Carolina Panthers: Versão 2016 – Loading

Paulo Pereira 23 de Fevereiro de 2016 Equipas NFL, NFL Comments
Carolina Panthers

Carolina Panthers: Versão 2016 – Loading

Carpidas as mágoas pela derrota no Super Bowl, os Panthers já devem ter assestado as atenções no futuro imediato, onde tentarão reforçar os pontos fracos do roster, na procura de nova caminhada imparável nos playoffs. Se ainda é cedo para preconizar se a franquia de Carolina conseguirá capitalizar o que de bom mostrou em 2015, podemos sempre especular quais as áreas que merecerão atenção de David Gettleman na offseason. O general manager, que conseguiu transformar, sem grandes movimentos, o roster numa máquina eminentemente competitiva, terá uma árdua tarefa pela frente. A começar por:

1. Renovar com Josh Norman

O cornerback tomou a liga de assalto, demonstrando enorme qualidade na primeira metade da temporada, secando os receivers que lhe calhavam em sorte. Com 4 INTs, duas delas retornadas para TD, Norman assumiu-se como o shutdown corner desejado pela equipa. O jogador, ciente da sua qualidade, recusou a extensão de contrato proposta na offseason do ano passado, que lhe renderia 7 milhões ao ano. Agora, restam poucas possibilidades aos Panthers. A renovação de novo vínculo contratual passará sempre por valores mais elevados, acima dos 10 milhões/ano. Com a free agency a abrir já em 9 de Março, os Panthers podem sempre, caso não cheguem a acordo, usar a franchise tag, impedindo o atleta de sair para outro lado. Mas, mesmo que a solução encontrada seja esta, mais cedo ou mais tarde terão que propor novo contrato. Num cap space esperado de 150 milhões, haverá sempre necessidade de fazer ajustamentos, para encaixar os valores do cornerback.

2. Reforçar o Pass Rush

Charles Johnson, um dos mais emblemáticos jogadores da última década na franquia, vem de um ano decepcionante, quer pela produção demonstrada (apenas um sack), quer pelo tempo de jogo perdido (7 jogos falhados por lesão). Com um salary cap de 15 milhões, é pouco expectável que permaneça no roster, se não existir uma reestruturação do seu contrato. E, mesmo com esta, o que se pode esperar do defensive end de 30 anos, cuja produção tem entrado em declínio? Na mesma situação estava Jared Allen, que os Panthers conseguiram já com a época em curso, via trade. O ex-Viking, já com 34 anos, não é o jogador explosivo de outrora, nem apresenta skills de pass rusher de elite. Mero jogador situacional, tinha ainda um ano de contrato, mas optou por se retirar da competição nos seus próprios termos. Parece evidente que a equipa terá que encontrar soluções, ou no mercado de jogadores livres, ou no draft. Kony Ealy, que realizou um Super Bowl fenomenal, não tem mostrado consistência, mas Gettleman é adepto da maturação dos próprios jogadores, não sendo impulsivo na tomada de decisões. O que é que isso pode significar? Que Gettleman, agradado pelo que viu de Ealy na final, mantenha o mesmo núcleo duro, reforçado por alguma pick dos rounds inferiores no draft que se avizinha.

3. Quem Fica no Jogo Corrido?

Jonathan Stewart tem um custo pesado de 9,55 milhões, no cap space. O fullback Pro Bowler, Mike Tolbert, é um free agent e custou, em 2015, 3,5 milhões, não sendo previsível que assine com a equipa, a não ser que opte por valores mais baixos, numa espécie de desconto amigável. É possível que, de acordo com a filosofia de apostar na “prata da casa”, a ordem interna seja lançar o undrafted rookie Brandon Wegher e dar mais snaps a Cameron Artis-Payne, que jogou como titular quando Stewart esteve parado, devido a lesão no pé, no último mês da regular season. Há sempre a possibilidade de cortar Stewart, poupando 5,7 milhões, desde que isso aconteça depois de 1 de Junho. Os Panthers não tiveram grande pejo em deixar partir, no ano passado, o all-time leading rusger DeAngelo Williams, e as negociações com Josh Norman e a provável tentativa de segurar Kawann Short num acordo mais longo, podem provocar vítimas colaterais, como Stewart.

4. A Unidade de Wide Receivers

A unidade, que era uma espécie de patinho feio no ataque, não se transformou num belo cisne, mas não comprometeu e revelou alvos que, até então, eram tidos como busts. Ted Ginn e Philly Brown conseguiram dar a Cam Newton opções válidas, que se julgavam estar extintas, depois da lesão de Kelvin Benjamin. É provável que, mesmo com o regresso de Benjamin, que perdeu a temporada toda, possa existir algum reforço, mas a presença do receiver, ao lado de Devin Funchess (escolha do draft de 2015) e Greg Olsen, dá uma forte ameaça na red zone. A depth chart manterá Ginn, um velocista que funcionou como deep threat, mas que revelou alguss problemas com drops, e Brown, renascido em Carolina. A fava deverá sair ao veterano Jerricho Cotchery, que vê a janela de manutenção no roster a fechar-se.

5. Free Agency

A situação herdada por Gettleman em 2013, em termos de cap space, era problemática, mas o trabalho de sapa feito depois ajudou praticamente resolver a situação. Devido a isso, a postura dos Panthers na free agency foi sempre cautelosa, nunca procurando os grandes nomes, pelo estrangulamento financeiro sentido, mas apostando nos jogadores mais baratos, journeymens fiáveis, capazes de cumprirem com o seu papel dentro de campo, como são bons exemplos Kurt Coleman, Roman Harper, o mencionado Jerricho Cotchery, Tedd Ginn ou Michael Oher. A situação, nesta offseason, não deverá ser muito diferente. A prioridade é assinar um novo contrato com Josh Norman e prolongar o existente com Kawann Short. Com isso, não haverá muito dinheiro para despender e a necessidade obrigará à manutenção da mesma filosofia, na abordagem do mercado.

Artigo inspirado no original de David Newton, para a ESPN.com

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.