New York Jets: Um Guia Para a Free Agency

Paulo Pereira 9 de Março de 2016 Equipas NFL, NFL Comments
New York Jets

New York Jets: Um Guia Para a Free Agency

Para não fugir à regra, os Jets prometem ter uma offseason animada, quase como se a franquia apenas conseguisse viver neste registo de ansiedade, drama e emoção, um junkie à espera de nova descarga de adrenalina. A franquia verde de Nova Iorque tem, em mãos, vários problemas para resolver, com alguns jogadores primordiais a poderem atingir o mercado de free agents. A situação, que roça o caótico, atinge jogadores como Ryan Fitzpatrick, o trio de running backs, Damon Harrison ou Muhammad Wilkerson. Para uma equipa que namorou, durante grande parte da temporada em 2015, com os playoffs, o sucesso parece estar ali, à mão de semear, desde que sejam jogadas as cartas certas.

1. Prioridades

Nose Tackle Damon Harrison

A linha defensiva dos Jets é especial, laboriosamente construída pelos drafts, com o trio da frente a ser um dos pontos nucleares da equipa. A prioridade seria sempre a manutenção de Muhammad Wilkerson, um dos melhores defesas da NFL. A franchise tag aplicada a Mo resolve parcialmente o problema. Falta outro. Damon Harrison, o esteio central na DL, um dos responsáveis pelos Jets terem apenas sofrido 2 TDs corridos (retirando as situações de corrida de quarterbacks), enquanto a média foi de 10. Harrison foi o melhor defensive linemen, contra a corrida, ainda segundo o PFF, conseguindo uma paragem em 18,1% das jogadas, igualmente a melhor média entre todos os defensores da linha da frente. Running Back Chris Ivory Chris Ivory fez o suficiente para ser presenteado com novo contrato, mas tudo dependerá da filosofia a seguir pelo staff técnico. Se, por um lado, será louvado o esforço e produção do jogador, por outro será pesado se a posição poderá ser suportada, em 2016, por algum rookie, via draft, ou um veterano mais barato. Pese isso, e as restantes necessidades do roster (os Jets têm 20 unrestricted free agents), Ivory foi instrumental na positiva época realizada pelos Jets, acrescentando muitas jardas após contacto, um parâmetro que define bem a sua forma de correr.

Quarterback Ryan Fitzpatrick

Vai ser um jogo elaborado, uma dor de cabeça gigantesca para os gurus do cap space, com o roster a parecer tapado por um cobertor demasiado curto. Ou seja, se os Jets conseguirem renovar o vínculo com Ivory e Harrison, terão sérias dificuldades para fazer o mesmo com Fitzpatrick. O quarterback vem de um ano com 31 touchdowns e quase 4000 jardas, tendo erradicado do seu jogo os erros grosseiros. Os Jets têm o ataque pontuado por playmakers, mas seria sempre um risco demasiado elevado deixar sair o veterano QB e apostar definitivamente em Bryce Petty, suspirando por uma produção idêntica. A chave do sucesso aqui residirá no que Fitzpatrick pretender receber. Se os valores forem decentes, não ultrapassando a fasquia dos 5/6 milhões ano, teremos o homem das barbas mais uma vez aos comandos do ataque. Mas será que Fitzpatrick, um verdadeiro globetrotter de 33 anos, se contentará com um desconto salarial tão grande, numa liga esfomeada por jogadores para essa posição e onde os valores pagos são substancialmente superiores?

2. Rescisões

LT D’Brickashaw Fergunson e RT Breno Giacomini

Os Jets, como forma de aranjarem espaço disponível no cap space, libertaram o cornerback Antonio Cromartie, salvando 8 milhões. E as poupanças não devem ficar por aqui. Se, num exercício especulativo levado a cabo pelo PFF, dispensarem os serviços do left tackle e right guard, serão poupados mais 13,5 milhões. Ferguson, outrora um dos melhores jogadores na difícil arte de proteger o blind side do quarterback, tem entrado em declínio nos últimos anos, tendo terminado 2015 com 19 sacks e hits concedidos, máximo de carreira. O declínio exibicional é uma constante na vida de Giacomini, para quem os Jets encontrariam facilmente um substituto, seja no draft ou na free agency. Tight End Jeff Cumberland Numa liga cada vez mais faminta por tight ends que se assumam como armas letais, quer no meio do campo, naquela zona onde as movimentações deles tornam a vida difícil aos linebackers, quer na red zone, onde gostam de vulgarizar defensive backs, o uso de Cumberland foi encolhendo, encolhendo, até se tornar irrelevante. E, quando isso acontece, apercebemo-nos que o jogador deixou de ter utilidade. Cortá-lo do roster poupa 2 milhões. Estão à espera de quê?

3. Potenciais Alvos

Tight End Ladarius Green

Os tipos do PFF lançam as pistas. E especulam. Mas a posição de TE tem que ser reforçada. Os Jets foram a equipa que menos os usou, na temporada passada e o jogo de ataque só beneficiará dum incremento da presença. Mesmo que Jace Amaro, uma forte aposta no draft de 2014, que falhou o ano de 2015 por lesão, conseguir jogar ao nível esperado, os Jets podem usar o duo de forma efectiva. Green não exigirá um grande esforço financeiro, é um bom route-runner e constitui um sólido alvo, predicados que o tornam um nome popular na free agency.

Left Tackle Donald Penn

Se os Jets despacharem Ferguson, terão obviamente que ir ao mercado, na procura duma solução que lhes garanta solidez. Penn é esse homem. Um veterano com enorme qualidade, excelente no pass protection e acima da média como run blocker. Os Raiders, equipa onde Penn militava, contrataram, logo no início da free agency, Kelechi Osemele, o excelente left guard dos Ravens, que também pode ser usado como left tackle, indiciando que não pretendem mesmo assegurar os serviços de Penn. É uma win-win situation.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.