As 10 Melhores Contratações da Free Agency 2016

Paulo Pereira 12 de Março de 2016 Free Agency, NFL Comments
Jason Pierre-Paul

As 10 Melhores Contratações da Free Agency 2016

Começou e, como de costume, foi tipo avalanche. Contratações e mais contratações, numa correria louca como se a NFL estivesse em saldos. Jogadores a mudarem de cidade, com novos clubes e cores e as franquias à procura do elo que lhes falta, para a perfeição. Milhões gastos, alguns desbaratados de forma inacreditável, outros sobrevalorizando a produção dentro de campo, em erros que custarão caro, mais tarde. O Pro Football Focus identificou as melhores escolhas, numa relação qualidade/preço, sem inflaccionamento monetário. Concordam com elas?

1. Jason Pierre Paul | New York Giants

1 Ano | 10 milhões | 8,5 milhões garantidos

Mesmo estourando o orçamento com Olivier Vernon, a quem pagaram o equivalente a um resgate de um rei, os Giants não deixaram fugir o seu defensive end, naquilo que constituiu um excelente negócio, quando comparado com o preço (inflacionado) que os pass rushers atingiram na free agency. Os Giants conseguiram poupar 5 milhões, montante que teriam que desembolsar via franchise tag, e impediram que o jogador atingisse o mercado livre, assinando com ele nas horas antecedentes. A produção de Jason decresceu, vítima do acidente com fogo de artifício mas, com o decorrer da temporada, notou-se a capacidade de explosão, que o tornaram um nome reconhecido na função. O contrato inteligente não coloca em risco o futuro do cap space, numa espécie de ano de “tudo ou nada”, em que é expectável assistir ao ressurgimento do até então anémico pass rush dos blues.

2. Tamba Hali | Kansas City Chiefs

3 Anos | 22 milhões | 12 milhões garantidos

Os Chiefs não deixaram fugir um dos seus nomes icónicos e mantêm um dos baluartes defensivos. Mesmo que Hali tenha já 32 anos, continua a ser um jogador efectivo e vem de um 2015 satisfatório, onde continuou a demonstrar as suas qualidades. Hali, na free agency, conseguiria sempre valores superiores aos seus 7 milhões/ano nos Chiefs, naquilo que constituiu também um desconto do jogador para a equipa e a assunção de que, actualmente, não será um pass rusher de elite, mas antes uma peça complementar a Justin Houston na DL dos reds de Kansas.

3. Lamar Miller | Houston Texans

4 Anos | 26 milhões | 14 milhões garantidos

Mais do que a assinatura de contrato com Brock Osweiler, quarterback com tudo ainda por provar, a contratação de Miller revela-se de crucial importância, num virar de página na franquia, após o adeus a Arian Foster. Miller tem tudo a seu favor: a juventude e o uso contido em Miami, que o deixam fresco e à beira de um breakout year. Chegar a um novo clube que tem no run game um dos seus dogmas, apenas facilitará a tarefa ao running back e ajudará a retirar alguma da pressão expectável dos ombros de Osweiler.

4. Richie Incognito| Buffalo Bills

3 Anos | 11,5 milhões | 5,5 milhões garantidos

Depois do seu impressivo comeback, Incognito recebe o justo prémio pela excelente temporada efectuada. Tóxico, após o escândalo de bullying que assolou o balneário dos Dolphins, não era expectável vê-lo de novo a jogar ao mais alto nível. O lançar de dados, por parte de Rex Ryan, foi uma jogada de elevado risco, mas recompensadora, face à produção do jogador, que se tornou o 2º guard mais pontuado no Pro Football Focus. O novo contrato, para além de impedir a saída do jogador para um mercado sôfrego por jogadores para a linha ofensiva, é feito por números modestos, numa média anual que nem chega aos 4 milhões por ano.

5. Doug Martins | Tampa Bay Buccaneers

5 Anos | 35,75 milhões | 15 milhões garantidos

Depois do seu ano rookie, em 2012, excelente sob todos os prismas, Martin fez uma verdadeira travessia do deserto, nos dois anos seguintes, pontuados por lesões. Escolheu 2015, último ano do seu contrato, para voltar a exibir as características de 2012. 2015 foi fantástico, com 1402 jardas corridas, apenas atrás de Adrian Peterson, uma verdadeira força para os Bucs, acrescentando mais de 3 jardas por corrido APÓS contacto. Foi o suficiente para convencer a franquia de que ele é o verdadeiro franchise running back, pagando-lhe 7 milhões anuais, valores já consideráveis para a posição.

6. George Iloka| Cincinnati Bengals

5 Anos | 30 milhões | 5 milhões garantidos

Uma pechincha, é o que é. Iloka tinha mercado e procura, mas optou por permanecer nos Bengals, enjeitando provavelmente um encaixe financeiro superior aos 6 milhões anuais que vai auferir. Os Bengals, por sua vez, conseguem a realização de um negócio sagaz, mantendo um jogador fulcral na secundária, por um preço abaixo do praticado no mercado.

7. Derrick Shelby| Atlanta Falcons

4 Anos | 18 milhões | 7,5 milhões garantidos

Os Dolphins foram dos primeiros a provocar um splash na free agency, quando contrataram Mario Williams, mas viram partir o emergente valor Olivier Vernon e, depois, Shelby. Este é bem menos mediático do que os nomes acima mencionados, mas tem revelado valor, nos dois últimos anos, na defesa contra a corrida. Se considerarmos que os Falcons, nesse quesito, foram uma das piores equipas da competição, vê-se que o negócio, para além de trazer versatilidade para a D-line, foi efectuado por números modestos, não superiores a 4,5 milhões temporada. Os Falcons continuam, de forma coerente, a reforçar os sectores, podendo sair como vencedores destes primeiros dias na free agency.

8. Malik Jackson| Jacksonville Jaguars

6 Anos | 90 milhões | 42 milhões garantidos

À partida, os números são assustadores, sobretudo se tivermos em conta que Malik não tem a projecção dos seus colegas nos Broncos, como Von Miller ou DeMarcus Ware. Mas há factores explicativos para os números alcançados. O jogador é um daqueles raros exemplos de pass rusher que pode ser usado em várias posições, incluindo pelo interior da D-line, o que o torna precioso, em qualquer esquema táctico. Para além disso, os Jaguars necessitam de playmakers, como forma de diminuir o fosso competitivo que os separa dos outros rivais na divisão, tendo que gastar bem mais para assegurar os serviços, do que outras equipas renomadas. E, last but not the least, desde a assinatura do novo CBA, em 2011, as franquias ficaram obrigadas a gastar, num arco de 4 anos, 85% do salary cap, sob pena de serem penalizadas. Juntando isto tudo, não é de estranhar que Malik passe a ser um dos mais bem pagos defensive ends da competição. Parece um overpay e, se calhar, é mesmo, num contrato inflaccionado, mas do qual os Jaguars poderão extrair valor. Malik Jackson com Dante Fowler podem ser uma dupla tremenda.

9. Joe Barksdale| San Diego Chargers

4 Anos | 22,2 milhões | 10,5 milhões garantidos

A linha ofensiva dos Chargers namorou com a mediocridade, em 2015, com excepção a Barksdale, único foco de algum brilhantismo. O jogador criou, nos últimos 3 anos, uma sólida reputação de pass protector, apresentando contudo alguma mediania como run-blocker. Os Chargers, sabedores da sua qualidade, não perderam tempo e renovaram o vínculo contratual, por valores perfeitamente aceitáveis numa liga que é esfomeada por offensive tackles com talento.

10. Alex Boone| Minnesota Vikings

5 Anos | 26,8 milhões | 10 milhões garantidos

Os Vikings podem ter deixado escapar o jogador em que estavam, segundo rumores, mais interessados, mas Kelechi Osemele foi pago, pelos Raiders, a peso de ouro. A OL dos Vikings é uma obra em progresso, necessitada de jogadores experientes e com qualidade. Alex Boone é um jogador de créditos firmados, um guard sólido, valente na abordagem ao jogo, igualmente competente na protecção ao passe e no apoio à corrida. Comparando este contrato, dado pelos Vikings, com o de JR Sweezy, contratado pelos Bucs por 32,5 milhões, em igual número de anos, dá para perceber quem saiu a ganhar no jogo da free agency. Boone é estratosfericamente superior a Sweezy e saiu bem mais barato.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.