NFL Touchdowns & Turnovers: Week 17

Paulo Pereira 31 de Dezembro de 2014 Análises, NFL Comments
JJ Watt

NFL Touchdowns & Turnovers: Week 17

Touchdowns

1- The “It” Factor

Tinha tudo para correr mal, no seguimento do affair Ray Rice. Sem o seu mais representativo running back do roster, os Ravens estavam numa encruzilhada. Confiaram na profundidade da unidade. Foi uma espécie de jogo da fortuna e azar, crentes no aparecimento de alguém que suprisse a lacuna. As expectativas foram largamente ultrapassadas. Nem no seu sonho mais delirante John Harbaugh podia ter pensado que Justin Forsett tivesse o protagonismo que alcançou, dentro de campo. Forsett teve o melhor ano da sua carreira, coleccionando jardas atrás de jardas e dando uma dimensão extra ao ataque. Forsett correu com raça, de forma abrupta, raivosa, num esforço que o torna numa das surpresas do ano. Mais do que os números finais, o que impressiona foram as corridas – muitas – quebrando tackles e dando óptima posição de campo a um ataque que viveu quase sempre desinspirado. No total, foram 17 corridas de mais de 20 jardas, marcando a diferença e estabelecendo um novo recorde na franquia.

2- Teddy, Teddy, Teddy

É cedo para prognósticos e o segundo ano será ainda mais importante do que o de estreia, mas finalmente os fãs dos Vikings sentem alguma esperança. O motivo é um miúdo de sorriso fácil no rosto, postura cordata e serena. Teddy Bridgewater aparenta ter as ferramentas necessárias para ser o franchise quarterback da franquia. O 1º ano constituiu uma verdadeira prova de fogo. Sem Adrian Peterson e lançado às feras, após lesão de Matt Cassell, a época podia ter descarrilado de forma dramática. A ausência de Kyle Rudolph e o desaparecimento de Cordarrelle Patterson minguaram as armas à sua disposição. A OL nunca foi fiável, concedendo-lhe pouca protecção. Mas Teddy sobreviveu e terminou a temporada com um 6-6 nos jogos em que foi titular. Venceu 5 dos últimos 9 e, nos desaires, manteve a equipa competitiva. Tem ainda muito que aprender? É um facto. Mas metam um rookie numa situação similar, a ter que lançar bolas para desconhecidos como Chase Ford, Charles Johnson e Adam Thielen, sem um jogo corrido consistente que lhe retirasse pressão dos ombros, e veremos o resultado. O amadurecimento de Teddy foi feito em plena competição. O que se pode dizer é que passou no teste. Aguarda-se – ansiosamente – pelo que poderá trazer ao ataque, no 2º ano.

3 –  O Meu MVP

JJ Watt pode não vencer o prémio. Aliás, isso é uma forte probabilidade, numa era em que os quarterbacks vivem endeusados numa redoma, como se tivessem atingido o patamar máximo de eleição, em termos desportivos. Vangloriam-se jardas passadas, touchdowns acumulados, numa evidente subserviência ao jogo de passe, agora fortemente enraizado na cultura da NFL. A necessidade de zelar pela saúde física dos atletas revolucionou a percepção do jogo, com regras alteradas que minimizam o esforço atacante e acrescentam obstáculos substanciais ao denodo defensivo. O defensive end dos Texans realizou mais do que uma temporada extraordinária. JJ Watt fez história, semanalmente, revelando uma agressividade imparável dentro de campo, uma combinação de ferocidade e atleticismo que fazem recordar Lawrence Taylor. Esta referência à antiga estrela dos Giants não é despicienda. Taylor foi o último MVP defensivo, numa era diferente, pontuada igualmente por grandes quarterbacks, mas onde as estatísticas não eram tão inflacionadas. Watt tornou-se o primeiro jogador da história a ter dois anos com 20 sacks, provando a sua dimensão superior. Excelente quer contra o passe, quer contra a corrida, onde colecciona tackles for loss, mostrou enorme versatilidade, quando incorporado no ataque. Watt marcou touchdowns para todos os gostos, retornando fumbles, intercepções e até arvorado em tight end momentâneo. Os Texans não foram aos playoffs? Isso em nada diminui a grandeza do que foi conseguido pelo genial jogador. A franquia soube evoluir do fundo da NFL, onde tinha terminado 2013, até à luta pela derradeira vaga de acesso à post season, em apenas um ano, somando mais 7 vitórias do que no ano transacto. Sem um franchise quarterback e ainda procurando assimilar os conceitos trazidos por nova entourage técnica, os Texans são uma equipa promissora, com um jogador galáctico. E era bom que isso fosse reconhecido, numa votação que deverá ser feita sem dogmas e ideias pré-concebidas. Watt fez a sua parte, terminando a temporada com um enorme ponto de exclamação, como que reivindicando a possibilidade de sonhar. Contra os Jaguars, foram mais 3 sacks e um safety. 20,5 sacks, 4 forced fumbles, 59 tackles, uma intercepção, um safety, dois touchdowns defensivos, 4 touchdowns atacantes e um field goal bloqueado. Chega?

4 –  O Pro Bowler de Ocasião

Li um twitter com alguma piada. Dizia, recitado de cor, mais ou menos o seguinte: “Se isto é o fim do Mundo, eu quero descer”. A ironia expressava, com alguma piada, a surpresa geral ao assistir-se à exibição de Geno Smith, frente aos Dolphins. Ok, era um jogo sem qualquer significado, com ambas as equipas a lamberem as feridas deixadas por uma época decepcionante. Mas por onde tinha andado este Geno, que mais parecia um Pro Bowler, fazendo um 20 em 25 no passe, 358 jardas, 3 passes para touchdown e um impressionante rating de 158,3? Que ilação se poderá tirar disto? Os Jets têm finalmente o seu quarterback para o futuro? É uma possibilidade, mas parece-me que os jogadores optaram por dar uma despedida condigna a Rex Ryan, naquele que deverá ter sido o termino da sua carreira em Nova Iorque, mais do que qualquer outro significado. Sim, Geno Smith realizou o melhor jogo da sua carreira profissional. E isso será importante, numa offseason que se prevê tumultuosa no rescaldo do 4-12. John Idzik e Rex Ryan deverão ter as cabeças decepadas e, mesmo que os Jets procurem um novo franchise quarterback, via draft, Geno partirá para 2015 com algum momentum e com ligeira vantagem. Sabe o playbook, ganhou alguma consistência e maturidade, podendo extrair alguns ensinamentos da turbulenta época. Para Rex Ryan foi a suprema ironia. Ele, que vincadamente apostou no jovem, apenas beneficiou do talento em que acreditou quando já tinha o destino traçado. Foi uma operação de salvamento…com a vítima já morta.

5 –  Há Divisões…e Divisões

Há divisões…e divisões. Nos últimos 4 anos, a NFC East foi vencida por quatro equipas diferentes. Quando se fala de competitividade, de auto-regulação, a divisão aparece como o cabeçalho ideal para “vender” a NFL como a derradeira e única competição desportiva em que o equilíbrio é a nota dominante. Mas, no polo oposto, temos a AFC East. Num arco temporal alargado, aprendemos o que é uma dinastia. Os Patriots são. Em 12 anos, venceram 11 títulos de divisão. A única vez que não ganharam, foram suplantados pelos Dolphins. O que é que reflecte mais a ideia que se tem da NFL? Uma ou outra divisão? É mais difícil sobreviver na NFC East ou manter o mesmo registo de excelência na AFC East? Os Patriots vencem a divisão, quase sempre, com enorme facilidade. Têm um registo de vitórias, nesse espaço de tempo, de 78%. O rival que aparece em 2º são os Jets, com um medíocre 46%. 12 anos de drafts, de free agency, de saídas e entradas, e o poderio mantém-se. À – notória – qualidade e excelência existente em Boston, que lhes permite manter o roster competitivo, ano após ano, junta-se igualmente a instabilidade, os erros crassos, os péssimos drafts, dos seus rivais. Se existisse uma 2ª divisão na NFL, Bills, Jets e Dolphins eram sérios candidatos a frequentá-la. Por falar em campeões que se perpetuam, a NFC North e a AFC West ameaçam ter um crónico vencedor. Nos últimos 4 anos, os Packers e os Broncos venceram as respectivas divisões, impondo a lei do mais forte, mostrando o que a estabilidade, solidez e segurança, numa franquia, onde todos os sectores vivem em perfeita sintonia, podem fazer. São um case study…e deviam ser copiados por todos aqueles que vegetam anualmente num mar de mediocridade.

Turnovers

1- Wide Receiver? O Que É Isso?

16 jogos. 64 períodos. 960 minutos de jogo. ZERO touchdowns por parte dos wide receivers, nos Chiefs. Como é que isso é possível? O leading receiver foi um tight end – por sinal, um dos bons – que capitalizou o grosso das oportunidades na red zone. Travis Kelce assumiu-se, na ausência duma referência no jogo aéreo, como o criador de mismatches, o único a encontrar o caminho para a glória. Logicamente que existiram mais TDs de passe – para Jamaal Charles, por exemplo – mas a aridez da produção no grupo de wide receivers ditará muita da sua sorte, na offseason. Esteve quase a acontecer, no último jogo contra os Chargers, ma Dwayne Bowe encontrou feroz resistência junto à goal line…e sofreu um fumble. Foi a derradeira oportunidade e a sentença final do Destino, que se encarregou de a enviar com doses suplementares de ironia. O wide receiver é uma espécie em vias de extinção. Pelo menos, no Kansas.

2- Happy Birthday To You? Not Really!

Adam Vinatieri é um dos mais prolíficos kickers da liga, um exemplo de jogador que, pese os seus 42 anos, se mantém relevante, com uma ética de trabalho inquestionável. Verdadeiro profissional, já passou por inúmeras batalhas, decidiu jogos, incluindo Super Bowls, mantendo uma precisão notável e invejável. A temporada de 2014 tinha sido perfeita. Na verdadeira acepção do termo. Sem qualquer mácula ou falha. Até que se chegou ao último dia da regular season. O dia do seu aniversário. A sua série de 36 field goals certeiros (28 em 28 no decurso da presente época) chegou ao fim. Amargamente, no dia de anos, um field goal de 46 jardas saiu torto, colocando uma nódoa (pequena, mesmo assim), na perfeição que se previa.

3- Consolation Prize

Sabe a pouco e é um parco substituto do sucesso. Os Buccaneers terminaram ingloriamente a temporada com 2 vitórias e 14 derrotas, o pior recorde da franquia desde 1986. Ficar em último, na NFL, significa ter direito, no ano seguinte, à primeira pick do draft, naquele habitual processo de reajustamento e auto-equilíbrio que a competição sustenta. Mas duvido que alguém, na hierarquia da franquia ou o mais complacente dos fãs, tenha esboçado um sorriso sequer. A pick nº 1 pode representar o início de uma nova era, na busca do sucesso. Mas se esta temporada mostrou algo, é que essa mesma escolha não resolverá os problemas de fundo na equipa. Os Bucs apostaram forte na offseason, rodeando Lovie Smith de jogadores veteranos, repescados na free agency, de qualidade insuspeita. Logan Mankins, Evan Dietrich-Smith, Michael Johnson, Alterraun Verner, Clinton McDonald, Dashon Goldson e Josh McCown deveriam ter fornecido talento maturado, que permitisse à equipa lutar pelo título na NFC South. Isso e um draft integralmente vocacionado para jogadores de ataque colocaram a fasquia das expectativas mais elevada. O que se viu, no entanto, foi uma equipa desgarrada, raramente competitiva, que mesclava os flashes de talento com erros primários, mostrando um ataque incipiente (onde apenas Mike Evans reluziu), e uma defesa que, mesmo com jogadores de topo (Gerald McCoy e Lavonte David) jogou sempre aquém das expectativas, estagnada na defesa Tampa 2 tão do agrado de Lovie Smith. 2015 terá que ser forçosamente melhor, o que não deverá ser difícil face à mediocridade patenteada. A questão primária na offseason será escolher entre Marcus Mariota ou Jameis Winston.

4 – Grow Up!

Estou desiludido. E defraudado. Fui um seguidor inveterado das aventuras universitárias de Johnny Manziel, jogador empolgante dentro de campo, capaz de inventar uma solução mesmo quando tudo parecia impossível, mas rebelde fora dele. O hype em seu redor, o estatuto de estrela granjeado pela rápida ascensão nos relvados, conferiram-lhe uma aura de invencibilidade, uma postura em que qualquer diatribe era rapidamente desculpada. As farras, festas e saídas nocturnas foram recebidas por alguma complacência. Julguei que a transição para o mundo profissional o tornasse mais responsável, menos atreito a determinados comportamentos. Mas Manziel parece difícil de domar, sôfrego por diversão, incapaz de perceber que a ética de trabalho e o estudo paciente fazem parte do profissionalismo. Manziel passou ao lado da temporada, nunca capitalizando o descontentamento crescente com a mediania de Brian Hoyer. Quando foi chamado a intervir, pareceu sempre impreparado para a velocidade do jogo, incapaz de movimentar o ataque. No college bastava-lhe a confiança inata nas suas skills. Mas a NFL é um outro mundo e Manziel foi completamente esmagado pela percepção da realidade. Podia ter aproveitado esse passo atrás para reflectir. Podia ter aproveitado a paragem por lesão para mostrar comprometimento. Fez o oposto. Uma festa, numa altura crucial da temporada, um atraso no dia seguinte para os tratamentos e o meeting da equipa. Enquanto, dentro de campo, os colegas do roster deram uma forte mostra de atitude, lutando até ao limite em Baltimore, Manziel mostrou a sua imaturidade e desleixo. Ainda não esgotou a paciência de quem decide, mas a rédea está bem mais curta. Nada melhor do que as palavras de Jimmy Haslam, com destinatários conhecidos. “A player who can’t show up for meetings, can’t make practice, can’t make weightlifting, disrespects himself. But I think more importantly, and I think this is what these young guys miss—they disrespect the team, the coaches, the staff, the fans. There’s a lot of people in our organization whose livelihood depends on how well we do, and we’re not going to tolerate people who are irresponsible no matter what round they’re drafted in. So these young guys, we’re going to give them a chance. They’re young kids. We’re going to work with them. Hopefully they’ll grow up, but if they can’t grow up and they can’t be responsible to their teammates and the coaches and our great fans, then they won’t be with the Cleveland Browns.”

5 – Incentive Lost

É normal as franquias terem bónus e incrementos salariais, se os jogadores atingirem determinado patamar competitivo. É, por isso, usual ver, nos últimos jogos do ano, o ar de satisfação e os gestos vitoriosos daqueles que, nessa situação, amealham mais uns milhares de dólares, obtendo forte satisfação pessoal. A week 17 tinha, nesse quesito, fortes motivos de interesse, tão vasta era a oferta. Um dos jogadores, no entanto, viveu a doce sensação reconfortante de atingir o objectivo para, num curto espasmo de 5 segundos, experimentar o travo amargo da frustração. Chris Clemons, defensive end dos Jaguars, necessitava de mais um sack para atingir a marca de 8, na temporada. Esse número despoletaria um bónus de 250.000 dólares. No 3º período, Clemons conseguiu ultrapassar a resistência dos Texans, atingindo o quarterback Case Kennum. O jogador rejubilava, comemorando com uma pequena dança, quando reparou numa flag. Aquele amarelo tem sempre uma premonição sinistra. No caso dele, essa intuição estava certa. A jogada foi revertida – e o sack invalidado – devido a um defensive holding de um colega de equipa, o cornerback Aaron Colvin. Bad luck Clemons.

6 – The Organization and the Coach Mutually Agree to Part Ways

É mais ou menos assim que rezam os comunicados de imprensa, travestidos de cor-de-rosa, quando uma franquia se despede do seu treinador. Acima, basta introduzir o nome da equipa (em organização) e o treinador (em coach), e temos o cenário perfeito para ilustrar uma Black Monday. A segunda-feira negra é o dia do acerto de contas, em que os técnicos que falharam saem pela porta pequena, engrossando o número de desempregados. Este ano foram vários. Jim Harbaugh passou de técnico maravilha, após 3 idas consecutivas à final da conferência NFC, até persona non grata no edifício dos 49ers. Os choques de personalidade com o general manager Trent Baalke azedaram a relação, desde início do ano, com a mesma a viver num equilíbrio periclitante, de opiniões extremadas. Na cidade que nunca dorme, Rex Ryan tinha atempadamente arrumado os seus pertences, sabendo o que o destino lhe reservava. O truculento técnico parecia a pessoa indicada para gerir uma equipa na Big Apple e os seus dois primeiros anos provaram isso mesmo, com a defesa (sua imagem de marca) a levar ao colo a equipa até duas finais de conferência. Depois disso, foi sempre a descer, com o pecado de nunca ter encontrado o seu franchise quarterback e ter demonstrado uma inépcia gritante em conseguir um bom coordenador ofensivo. Mike Smith viu a paciência de Arthur Blake, o dono dos Falcons, chegar ao fim. A equipa, preparada para vencer, subiu os patamares requeridos, até à final de conferência em 2012, apenas para os descer de forma assustadora, com duas temporadas seguintes medíocres e uma série de decisões questionáveis do técnico, na gestão do cronómetro. Marc Trestman, apresentado como um guru ofensivo, foi sempre um corpo estranho na gélida Chicago, incapaz de galvanizar uma franquia respeitável e conservadora, poupo propícia a instabilidade. A perda do balneário ditou o fim prematuro do técnico que, do outro lado da fronteira, tinha tido um sucesso tremendo com os Allouttes. É o lado mais triste da competição, quando as falhas e os erros ficam expostos à curiosidade quase mórbida da legião de aficionados. Mas, tal como em todos os desportos, agora é tempo de renovação e assistiremos a um reset e ao início de novas eras. Começou a temporada da caça ao próximo golden boy dos bancos.

6 – Prima Donna!

Num dia e numa época repletos de exemplos de grandes profissionais – JJ Watt a lutar desalmadamente, Justin Houston a efectuat tackles atrás de tackles, indiferente ao cansaço físico, Aaron Rodgers a suportar estoicamente a dor, mantendo-se em jogo – tivemos o oposto. Dois exemplos daquilo que deve ser erradicado da competição – de qualquer competição. Ndamukong Suh, brilhante dentro de campo, quando faz uso das suas qualidades, é um jogador porco. No sentido literal do termo. Sujo, cobarde, maldoso, incapaz de perceber que um adversário é apenas um colega de profissão, com uma camisola de cor diferente. A história recente, infelizmente, está repleta de episódios em que Suh tenta lesionar, aleijar ou provocar dor, de forma gratuita, ao opositor. Já tivemos um helmet-to-helmet brutalmente violento, com Matt Schaub. Uma pisadela intencional e grotesca, a Evan Dietrich-Smith. Um low block insano a John Sullivan, que podia ter lesionado gravemente o center dos Vikings. E, na última jornada deste ano, uma nova pisadela a um Aaron Rodgers que, deitado, se contorcia com dores. Suh é o paradigma do imbecil, incapaz de perceber que pode ser um jogador transcendente – já o é, naquela DL intimidante dos Lions – sem recorrer a práticas rasteiras. É um exemplo dispensável para os jovens mais impressionáveis, que podem replicar comportamentos destes, intoxicados pela postura de bad boy. Se Suh é um palerma, o que dizer de Mike Wallace? O ex-receiver dos Steelers, agora nos Dolphins, sempre perseguiu o protagonismo, querendo ser o centro das atenções. Os seus pares procuram isso da forma mais usual, num esforço denodado dentro de campo, amealhando recepções e jardas. O ego de Wallace é superior ao seu talento. Um profissional que ganha 10 milhões/ano tem que dar o exemplo. Dentro e fora de campo. Lá dentro, Wallace não marcou a diferença, numa época de altos e baixos da franquia de Miami. E sair de campo, ao intervalo, furioso por não ter sido ele o destinatário do passe para TD de Tannehill (recebido por Charles Clay), diz tudo o que é preciso saber sobre ele. Uma primma-dona, cujo talento definha na proporção da inveja crescente que o vai minando. É um menino minado, a quem deveria ser apontado o lugar certo para ele. O da rua!

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.