NFC North: Quem Tem Algo a Provar?
NFC North. Quem está no hot seat? Quem, mercê de temporadas pouco conseguidas, defraudando expectativas, tem tudo para provar, em 2013, numa espécie de desafio final? Numa competição onde os 53 lugares em cada roster são conquistados com sangue, suor e algumas lágrimas, a competitividade estará ao rubro, nos training camps que se iniciarão em breve. Nessas batalhas pela supremacia em cada posição, onde uma lesão, um momentâneo relaxamento ou uma abaixamento de forma podem corresponder a um veredicto de expulsão/dispensa, eis quem tem mais a temer:
Chicago Bears
Offensive lineman Gabe Carimi foi a escolha nº 29, no draft de 2011. Numa equipa onda a linha ofensiva precisava, urgentemente, de reforços, o left tackle chegou à NFL com o selo de qualidade habitual a quem vem de Wisconsin. Na sua temporada rookie, os Bears decidiram colocá-lo do lado direito. Se a qualidade parecia inegável, uma arreliadora lesão no joelho, logo na 2ª jornada, impediram-no de provar o que quer que seja. A NFL é um comboio em constante andamento. E Carimi ficou para trás. 2012 foi um ano de tentativa de recuperação. Nunca conseguindo atingir o status de titular indiscutível, foi colocado na posição de guard, quando as lesões na unidade obrigaram a esse improviso. Sem espaço em 2013 na sua posição preferida (os Bears adquiriram na free agency o left tackle Jermon Bushrod), Carimi entrará no training camp como backup no posto de RG, atrás de Kyle Long. E, para agravar a situação já de si tensa, o novo corpo técnico não tem qualquer laço emocional com o recruta, dado que ele não foi uma escolha sua.
Detroit Lions
O Cornerback Bill Bentley foi uma escolha de 3º round, no ano passado, tendo de imediato ganho o lugar na equipa principal…antes duma lesão num ombro abrandar a sua efectividade e colocar um ponto final na temporada rookie. Depois disso (lembram-se da comparação da NFL com um comboio sem paragens, sempre em marcha acelerada, deixando para trás quem se atrasa?) os Lions reassinaram com o veterano Chris Houston, usaram uma escolha de 2º round no draft deste ano em Darius Slay e publicamente mostraram entusiasmo com o desenvolvimento de dois outros cornerbacks, draftados na mesma altura de Bentley: Jonte Green e Chris Greenwood. O que está em jogo, no training camp, é simples. Bentley terá que ser melhor do que Green, Greenwood e o rookie Slay. Este, ainda no recobro a uma cirurgia no joelho, não terá grande oportunidade (para já) de impressionar o corpo técnico. Mas a restante competição transformará a luta pelos lugares restantes num exercício macabro de sobrevivência.
Green Bay Packers
Derek Sherrod foi escolhido 3 lugares abaixo de Gabe Carimi, em 2011. Os Packers viam em Sherrod um substituto, a médio/longo prazo, do left tackle Chad Clifton. Sherrod foi usado, no seu tirocínio, como right tackle e guard, até ter um encontro imediato com a má fortuna. Uma lesão brutal na perna, com fractura múltipla, na week 15, fê-lo perder a temporada seguinte, na totalidade. O calvário, no entanto, não terminou. Sherrod foi sujeito a nova intervenção cirúrgica, que visou solidificar alguns ligamentos que apresentavam sequelas da lesão inicial. Nesta altura, ainda é uma incógnita se ele regressa a tempo de efectuar os trabalhos físicos de pré-temporada, 18 meses após o seu afastamento. A competição – e a equipa – não se compadecem com legítimas situações de lesões e afins. Sherrod, mais do que lutar por um lugar de titular, bate-se pela continuidade da sua carreira. A depth chart dos Packers mostra-o como 2º, atrás de Marshall Newhouse, no posto de right tackle. Sem espaço no lado oposto, onde a luta pela titularidade como left tackle será entre Bryan Bulaga e o neófito David Bakhtiari, Sherrod tem tudo ainda por provar…
Minnesota Vikings
2012. Playoffs. Wildcard weekend. Packers versus Vikings. Christian Ponder lesionado. Joe Webb titular. O resto do filme é conhecido. A incapacidade de Webb em lancer e dinamizar o ataque dos Vikings impediu que o confronto divisional fosse competitivo. Joe Webb mereceu, até à data, do beneplácito duma imensa legião de adeptos e alguns membros dos media, que criaram quase um culto, em redor das supostas capacidades atléticas do jogador. Seja. A realidade, pós-postseason, é que ele não serve como backup quarterback. Essa carência/necessidade foi colmatada, na free agency, com a chegada do veterano Matt Cassell a tapar as ainda remotas esperanças de Webb em auxiliar o ataque, numa qualquer ausência de Ponder. Com essa porta fechada, Webb teve que fazer um reset aos seus dogmas e tentar tornar-se valioso. É agora que se verá se as tais capacidades físicas o tornam imprescindível no roster. Nos primórdios da carreira com as cores purple & gold, Webb foi utilizado (sem grande sucesso) como kick returner, merecendo alguns snaps como receiver. Será aí, nesse nicho, que ele tentará relançar a carreira. Parece tarefa hercúlea e destinada ao insucesso. Cordarrelle Patterson, draftado este ano, será usado como arma primária nos retornos, auxiliando o corpo de receivers, onde moram os putativos titulares Greg Jennings e Jerome Simpson.
Talvez Bill Musgrave, coordenador ofensivo, encontre forma de usar as skills do jovem, transformando-o criativamente numa espécie de Percy Harvin, sobretudo naquelas jogadas no backfield.