O Crepúsculo dos Deuses!

Pedro Nuno Silva 14 de Junho de 2015 NFL Comments

O Crepúsculo dos Deuses!

Já foram estrelas maiores do jogo. Primeiras escolhas da primeira ronda do draft. Campeões de Super Bowl. Pro Bowlers. Em alguns casos até, serão seguramente futuros membros do Hall Of Fame em Canton, Ohio. Mas hoje esperam e desesperam por uma oportunidade mais, se calhar a última, para jogarem numa equipa da NFL na próxima época. Enquanto não recebem uma chamada, vão continuar a mostrar a etiqueta “UFA” de “Unrestricted Free Agent” à frente dos seus nomes em todos os sites de football. Estes são os 5 nomes mais famosos que ainda se encontram no “free agency”:

1. Michael Vick, QB:

Michael Vick, QB New York Jets

Michael Vick, QB New York Jets

Aos 34 anos, com 8 anos de carreira na NFL, que podiam e deviam ser 11, não fossem os 2 anos que passou na prisão, entre 2006 e 2009, devido ao escândalo da luta de cães em que se viu envolvido, aquele que, no início deste século era visto como a “Next Big Thing” do jogo, vê chegarem os seus últimos dias na NFL sem saber se se vai reformar voluntária ou involuntariamente.
Na época de 2014, ao serviço dos New York Jets, serviu de muleta do inseguro Geno Smith, mas nem as pobres exibições do QB titular foram suficientes para que Vick tomasse de assalto o lugar na primeira equipa. Esteve apenas presente em 7 jogos, 3 deles como titular, mas os números e, sobretudo, as exibições estiveram longe de convencer os responsáveis dos Jets. O mais provável é que fique a ver os jogos da próxima época… na bancada.

2. Chris Johnson, RB:

Chris Johnson

Chris Johnson, RB, New York Jets

Já foi apelidado de “C2KJ”, ou seja, Chris “2.000 yards” Johnson, em homenagem à alucinante época de 2009 ao serviço dos Tennessee Titans, quando totalizou 2006 jardas. Nas suas 7 temporadas na NFL, alcançou sempre a marca das 1000 jardas em corrida, fazendo dele um valor seguro de todos os fanáticos dos “fantasy games”. Mas em 2013, as complicações à volta da revisão do contrato levaram os Titans a dispensá-lo. Contratado pelos New York Jets, todos esperavam o retorno das mirabolantes corridas de Johnson por meio dos “front seven” adversários. Puro engano! Apesar de ter participado em todos os 16 jogos da época regular, CJ apenas foi titular em 6 deles e, pela primeira vez na sua carreira, ficou abaixo das 1000 jardas em corrida (663 para ser mais preciso). Acabou dispensado nesta offseason por Todd Bowles, o novo head coach dos New York Jets. Procura uma nova equipa. Falou-se dos Dallas Cowboys, como hipótese para a retoma da carreira, até porque a equipa de Arlington ficou sem a sua estrela maior DeMarco Murray, contratado pelos rivais de divisão Philadelphia Eagles. Mas, por agora, isso não passa de um rumor. Em todo o caso, ao contrário de Michael Vick, apostamos que ainda vamos ver Chris Johnson a correr na NFL este ano. Mas seguramente não como titular…

3. Reggie Wayne, WR:

Reggie Wayne

Reggie Wayne, WR, Indiannapolis Colts

Será, possivelmente, um futuro “Hall Of Famer”. Reggie Wayne, foi durante 14 anos o líder incontestado do “set de receivers” dos Indianapolis Colts. O alvo favorito de Peyton Manning e, embora em menor tom, Andrew Luck. Aos 36 anos, Wayne já anunciou que não pretende arrumar as botas e as luvas. Procura uma nova equipa. E a verdade é que a já longa carreira do WR, aliada a um irrepreensível comportamento “off the field” podem ainda ser argumentos importantes para algumas das equipas da NFL. Não falamos de “Super Bowl contenders”, mas equipas de 2ª linha como os Tennessee Titans, por exemplo, onde um QB rookie, como Marcus Mariota, podia beneficiar e muito da experiência e precisão das “routes” de Reggie Wayne. Não fazemos apostas se vai jogar e onde vai jogar em 2015, mas caso alguma equipa acabe por recuperar o veterano “receiver”, possivelmente que o fará como uma espécie de medida cautelar contra a inexperiência ou inconsistência do seu jogo de passe.

4. Wes Welker, WR:

Wes Welker

Wes Welker, WR, Denver Broncos

Desde que saiu de New England, insatisfeito com a recusa dos Patriots em premiar as suas magníficas 6 épocas em Foxborough com um contrato substancialmente melhorado, Wes Welker nunca mais mostrou os mesmos números que fizeram a sua fama e glória com os Pats. É verdade que muita da sua baixa produtividade decorreu de 3 hits na cabeça que o deixaram fora da equipa boa parte das duas últimas épocas. Seja por receio de novas lesões ou incerteza quanto às actuais capacidades do outrora imparável “slot receiver”, a verdade é que John Elway e Gary Kubiak, o novo “head coach” dos Denver Broncos, não contam com o WR para a próxima época. A menos que os problemas com o contrato de Demaryus Thomas os façam pensar duas vezes. Já se falou na hipótese de Wes Welker voltar a New England. Mas a excelente época de Julian Edelman e até de Danny Amendola em 2014, parecem ser argumentos definitivos para que não apostemos nada no seu regresso a Foxborough. Por estes dias o futuro próximo na NFL de Welker é tudo menos claro.

5. Dwight Freeney, Linebacker:

Dwight Freeney

Dwight Freeney, linebacker, Indiannapolis Colts

Tal como Reggie Wayne, Dwight Freeney passou os melhores dias da sua carreira na NFL ao serviço dos Indiannapolis Colts. Lá foi campeão do Super Bowl XLI, 7 vezes Pro Bowl, Defensive Player Of The Year em 2005, honras e títulos que fazem do linebacker vindo de Syracuse, também ele, um candidato sério à imortalidade de Canton. Transferido em 2013 para os San Diego Chargers, a produtividade de Freeney no “passing rush” baixou consideravelmente dos registos dominantes que fizeram dele um dos mais temidos e temíveis defesas da liga. Aos 35 anos e numa posição tão exigente do ponto de vista físico, as perspectivas de Dwight Freeney em conseguir um lugar num roster em 2015 são muito complicadas. A nossa previsão não é nada simpática para o futuro de Freeney e o mais certo é que 2015 seja mesmo o ano do adeus do linebacker à NFL.

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Pedro Nuno Silva

Português. Duriense de nascimento. Tripeiro de coração. Minhoto por adopção. Numa palavra: nortenho. Ou seja, tinha tudo para ser um ignorante sobre futebol americano. Mas a 2 de Fevereiro de 2009 tudo mudou graças a cerca de 2 minutos de um jogo que era até aí um mistério insondável! Os culpados? Todos os jogadores dos Steelers e dos Cardinals. Mas, em particular, Ben Roethlisberger e Santonio Holmes e aquele touchdown a 30 segundos do final do jogo num equilíbrio improvável e que desafiou as leis da física e se pode colocar ao lado de um qualquer volteio do mais virtuoso bailarino do Bolshoi. A paixão pelo jogo cresceu de tal forma que hoje olho à minha volta e acho estranha tanta algazarra por causa das vitórias do F.C.Porto, da nossa seleccção ou das birras do CR7. Definitivamente tornei-me num alien em pleno coração do Alto Minho!