NFL Super Bowl XLIX Preview: Lord of the Rings

João Malha 1 de Fevereiro de 2015 Análises, NFL Comments
Super Bowl XLIX

NFL Super Bowl XLIX Preview: Lord of the Rings

Chegou o dia! Está quase a começar o evento desportivo mais visto do mundo! Uma luta titânica que vai decidir quem é o Senhor dos Anéis. Se Tom Brady, que pode somar o 4º, se Russell Wilson, que somaria o 2º, e logo de forma consecutiva! Poderá também ser uma passagem de testemunho, entre os Patriots, que dominaram a NFL no século XXI, para os Seahawks, que 10 anos depois podem repetir o feito de uma equipa vencer o Super Bowl dois anos seguidos, sucedendo exactamente os Patriots nesse feito. Mas seria também uma passagem de testemunho entre Quarterbacks. Brady dominou a liga nos últimos 15 anos, Wilson apresenta registos impressionantes, sendo já o QB com mais vitórias na regular season nas primeiras três épocas na NFL, podendo esta noite tornar-se no mais jovem a ganhar dois Super Bowls!

Tom Brady vs Russell Wilson

Tom Brady vs Russell Wilson
Foto de NFL

Ao longo desta semana escalpelizamos este jogo de fio a pavio. Demos a conhecer a história dos franchises, o seu caminho até ao Super Bowl, quem são as estrelas, quem tem vantagem em cada uma das zonas do campo, ofensiva e defensiva. Por tudo isto, não vamos perder tempo a repetir o que já escrevemos, mas sim fazer um lançamento e uma arriscada previsão (pessoal!) do que poderá ser o jogo.

Antes de mais, devemos referir que pelo segundo ano consecutivo, os dois top seeds de AFC e NFC se encontram no Super Bowl. Algo pouco habitual pois na NFL a lógica dos mais fortes costuma ser a lógica da batata… E para além da repetição dos dois mais fortes da época regular, voltamos a ter a melhor defesa da Liga, os Seahawks, contra um dos melhores ataques no passe (o ano passado foi mesmo o melhor!). Uma equipa que aposta quase tudo no passe, os Pats, contra uma formação que tem no jogo de corrida a sua maior arma, com o Beast Mode de Marshawn Lynch.

A grande questão da noite será se a Legion of Boom (LOB) de Seattle estará no seu melhor. Sherman, Thomas e Chancelor (que se lesionou no último treino) ou estão em dúvida ou irão jogar sem se saber se estão no seu melhor a nível físico. Isso poderá ser decisivo para o resultado final. Até porque se são a melhor defesa contra o passe, praticamente anulando todos os grandes QB’s e Wide Receivers adversários, têm como calcanhar de Aquiles parar os Tight Ends adversários. Não fosse Rob Gronkowski a grande arma dos Patriots e os fãs de Seattle entrariam nesta partida com maiores certezas. Porém, serem a 6ª pior equipa a defender TE’s, tendo permitido a jogadores desta posição 11 dos 17 TD’s de passe concedidos aos adversários. Será a LOB capaz de parar um dos melhores TE’s da história da NFL (arrisco-me a dizer que será mesmo o melhor)? Gronk finalmente aparece no seu melhor, depois de duas épocas muito sacrificado por lesões no braço. Ele que falhou o último SB dos Patriots, contra os Giants.

Mas se a decisão do jogo pode passar por este matchup, a verdade é que pode também passar por outro… Lynch contra a defesa dos Patriots. Porque contra a corrida, os Pats apresentam números comprometedores. Nada de bom quando pela frente têm provavelmente o melhor Running Back da NFL. Já nos playoffs, os Patriots sofreram a bom sofrer com Justin Forsett dos Ravens, que nunca conseguiram parar, pelo que é expectável um reforçar da Defensive Line para parar Lynch. Resta saber se essa estratégia não abrirá buracos na Secondary dos Patriots que é, a par da LOB de Seattle, uma das melhores da Liga, fazendo miséria contra o passe dos adversários.

Outras das questões estratégicas que poderá decidir o jogo será sem dúvida a capacidade do pass rush dos Patriots manter Wilson no pocket, não permitindo as suas imprevisíveis e longas corridas que dizimam a resistência adversária. Por outro lado, os Seahawks terão de tentar travar a grande capacidade de domínio do jogo que a equipa de Brady apresenta. Sem grande tendência para as deep balls, os Patriots costumam fazer longas jogadas de ataque, que consomem o relógio e desgastam física e psicologicamente as defesas contrárias. Snaps rápidos, formações excêntricas e passes curtos que permitem à equipa ir avançando no campo com grande paciência. Junta-se a isso uma tendência para conseguir marcar importantes pontos antes e após o intervalo, por vezes algo decisivo num jogo equilibrado.

Elencados os principais trunfos táticos e estratégicos de cada equipa, terminamos com duas curiosidades: nas últimas dez edições, quem jogou de branco ganhou por nove vezes! E hoje serão os Patriots a vestir a camisola dessa cor… Contudo, Wilson tem um registo impressionante de 10v-0d contra QB’s que tenham já ganho o Super Bowl. Brady foi uma das suas vítimas, ele que conta com três anéis. Superstições equilibradas… Assim como as apostas, com a quase unanimidade de palpite a dividir-se 50-50 entre cada uma das partes.

Dificilmente encontramos um Super Bowl tão equilibrado, na teoria, como este. Mas há um ano as opiniões divididas eram semelhantes. E tal como há um ano, será a vitória de uma defesa (Seahawks) ou de um ataque (Patriots). Verdade seja dita, a este nível, a estatística favorece claramente os campeões em título pois as melhores defesas que chegaram ao Super Bowl têm uma percentagem de vitória de mais de 90% nas últimas décadas.

Quanto à minha previsão pessoal, não será como há um ano, tão desequilibrado. Mas acredito que os Seahawks vão novamente levar a melhor. E não por um ou dois pontos de diferença como muitos preconizam independentemente de quem escolhem para campeão. Lynch e Wilson serão os homens do jogo (mas aposto no Beast Mode para MVP), arrasando o pass rush dos Patriots. Gronk e Brady serão os responsáveis pela réplica, mas correr atrás do marcador contra a LOB tem os seus custos e isso acabará por ser decisivo no último fôlego. Aposto ainda que será uma jogada defensiva da LOB no final a matar a contenda e a permitir o bis a Seattle.

Esta é a minha aposta, mas eu de bruxo tenho pouco. Por isso, esqueçamos os prognósticos porque não há nada como um filme que desconhecemos o final e nos prende à cadeira (ou nos faz saltar dela). Não tarde Idina Menzel está a cantar o “The Star-Spangled Banner” (ou “Bandeira Estrelada” nome do Hino Norte-Americano) e o mundo está vidrado a ver o mais espectacular jogo do mundo.

Desfrutem ao máximo, pois com o Super Bowl chega também a maior depressão da época… faltam 7 meses para voltarmos a ver os nossos ídolos e franquias de volta. Life sucks sometimes…

Veredicto: New England Patriots

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!