Draft dos Carolina Panthers, A Análise
O Vencedor surpresa da NFC South de 2013 terá deixado muitos dos adeptos da pantera expectantes por aperfeiçoamentos capaz de os levar a horizontes de maior grandeza. Isto era claro antes da chegada da Free Agency que arrancou as asas ao Super-heróico Cam Newton com a saída dos wideouts Steve Smith, Ted Ginn.Jr, Domenik Hixon e Brandon LaFell aos quais se adicionam a perda de outros nomes de peso como o LT Jordan Gross e o corner Captain Munnerlyn. Com um Salary cap particularmente apertado a perda foi claramente maior do que a colheita não só pela qualidade inferior das aquisições como pelo facto da sangria nos receivers ter criado uma nova necessidade no meio das muitas já existentes.
E é nesse contexto que os Carolina Panthers chegaram ao Draft, severamente enfraquecidos, prejudicados na ordem das picks pelo seu bom desempenho e no entanto extremamente dependentes das mesmas para reestabelecer o valor perdido na Free Agency.
Ronda 1, Escolha #28: Kelvin Benjamin, Wide receiver, Florida State
Carolina ia a caminho do hospital por uma lesão na offensive line e uma dor na secondary quando um acidente de percurso a deixou com uma fratura nos wideouts. O que tratar primeiro foi sujeito a muita especulação pelos muitos médicos de bancada mas a escolha final da primeira pick acabou por ser a da concertação do problema mais recente. Se retirarmos qualquer consideração sobre Kelvin Benjamin posso sem dificuldade afirmar a minha preferência por um offensive tackle nessa primeira ronda ou outra opção da linha ofensiva. Ao chegar à escolha 28 já todos tínhamos percebido que o problema dos quarterbacks caídos no chão era significativamente mais recorrente na liga do que as necessidades em receivers pelo que uma segunda ronda teria sido amplamente satisfatória nessa matéria. A Escolha de Benjamin em si é um pouco perturbadora no sentido em que os seus benefícios se sentirão mais no longo prazo do que no imediato. Tendo em conta as dificuldades físicas de Cam Newton e a sua relativa indisponibilidade nesta fase preparatória, trabalhar este potencial “diamante em bruto” parece uma tarefa demasiado grande para a capacidade atual dos Panthers. Kelvin tem todo o potencial físico para ser um dos maiores tendo em conta a dimensão do seu alcance na receção mas falta-lhe consistência para evitar as excessivas perdas de bola.
Nota: Suficiente+
Ronda 2, Escolha #60: Kony Ealy, Defensive End, Missouri

Kony Ealy, Defensive End, Missouri
Foto de Dak Dillon-USA TODAY Sports
Enquanto um jogador para a offensive line era mais do que esperado eis que os Panthers caem na gulosice com a escolha de um defensive end. A linha defensiva dos Panthers é talvez onde reside a sua maior força pelo que aparentemente esta pick poderá ter tanto de infantil como de génio. A segunda opção entende-se pelas qualidades deste defensive end e a sorte de o ter ainda disponível na segunda ronda. Kony é um jogador explosivo com grande velocidade e para muitos a segunda melhor opção da turma deste ano na sua posição. Com Charles Johnson e Greg Hardy o pass rush dos Panthers promete um espetáculo que os adeptos esperarão não ver estragado pelas deficiências da equipa. Kony Ealy tem o mérito de ser uma opção de presente e futuro e isso merece uma consideração positiva apesar de tudo.
Nota: Muito Bom
Ronda 3, Escolha #92: Trai Turner, Offensive guard, LSU
A primeira opção tão aguardada da linha ofensiva veio colmatar uma das posições menos prioritárias da mesma. Se um offensive guard era de facto necessário tudo indica que o offensive tackle era a prioridade número um. As disponibilidades do Draft tomaram conta da decisão e os Panthers optaram por um talento esquecido nas rondas anteriores. Trai Turner não só é uma excelente opção para a posição como possui características interessantes a nível de potência e balanço, um fator que reanimar o entusiasmo pelo jogo corrido.
Nota: Bom+
Ronda 4, Escolha #128: Tre Boston, Strong Safety, North Carolina

Tre Boston, Strong Safety, North Carolina
Foto de Bob Donnan-US PRESSWIRE
E agora que tal um tackle? Nem por isso. Já com perspetivas muito menos animadoras relativamente à qualidade das escolhas disponíveis os Panthers optam por consertar parte da linha segundaria com um Rookie ainda com muitas provas para dar. Tre Boston tem deficiências físicas e técnicas que o colocam claramente na posição de aprendiz. Algo de bom poderá sair daqui mas nada de suficientemente consistente para criar um impacto digno de uma quarta escolha.
Nota: Suficiente-
Ronda 5, Escolha #148: Bene Benwikere, Cornerback, San Jose State

Bene Benwikere, Cornerback, San Jose State
Foto de Thearon W. Henderson/Getty Images
Os Panthers optam por uma trade! Certamente para obter um OT? Nada disso. Bene Benwikere é o romance dos bastidores do Draft e poucos analistas ou fãs foram convidados a perceber os motivos dessa paixão. Benwikere é um corner de zona com boa acuidade no seu acompanhar da bola e um percurso de aprendizagem pouco diferente dos outros corners disponíveis nessa fase do Draft (A Opção mencionada de Shaquille Richardson aparenta-me tão arriscada como a de Benwikere). Mais do que o jogador, a opção de um corner e o esforço de uma trade pick parecem-me de uma seriedade questionável.
Nota: Suficiente+
Ronda 6, Escolha #204: Tyler Gaffney, Running back, Stanford

Tyler Gaffney, Running back, Stanford
Foto de USA Today Sports
Um Offensive Tackle? Nada disso e desta vez a infantilidade é de bradar aos céus: Um Running back! Sim os Panthers e o seu roster de três RB e a sua significativa marca no orçamento da equipa tem mais um elemento para lhes fazer companhia no banco se o mesmo tiver sorte pois as probabilidades do mesmo ficar no roster são extremamente elevadas. Apesar da sexta ronda a recusa em optar por um tackle, por mais mediano que fosse, não tem justificação numa equipa com tantas deficiências identificáveis. O próprio Gaffney não merecia aliás uma equipa tão preenchida na sua posição pois muitos o davam como quarta escolha pela sua fisicalidade e habilidade na receção. Muitos fãs dos Panthers terão ficado exasperados com este capricho e não serei eu a contrariá-los.
Nota: Insuficiente
Conclusão
Os Panthers dão a sensação de terem chegado ao Draft sem grande intenção de contrariar os que dão a temporada de 2014 como perdida. Em vez de aceitar a missão impossível as escolhas acabaram por recair em grandes potencialidades futuras em vez de opções sólidas em posições claramente definidas e com impacto imediato. Mais do que olhar para a equipa e as suas necessidades os Panthers olharam para talentos e o que os mesmos poderiam trazer na sua posição. Se olharmos para a qualidade dos reforços dos concorrentes da NFC South este Draft é dificilmente criticável mas sabe a pouco.