NFC South – Previsões ou (Des)ilusões?

João Azevedo 25 de Agosto de 2016 NFC South, NFL Comments
NFC South

NFC South – Previsões ou (Des)Ilusões?

Esta divisão alberga os Carolina Panthers, vencedores da NFC e finalistas do Superbowl da época passada. Estes dominaram a época regular da NFL, mas quando chegou a hora da verdade não conseguiram vencer os Broncos na final. Agora, numa nova época entre Falcons, Sains e Buccaneers, poderão os Panthers repetir a sua hegemonia?

Atlanta Falcons

Os Falcons ainda têmalguns problemas para resolver nesta pré-época, sobretudo na defesa. Weatherspoon (LB) e Trufant (CB) têm o talento, mas já depois de alguns anos na liga parecem ainda ficar aquém das expetativas. Worrilow (LB) poderá fazer uma época interessante e Deion Jones (rookie LB, segunda escolha dos Falcons na draft) terá certamente muito a aprender com ele, mas é o rookie Keanu Neal (SS) quem concentra todas as atenções desta defesa. A primeira escolha dos Falcons na draft deste ano é bastante forte fisicamente, muito bom a fazer placagens, aquele tipo de safety que cria uma barreira defensiva e tem muito mais o tipo de corpo de um linebacker. Isso levante um problema: não é muito rápido, ou melhor, apenas é rápido em distâncias curtas e por isso é capaz de ter dificuldades em deep coverage, aliás, para desempenhar bem o seu papel, vai precisar de desenvolver as suas capacidades de cobertura, quer seja man to man, quer seja à zona. Mas certamente que os Falcons vão ter atenção a isso no trainning camp e o rookie pode vir mesmo a ficar no top 15 dos defensive backs deste ano.

Também no ataque há muito a melhorar, Matt Ryan (à partida, o QB1, apesar de uma pré-época interessante por parte de Schaub) tem um dos melhores receivers da liga ao seu serviço com Julio Jones, mas este núcleo não tem mais grandes opções para além dele e Mohamed Sanu. O rookie Devin Fuller é capaz de ser uma boa deep threat (4.37 segundos nas 40 jardas), mas é provável que os Falcons tenham de recorrer ao tight end Tamme em certas jogadas até estabelecerem um bom WR3.

Contudo, os Falcons têm dois bons running backs, Freeman e Coleman, sendo que o primeiro é certamente uma opção a ser explorada no passing game.

No entanto e vendo bem a agenda, mantenho a ideia que os playoffs estão um bocadinho fora do alcance de Atlanta este ano.

Carolina Panthers

No worries, Super Cam is "on the way"

No worries, Super Cam is “on the way”
Foto de: Grant Halverson – sbnation.com

Não se preocupem, o Super Cam está a caminho. Devo dizer que não vejo os Panthers a terem a época do ano passado, mas penso que o título desta divisão vai voltar para a Carolina do Norte. Cam Newton está bem guardado por Oher (OT) e tem à mão Kelvin Benjamin (WR), Ted Ginn (WR), Devin Funchess (WR, de quem se espera um breakout year) e Olsen (TE). O running game, apesar de não ser a arma favorita dos Panthers, conta com Stewart (RB), os backups Whittaker e Artis-Payne e o fullback Mike Tolbert, algo que não é comum de se referir hoje em dia, onde esta posição parece estar em extinção na NFL.

Mas é a defesa dos Panthers que mais me intriga. Prevê-se que seja das 10 melhores este ano, mas vejo esta defesa mesmo a chegar ao top 5. Uma boa DL com Charles Johnson (DE), Kawann Short (DT, que tem como backup o rookie e primeira escolha da draft dos Panthers, Vernon Butler) e Addison (DE) que é o backup de Ealy (DE). O linebackers core é sólido com Shaq Thompson, Thomas Davis e aquele que foi para mim o melhor LB da liga o ano passado, Luke Kuechly. Mas a intriga que falei é-me suscitada pela secondary: Coleman e Boston são os safeties de eleição, mas os cornerbacks (falo dos starters) dos Panthers são todos rookies. James Bradberry e Daryl Worley são os CB1 e 2 e também a segunda e terceira escolha da draft dos Panthers; logo atrás como CB3 e NB1 vem Zach Sanchez, quinta escolha da draft e produto de Oklahoma e muita atenção a este miúdo que demonstrou saber ler bem os QB’s no college. Um passe mal calculado para a zona dele e ele faz-vos pagar por isso.

Não é que os Panthers estejam acima disso, mas a agenda parece não ser propriamente um factor. Começam a época em Denver, o que vai ser um teste muito difícil de passar e ainda apanham mais 3 defesas fortes – Vikings, Arizona e Chiefs – mas estes devem estar à altura do desafio. Se tudo correr bem, os miúdos em Charlotte vão continuar a receber muitas bolas de borla.

New Orleans Saints

Drew Brees tenta lançar sobre pressão

Drew Brees tenta lançar sobre pressão
Foto de: Eliot Kamenitz – profootballspot.com

Podemos não falar da defesa? Não me entendam mal, o talento está lá: Jordan (DE), Anthony (LB), Laurinaitis (LB), Breaux (CB), Vaccaro (CB) e a isto ainda se juntaram os rookies Sheldon Rankins (DT, que está correntemente lesionado e não tem uma data prevista de regresso – até lá Fairley está à altura do trabalho), Onyemata (DT) e Vonn Bell (S); mas mesmo assim esta defesa foi praticamente a pior da época passada e há muita gente que diz que isso é capaz de se repetir, mas ainda não sei se concordo. Será que há um problema com a água em “N’arleans”?

O ataque tem como arma de eleição o passe e há razões para isso: Drew Brees é o rei deste “carnaval”, protegido pelos tackles Armstead (Peat foi relegado para OT3) e Strieff e servido por Coleman (WR), Cooks (WR), Snead (WR) e o rookie Michael Thomas (WR) de Ohio State (para variar) que tem demonstrado muito talento nesta preseason. Além destes ainda conta com a nova adição na posição de TE, Coby Fleener.

Esta passing offense (a melhor do ano passado) permite um running game mais ocasional por parte dos Saints, com Ingram a RB1 seguido por Hightower e CJ Spiller e ajudados pelo fullback John Kuhn. No entanto, achei uma boa ideia dos Saints irem buscar o rookie RB Daniel Lasco dos Cal Bears, pois Hightower e Spiller já não vão para novos e Ingram foi starter em apenas 10 jogos a época passada devido a lesão.

A agenda também é algo que não influencia muito os Saints porque esta é uma equipa de make it or brake it, mas certamente terão encontros complicados com os Panthers e para além disso vão defrontar Arizona e Chiefs fora; recebem ainda uma visitinha dos Broncos e outra dos Seahawks. Acho que os Saints podem ser melhores que o ano passado, talvez à custa dos Falcons, mas cuidado com Tampa Bay que pode muito bem ser uma ameaça a New Orleans este ano.

Tampa Bay Buccaneers

Os Buccaneers podem vir a ter uma breakout season. A defesa foi uma das 10 melhores do ano passado e conta com Gerald McCoy (DT) e Lavonte David (LB e quem sabe top 3 nessa posição) e os recém chegados Vernon Hargreaves (CB) e Noah Spence (DE), primeira e segunda escolha dos Bucs nesta draft, que podem adicionar bastante talento a esta equipa.

O ataque, ainda que discreto, pode vir a causar danos, sobretudo pela sua versatilidade. Winston está melhor, perdeu peso, mais móvel no pocket e parece estar bem integrado neste sistema e ainda que o wide receiver core não vá muito além de Mike Evans e Vincent Jackson, os Bucs colocam à sua disposição um conjunto de receivers pouco usual. Cameron Brate e Seferian-Jenkis são dois bons tight ends e talvez ainda se veja Dan Vitale. Este último, rookie de Northwestern, fullback de origem (agora adaptado a TE) era muitas vezes usado pelos Wildcats como um extra receiver e acreditem, ele surpreende. Para além disso, os running backs Doug Martin e Charles Simms também podem muito bem ser usados no passing game e Tampa tem trabalhado nisso.

Os Buccaneers ainda são uma caixa bem fechada e esta pode vir a conter surpresas ou estar vazia. A agenda certamente que é difícil, para além da complicada defesa dos Panthers ainda vão defrontar Kansas City, Seattle, Arizona e Denver. Os playoffs parecem um bocado inalcançáveis para esta jovem equipa.

Conclusão

O engraçado desta divisão é que parece que a única coisa que é um dado adquirido é os Panthers manterem o primeiro lugar, deixando Falcons, Bucs e Saints a lutarem pelos restantes e com alguma sorte, um wildcard. As mudanças em relação ao ano passado parecem vir a ser feitas de baixo para cima: os Buccaneers procuram ameaçar os Saints e os Saints procuram ameaçar os Falcons, mas Atlanta parece não ter ainda o que é preciso para ameaçar os Panthers. Acho que “os panteras” são os reis desta selva…

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João Azevedo

Estou atualmente a licenciar-me em Ciência Política e Relações Internacionais, mas a minha paixão pelo futebol americano existe há imenso tempo. Este desporto aprisionou-me desde o primeiro segundo em que o vi e percebi que é sem dúvida o melhor desporto à face da terra! Gosto da vertente profissional e do college e sou um fã devoto dos New York Jets e dos Ohio State Buckeyes. Aquilo que mais quero, para além de ver os Jets ganharem um Super Bowl, é ajudar este desporto a crescer em Portugal e um dia, quem sabe, vir a ser treinador nesta modalidade. J-E- T-S! JETS! JETS! JETS!