AFC North: Quem Tem Algo a Provar?
Como anda a divisão do detentor do título? A AFC North será enormes motivos de interesse, em 2013, que serão dissecados num futuro próximo, neste mesmo local. Agora, o que importa é analisar, franquia a franquia, o jogador que estará mais pressionado, no início dos training camps, seja por regressar de lesão, por ter visto chegar concorrência para o seu posto ou por medíocres performances anteriores.
Baltimore Ravens
O cornerback Jimmy Smith. Draftado, com alguma pompa e circunstância, esta pick de primeiro round de 2011 ainda não se conseguiu estabelecer na secundária dos campeões. Escolhido no lugar 27, Smith aparentava ter tudo para prosseguir, no mundo profissional, a carreira de sucesso iniciada no College. Tamanho, velocidade e força colocavam-no, logo, como um potencial top-10 na liga. Até ver, essa imagem ainda não saiu do campo teórico. A falta de consistência de Smith, bem como questões quanto à sua dureza/capacidade de resistência, colocaram um enorme ponto de interrogação no seu futuro imediato. Curiosamente, o jogo mais mediático de Smith, na temporada transacta, coincidiu com o Super Bowl, defendendo com sucesso os dois últimos passes do jogo (o termo “sucesso” pode ser interpretado de diferentes maneiras, consoante a análise seja feita por um adepto dos 49ers ou dos Ravens). Smith não conseguiu capitalizar a ausência de Lardarius Webb, vítima de lesão, sendo usado como backup e numa óptica meramente rotacional. E este ano? Terceira temporada, e a necessidade de mostrar algo mais. Webb regressa da lesão no joelho, não se sabendo ainda se o período de recuperação atrasa ou inibe o cornerback, nos jogos iniciais. Cary Williams, um dos titulares indiscutíveis, saiu na free agency, para os Eagles. Smith terá aqui a oportunidade ansiada para provar a sua real capacidade. A acompanhar, nos treinos e jogos de preparação, a luta com Corey Graham por um lugar ao sol.
Cincinnati Bengals
O cornerback Dre Kirkpatrick. Numa franquia que apostou claramente no draft para crescer, qualitativamente, a grande decepção dos dois últimos anos foi a escolha do ex-Alabama. Os Bengals conseguiram, num arco temporal de 3 anos, reestruturar totalmente a mentalidade existente, optando pela inclusão de talento e qualidade vindas da universidade, em detrimento de free agents mediáticos, mas problemáticos. O tempo de Ochocinco, Carson Palmer e Cedric Benson já foi deixado para trás, não sendo mais do que uma recordação. Com a maioria dos rookies a constituir uma espécie de Plug & play, Kirkpatrick não foi a mais-valia esperada. Lesões e mais lesões impediram o normal prosseguimento da carreira, na NFL, deixando-o na linha lateral na maior parte do tempo. Cinco jogos e quatro tackles dão bem conta da dimensão do desapontamento sentido, sobretudo quando a produção é comparada com a outra escolha do primeiro round (os Bengals tiveram 2 picks de 1st round, no ano passado), o guard Kevin Zeitler, que jogou ao nível dum Pró Bowler. Duelo particular a acompanhar, a partir de Julho: Dre Kirkpatrick contra Terence Newman.
Cleveland Browns
Quem mais do que o quarterback Brandon Weeden? É difícil julgar rookies, em qualquer posição. Essa tarefa torna-se bem mais árdua quanto o jogador é quarterback, neófito num mundo onde os esquemas tácticos e os playbooks são bem mais complexos. A alguns é dado tempo de sobra para florescer, longe de olhares críticos. Outros são atirados aos lobos, logo no primeiro ano como profissionais. A Weeden aconteceu isso…e muito mais. Fez parte duma classe de QBs extraordinária, com Andrew Luck, Robert Griffin III e Russell Wilson a disputarem os cabeçalhos nos jornais, face a temporadas excelentes. Weeden, jogando com um corpo de receivers pouco mais que mediano, fez pela vida, sem evidenciar um brilho particular na função. Mas, num desporto que vive e classifica desempenhos baseado na forte componente estatística, Brandon Weeden nem esteve mal, conseguindo números globais semelhantes a Ryan Tannehill. Então, porque carga de água um é tido como franchise, em Miami, e o outro vê a sua titularidade posta regularmente em causa? Weeden entra na nova temporada sem gozar dos favores da crítica e com um cutelo virtual prestes a decepar-lhe o pescoço, à menor hesitação. Os Browns trouxeram, na free agency, Jason Campbell, com bons momentos no seu currículo ao serviço dos Redskins e dos Raiders. Com um novo treinador – Rob Chudzinski – que não se compromete com votos de confiança, Weeden terá que se aplicar a fundo, nessa particular luta (que poderá incluir igualmente Brian Hoyer, ex-Patriots) para continuar a merecer a confiança técnica.
Pittsburgh Steelers
Offensive tackle Mike Adams. Cheira a bust. Numa equipa necessitada de reforços para a linha ofensiva, Mike Adams foi uma decepção. As lesões não o ajudaram, igualmente, começando com uma pequena mazela, na abertura da temporada para, depois, terminar de forma prematura em Novembro, numa lesão na anca que o afastou dos relvados. Nesse espaço de tempo, Mike Adams foi quase sempre abusado pelos defensiv ends opositores, nunca protegendo Big Ben de forma devida. Os números, como right tackle, envergonham qualquer um. 10 jogos, 7 sacks cedidos e 16 hurries, levando os Steelers a refrear o ímpeto de o colocar a left tackle. Que destino estará reservado a Adams, em 2013? Continuará do lado direito? Será ainda opção para a importante posição de LT? Mais importante, terá ele evoluído no seu jogo? Perguntas, para já, sem qualquer resposta, mas que terão solução durante a época.