Nickelback: (You Gotta) Fight For Your Right (To Party!)
Esta semana voltamos as comparações que eu tanto gosto. Desta vez os indivíduos da minha análise apesar de muito diferentes têm ambos um vício que os une: O gosto pela festa rija.
Estou a falar do Johnny Football e do Gronk! i.e do Manziel e do Gronkowski.
A premissa desta crónica é muito simples e tem por objectivo responder à pergunta: Porque é que a vida pessoal destes dois jogadores e o gosto deles pela festa tem tratamento tão diferente no universo da NFL?
Os factos são: Cada vez que o Manziel aparece numa festa com uma garrafa na mão é o fim do mundo. Ao contrário cada vez que o Gronkowski aparece numa festa com uma garrafa na mão é a coisa mais divertida do mundo.
Porquê esta diferença de tratamento? É justo? A crónica desta semana pretende responder a esta questão.
Comecemos pelo contexto. A NFL é eminentemente uma instituição hipócrita com claros princípios lucrativos que ataca mais facilmente onde há má imagem e pouco dinheiro. Nesta lógica os Browns e Manziel aos olhos da NFL situar-se-iam do lado do saco de pancada. Já Gronkowski um dos heróis do jogo numa das equipas mais ricas da NFL situar-se-ia do lado oposto.
Apesar desta lógica mercantilista contextualmente não é isto que se tem verificado. Dentro da sua doutrina Dreediana de juiz, jurado e executor a NFL até à data não tomou partidos nesta guerra moral. O “problema” neste caso não está na NFL mas nas equipas. O contexto é que os Patriots nada fazem para parar o estilo de vida de Gronkowski, enquanto os Browns tudo fizeram para tentar disciplinar o rebelde Manziel.
Para percebermos a razão de cada equipa temos que perceber o que representa dentro e fora de campo cada destes jogadores e nestas duas áreas para mim tanto dentro como fora de campo Manziel e Gronkowski são absolutamente incomparáveis.
Gronkowski como jogador é um autêntico titã. É uma máquina ofensiva, com velocidade, inteligência, capacidade de choque e com umas mãos de ouro. Cria disrupção em qualquer defesa e os match ups com a maioria dos Linebackers da NFL são tão desiguais que deviam ser considerados injustos e proibidos por regra. Para mim (que sou um tipo que detesta este tipo de elevações) mesmo estando ainda no activo Gronkwoski é já o melhor Tight End de sempre do jogo. Mesmo melhor que Sharpe.
Mas Gronkowski é mais que um extraordinário atleta. Ele não é um daqueles jogadores unidimensionais e não se esconde atrás do hipócrita livro de etiqueta da NFL. Como pessoas é leve e divertido. Sempre com um sorriso, festeja sem violência ou excesso abusivo. Fica a sensação que se diverte porque é feliz e este tipo de personalidade irradia luz e bem-estar. É um miúdo traquina, mulherengo, mas de enorme boa onda de quem todos gostam e que todos respeitam.
Manziel está nos antípodas de Gronkowski. Como jogador a questão não é a de ter potencial ou não, até porque para mim dentro de mais uma época miserável e disfuncional dos Browns ele foi o melhor Quarter Back que por lá andou. O problema é que apesar de algum potencial mostrado em campo o seu comportamento foi sempre apático e escudado na sombra das desculpas. As poucas boas jogadas perderam-se em irresponsabilidade e falta de liderança. Na NFL ser Quarter Back é mais que organizar jogo e atirar a bolas. É também ser o ritmo que pauta a identidade da equipa. Neste segundo campo Manziel foi uma catástrofe que dividiu mais do que uniu.
Depois o campo pessoal. Manziel é exagero, violência doméstica e clinicas de reabilitação. Um dependente de substâncias não só é um péssimo exemplo como não tem piada nenhuma. Foi por tudo isto que os Browns cada vez que emergia uma foto do Manziel a pisar a linha justificadamente metiam as mãos à cabeça e o homem acabava de castigo.
Para os Patriots Gronkowski não precisa de castigo. Não apenas por ser um gigante em campo, mas porque mesmo em festa pela sua boa onda ele melhora a imagem da franquia. Gronkowski é um símbolo de estabilidade, estética e respeito que acrescenta. Manziel não fez nada pelos Browns a não ser piorar a imagem de uma franquia que já tem por si só tem uma péssima imagem. O arranque falhado de Manziel profetiza um novo Spruce Goose: Um enorme investimento para um único, solitário e pequeno voo. Oxalá eu esteja errado, porque sinceramente gosto de ver o miúdo jogar.
Mas seja como for em resumo, nesta comparação não me venham com hipocrisias NFL style, nem com assimetrias de franchisings, bases de educação ou de personalidades. Aqui a história é bem mais simples. À lá Beastie Boys, Gronkwoski conquistou e tem o legítimo direito de estar sempre em festa. O Manziel não. Numa justificada lógica Orwelliana nesta “Animal Farm” (e graças a deus neste caso pela aplicação totalitarista da coisa): Uns animais são efectivamente mais iguais que outros.
Nickelback – is a cornerback or safety who serves as the fifth (in addition to the typical four) defensive back on the defense