NFC South: Previsão Temporada 2015

João Malha 9 de Setembro de 2015 NFC South, NFL Comments
NFC South

NFC South: Previsão Temporada 2015

Foi a pior divisão da NFL em 2015, que não viu nenhuma equipa terminar com registo positivo. Os Panthers foram os menos maus e lá seguiram para o Playoff, ganhando por dois anos seguidos a divisão, algo que nunca tinha acontecido na NFC South. Conseguirão uma terceira? Saints e Falcons têm a palavra.

New Orleans Saints

Será esta a última oportunidade de Drew Brees e Sean Payton no Louisiana? São muitas as dúvidas. Há quem diga que é o fim de uma era que levou os Saints ao anel de campeão. Questiona-se a capacidade de Brees (apesar de ter conseguido mais uma época próxima das 5000 jardas de passe) que agora se sabe terá jogado algo limitado toda a época por uma lesão sofrida na offseason. E acima de tudo ainda se tenta recuperar da incredulidade da troca do TE Jimmy Graham pelo C Max Unger com os Seahawks. Perde capacidade a equipa na red zone, onde Graham era o alvo quase infalível de Brees, numa altura onde se levantam também várias questões sobre o lote de receivers, com Colston a caminhar para o fim da carreira e tudo a depender de Brandin Cooks, que brilhou alto na rookie season mas que acabou por ver a temporada acabar repentinamente devido a lesão. Estará pronto para ser o novo Antonio Brown da Liga?

A equipa parece pronta para assumir um estilo de jogo diferente, menos focada no passe (era quase o exclusivo do jogo ofensivo dos black and gold) e a dividir a aposta com o running game, onde Mark Ingram garantiu um chorudo e inesperado contrato depois de excelente temporada em 2014. A ele juntou-se CJ Spiller, que poderá ser uma arma fantástica ao estilo do que foi Darren Sproles, tendo em conta o estilo de jogo de Payton e Brees. A OL parece bastante fortalecida e isso poderá ser decisivo para dar tempo a Brees e espaço aos RB.

Mas se há dúvidas no ataque, o que dizer da defesa. De uma mediocridade ímpar em 2014 (já o havia sido em 2012), depois de em 2013, aquando da chegada do treinador defensivo Rob Ryan ter passado das piores defesas a uma das melhores. Os focos estão em Ryan pois nova temporada medíocre garantirá a sua substituição rapidamente (quiçá durante a própria época, dada a chegada de Dennis Allen para o ajudar na difícil tarefa de melhorar a defesa, já se supondo uma óbvia substituição se o rumo não for o desejado). Chegou o campeão dos últimos dois anos o CB Brandon Bowner, mas a ausência do outro CB Keenan Lewis durante um mês e a incógnita sobre quando estará apto a grande aquisição do ano passado, o Safety Jairus Byrd, que tem passado mais tempo no estaleiro do que a jogar, não traz grandes esperanças a uma significativa melhoria dos Saints na sua secundária. Já para não falar da DL, que perdeu Junior Gallette devido aos vários problemas fora de campo que levaram à sua dispensa. Os rookies Hau’oli Kikaha e Stephone Anthony têm a grande responsabilidade de fazer a defesa dos Saints subir um patamar.

Carolina Panthers

À procura do terceiro título divisional seguido. Cam Newton é a estrela da equipa mas provavelmente o mais importante jogador será o MLB Luke Kuechly. A defesa é o ponto forte desta equipa, mesmo depois de perderem Greg Hardy, que já o ano passado não contou por suspensão.

Newton não é um tremendo passador, mas corre como poucos QB, quase parecendo um RB várias vezes. E é precisamente o RB Jonathan Stewart quem poderá mais uma vez ajudar a equipa a ganhar, depois de ter sido fundamental no ano passado. Acima de tudo, porque a perda do WR Kelvin Benjamin por lesão é um duríssimo golpe numa equipa que pouco vale no passe (quer pela menor qualidade de Newton a esse nível, quer pelo fraco lote de receivers). Sobram o rookie WR Devin Funchess e o TE Greg Olsen para tentar dar profundidade à equipa.

Será fulcral que a equipa consiga proteger melhor Cam Newton (sofreu 38 sacks em 2014!!), mas a aquisição de Michael Oher, mais conhecido pelo filme Blind Side que valeu o óscar a Sandra Bullock, que conta a sua história, que pelo sucesso nos relvados onde tenta à terceira tentativa/equipa vingar como fez na High School e College, parece não ser a solução.

Da defesa pouco a dizer. Fortíssima DL, reforçada com o rookie Shaq Thompson, mas algumas debilidades na secundária. Seria curto para sonhar com o título divisional noutra divisão, mas na NFC South tudo é possível. Até avançar para os playoffs com registo negativo!

Atlanta Falcons

Depois de terem ficado à porta do Super Bowl há um par de anos, a formação da Geórgia tem caído a pique. Mudou o treinador com Dan Quinn a chegar de Seattle onde criou a melhor defesa da NFL e provavelmente uma das melhores da história do jogo. A expectativa é alta, especialmente em termos defensivos, pois ofensivamente a equipa já demonstra alguma qualidade.

O pass rush é um dos calcanhares de Aquiles, pelo que a escolha de Vic Beasley no draft teve por base colmatar esta lacuna. Será o rookie capaz de ajudar a equipa a colocar pressão nos QB’s adversários? Contará ainda com a preciosa ajuda de O’Brien Schofield, ex-Seahawks, e de Adrian Clayborn, ex-Buccanneers. As lacunas não ficam pelo pass rush, mas também a secundária deixou muito a desejar nos últimos anos. A adição do rookie Jalen Collins como CB no lado oposto a Desmond Trufant irá certamente ajudar a melhorar a este nível. Quinn é o homem certo para dar a volta à situação, mas consegui-lo de um ano para o outro talvez não seja plausível.

No ataque, o veterano RB Steven Jackson saiu e as atenções passam a centrar-se em Davonta Freeman, no seu segundo ano, e no rookie Tevin Coleman. Incógnitas que poderão determinar o poder ofensivo da equipa, já que no passe, o QB Matt Ryan e o WR Julio Jones são uma das duplas mais eficazes, e não será por aí que a equipa falhará. A caminhar para a 11ª temporada, o WR Roddy White é que poderá já não ser tão fiável e o recém-chegado de Denver, o TE Jacob Tamme, tem que tentar fazer esquecer o lendário Tony Gonzalez, retirado há dois anos e que ainda não teve ninguém à sua altura para ocupar o lugar.

Tampa Bay Buccanneers

Afastados dos playoffs desde 2007, ainda parece um sonho longínquo o regresso à fase decisiva da prova. Foram a pior equipa de 2014, o que lhes valeu a escolha n.º1 do draft, o QB Jameis Winston. Muito se questionou a sua escolha devido a algumas questões fora do campo. A pressão estará toda do seu lado pelo que Winston sabe que não pode falhar.

Armas de qualidade não lhe faltam. O veterano WR Vincent Jackson e o WR Mike Evans, que entra no seu segundo ano depois de grande temporada de estreia, são excelentes alvos, pelo que não será por aqui que Winston falhará. Importante será proteger bem o rookie QB e para tal as escolhas no draft de Donovan Smith e Ali Marpet poderão ser boas ajudas a fortalecer um OL que tem sofrido dificuldades. Uma dupla de guards que será fundamental para o sucesso apesar da inexperiência. Outro dos motivos de atenção será o running game, com Doug Martin a estar em grande na preseason (vale o que vale) o que faz os adeptos dos Bucs sonhar no regresso do RB ao seu melhor nível depois de dois anos sofríveis.

A defesa é mais forte que o ataque, apesar de também ter as suas limitações. Mas verdade seja dita, se nada é péssimo em Tampa Bay, pouco entusiasma e dificilmente passarão do pior registo da NFL em 2014 para uma equipa que luta pelos playoffs, mesmo jogando na NFC South!

Previsões

Favorito: Carolina Panthers

Candidato a surpresa: Atlanta Falcons

Rookie a não perder de vista: Jameis Winston (QB – Buccanneers)

Melhor jogador: Drew Brees (QB – Saints)

Man on the wire: Rob Ryan (Defensive Coordinator Saints)

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!