NFL: Análise de Calendário

Paulo Pereira 5 de Setembro de 2013 Calendário, Equipas NFL, NFL Comentários Desligados
NFL Calendar

NFL: Análise de Calendário

Super Bowl? Hummm… not so fast. Quem quiser lá chegar, terá que penar. E muito. A NFL é uma competição brutal, extremamente competitiva e bastante equilibrada, levando a que muitos jogos, mesmo os decisivos, sejam decididos por pormenores. Na caminhada rumo ao jogo mais desejado, uns terão o caminho mais facilitado do que outros. O calendário representa um enorme factor na obtenção do sucesso. Alguns dos contendores terão a vida mais facilitada, ou por jogarem em divisões mais enfraquecidas ou por, no sortilégio da Schedule, terem sido beneficiados. A análise que se segue pretende apenas mostrar quem são as equipas que terão o início de competição mais dificultado. A sobrevivência, nestas quatro semanas, não significa a obtenção da glória, no final da regular season. Todos nos lembramos dos Cardinals, no ano passado, que iniciaram a temporada em grande estilo, com um 4-0, para depois se espalharem com estrépito.

10. New York Giants

Não parece assim tão difícil, à primeira vista, pois não? Dos 4 adversários iniciais, apenas um – os Broncos – atingiu os playoffs, em 2012. Mas numa competição que, de ano para ano, vê ascender equipas que estavam na mó de baixo, jogar de enfiada contra os Cowboys, Panthers, Chiefs e Broncos não é tarefa fácil. Nem agradável. Para lá do Manning Bowl, sempre aliciante pelo confronto entre irmãos, todos os outros adversários têm aspirações para 2013. A onda de lesões que se abateu repentinamente sobre NY (Stevie Brown, Anfre Brown, David Baas, David Diehl) dificulta ainda mais o trabalho.

9. Atlanta Falcons

Os Falcons têm pretensões. Assumidas e legítimas. Todos os anos a equipa tem vindo a superar um patamar. Este ano é expectável vê-los na final de conferência, outra vez. Mas, para isso, terão que vencer a NFC South e trilhar o caminho pelos playoffs. Tudo começa na semana 1. Jogo for a, contra o rival mais odiado da divisão. Os Saints, que receberão de braços abertos Sean Payton, no primeiro jogo em 20 meses do head coach. Depois disso, jogo caseiro contra os perigosos e ultra-reforçados Rams, deslocação difícil à soalheira Miami, para um confronto com uns Dolphins ambiciosos e, na semana 4, um titânico confronto em Atlanta contra Brady e Cª. Se sobreviverem a isto sem grandes perdas, contem com uns Falcons de moral reforçada.

8. Cincinnati Bengals

São a equipa da moda, que se transfigurou nos últimos 3 anos. Repleta de talento, tanto no ataque como na defesa, é apontada como candidata a grande revelação na prova. Que seja. Toda essa juventude, ambição e qualidade serão devidamente testadas, num arco de quatro jornadas. Iniciam a prova fora de portas, em Chicago, onde reside uma das melhores defesas da competição. Depois jogo caseiro, repleto de rivalidade, frente aos Steelers. Na semana 3, novamente o lar, doce lar, para receber os Packers. Terminam este périplo inicial em Cleveland, frente a uma equipa desesperada por respeito.

7. Miami Dolphins

Apenas 4 equipas jogam fora de portas 3 vezes, nas primeiras quarto jornadas. Os Dolphins são uma delas, com deslocações a New Orleans, Indianapolis e Cleveland. Só parece acessível no papel, porque imensas dificuldades esperarão a equipa de Joe Philbin. O único jogo caseiro é na semana 3, frente aos Falcons. Será um teste interessante, para verificar a idoneidade da formação de Miami, que tenta uma aproximação ao grande rival da divisão, os Patriots.

6. Philadelphia Eagles

O calendário inicial dos Eagles tem que ser analisado, como todos os outros, baseado no que as equipas valem – ou podem valer – e não no recorde alcançado no ano passado. Os Eagles têm uma série de embates empolgantes. Abrem em prime time, defrontando o actual campeão da NFC East, os Redskins, num confronto de enorme rivalidade. Têm ainda um jogo frente aos Broncos, num desafio que permitirá ver até que ponto o novo ataque implementado por Chip Kelly consegue ombrear com candidatos à vitória final. E, num evento que será fortemente mediatizado, teremos ainda o regresso de Andy Reid, agora nos Chiefs, à cidade que o acolheu na última década e meia.

5. Buffalo Bills

Ponto prévio: são os Bills. Ponto prévio, parte II: Não fazem os playoffs há imenso tempo. Ponto prévio, parte III: Têm treinador novo. E que desafio se apresenta a Doug Marrone. Com um potencial franchise QB lesionado (EJ Manuel), em risco de iniciar a época, frente à habitual besta negra da divisão (os Patriots), com um undrafted rookie quarterback a liderar o ataque (Jeff Tuel), Marrone deve ter pesadelos nocturnos. Aos Patriots sucedem-se os Panthers, de Cameron Newton, os Ravens, campeões em título e outro rival de divisão, os Jets. Fora de portas.

4. St. Louis Rams

É uma equipa cheia de ambição, em clara subida de forma e com uma fornada de hot prospects. Mas, se quiserem mostrar que têm espaço entre os maiores, terão que vencê-los. Começam a prova em casa, frente aos Cardinals. Jogo contra rival de divisão que, teoricamente, não parece constituir uma tarefa hercúlea. Certo? Nem por isso. Os Cardinals terão, finalmente, alguém fiável a lancer bolas para Larry Fitzgeral e Cª. Têm Bruce Arians no comando técnico, adepto do vertical attack. Depois disto (pausa para respirarem fundo), os Rams viajam para Atlanta, depois para Dallas e, na semana 4, regressam a casa. Para defrontar os 49ers. Embate que promete, face aos que se passou na época passada (todos nos lembramos do épico empate entre as duas equipas). Numa NFC West onde um passo em falso pode ditar o fim dos sonhos, aos Rams é exigido que, no mínimo, cheguem ao final da semana 4 com um 2-2. É possível? Sim. Mas muitooooooooooo difícil de obter.

3. Oakland Raiders

Os Raiders têm escrito virtualmente “bombo da festa”, em letras garrafais. Não é difícil sentir pena deles. Num processo de reestruturação, que levou Reggie McKenzie a arrumar a casa caótica, cortando jogadores importantes por causa do cap space, a equipa de Oakland parece medíocre e com pouca profundidade. Será um ano de enormes dificuldades, adensadas pelo início de competição, que pode desmoralizar a equipa e provocar a frustração na vasta legião de adeptos. Semana 1 e 3, fora de portas, frente a Colts e Broncos. Jogos caseiros com Jaguars (uma das únicas probabilidades de vitória, em 2013) e Redskins. A secundária será colocada à prova, com Luck e Manning a aproveitarem as debilidades. E será Terrelle Pryor capaz de aguentar a liderança no ataque?

2. San Francisco 49ers

Candidato assumido, que namora com o Super Bowl nos dois últimos anos, os 49ers terão um início de 2013 tremendo. Jogo grande, logo a abrir, contra os Packers, que procuram uma vingança, após a eliminação nos playoffs do ano passado. Aí, Colin Kaepernick teve o jogo da sua ainda curta carreira, desbaratando a defesa de Green Bay. Como será agora? Se este jogo é aliciante, o que dizer do da semana 2? Um embate em Seattle, colocando os dois principais concorrentes da divisão frente-a-frente, numa rivalidade doentia. No ano passado, os 49ers sofreram um correctivo tremendo, que ajuda a apimentar ainda mais o encontro. Neste arco de 4 jogos, os 49ers defrontam ainda os Colts, em casa, e os Rams, fora de portas. Não haverá margem para erros, nem espaço para relaxar. Sempre a abrir…

1. Green Bay Packers

Week 1: fora de portas, perante o adversário que os humilhou, nos playoffs do ano passado. A read-option confundiu a defesa dos Packers, permissiva nas corridas de Kaepernick, verdadeiro devorador de jardas no solo. Week 2: novo confronto com uma equipa que fez os playoffs. Recepção a RG3 e aos seus Redskins, insuflados de talento novo, ambiciosos até à medula. Os Packers passaram a offseason a preparar um antídoto para este tipo de QB, que lança de forma eficiente no pocket e é mortífero no solo, quando tem espaço. Funcionará a fórmula? Week 3: Viagem a Cincinnati, para defrontar os Bengals. Três semanas trepidantes, com o nível máximo de dificuldade no on. Semana 4: Bye. Eles merecem, depois disto, não merecem?

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Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.