All-Rookie Team 2014 – Defesa

Paulo Pereira 2 de Janeiro de 2015 Jogadores, NFL Comments
Aaron Lynch

All-Rookie Team 2014 – Defesa

Depois do ataque, a defesa. Os parâmetros das escolhas são os mesmos, não obedecendo a critérios tolhidos pelos sistemas tácticos, antes pretendendo premiar as boas exibições, as revelações, por unidade. Como frisado anteriormente, a escolha é um processo subjectivo, sustentado em convicções próprias, suportada por um processo argumentativo que pode – e deve – ser discutido. Num universo de 32 equipas, torna-se impossível dissecar, pela ausência de tempo, todas as jogadas e os seus intervenientes, podendo isso inquinar, de certa forma, a análise que se segue. Os nomes que se seguem são aqueles que eu mais gostei de ver jogar.

Defensive Tackles

Aaron Donald, Rams

Aaron Donald

Aaron Donald
Foto de Jeff Curry-USA TODAY Sports

Who else? Desde que o vi, no início do ano, no Senior Bowl, que fiquei apaixonado. Poderoso, mesmo undersized, Donald parecia um tanque, imparável e disruptivo. Foi draftado pelos Rams, que adicionaram mais um elemento de valor à sua já excelente DL. Funcional e competente contra a corrida, traz agressividade à zona central da DL, provocando o caos nas linhas ofensivas dos adversários. Leva 8 sacks e uma quantidade absurda de pressões e deixou logo um aviso no jogo inicial, numa jogada deliciosa. Contra os Vikings, furou a OL dos purple & gold e derrubou Adrian Peterson, nuns bons 3 metros atrás da linha inimiga.

Justin Ellis, Raiders

Justin Ellis

Justin Ellis
Foto de Tony Gonzales

Diferente de Donald (este é um 3 tech tackle, enquanto Ellis é um NT), foi uma agradável surpresa, escolhido no round 4, uma óptima aposta como run defender, onde tem sobressaído. Faz parte do processo de renovação da franquia de Oakland e revelou uma maturidade assinalável, no seu primeiro ano, conseguindo não ser absorvido por duplos blockers, furando amiúde as linhas ofensivas. Pode ser importante, pela disrupção que cria pelo centro.

Menção Honrosa

Timmy Jernigan, Ravens – Jogando no 3-4 típico da franquia de Baltimore, Jernigan pode ser um híbrido defensive end, que tem aproveitado o recente castigo de Haloti Ngata para mostrar qualidade, conseguindo na ausência da principal estrela da DL, anotar sacks e pressões. Pode ser uma aposta vincada em 2015.

Defensive Ends

Um ano terrivelmente frustrante para os pass rushers puros. Jadeveon Clowney passou a vida lesionado. Dee Ford mostrou pouco, tapado pela excelente DL dos Chiefs. Quem sobrou com papel minimamente relevante? Poucos.

Aaron Lynch, 49ers

Aaron Lynch

Aaron Lynch
Foto de San Francisco 49ers

Facilmente reconhecível no jogo, por usar uma sweat branca por debaixo da jersey, Lynch preecheu o vazio deixado por várias lesões na defesa de S.Francisco, crescendo competitivamente. Defensive end puro em South Florida, foi usado mais atrás, no esquema de Vic Fangio, com uma segunda metade da temporada de excelente nível.

Kony Ealy, Panthers

Kony Ealy

Kony Ealy
Foto de Carolina Panthers

Usado como jogador rotacional, tem visto o número de snaps subir, nos últimos jogos, tendo conseguido alguns momentos interessantes. Atravessa um momento positivo, com 2 sacks nas duas últimas partidas.

Menção Honrosa

Stephon Tuitt, Steelers – Pode fazer parte da renovação pretendida na defesa de Pittsburgh mas, até agora, a sua participação tem sido irregular, jogando poucos snaps. Nesses, no entanto, tem demonstrado as qualidades que sobressaíram em Notre Dame. Impetuoso e agressivo, consegue penetrar com relativa facilidade nas OLs contrárias.

Linebackers

Khalil Mack, Raiders [OLB]

Khalil Mack

Khalil Mack
Foto de Adam Hunger – USA TODAY Sports

É o rosto do novo projecto dos Raiders. Escolha alta do draft – nº 5 – justificou claramente a aposta, trazendo um ímpeto e agressividade para a DL que fazia falta. Nos OLBs de 4-3 apenas ficou atrás de Von Miller, no número de pressões colocadas sobre as linhas ofensivas contrárias. Efectivo como run defender, é um monstro dentro de campo e uma rising star em franca ascensão.

Anthony Barr, Vikings [OLB]

Anthony Barr

Anthony Barr
Foto de Hannah Foslien/Getty Images

Tem tudo para ser uma âncora na DL dos Vikings, mas ainda lhe falta muito que trilhar. No 4-3 da equipa é-lhe requerido que vá de sideline a sideline, parando tudo o que mexe. Nisso, Barr foi impressionante. É ainda muito instintivo, mas tem uma explosão soberba, quanto ataca o pocket. Menos bom contra a corrida, teve momentos de fulgor, mas viu a temporada acabar com uma lesão no joelho. Promete muito para 2015.

CJ Mosley, Ravens [ILB]

CJ Mosley

CJ Mosley
Foto de Patrick Smith/Getty Images

É, juntamente com Mack, o grande candidato a rookie defensivo do ano. Verdadeira tackling machine, passou da barreira dos 120 tackles com um jogo ainda para disputar. É já uma referência no interior do corpo de linebackers, um verdadeiro achado com a pick nº 17. Tem um instinto notável para se antecipar e parar ajogada. Época impressionante.

Chris Borland, 49ers [ILB]

Chris Borland

Chris Borland
Foto de Chuck Cook-USA TODAY Sports

Foi um dos rookies que foi chamado de urgência para o serviço, depois da onda de lesões na DL. Substituir Navorro Bowman e Patrick Willis é uma tarefa hercúlea, que roça o impossível. Borland nunca se intimidou com a empreitada, jogando num ritmo elevado. Consciente do que tinha que realizar, foi um dínamo na defesa, parecendo omnipresente em todas as acções. Coleccionou tackles (passou a barreira dos 100), teve duas intercepções e revelou que podem contar com ele, mesmo quando as estrelas na posição regressarem.

Menção Honrosa

Devon Kennard, Giants – Jogando no 4-3 d equipa, maioritariamente como SAM (linebacker que actua no strong side). Revelou crescimento durante a temporada, emparelhando bem com os adversários, quando caia em cobertura. Bom apoio contra a corrida.

Telvin Smith, Jaguars – Mais um rookie personalizado, jogando como ILB na franquia de Jacksonville. A equipa pode parecer – e é – medíocre – mas a qualidade do draft de 2014, ainda demasiado cedo para ser medida em toda a sua extensão, parece promissora. Telvin Smith foi inconstante, mas mostrou fogachos do que pode acrescentar num futuro próximo. Boa temporada.

Cornerbacks

É, hoje em dia, uma das posições mais difíceis, face ao incremento do jogo de passe e à alteração das regras, penalizando contactos físicos, mesmo que mínimos. Tudo somado, os cornerbacks jogam sob brasas, fragilizados por constantes flags e por uma recente estirpe de receivers eminentemente físicos. Ser rookie, numa situação destas, é quase como mergulhar num mundo de caos, vivendo sobressaltado e em contante alerta. A temporada trouxe alguns nomes interessantes, que revelaram maturidade competitiva inesperada.

EJ Gaines, Rams

EJ Gaines

EJ Gaines
Foto de Rick Osentoski-USA TODAY Sports

Escolhido no 6º round, foi um verdadeiro achado, um jogador que rapidamente conseguiu assimilar os conceitos tácticos requeridos, capaz de emparelhar com adversários velozes, raramente ficando exposto na coverage.

Jason Verrett, Chargers

Jason Verrett

Jason Verrett
Foto de Jake Roth-USA TODAY Sports

Um dos nomes mais conceituados na classe, vindo do draft, sobreviveu às expectativas geradas, jogando num nível aceitável, até cair na IR, vítima de lesão.

Menção Honrosa

Vários nomes merecem uma referência. Em primeiro lugar, Kyle Fuller, dos Bears. Se a temporada fosse mais curta, era um fortíssimo candidato a rookie do ano. Jogou as 4 primeiras jornadas num nível elevado, defrontando adversários de renome sem qualquer receio. Nos 4 jogos iniciais, cedeu apenas um TD, manietando os receivers a poucos ganhos. Depois, viu a ascensão abrandar, vítima de lesões e de algumas decisões questionáveis, dentro de campo. Foi exposto, em horário nobre, no Thanksgiving, permitindo ganhos obscenos a Megatron. Philip Gaines, dos Chiefs, Bradley Roby, dos Broncos e Bashaud Breeland, dos Redskins, conseguiram, durante a temporada, ascender à equipa principal, mostrando alguma qualidade e capacidade de evolução. Aparentam poder ser o futuro nos respectivos clubes.

Safeties

Ha Ha Clinton Dix, Packers

Ha Ha Clinton Dix

Ha Ha Clinton Dix
Foto de USA TODAY Sports

O free safety foi uma das agradáveis surpresas da temporada, não por dúvidas quanto ao seu valor, mas pela forma rápida como se ambientou à NFL. Voluntarioso, extremamente físico, foi sempre punitivo nos seus tackles, acorrendo a todos os fogos. Foi usado por Dom Capers em imensas blitzes, onde se revelou perfeito para parar a corrida.

Deone Bucannon, Cardinals

Deone Bucannon

Deone Bucannon
Foto de Vince Marotta/Arizona Sports

Era um dos hard hitters no College, uma força destrutiva na secundária, que inspirava medo aos adversários. Integrou-se bem nos Cardinals, beneficiando da experiência do grupo, tornando-se um jogador utilizado em rotação. Tem características físicas perfeitas para a função, mas revelou algumas dificuldades – pontuais –  na cobertura.

Menção Honrosa

Pierre Warren, Saints, Brock Vereen, Bears e Calvin Pryor, Jets, viveram altos e baixos, ao longo do ano, com as boas exibições a serem ofuscadas por erros monumentais. Provaram, no entanto, que pertencem a este patamar de eleição.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.