NFC North – Previsões ou (Des)ilusões?
Esta divisão é complicada para mim de analisar, fico sempre cheio de perguntas e sinto que não a compreendo. É para mim uma divisão onde as leis da física não se aplicam, porque as equipas aqui acabam sempre por surpreender quando não se espera nada delas. Ainda não consigo bem compreender bem como é que os Vikings conseguiram vencer o título aos Packers o ano passado, por exemplo, mas o que interessa é o que vai acontecer este ano.
Chicago Bears
Os Bears podem apresentar potencial, mas só se o Cutler conseguir ter uma boa época. A coisa que mais me preocupa no ataque de Chicago é mesmo a falta de backups com qualidade que se aproxime da dos starters. No núcleo de wide receivers ainda temos Marquess Wilson na PUP list e sobram apenas Alshon Jeffery, Kevin White (ainda por se mostrar depois de uma rookie season passada a recuperar de uma lesão) e Eddie Royal; Mariani também não é mau, mas a pressão nos principais para se manterem saudáveis é imensa, sobretudo em Jeffery, o Bears têm apresentado algumas preocupações com a sua estrela ofensiva.
A saída de talento no ataque nos Bears nota-se ao longe, Martellus Bennett saíu para os Patriots o que rouba a possibilidade de usar um double-TE set em Chicago e Miller é agora o TE1. Outra saída que se vai notar é a de Matt Forte para os Jets. Langford é um sucessor digno, mas a seguir? Os Bears têm revelado a intenção de repartirem o trabalho entre diversos running backs, o problema é que eu achava que o RB2 seria Justin Howard, mas atualmente este é o RB4 no depth chart.
A defesa é below average e os Bears enquanto coletivo estão muito abaixo das espetativas. Se há algo que o comprova foi este primeiro jogo da preseason com os Broncos e olhem que eu raramente uso a preseason como um sinal (as equipas raramente jogam com os starters e ainda andam a fazer experiências), mas os Bears foram horríveis, no final, parecia que tinham sido pisados por uma manada de cavalos… ah pois é…Broncos…
Detroit Lions
Se o ano passado tive momentos em que achei que os Lions deviam ter ficado atrás dos Bears, este ano começo a perceber que estava muito errado. Os Lions foram às compras nesta offseason. Para além de Tate (WR), Boldin (WR) veio de “Cisco”, Kerley (WR) dos Jets, Marvin Jones (WR) de Cincinnati, Quarless (TE – a cumprir 2 jogos de suspensão) de Green Bay e ainda conseguiram um excelente blind side tackle com Taylor Decker (é difícil encontrar rookies este ano que demonstrem tanto potencial que não sejam de Ohio State, aliás, como disse o Urban Meyers, a draft pareceu um anúncio ao programa dos Buckeyes). No entanto, perderam o “Megatron” Calvin Johnson.
Matthew Stafford já provou que consegue ser um bom QB e o backfield conta com Abdullah e Riddick (ambos a terem de resolver um problema crónico de “fumblingnite”) e de alguma maneira Zach Zenner ficou lá para o fundo do depth chart. Falta só saber quando é que Pettigrew (TE) e Fuller (WR) saiem da PUP list.
A DL conta com Ziggy Ansah (DE), um dos melhores pass rushers da liga, e a secondary com Quinn (FS) e Darius Slay (CB).
A agenda, no entanto, poderá estar longe de estar ao alcance dos Lions e por isso os playoffs continuam a parecer um sonho longínquo.
Green Bay Packers
O que é que eu posso dizer dos Packers? Bem, são os Packers…
Vamos começar por um nome: Eddie Lacy. Pois é, tem havido um hype enorme à volta dele, sobretudo porque perdeu peso e por isso espera-se ver o Lacy das primeiras épocas da NFL. Por agora é o RB1 de Green Bay, mas se falhar em cumprir estas espetativas, James Starks também é um bom candidato para assumir o controlo do running game.
Agora sim, o nome daquele que toda a gente fala: Aaron Rodgers. Não há muito a dizer, um dos melhores QB’s da liga e recoperou uma das suas maiores armas com Jordy Nelson (WR), de volta à offense dos Packers, e ainda conta com Cobb (WR), Adams (WR) e o TE Richard Rodgers. Os media têm estado a bombar devido aos comentários feitos pelo irmão de Aaron que entrou no reality-show “The Bacholerette”, onde este disse que a relação entre eles era quase inexistente e desde aí que o problema tem escalado. Mas não vejam nisto um sinal, não estou a ver o Aaron Rodgers (que tem nervos de ferro quando o pocket colapsa e mesmo assim completa um passe) a deixar-se afetar por uma coisa destas. É de fazer notar que é a sua solidez que permite a Green Bay ter 1 sophomore (Hundley) e 2 rookie QB’s (Joe Callahan e Marquise Williams) como seu backup, permitindo assegurar o futuro da franchise ao dar tempo a estes jovens para desenvolver.
A defesa dos Packers também é sólida com Mike Daniels (DT), Julius Peppers (LB), Clay Matthews (LB e um dos meus favoritos nesta posição), Damarious Randall (CB), Morgan Burnett (SS) e Clinton-Dix (FS).
A agenda leva os Packers a começar a época fora de Green-Bay durante as primeiras duas semanas, onde o destaque vai para o jogo em Minnesota com os Vikings que pode dizer muito à cerca desta divisão. Mas todos os matchups estão sempre ao alcance dos Packers e é preciso ter atenção que quando falo das agendas e dos adversários, não falo de equipas com defesas fortes ou fracas, falo mais de quem efetivamente se espera que ganhe no final do jogo.
Minnesota Vikings
Os Vikings para mim são Adrian Peterson e companhia. Desculpem fãs dos Vikings, mas eu não consigo gostar deste sistema. Os Vikings são carregados às costas pela running offense (que, admita-se, tem grande profundidade para além do Adrian com McKinnon e Asiatta) e por uma das 10 melhores defesas da NFL, com Griffen (DE – um dos 5 melhores DL da liga), Barr (LB), Kendricks (LB – top 20 linebackers da liga), Newman (CB), Sendejo (SS), Griffin (SS) e Smith (FS e top 3 defensive backs da liga).
Mas depois se analisarmos os Vikings a nível de passe? Ainda que o núcleo de wide receivers prometa com Stefon Diggs, Patterson (este era mais “prometia”) e o rookie Laquon Treadwell (que parece vir a ser um grande WR), ajudados pelo TE Kyle Rudolph; os Vikings têm um dos piores QB’s da liga com Teddy Bridgewater, desculpem, mas é a minha opinião, não percebo… nem falo da mobilidade dele… Os Vikings foram buscar Joel Stave como QB3 quando este nem chegou a ser draftado, mas havia imenso talento nesta posição nas últimas rondas. Não é que o Stave seja mau, porque não é, mas na 6ª ronda os Vikings escolheram Moritz Bohringer (WR – primeiro jogador europeu a ser escolhido sem ter jogado na NCAA) quando ainda havia para escolher imensos QB’s talentosos: Sudfeld do Arizona, Rudock do Michigan (e eu como Buckeye não gosto da “equipa lá do norte”) e o melhor de todos, Brandon Allen do Arkansas e basta verem o jogo dos Jaguars contra os Jets para perceberem aquilo que lhes escapou com este rookie.
Não vou conseguir perceber porque é que os Vikings acham que estão bem servidos com Bridgewater, mas sem grandes progressos nesta passing offense (talvez à excessão da OL), não vejo os Vikings a repetirem o título do ano passado.
A meu ver, este ano, os campeões da NFC North serão os Packers, mas também achava isso o ano passado e os Vikings acabaram por vencer. Só o tempo dirá se estou certo ou não…