NFC West: Previsão Temporada 2015

João Malha 12 de Setembro de 2015 NFC West, NFL Comments
NFC West

NFC West: Previsão Temporada 2015

Uma das mais fortes divisões da NFL, onde figura a equipa que todos vêm chegar ao SB pelo terceiro ano consecutivo, os Seattle Seahawks. Mas já se sabe, numa divisão tão forte, é sempre difícil assegurar o n.º 1 seed da NFC, mas os Seahawks vão tentar fazer o tri a este nível também. Cardinals e Rams poderão dificultar a tarefa, já que os grandes rivais 49ers parecem totalmente dizimados de qualidade e expectativas…

Seattle Seahawks

São a equipa da década. E quiçá do século XXI (para já… e não fosse aquela play cal inacreditável que custou o bicampeonato à equipa). Todos os olhos estão postos na franquia liderada por Pete Carroll. Têm um ataque excelente, agora reforçado pelo TE Jimmy Graham, ex-Saints, que é o melhor na posição atrás de Rob Gronkowski, uma nova arma que poderá impedir catástrofes na red zone como no 49º SB. Sem dúvida um trunfo fantástico para melhorar o único capítulo em que a equipa não era entusiasmante, o passe. A isso junta-se o rookie WR Tyler Lockett que poderá ser fundamental nas special teams nos returns. Entretanto, o QB Russell Wilson fez um novo contrato e Lynch continua a ser a Beast da NFL. Não há grandes motivos de preocupação no ataque, apenas a dúvida sobre como responderá a OL à perda de Max Unger, que foi para New Orleans no âmbito da troca de Graham. Verdade seja dita, falhou já alguns jogos por lesão em 2014 e a equipa balouçou mas não caiu.

Sobre a defesa, pouco haveria a dizer dado ser uma das melhores da história da NFL e manter o seu roster quase intacto. Mas o facto dos dois safeties serem uma incógnita poderá ser um enorme handicap. Earl Thomas tem tido problemas físicos que levaram a não poder ir ao choque em toda a preseason. E Kam Chancelor continua em no man’s land. Não aparece para treinar e ninguém sabe se irá começar a época. Tudo porque a renovação de contrato não chega.

Se a isso juntarmos que o CB Byron Maxwell partiu e o nickelcorner Jeremy Lane sofreu lesão gravíssima no SB sem que se saiba quando volta, Seattle corre o risco de iniciar a época com a Legion of Boom reduzida a Richard Sherman. Se assim for, a secundária pode não ser tão temida como habitualmente, mas dificilmente Chancelor não acabará por renovar ou Thomas por ficar apto a jogar. E aí, o pesadelo dos adversários volta a ganhar forma. A dinastia dos Seahawks pode estar apenas à distância do terceiro SB consecutivo.

Arizona Cardinals

A temporada passada foi um sonho que terminou de forma diferente do que se antecipava depois de um fantástico registo de 9v-1d. O avanço era tal que se pensou que os Seahawks já não chegariam à vitória divisional. Porém, a lesão do QB Carson Palmer e depois do seu backup, Drew Stanton, acabou por ser fatal a uma equipa que tem uma das melhores defesas da liga e que lhes valeu muitas vitórias nos momentos finais, quando o ataque não conseguia resolver os jogos. A equipa atingiu os playoffs mas caiu logo no primeiro fim-de-semana, frente a uns Panthers que tinham chegado a esta fase com registo negativo de vitórias.

A equipa não mudou assim tanto e Palmer está de novo apto (até quando é a questão depois de só ter completado 3 épocas nas últimas sete…). A preocupação foi reforçar a OL para proteger Palmer e tentar mantê-lo saudável ao longo da temporada. Se o RB Andre Ellington também conseguir estar em forma, algo que também não aconteceu em 2014, então os Cardinals são claros candidatos a ganhar a divisão, conferência e chegarem ao SB.

Os receivers não são o ponto forte, mas se John Brown mantiver a sua evolução e Larry Fitzgerald não sentir em demasia os seus 32 anos, então até pelo ar a equipa poderá mostrar valor. Na defesa, o ponto forte da equipa, apenas há dúvidas se o nível se manterá com a saída do coordenador defensivo, Todd Bowles, que assumiu o comando dos New York Jets. Somando ainda a saída do CB Antonio Cromartie, estas duas perdas podem fazer tremer a equipa na sua solidez defensiva, mas dificilmente deixarão de ser muito consistentes a este nível.

A equipa não é um assomo, mas o técnico Bruce Arians faz excelentes omeletes com poucos ovos. Conseguirá fazê-lo novamente? Essa é a questão que se coloca aos Cardinals. O segredo poderá ser a capacidade de proteger Palmer. Na preseason, que já se sabe vale pouco, os indicadores não foram os melhores a esse nível.

St. Louis Rams

Apesar da equipa do Missouri apresentar qualidade, a sua inconstância e, acima de tudo, uma divisão dificílima, tem impedido os homens de Jack Fisher de se chegarem à frente do pelotão. Este ano, essa subida poderá ficar mais próxima graças ao declínio dos 49ers. Esse facto poderá ser fundamental para que possam tornar-se mais competitivos.

Contudo, continuam a ser muitos os pontos de interrogação sobre a formação de St.Louis. Jerry Fisher melhorou uma equipa medonha mas nunca conseguiu um registo positivo em três anos. O seu play cal muitas vezes criativo e inesperado para os adversários não chega, mas a culpa maior não será sua, mas sim na divisão que é tão competitiva que não permite mais aos Rams. Talvez na maioria das divisões da NFL fosse um contender divisional…

O QB mudou, numa surpreendente troca com os Eagles, mandando o quase sempre lesionado Sam Bradford para Phily, recebendo Nick Foles, outro jogador com algum historial de lesões mas ainda assim menos que o seu antecessor em St. Louis. A escolha de Todd Gurley no draft, como RB, poderá ser acertada e ajudar a equipa a melhorar substancialmente… mas só após a week 4 pois até lá estará de baixa. A parelha com Tre Mason poderá ser explosiva e mudar a cara de um ataque que deixa muito a desejar (até porque em termos de receivers continua a não entusiamar).

A defesa não deverá ser questão pois a equipa é muito consistente a esse nível, com um pass rush agressivo e uma secundária minimamente fiável. A aquisição de Nick Fairley será sem dúvida mais um grande trunfo para a defesa de Fisher.

San Francisco 49ers

Quem diria há um par de anos que os 49ers estariam na cauda da divisão. A saída do treinador Jim Harbaugh assim como a debandada de uma série de jogadores fundamentais não leva a outra conclusão que não a travessia no deserto de uma das mais lendárias franquias da NFL. Saíram Frank Gore, Patrick Willis, Chris Borland, Aldon Smith, Justin Smith, Stevie Johnson, Chris Culliver, Perrish Cox, Mike Iupati, Anthony Davis e Michael Crabtree. São baixas a mais para que alguém possa manter a competitividade. O regresso de NaVorro Bowman é a consolação após lesão grave mas dificilmente será suficiente para fazer face às 8 baixas na defesa.

O novo treinador Jim Tomsula, que era o responsável pela DL dos 49ers, tem uma tarefa hercúlea e provavelmente condenada ao insucesso, pelo menos no imediato. É que se a defesa foi varrida por um furacão, o ataque não está melhor, com dois importantes elementos da OL a saírem o que poderá enfraquecer um ataque que já não entusiasmava especialmente. O Running Game vai sofrer com essas baixas, para além do RB Frank Gore também já não estar. Resta a curiosidade de ver o que é capaz de fazer na NFL o ex-jogador de rugby, o australiano Jarryd Hayne, que deixou água na boca na preseason. E claro, Carlos Hyde, que será o titular na posição e que parece poder fazer esquecer Gore… se mantiver o nível que mostrou na preseason.

De resto, é difícil dizer grande coisa. É quase tudo novo. Um enormíssimo ponto de interrogação. A que se junta um QB titubeante. Kaepernick tem piorado de época para época e o hype do primeiro ano em que chegou ao SB parece já fazer parte das calendas. Com tantas dúvidas sobre estes 49ers, nem o treino na offseason do QB com a antiga glória Kurt Warner deverá salvá-lo de ser linchado se as coisas correrem como todos preveem. Ou seja, muito mal!

Previsões

Favorito: Seattle Seahawks

Candidato a surpresa: St. Louis Rams

Rookie a não perder de vista: Tyler Lockett (WR – Seahawks)

Melhor jogador: Marshawn Lynch (RB – Seahawks)

Man on the wire: Colin Kaepernick (QB – 49ers)

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!