NFC South: Season Preview

Paulo Pereira 31 de Julho de 2013 Artigos, Equipas NFL, NFC South, NFL Comments
NFC South

NFC South: Season Preview

2012 pode ter sido o ponto de viragem na NFC South, dominada nos últimos tempos pelos New Orleans Saints. Os danos colaterais provocados pelo processo bounty alteraram o status quo reinante, levando a que novo contendor, os Atlanta Falcons, aproveitassem o vazio deixado e vencessem a divisão. A franquia de New Orleans viveu um ano horribilis. Penalizados fortemente por castigos, privados de contarem com Sean Payton, o carismático head coach, a equipa viveu em permanente sobressalto, num turbilhão de acontecimentos que os apartaram de manter a habitual competitividade. Os Falcons aproveitaram essa irregularidade e cumpriram mais uma etapa no manual implementado por Thomas Dimitroff, que visa ascender a franquia a um patamar restrito de eleitos. Não é justo limitar a vitória na divisão dos Falcons aos problemas vividos pelos rivais Saints. A equipa tem sabido, de forma sábia, trilhar o seu caminho, escolhendo criteriosamente no draft e juntando peças para o ataque ao santo graal: o Super Bowl. Em 2012 os Falcons cumpriram um novo degrau nessa caminhada ascendente. Obtiveram a primeira vitória nos playoffs, na era Mike Smith e Matt Ryan. Ficaram a poucas jardas de vencerem a final de conferência e, com isso, cumprirem o sonho de Arthur Blake, o dono da equipa. 2013 verá um reacender da rivalidade entre as duas mais fortes equipa da divisão. Os Saints acabam o período de orfandade, recebendo de braços abertos Sean Payton, o mentor do título alcançado. Seria, no entanto, um erro achar-se que apenas Saints e Falcons têm importância para as contas finais. Os Buccaneers, com Greg Schiano a entrar no ano 2, e os Panthers, que terminaram 2012 em alta, terão uma palavra a dizer. E podem baralhar as contas dos candidatos. Vamos lá dissecar a divisão…

Atlanta Falcons

Aerial attack? Not so fast. Os Falcons ganharam nova dimensão, não dependendo agora apenas de Matt Ryan e Cª. O jogo corrido, inexistente grande parte da época passada, recebeu um reforço de peso. Um nome popular, entre os adeptos de futebol americano, que pode aumentar a perigosidade da equipa. Findo o reinado de Michael Turner – foi penoso ver o running back em 2012, incapaz de conseguir jardas no solo – chega Steven Jackson para revitalizar o running game. Não foi só Michael Turner (que deu alguns bons anos aos Falcons) a deixar a cidade. Outro veterano emblemático disse adeus a Atlanta. John Abraham deixa de fazer parte do roster, substituído por Osi Umenyiora, ex-Giant. A linha ofensiva perdeu também peças, com Tyson Clabo (OT) e Todd McClure (C) a não renovarem os vínculos contratuais. A secundária, que perdeu Dunta Robinson e Brent Grimes (para os Chiefs e Dolphins, respectivamente), deu as boas-vindas a Desmond Trufant e Robert Alford, sangue novo que, previsivelmente, manterá a estanquicidade da unidade. A intenção foi mesmo essa. Rejuvenescer a defesa, esperando que os rookies escolhidos sejam do género plug & play.

Onde Estão Melhores

Running back. 800 jardas e uma média miserável de 3.6 jardas/corrida são o legado final de Michael Turner, nos Falcons. Visivelmente desgastado, incapaz de fisicamente corresponder ao que é expectável numa equipa com pretensões, não foi surpresa a alteração sofrida na depth chart. Steven Jackson, dirão alguns, não é muito mais novo do que Turner, e tem o corpo castigado por anos de trabalho pesado nos Rams. É um facto. Mas S-Jax não abrandou o ritmo, continuando a correr com aquela combinação de poder e raiva, que o tem levado a, ano após ao, ultrapassar as 1.000 jardas corridas. 2012 assistiu a esse feito pela 8ª vez consecutiva. O resto da unidade é preenchido por Jacquizz Rodgers, que não capitalizou totalmente o declínio de Turner, e Jason Snelling, uma espécie de aríete, usado apenas em short yordages e como elemento adicional na OL.

Onde Pioraram

A linha ofensiva. Tyson Clabo deixará saudades, não só pela qualidade que tem, mas sobretudo por incorporar a filosofia de iron man, tendo falhado um mísero jogo nas últimas 5 temporadas. O substituto natural deverá ser Lamar Holmes ou, em alternativa, Mike Johnson, que terão a árdua tarefa de substituir um RT com provas dadas e eficiência a toda a prova. A reforma de McClure, colmatada por Peter Konz, levanta algumas questões, dado o carácter irregular das exibições de Konz. O rookie, que suportou em 2012 as normais dores de crescimento, estará preparado para assumir o papel de titular indiscutível, em 2013? É, no fundo, uma incógnita aquilo que espera os Falcons, que assumem um risco na renovação da OL.

Jogador a Acompanhar

Desmond Trufant, CB. Agora que Dunta Robinson e Brent Grimes deixaram a cidade, uma das posições de corner necessita de alguém expedito para assumir a responsabilidade. O lado esquerdo tem dono, com Asante Samuel a patrulhar o flanco. O rookie Robert Alford será o provável backup, assumindo-se que Trufant, um dos mais elogiados CBs vindos do draft, estará destinado à titularidade, no lado direito da secundária. Numa divisão que enfrentará, duplamente, Cam Newton e o perigoso Drew Brees, um dos pontos de interesse é acompanhar a evolução do rookie, lançado às feras logo no ano de estreia.

Veredicto

As alterações mínimas sofridas pelos Falcons demonstram a ambição reinante em Atlanta. A equipa – e todos os envolvidos – acreditam que falta pouco para a equipa vencer, sendo necessário meros retoques no roster para manter calibrado o objectivo. Não será fácil, pelo calendário de 2013, repetirem o feito de vencerem a divisão. Acredito num combate titânico, ombro-a-ombro com os Saints, até final. Mas, a eleger um candidato provável a vencer a NFC South, escolho os Falcons, que me parecem o contendor mais equilibrado, em todas as vertentes da equipa.

Carolina Panthers

Ano 3 na era Cameron Newton e, mais uma vez, fortes expectativas quanto ao potencial da equipa. Carregada de talento, com alguns jogadores emblemáticos, a equipa tarda a corresponder ao seu potencial. Aliás, desde a presença no Super Bowl, perdido para os Patriots, a franquia de Carolina tem sido bastante irregular competitivamente. Parecendo ter encontrado o seu franchise quarterback, na figura de Cam Newton, é agora a altura de rodeá-lo de talento, no ataque. Com um WR tp-10 – Steve Smith – e um jogo corrido consistente, com dois RBs que podem atingir as 1000 jardas (DeAngelo Williams e Jonathan Stewart), a equioa pode ser explosiva. A opção pela read-option, em 2012, não correu conforme esperado, com 2013 a significar um regresso às origens. Agora com Mike Shula como OC, é previsível a adopção do mesmo tipo de jogo que deu sucesso parcial aos Panthers, em 2011. Uma forte aposta no run game, com Newton a poder explanar as suas potencialidades, quer no passe, quer na corrida, onde é uma arma poderosa.

Onde Estão Melhores

Defensive tackle. Star Lotulelei e Kawann Short têm um potencial enorme, podendo contribuir de imediato e transformer o front 7 dos Panthers numa unidade agressiva e assustadora. Como ends, Greg Hardy e Charles Johnson, dois excelentes pass rushers. Star Lotulei pode ser disruptivo pelo centro, como inside pass rush, enquanto mostra o poder como run stuffer. Kawann Short, escolha do 2º round no draft deste ano, é um atleta versátil, que pode desempenhar vários papéis ao longo da linha. Onde antes só existia Dwan Edwards – o veterano conseguiu uma boa época, em 2012, com 6 sacks, máximo de carreira – agora existem opções de sobra. E, logo atrás, um trio de linebackers que transpira qualidade. Luke Kuechly, rookie defensivo do ano, Jon Beason e Thomas Davis. Be afraid. Be very afraid…

Onde Pioraram

Outside linebacker. James Anderson e Jason Phillips já não estão no roster e a profundidade é escassa. Jogando com uma linha de 3 linebackers, os lados exteriores terão dono certo. Thomas Davis no strongside, enquanto Jon Beason joga no weakside. Até aqui, tudo normal. O pior é quando relembramos os 27 jogos perdidos, de 2009-11, por Thomas Davis. Ou os 5 jogos que Beason jogou…nos dois últimos anos. A escolha do ex-Giant Chase Blackburn veio aligeirar um pouco a necessidade de reforços, a que se seguiu a escolha no draft de AJ Klein. Mas a margem de erro é minúscula. Uma lesão, num dos elementos fulcrais, pode fazer perigar a aparente coesão do sector.

Jogador a Acompanhar

Star Lotulei. Todos os relatórios pré-draft colocavam o produto made in Utah na órbita dos Panthers, que pareciam enamorados pelo jogador. Escolhendo na 14ª posição, parecia difícil à equipa de Carolina conseguir a escolha. No entanto, relatórios sobre um problema no coração arrefeceram o entusiasmo da maioria em Lotulei, levando-o a cair no colo dos Panthers. O potencial do jogador é enorme. Importa saber apenas se existirão sequelas do problema médico relatado ou se este foi apenas um episódio esporádico.

Veredicto

Os Panthers, também conhecidos pela versão futebolística de Jekyll & Hyde, são uma equipa dura de defrontar. Em 2011 iniciaram-se com um medíocre 4-8 e finalizaram com um 4-2, mostrando predicados que faziam augurar um 2012 risonho. 2012 começou quase tirado a papel químico do ano anterior, com um 3-9 humilhante. Os Panthers terminaram a época a redimirem-se, vencendo os últimos 4 jogos, incluindo contra o rival Falcons. O que se pode esperar para 2013? Acima de tudo, tentar que Cam Newton encontre o seu ritmo em Setembro, ao invés de Novembro. Depois, que se abandone a read-option e se use uma aproximação ao ground game, com o jogo corrido, de forte componente na franquia, a ser mesclado com o passe, algo em que Newton sobressai. E aí sim, poderemos dizer que a equipa tem legítimas aspirações aos playoffs. Será um ano de “make or break”, com a defesa a marcar o passo nesta maratona. Se a unidade melhorar substancialmente, os Panthers exibir-se-ão de acordo com o vasto talento que possuem. Acredito numa temporada de 9-7, se os astros se reunirem na posição correcta. Estes Panthers, como demonstram as pontas finais em 2011 e 2012, podem ser imparáveis, quando motivados.

New Orleans Saints

Who dat? O grito de Guerra – e sucesso – dos Saints ecoará novamente pelos estádios da NFC South? Terá 2012 sido um mero interregno no domínio na divisão, devido ao prejuízo causado pelo bounty gate? Tem a resposta Sean Payton e os seus jogadores. Depois do sucesso alcançado, com o epicentro na vitória obtida no Super Bowl contra os Colts de Peyton Manning, as coisas raramente voltaram a correr bem aos Saints. Eliminados precocemente nos playoffs, primeiro pelos improváveis Seahawks (num jogo marcado pela icónica corrida de Marshawn Lynch) e depois pelos Broncos liderados por Tim Tebow, os Saints acabaram por ficar de fora dessa fase decisiva, no ano passado. Com um ataque que permanece quase intocado, verdadeiro motor de fúria e talento, e com uma defesa que o novo coordenador Rob Ryan moldará ao seu estilo, teremos o regresso dos Saints. E ainda bem. A NFC agradece o retorno duma equipa que soube merecer o carinho devotado por uma Nação inteira, no pós-Katrina. Teremos os bons velhos Saints de volta. Na offseason, destaque para as saídas importantes de Jermon Bushrod, LT, de Chris Ivory, RB que soube marcar o seu espaço mas que pouca falta fará, do DT Sedrick Ellis e do OLB Jonathan Casillas. Entradas existiram em número apreciável. De Dallas veio o excelente OLB Victor Butler mas, num golpe duro do destino, ficará de fora da temporada, por lesão contraída na offseason. A secundária mereceu os reforços Chris Carr (CB), Keenan Lewis (CB) e Kenny Vaccaro (S), este via draft.

Onde Estão Melhores

A secundária. Difícil era ficar pior, depois da patética época de 2012, onde obtiveram um recorde na NFL: 7.042 Jardas cedidas aos adversários. A defesa do passe foi responsável por 4.681 dessas jardas, apenas suplantada pela defesa dos Bucs, rival de divisão, que fez ainda pior (4.758). Se o ataque dos Saints impõe respeito, a defesa é o patinho feio da equipa, tradicionalmente com poucos playmakers. O projecto agora encetado, que trouxe à cidade um novo coordenador defensivo (o exuberante Rob Ryan), não será cimentado em apenas uma época. Mas procura-se, agora, criar as fundações que permitam uma melhoria gradual e significativa. Dos Steelers, na free agency, veio Keenan Lewis, um cornerback novo e talentoso. Do draft, um potencial game-changer, o safety Kenny Vaccaro. Com a introdução de Chris Carr e Jim Leonhard (se recuperado das lesões contínuas, é um bom backup), a secundária tem agora armas para, pelo menos, abrandar o ritmo das jardas concedidas.

Onde Pioraram

Offensive tackle. Jermon Bushrod saiu, num lucrativo contrato, para os Bears, deixando a OL órfã. Ter um quarterback com as características de Brees torna tudo mais fácil. É difícil ver onde começa o mérito dos homens que o protegem, pois o estilo implantado por Brees, com lançamentos rápidos, não é muito exigente para a OL e dá pouco tempo aos rushers para criarem situações de pressão. Tendo perdido, no ano anterior, o excelente Carl Nicks, a OL é agora privada de Bushrod, com o substituto natural a ser Charles Brown, o que parece um claro downgrade na qualidade. Se Brown não viver para as expectativas, a depth chart não é animadora, com o bust do draft de 2009, Jason Smith, a aparecer na linha de sucessão. E, depois dele, apenas o rookie Terron Armstead, mais conhecido por ter realizado um grande Combine, do que por questões técnicas. Parece notório que a OL ficou mais enfraquecida, mas isso, por si só, não deve constituir um irresolúvel problema para os Saints. Como disse, a forma rápida como Brees se vê livre da bola, poderá permitir algum desafogo à OL, neste período de transição.

Jogador a Acompanhar

Junior Galette, OLB. Foi uma das agradáveis surpresas no ano passado, trazendo alguma pressão a um grupo deficitário de pass rushers. Galette aproveitou todos os snaps para mostrar predicados que o tornam num nome a seguir. Não foi muito utilizado, como titular, mas poderá ver amplamente incrementado o tempo de jogo, numa altura em que os Saints alteram o sistema táctico para um 3-4, que exigirá bastante dos seus linebackers exteriores. O natural do Haiti parece possuir qualidades naturais de pass-rushing.
Mantenham igualmente debaixo de olho o rookie Kenny Stills, talentoso WR. Será difícil, face às presenças de Colston, Jimmy Graham e Lance Moore que Stills tenha muito tempo de jogo, mas a sua qualidade, visível no College, pode permitir-lhe alguns minutos por jogo.

Veredicto

Sean Payton é um motivador nato, para além de excelente treinador, mas tem o background no ataque. E essa é a unidade de destaque da equipa, poderosa e repleta de armas. É a defesa que tem claudicado, nas últimas temporadas. A tarefa principal, neste ano de regresso de Payton, é estancar as dádivas que a defesa tem generosamente ofertado. Mas é uma tarefa espinhosa e que demorará a ser implementada. Faltam jogadores de qualidade extra, game-changers, que facilitem esta transição. Porque é duma transição que falamos, com o sistema a ser alterado para um 3-4. O novo coordenador, Rob Ryan, é o homem encarregado de mudar a filosofia, mas parece que faltam atletas que se encaixem no perfil requerido para o sistema. Independentemente disso, a equipa tem Drew Brees, que persegue a 3ª temporada seguida acima das 5.000 jardas. Com ele, com receivers como Marques Colston e tight ends como Jimmy Graham, e com um poderoso jogo corrido, os Saints serão ainda uma equipa desequilibrada, mas bastante perigosa. Querendo rapidamente esquecer os 7-9 do ano passado, acredito que estes Saints farão tudo para beliscar o estatuto de favoritos dos Falcons. Será uma luta interessante de acompanhar. Voltarão aos playoffs e serão uma força a ter em conta.

Tampa Bay Buccaneers

Com Greg Schiano, a música é outra. O aparente culto de bad boys, que grassava na organização, colidiu com a férrea disciplina do ex-técnico de Rutgers. Personalidades problemáticas, como Kellen Winslow, Aqib Talib ou LaGarrette Blount, receberam a guia de marcha. Prevaricadores, com problemas off the field, como Eric Wright, deixaram de ter as costas respaldadas. O efeito aparentemente foi benéfico. Onde antes existia caos e indisciplina, passou a existir ordem e profissionalismo. A equipa, nestas duas offseasons com Schiano, aproveitou o espaço generoso no cap space para atacar o mercado de free agents, procurando encurtar o caminho para os líderes de divisão. Vincent Jackson, Carl Nicks, Dashon Goldson e Darrelle Revis são os rostos dessa filosofia, aportando qualidade a um grupo jovem. Com alguns sectores retocados, e com a adição de Doug Martin, no draft de 2012, a equipa cresceu em maturidade e talento. Este é o ano em que é esperado um desafio a Falcons e Saints, na luta pela supremacia divisional. A única nota negativa foi a saída de Michael Bennett, o mais perigoso pass rusher existente, e a despedida de Ronde Barber.

Onde Estão Melhores

A secundária. Não era difícil. Os Bucs tiveram, provavelmente, a pior secundária da NFL, em 2012. A progressão, desde que injectassem sangue novo, seria sempre uma realidade. Mas a pretensão foi mais longe e a equipa de Tampa arrisca-se a passar de pior secundária para o top-5. Razões para este optimismo? A aquisição de dois dos mais mediáticos free agents. Dos Jets veio Darrelle Revis, unanimemente considerado o melhor CB da prova. Mesmo em fase de reabilitação da lesão sofrida, Revis é um upgrade gigantesco, alterando com a sua presença tudo em seu redor. Os Bucs foram ambiciosos, com o cap space a permitir o gasto de milhões, pelo segundo ano seguido. Dos 49ers veio um safety talentoso, Dashon Goldson. Agressivamente, a equipa perseguiu, no draft, nova melhoria, escolhendo Johnthan Banks como complemento para Revis. Num passe de mágica, a secundária ficou transformada. E preparada para enfrentar Brees, Ryan e Newton.

Onde Pioraram

Defensive end. A manutenção de um roster funciona um pouco como a história do cobertor, demasiado curto para tapar totalmente um corpo. Se os Bucs melhoraram na secundária, área premente, não conseguiram retocar outro sector com sinais de preocupação. Os Bucs foram a 3ª pior equipa, em 2012, no quesito sacks, conseguindo um medíocre número de 27. Se a esses 27 retirarmos os 9 conseguidos por Michael Bennett, agora nos Seahawks, a inquietação aumenta. Sem ele, a franquia precisa desesperadamente que Adrian Clayborn e Da’Quan Bowers, escolhas do draft de 2011, aumentem a qualidade do seu jogo, até aqui intermitente e repleta de mazelas físicas. Para além deste duo, não existe muito mais. Daniel Te’o-Nesheim, que conseguiu 4 sacks em 2012 e o rookie William Gholston. Como tudo está interligado, a inabilidade da linha defensiva para atingir os QB’s adversários, ajudou ao elevado número de jardas que a secundária cedeu.

Jogador a Acompanhar

Tom Crabtree, TE. Nos Packers era pouco utilizado no jogo aéreo, face ao número de alvos que Rodgers dispunha. Nos Bucs projecta-se como uma potencial ameaça, quer na end zone, quer em zonas interiores. O titular do ano passado, Luke Stocker, apenas conseguiu 16 recepções na temporada.
Vale a pena acompanhar igualmente a carreira de Josh Freeman, que começa a ser alvo de alguma contestação. O quarterback, com um início de carreira profissional acima da média, estagnou nos últimos tempos, adensando dúvidas quanto à real valia. Numa equipa que tem um jogo corrido competente, bons alvos para o jogo aéreo (Vincent Jackson e Mike Williams são uma sólida dupla de WRs), é sobre Freeman que recairá a responsabilidade de levar os Bucs à glória, num ano que coincide com o seu último de contrato. As duas últimas temporadas foram sofríveis, com apenas 54,8 de passes completos. Com a vinda de Mike Glennon, no draft deste ano, Freeman recebeu um aviso subliminar.

Veredicto

Gosto do que os Bucs fizeram na offseason. Os dados estão lançados, faltando ver que face rolará. A marca de 7-9, vinda do ano passado, mostra já algumas das ideias implantadas por Schiano. A equipa, por momentos, parecia poder competir seriamente por um lugar nos playoffs, tendo ultrapassado o meio da época com 6-4. O sucesso da equipa, em 2013, dependerá da conjugação de vários factores, desde a elevação do jogo de Freeman, passando pelo regresso à boa forma de Revis, até à ascensão de jovens valores, como Da’Qwan Bowers. O potencial está lá, quer no ataque, quer na defesa. Elejo os Bucs, a par dos Chiefs, como as equipas sensação da temporada. Numa divisão com adversários de topo, isos pode não servir de muito. Uma temporada que melhore o efectuado em 2012 terá que ser considerada positiva, mas ficar de fora dos playoffs constituirá sempre um rude golpe para uma franquia que dispendeu elevadas quantias de dinheiro, nos dois últimos anos, para encurtar o caminho para o sucesso.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.