Chicago Bears Draft Grade
Foi bom, não foi? O draft. A expectativa. A ansiedade. A frustração, quando a pick da nossa equipa não correspondeu aos anseios gerais. O espectáculo. A envolvência. O cheirinho a competição, quando ainda faltam 4 longos meses. Mas acabou. Num ápice, o draft de 2014 veio, fez-se e desapareceu. Deixou, no entanto, atrás de si um imenso rasto de sensações palpitantes. Tanto para analisar e compreender.
Acompanhei com algum interesse o draft dos Chicago Bears. Por vários motivos. Primeiro, porque gosto do percurso de Phil Emery, o actual general manager da franquia, subindo na hierarquia da NFL a pulso, com trabalho meritório como scout. Depois porque os Bears são um dos rivais figadais dos Vikings. E, finalmente, porque a equipa tem “morrido” na praia, nos últimos anos, falhando os playoffs por uma unha negra. Este ano, depois de Jared Allen na free agency, que surpresas reservariam para o draft? Numa escala de 0 a 20, vamos dar-lhes uma nota. Mas, para saberem qual, vão ter que ler o artigo.
A Melhor Escolha
Os Bears entravam no draft com várias carências. Uma delas na linha defensiva. Depois do primeiro round, onde elegeram um corner, trataram de consecutivamente arranjar reforços para as trincheiras. Primeiro, veio Ego Fergunson, DT de LSU, que servirá de complemento para Jay Ratliff. Depois, no round 3, Will Sutton, igualmente defensive tackle. O que significam estas duas escolhas? Que os Bears sabem onde esteve o calcanhar de Aquiles, em 2013. Parar o jogo corrido do adversário é a prioridade. E, depois do draft, a DL tem uma consistência incrível. Jared Allen e LaMarr Houston nos lados, como pass rushers, deixando o interior para Stephen Paea e Ratliff. Para além disso, mais importante, existe profundidade, com vários elementos para a necessária rotatividade.
A Pior Escolha
Os Bears têm Matt Forté, é um facto. Mas a saída de Michael Bush, o backup que era usado em situações onde eram precisas poucas jardas, deixou um vazio no backfield. Michael Ford, outro residente na depth chart, não parece ter a qualidade/capacidade para suprir essa lacuna. Era expectável que a franquia de Chicago draftasse um running back. Mas a opção por Ka’Deem Carey, depois do Combine mediano deste, deixa algo a desejar. Carey não é um running back rápido. É trabalhador, produtivo, pouco atreito a fumbles (prováveis qualidades que podem ter enamorado os Bears)…mas problemático. E era norma ver-se os Bears a fugirem a sete pés de jogadores com problemas extra-campo. Carey tem regulares choques com a autoridade, o que gera alguma apreensão quanto ao grau de maturidade atingido.
Escolha Mais Surpreendente
Não se pode usar o termo surpreendente em toda a sua propriedade. Os Bears perderam na free agency o backup Josh McCown, que soube liderar com mestria o ataque, quando Cutler esteve ausente por lesão. A qualidade evidenciada pelo veterano, em condições adversas, trouxe-lhe o merecido prémio e um contrato com os Bucs. Não sendo uma prioridade elevada – os Bears têm na depth chart Jordan Palmer [irmão de Carson Palmer] e Jerrod Johnson como aguadeiros de Cutler – existia a possibilidade de ver a franquia a escolher um quarterback para desenvolver. Isso aconteceu, com um nome agradável. David Fales está longe de possuir o mediatismo de alguns colegas de posição presentes no draft. É fácil perceber porquê. Titular indiscutível em San Jose State, viveu algo ostracizado por conferências e universidades maiores. Não é uma ameaça séria a Cutler, mas é um pocket passer seguro, com um braço algo mediano mas que coloca a bola em janelas apertadas. Para aqueles que o querem conhecer melhor, sugiro arranjarem o jogo do ano passado, contra Fresno State (de Dereck Carr) e deliciarem-se com um vendaval de touchdowns.
Nota Final
12 Valores
DL? Check. RB? Check. CB? Check. Safety? Check. Teoricamente, os Bears conseguiram arranjar soluções para todos os seus problemas no roster. A escolha de Brock Vereen, irmão de Shane Vereen, no round 4, parece ter sido excelente…mas insuficiente. Excelente porque a posição era aquela em que os Bears mais apresentavam dificuldades. Chris Conte, o titular free safety, foi horrível em 2013, raramente conseguindo ser sólido na cobertura e perdendo demasiados tackles. Este ano, com um pass rush melhor e um apoio mais consistente do corpo de linebackers, é provável que a situação se resolva, mas parcialmente. Era necessária uma maior infusão de talento, e os Bears negligenciaram alguns dos melhores nomes presentes no draft. Podiam ter conseguido Lamarcus Joyner, no round 2, mas deixaram-no escapar para os Rams. A secundária, no entanto, recebeu Kyle Fuller, que alguns analistas consideram o cornerback mais NFL-ready que estava no draft. Em suma, um draft competente, sólido, mas que falhou em arranjar um big name para safety .