E a Bola de Jogo Vai Para…
Falcons, 39 @ Cowboys, 28
Devonta Freeman. Foi difícil a escolha. Estes Falcons nada têm a ver com a apática e soft equipa que Mike Smith comandou, nos anos anteriores. A entrada de Dan Quinn e a escolha de Kyle Shanahan para coordenador ofensivo ajudaram a franquia a assumir o protagonismo que o dono, Arthur Blake, sempre almejou. É ainda cedo para concluir que a divisão será deles, mas o início de temporada já veio provar algo. Que estes Falcons não se intimidam com o nome do adversário e são capazes de vencer, em jogos competitivos e apertados. Foi assim com os Giants. E agora, novamente, em Dallas, num duelo merecedor de elogios. O ataque soube reagir à avalanche de jardas que o ground game texano obteve. Pelo ar e pelo solo, os Falcons ripostaram. No jogo aéreo Julio Jones foi, novamente, o protagonista, com um jogo de sonho, dando sistemáticas linhas de passe, correspondendo a cada lançamento, desafiando a secundária. Mas, provavelmente, a vitória não teria sido conquistada se a equipa não tivesse equilíbrio. E este foi dado por algo que os Falcons não tinham, há vários anos, desde os tempos áureos de Michael Turner. Devonta Freeman foi instrumental, carregando a equipa às costas, na 1ª parte, mantendo-a na corrida pela vitória. Um verdadeiro workhorse, somou 141 jardas em 30 corridas e marcou 3 touchdowns, no melhor jogo da sua carreira.
Joseph Randle. Já se sabia que o plano de jogo dos Cowboys seria diferente, depois de perderem as suas principais estrelas. Sem Romo e Bryant, a tarefa que aguarda a equipa na competitiva liga é hercúlea. Mas existia um sentimento de segurança e esperança, suportado pelo restante elenco. A OL seria capaz de proteger Brandon Weeden. O play-calling faria o resto, visando não expor o backup quarterback. E aguardava-se que, finalmente, o jogo corrido desse um ar da sua graça. Ele deu. E pareceu possível vencer, depois do furacão que abalou os alicerces dos Falcons. Nas 3 primeiras corridas do encontro, Joseph Randle, um nativo do Texas, onde fez o seu percurso universitário, obteve 85 jardas, incluindo um touchdown de 37. Depois do capítulo encerrado chamado DeMarco Murray, o jogo corrido tornava a mostrar uma faceta dinâmica. Randle continuou, na 1ª metade, a massacrar a DL adversária, marcando mais 3 vezes e colocando os Cowboys confortavelmente à frente. Depois, veio o descalabro. Dele e da equipa, que deixou de ter argumentos para contrabalançar o jogo do opositor. Pese a evidente baixa no pós-intervalo, Randle foi o melhor do conjunto de Jerry Jones.
Saints, 22 @ Panthers, 27
Cameron Newton. Pode soar repetitivo, mas é a realidade. Aliás, ainda pensei em fazer um copy paste da semana passada, esquivando-me a escrever mais umas linhas. Os Panthers são um exemplo de resiliência e, até à data, têm conseguido vencer as adversidades. Mesmo com a mediania a imperar, em alguns sectores, ou com as lesões a custarem tempo de jogo a playmakers, a franquia de Carolina vai cimentando o seu status, alicerçado na crescente maturidade da sua principal estrela. Extremamente calmo, debaixo de fogo, Cam Newton tem elevado o nível exibicional, erradicando os turnovers, mas mantendo funcional o ataque. Contra uns Saints desesperados por triunfos, num embate divisional importante para a definição da classificação, Newton lançou para 315 jardas, passando para 2 touchdowns e correndo para mais um. E, como habitualmente, sempre que marca com os pés, endossa a bola de jogo a alguém nas bancadas. Não tem preço ver o ar de felicidade do miúdo a quem a oferta foi feita. O Pai Natal chegou em Setembro, mesmo sem o gorro vermelho.
Luke McCown. A tarefa não era só difícil. Parecia impossível. Os Saints caíram num buraco de proporções ainda por avaliar. Com Drew Brees lesionado, o irmão mais novo de Josh McCown estreou-se a titular com as cores da equipa de Nova Orleães. Fê-lo sem qualquer experiência em que se suportar, emocionalmente. E pediam-lhe uma vitória. Nestes casos, convêm sempre refrear os ânimos de quem valoriza exibições. O plano de jogo deve ter sido criteriosamente preparado para facilitar a tarefa ao neófito quarterback, evitando a sua exposição. Mas Luke foi valente. Teve coração. Empurrou a equipa para a frente, mostrando uma reveladora precisão e um equilíbrio no pocket que o faziam parecer um veterano de inúmeras batalhas. Completou 19 dos seus primeiros 20 passes e terminou com um positivo 31 em 38, para 310 jardas. Os detractores argumentarão que as estatísticas não valem nada e que, o que conta, é o comeback final falhado. Point taken. Com os Saints a progredirem no terreno, já prestes a entrarem no ultimo minuto, veio o pecadilho. Um lançamento para a end zone e a intercepção. Mas mesmo esse erro tem menos de demérito dele e deveu-se, essencialmente, a uma fenomenal jogada de Josh Norman, que está a atravessar o melhor momento da sua carreira.
Colts, 35 @ Titans, 33
Dwight Lowery. Num jogo que pareceu, face ao avolumar de erros de Andrew Luck, fora do alcance dos Colts, o papel do safety foi fundamental na ressurreição. Os Titans jogaram para vencer, mostrando nova atitude, mas claudicaram bem perto do final. A defesa vinda de Indianapolis não teve, longe disso, um papel meritório na conquista do triunfo, permissiva no passe, mas quando foi necessário, a big play surgiu. Depois de Luck ter acertado na end zone, num 3-e-20, quando a equipa parecia destroçada e perdia por 13, Mariota cometeu um dos únicos erros no jogo, com o seu passe a ser interceptado. Foi Lowery, que terminou o encontro com duas picks, uma delas retornada para TD. Grande sentido de antecipação e de leitura das rotas/jogadas, por parte de veterano.
Jurrell Casey. As dores de crescimento acompanharão os rookies, independentemente da posição. E nem se pode dizer que em relação a Mariota elas sejam muito acentuadas. O miúdo de Oregon conseguiu alguns momentos galvanizadores, com uma drive final que quase conseguia empatar a contenda. Mas, mesmo elogiada em vários quadrantes pela sua postura under center, a realidade é que cometeu também alguns pecadilhos. Se a INT retornada para TD não lhe pode ser efectivamente assacada (a bola estava já nas mãos do receiver), a outra cometida fez pender a balança para o lado dos rivais de divisão. O desaire é um rude golpe para Jurrell Casey, que jogou no limite do empenho, conseguindo infernizar a vida a Luck e aos seus protectores. A má partida da OL dos Colts é explicada, em grande parte, pela pressão intensa que Casey sempre conseguiu colocar. Parecendo omnipresente, somou tackles e mais um sack, pecúlio que poderia ser maior, dado que ainda atingiu Luck mais 3 vezes, com este a conseguir livrar-se da bola nos últimos instantes. Casey é uma força destrutiva e um nome a acompanhar.
Raiders, 27 @ Browns, 20
Latavius Murray. Primeiro, o elogio colectivo. Há esperança em Oakland. E desta feita, é sustentável. Com o caos no cap space finalmente limpo, Reggie McKenzie pode suspirar de alívio e começar a desenhar um esboço para o regresso a médio prazo aos tempos de relevância. A mistura de veteranos experientes (como Charles Woodson, com a INT decisiva do jogo), com miúdos talentosos, vindos do draft, criou a base para uma equipa de qualidade. São ainda baby steps, mas são já dados com segurança. Khalil Mack, Derek Carr ou Amari Cooper são exemplos recentes do bom trabalho que tem sido desempenhado, nas tarefas de scout e nas escolhas. Mas, ontem, perante uma defesa dos Browns que é consistente, a chave do triunfo esteve no solo. Aí, podemos ter assistido ao aparecimento de uma nova estrela. Murray é ainda um quase desconhecido do grande público e foge ao estereotipo do running back usual. É mais alto (6’3’’), fisicamente imponente e detentor de uma boa velocidade. Em Cleveland terminou com 139 jardas, em 26 corridas, retirando pressão dos ombros de Derek Carr. Teve um dos highlights do jogo, numa correria de 54 jardas, que ajudou a cimentar o resultado.
Gary Barnidge. São os Browns, ouve-se e lê-se em inúmeros locais. E a franquia de Cleveland parece que possui uma costela masoquista, gostando de sofrer desnecessariamente. Nem me vou alongar muito na troca de quarterbacks, com a franquia a privilegiar a experiência e veterania em detrimento da imprevisibilidade e capacidade inventiva de Manziel. Mas o conservadorismo tem disto. Um ataque desinspirado, sem chama, previsível, facilmente anulado. O único ponto merecedor de referência foi o aparecimento de Gary Barnidge, que tomou conta do lugar deixado vago por Jordan Cameron, agora nos Dolphins. O tight end teve o jogo da sua ainda curta carreira, assumindo-se como uma válida alternativa no jogo de passe, trazendo presença para a red zone e zonas centrais do campo. 6 recepções, 105 jardas e um TD são um bom pecúlio, numa tarde em que Barnidge revelou atributos. Os Browns podem ter encontrado outra arma, para além de Travis Benjamin.
Bengals, 27 @ Ravens, 24
AJ Green. Que duelo. Que jogo. Que intensidade. Que dramatismo. O embate entre rivais de divisão teve isso tudo. E muito mais. Foi uma titânica batalha entre quem estava em desespero, sabendo que não podia perder, e quem se assume, a cada ano, como uma força emergente na AFC. Os Bengals controlaram o jogo, dominando em território inimigo. Até. Até um 4-and-5, com os Ravens encostados à parede, com a conclusão do lance, terminado em TD (lance de génio de Steve Smith), a dar o momentum à equipa. E aqui surgiu AJ Green, ele que reivindicou um contrato multimilionário, similar aos dos melhores na posição. Percebe-se a exigência. AJ Green não deve nada a Julio Jones, Calvin Johnson ou Dez Bryant. É um monstro físico, extremamente atlético, imparável. E o imparável não é apenas uso desnecessário e decorativo do termo, para embelezar o texto. Os Ravens recuperaram de um 14-0. Passaram para a frente, com o estádio em ebulição. Quem apareceu? Quem silenciou a turba? Isso. AJ Green. O passe de Dalton, para o meio do campo, foi apenas o rastilho para o resto. Ele, sozinho, contra o Mundo. E venceu, desembaraçando-se de dois defensores, fugindo aos tackles e marcando, para os Bengals reassumirem a liderança. Foram 9 recepções, várias delas no período mais crítico do jogo, sob intensa pressão. Coleccionou 227 jardas e marcou- Por duas vezes. Playmaker!
Steve Smith. Os vídeos dele deviam ser gravados e passados, num qualquer clinic sobre a modalidade, como forma de formar os jovens sedentos de glória na NFL. Aos 36 anos, a idade não pesa. Aliás, parece ter o efeito contrário no wide receiver, que nos tem premiado com exibições vintage, repletas de pormenores deliciosos. Uma semana depois de ter conseguido 10 recepções e 150 jardas contra os Raiders, Steve Smith foi a imagem da revolta na equipa, quando esta parecia dominada e conformada com o seu destino. Tudo o que conseguiu no jogo – e foi tanto – não foi oferecido, mas sim conquistado, num esforço árduo e valente. Já se falou acima do seu TD, de 50 jardas, num 4-and-5, que relançou a partida, num momento sublime. Steve deixou tudo em campo, com mais um jogo acima das 10 recepções. As suas 186 jardas elevam para 349 o total do ano, em apenas 3 jogos.
Chargers, 14 @ Vikings, 31
Adrian Peterson. Ora, seja bem-vindo Mr. Peterson. Que saudades! Provou-se a importância de ter um running back de elite, quando o ataque soçobra. Numa tarde em que nada correu bem a Teddy Bridgewater, estranhamente impreciso e com um decision making questionável, o ataque foi mantido em ritmo elevado pela presença de All Day. A defesa dos purple & gold tratou de pavimentar o caminho para o triunfo, nunca permitindo que o jogo corrido dos Chargers tivesse êxito, e atazanando Phillip Rivers durante todo o encontro. Mas o 10-7 ao intervalo era curto e preocupante. Até aquela explosão, logo no início do 3º período, em que AP foge do scrimmage, espeta com um stiff arm a um defensor perplexo, apanha um espaço vazio, esquiva-se de dois tackles e dispara para a end zone, numa corrida de 49 jardas. Uma semana após ter cometido 2 fumbles, All Day dissipou os receios e mostrou segurança, passando novamente da marca das 100 jardas (foram 126), marcando por duas vezes. Adrian Peterson é o melhor amigo que um quarterback novato pode desejar. Nota de rodapé para o grande – e merecido – momento protagonizado por Chad Greenway, interceptando Rivers e marcando um TD, numa corrida de 91 jardas. Já no final da sua carreira, o linebacker mostrou que ainda tem algo no “tanque”…
Keenan Allen. Três jogos, dois excelentes, com a única excepção a ser o da semana passada, frente aos Bengals. Allen começa a reivindicar outro tipo de atenção, parecendo estar cada vez mais polido. Num jogo penoso, com o ataque a denotar dificuldades de progressão, o wide receiver foi o único elemento consistente no ataque, criando problemas à secundária dos Vikings, mesmo quando marcado por Xavier Rhodes. 12 recepções, 133 jardas e dois TDs, um deles de 34 jardas, em que ludibriou Rhodes e o safety, levando-os a chocar um contra o outro, num movimento digno de jogo de consola.
Steelers, 12 @ Rams, 6
Antonio Brown. Não foi um jogo. Foi uma batalha, em que cada equipa foi obrigada a lutar por cada jarda. As progressões no terreno foram raras e conquistadas com esforço. Num encontro em que os pontos surgiram apenas de field goals, até se poderia eleger o kicker da equipa vencedora como o homem do jogo, por não ter vacilado e resistido à pressão. Mas, para isso, para esse field goal range, contribuiu Antonio Brown, mesmo impiedosamente marcado. Lutando contra uma defesa que tem o adn do seu coordenador, Greg Williams, Brown não coroou a sua performance com a habitual nota artística, mas foi um mouro de trabalho, com 11 recepções, muitas delas contestadas pelos marcadores directos, e 108 jardas. Cada uma delas foi preciosa, na espécie de jogo de xadrez que foi jogado.
Aaron Donald. Merece mais reconhecimento do que aquele que lhe tem sido dado. É um jogador que subiu a pulso, vencendo preconceitos, como o facto de ser considerado undersized. Joga como se tentasse, em cada encontro, provar algo, movido a um combustível único: a raiva. É um pequeno mastim, disruptivo e capaz de criar o caos de forma regular. Já nem se coloca a questão de jogar numa DL com nomes como Robert Quinn ou Chris Long, com o seu nome a surgir como mero apêndice. Agora, é ele a referência naquele quarteto da frente, o alvo dos coordenadores ofensivos, que tentam desesperadamente uma forma de o travar. Na batalha contra os Steelers, em que não foi concedido nenhum touchdown, Donald deixou a sua marca, com mais 3 tackles for loss, um sack e um hit. Foi o primeiro a dar o peito às balas, na defesa contra o jogo corrido, nunca deixando que o regressado Le’Veon Bell fizesse estragos.
Eagles, 24 @ Jets, 17
Darren Sproles. Num jogo controlado, quase na totalidade, pelos Eagles, o suspiro de alívio de Chip Kelly foi audível, em todo o lado. Debaixo de fogo do criticismo da imprensa, que não lida bem com quem pensa de forma menos ortodoxa, Kelly vibrou com o triunfo, que lhe abre excelentes perspectivas numa divisão aberta e onde os Cowboys estão minados por lesões. Mas este, que chegou a estar em 24-0, não convenceu ainda os mais resistentes analistas. A vitória foi conseguida, em grande parte, num dos momentos da jornada, com Darren Sproles a retornar um punt 89 jardas para touchdown. Não se pense, no entanto, que foi um retorno fácil (há disso?), com open field em frente a apenas com a velocidade a atingir valores vertiginosos. Este foi fruto de um trabalho árduo, com Sproles a mostrar toda a vasta gama dos seus recursos, esquivando-se a meia-equipa adversária. Para além disso, ainda marcou mais um TD, numa drive que culminou encostada à end zone. Ou seja, metade dos pontos da equipa foram obra do pequeno running back, que voltou à relevância, na ausência de DeMarco Murray.
Brandon Marshall. Vamos esquecer-nos por momentos do seu momento infeliz. Mas mesmo esse mostra a encarnação da competitividade, que torna Marshall um caso único. Numa exibição corajosa, o receiver levou longe demais o seu esforço, num lance, ao optar por um passe lateral (o que raio lhe terá passado pela cabeça?), que resultou num fumble e posterior touchdown para os Eagles. Foi um lance penalizador? Foi. Mas Marshall é um monstro naquele ataque, apanhando várias vezes com double teams e, mesmo assim, capaz de terminar o jogo com 10 recepções e 110 jardas. Numa tarde em que o ataque não teve Eric Decker, Marshall foi instrumental, procurando sempre manter os Jets na corrida pelo triunfo.
Jaguars, 17 @ Patriots, 51
Tom Brady. Foi um passeio para a equipa de Boston, num jogo repleto de marcas para a história. Brady aparece aqui, não por ter realizado um jogo brilhante, mas porque deve ser perpetuado na memória colectiva o feito alcançado. Num jogo sem grande oposição, o quarterback esteve isento de falhas, com um 33 em 42, 358 jardas e 2 TDs. E o primeiro desses foi o seu 400º passe para touchdown na NFL, entrando no restrito lote de imortais. Mostrando estar concentrado na competição, acabado o episódio do deflategate, Brady tem-se exibido em grande nível, neste início de campeonato. Destaque ainda para o fiável kicker Stephen Gostowski, que aumentou a sua aparente inquebrável marcação de extra points, que já vai em 425 consecutivos.
Allen Hurns. Sabe-se que numa competição que se auto-regula, as franquias vive em ciclos, alternando os períodos áureos com outros de travessia do deserto. Mas os Jaguars, que já dominaram a sua divisão, em tempos idos, parecem não conseguir evoluir, ano após ano. Não é fácil, para quem bateu no fundo, ascender numa prova ultra-competitiva, e não ajuda quando o infortúnio nos rouba a pick de 1º round (Dante Fowler) e a mais mediática aquisição da offseason (Julius Thomas). E até se compreende que jogar em casa dos campeões em título não é uma tarefa que se encare de ânimo leve. Mas uma semana após terem conquistado o primeiro triunfo do ano, esperava-se bem mais da equipa, que foi presa fácil e permitiu que TODAS as drives dos Patriots terminassem em pontos. A equipa é jovem, em acelerado processo de maturação, mas nada disso serve para camuflar o quão patética pareceu em campo. A salvar-se do naufrágio generalizado, Allen Hurns, ele que saltou para a ribalta mediática no ano passado, surgindo como deep threat. E foi ele novamente a ter o protagonismo, no melhor momento do ataque, correspondendo a uma bomba de Blake Bortles e marcando um TD de 59 jardas.
49ers, 7 @ Cardinals, 47
Chris Johnson. O running back entrou de caras nesta equipa dos Cardinals, depois da sua travessia do deserto. Longe dos tempos áureos nos Titans, CJ2K, como era conhecido, tem agora a sua 3ª chance na NFL. É uma espécie de casamento de conveniência, dado que a equipa de Bruce Arians tem padecido de problemas no jogo corrido. Com Andre Ellington a ver a sua ascensão a ser sistematicamente abrandada por lesões, Chris Johnson pode reivindicar o seu quinhão de snaps, coadjuvado pelo rookie David Johnson. Neste tandem esteve muita da chave do sucesso, numa exibição poderosa da franquia do deserto. Carson Palmer mantêm o ataque a funcionar, com uma OL coesa e que permite o vertical attack, tão do agrado de Arians. Mas é bom ver, finalmente, a equipa equilibrada, capaz de confiar no ground game. Johnson foi excelente, com 22 corridas, 110 jardas e 2 touchdowns, mais uma recepção para 40 jardas. Esta dimensão no solo pode fazer toda a diferença, evitando a exposição desnecessária de Palmer, com um histórico de lesões nos últimos anos. Destaques óbvios ainda para mais uma exibição de qualidade de Larry Fitzgerals e para Tyrann Matthieu, dinâmico e com uma pick 6 que incendiou o estádio.
Joe Staley. No desastre que foi a exibição dos 49ers, é difícil encontrar um ponto positivo. Nada correu bem em termos colectivos, claramente afectados pelo desastroso início de jogo de Kaepernick, com duas pick 6 consecutivas. Num ano turbulento, com uma offseason que viu partir Jim Harbaugh, Vic Fangio e uma quantidade apreciável de jogadores, a tarefa de Jim Tomsula não se afigurava fácil, mas foi maquilhada pela vitória frente aos Vikings. A schedule exigente também não tem ajudado o grupo a cicatrizar os seus problemas. A defesa ainda conseguiu fazer algumas cócegas, e a OL não esteve isenta de erros, incapaz de criar espaço para a explosão de Carlos Hyde. Jogando com a qualidade de sempre, Staley manteve o seu lado esquerdo, na OL, isento de pressões, protegendo o quarterback e evitando-lhe ainda mais sobressaltos.