Bolshoi. A paixão pelo jogo cresceu de tal forma que hoje olho à minha volta e acho estranha tanta algazarra por causa das vitórias do F.C.Porto, da nossa seleccção ou das birras do CR7. Definitivamente tornei-me num alien em pleno coração do Alto Minho!