NFC South: Quem Tem Algo a Provar?

Paulo Pereira 24 de Maio de 2013 NFC South, NFL Comments

NFC South: Quem Tem Algo a Provar?

Faltam menos de 120 dias para o início de nova e empolgante temporada na NFL. Enquanto por cá a tristeza consumiu a maioria dos fãs casuais do desporto, com a notícia do encerramento dos canais ESPN em solo pátrio, nos States o tempo é de preparação para as batalhas que se avizinham. O período sabático de férias irá terminar em breve, dando lugar aos training camps e, com eles, as lutas intestinas pelas diferentes posições. O artigo que se segue, breve e incisivo, tem enfoque na NFC South. Quem é o jogador, em cada uma das franquias, que está no chamado “hot seat”, tendo que provar definitivamente esta época que vale a continuidade no clube?

Atlanta Falcons

Escolhido em 2009, no 1º round, Peria Jerry chegou à cidade para ser um defensive tackle dominante, continuando a carreira conseguida no College. Mas, tal como em inúmeros casos, os sonhos de Jerry foram estilhaçados. Rapidamente. Na sua temporada rookie, Jerry durou dois jogos. Na segunda partida oficial como profissional, o joelho cedeu. Peria Jerry voltou. É um facto. Mas nunca mais correspondeu à ideia preconcebida e às expectativas altas que nele se depositavam. Foi ficando, adaptando pela franquia a um papel de rotatividade. 2013 pode, no entanto, ser diferente. Vance Walker saiu, via free agency, o que poderá significar um incremento nos snaps para Jerry. Jonathan Babineaux e Corey Peters são os titulares mas a especificidade da posição obriga a uma constante rotação. Jerry tem a última oportunidade para provar algo, entrando no seu último ano de contrato.

Carolina Panthers

Num desporto massificado, ganhar um lugar num roster duma franquia da NFL pode ser comparado a vencer um avultado prémio da lotaria. Armanti Edwards conseguiu o seu, quando foi eleito pelos Panthers, tornando-se mais um wide receiver no clube. Pick do segundo round em 2010, Edwards, antigo quarterback no College, tinha skills que o tornavam potencialmente efectivo como receiver e retornador. Até à data, Edwards tem 5 recepções e nunca conseguiu impôr-se nos retornos. A recente aquisição de Ted Ginn, especialista nos kicks returns e a crescente lista de alvos para Cameron Newton colocam Edwards acossado. É claramente o jogador mais pressionado a entrar no trining camp, pudendo sucumbir à dura competição.

New Orleans Saints

Se existisse um prémio para o jogador mais intrigante na divisão, Malcolm Jenkins venceria com facilidade. O safety dos Saints, first-round pick em 2009, aparenta possuir talento em todos os requisitos (skills físicas, ética de trabalho e inteligência emocional) para se tornar uma estrela. Mas, até agora, Jenkins não conseguiu produzir qualquer impacto significativo. Talvez veja a sua carreira ressuscitar, com a chegada do novo coordenador defensivo, o guru Rob Ryan. Pode ser que a alteração produza a explosão definitiva do potencial do jogador. Mas os sinais de alarme estão lá. Em quem é que os Saints gastaram a first-round pick deste ano? Kenny Vaccaro. Safety. Os scouts cumulam o antigo jogador dos Longhorns de elogios. E Jenkins vai ter que provar que não é mais um bust que aterrou na NFL. Vai ser a temporada do “vai ou racha”.

Tampa Bay Buccaneers

Da’Quan Bowers, considerado talento de top-10 antes do draft de 2011, protagonizou uma daquelas escorregadelas inexplicáveis. Os Bucs resolveram dar uma oportunidade a um pass rusher que aparência temível, apesar das red flags físicas que levaram outras equipas a desinteressarem-se pelo jogador. Bowers tem qualidade. Nota-se. É rápido, tem um conjunto de movimentos que dificulta o seu bloqueio, conseguindo trazer agressividade bastante para apoquentar as linhas ofensivas contrárias. O seu calcanhar de Aquiles, no entanto, não lhe tem permitido crescer a nível exibicional. As constantes mazelas físicas têm atrasado a sua explosão. Continua, no entanto, a merecer a confiança cega do corpo técnico. A saída de Michael Bennett, via free agency, foi um claro sinal de confiança em Bowers, que terá este ano a derradeira oportunidade de se afirmar na alta roda dos defensive ends. Conseguirá?

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Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.