Mock Draft 1.0: Parte II

Paulo Pereira 25 de Novembro de 2013 Draft, NFL Comments
Mock Draft 2014

Mock Draft 1.0: Parte II

Quem é amigo, quem é? Depois das 8 primeiras escolhas, e antes que entrassem em stress, com a crescente ansiedade de saber quem calharia em sorte aos vossos clubes, eis mais oito escolhas. And now, with the ninth overall pick…

9. Cleveland Browns – Mike Evans, Wide Receiver, Texas A&M

Uma das picks que mais dificuldade me provocou. Quarterback parece ser lógico, aqui, mas o bom desempenho de Jason Campbell e, antes dele, de Brian Hoyer, podem levar os Browns a optar por manter os jogadores, gastando a pick noutra posição. A saída de Trent Richardson deixou a equipa órfã de um franchise running back mas estes deixaram de ser uma hot commodity. Não faria sentido gastar uma pick do top-10 num RB que pode, com facilidade, ser draftado nos rounds mais tardios. Posto isto, quem escolher? Com Josh Gordon como arma principal no jogo aéreo, que tal dar nova profundidade à equipa, elegendo Mike Evans, o letal alvo de Johnny Manziel nos Aggies? Evans é um receiver diferente de Gordon, mais físico, ao estilo de Brandon Marshall, capaz de competir pela bola nos passes longos, mesmo que não consiga a separação. Os seus jogos este ano, contra Alabama e Auburn (curiosamente, as únicas derrotas de A&M) foram extraordinários, repletos de big plays. Evans será um receiver dominante.

10. Baltimore Ravens – Sammy Watkins, Wide Receiver, Clemson

Torrey Smith tornou-se num legítimo nº 1 receiver, mas foi evidente o que a lesão de Dennis Pitta e a saída de Anquan Boldin fizeram ao ataque dos Ravens, depauperado de armas/alvos para Joe Flacco. A escolha de Watkins supre essa carência, adicionando um jogador extremamente veloz e dinâmico, à imagem de Randall Cobb ou Percy Harvin, podendo ser usado numa variedade de jogadas e posições (slot, saindo do backfield ou como receiver colado à linha).

11. Tennessee Titans – Khalil Mack, Linebacker, Buffalo

Os Titans, claramente vocacionados para o ground game, face aos movimentos efectuados na preseason de 2013, podem seguir vários caminhos no draft. Um deles será a escolha de um QB. Mas fará isso sentido? Jack Locker é mediano no passe, mas evoluiu consideravelmente, apenas tendo visto a sua prestação sofrer com várias lesões, que o impediram de manter o nível. Com uma OL reforçado com Chance Warmack, escolha de 1º round em 2013, e com Andy Levitre, vindo da free agency, os Titans seguiram o caminho oposto à maioria das equipas da NFL. Apostaram no jogo corrido, com os dois guards mencionados a serem óptimos run blockers, permitindo uma aposta mais regular em Chris Jonhson. Como Locker possui uma boa compleição física e estende as jogadas com os pés, é provável que os Titans se comprometam com este estilo mais um ano. Riscando o QB, a franquia pode sempre apostar num WR, dado que perderá o enfant terrible Kenny Britt, ficando apenas com Kendall Wright e Justin Hunter como apostas de futuro. É provável que o interesse recaia em algum receiver, mas apenas em rounds inferiores. Assim, a pick dos Titans deverá ser gasta na defesa. Mas onde? A secundária conta com Jason McCourty e Alterraun Verner, ambos a produzirem de forma consistente, e com o vetrrano Bernard Pollard. O front4 conta com Jurrell Casey, um DT disruptivo e underrated, e com Derrick Morgan e Pitoitua, que conseguem manter alguma pressão constante sobre as OLs opostas. Mas ter pass rushers nunca é um luxo. A aposta mais previsível será reforçar o corpo de linebackers, com um OLB que possa ser consistente no ataque ao QB, mas não descurando a pass defense. Mack é esse tipo de jogador, dominante e rápido, um hard hitter, bastante instintivo na abordagem ao jogo.

12. Oakland Raiders – Tajh Boyd, Quarterback, Clemson

Tenho gostado do trabalho de Reggie McKenzie na franquia, em condições de enorme dificuldade (cap space e poucas picks nos drafts). A equipa tem ainda muito que recuperar, com carências a vários níveis, mas deverá ser uma das animadoras do mercado de free agency, atendendo ao espaço disponível, em 2014, no salary cap. A dúvida aqui residirá sempre na posição de QB. Mantém-se a aposta mais um ano em Terrelle Pryor, que teve algum sucesso, mas revela enorme inconsistência no passe? Ou altera-se a decisão e a escolha recai no undrafted rookie Mike McGloin, com uma notável performance contra os Texans? Sinceramente, no lugar do GM optaria sempre por escolher um QB, que coubesse na definição de franchise. Numa competição cada vez mais dominada pelo passe, a resolução das dúvidas na posição constitui um factor primordial de sucesso. Boyd é um excelente prospect, fisicamente poderoso, com presença dominante e equilibrada no pocket. Evoluiu de forma natural ao serviço de Clemson, melhorando a precisão de lançamento e a leitura das defesas contrárias.

13. St. Louis Rams – Ha’Sean Clinton-Dix, Safety, Alabama

Mercê da trade efectuada com os Redskins, para estes elegerem RG3, os Rams têm um cenário de sonho no draft, com duas picks no 1º round. Numa equipa com uma média de idade bastante baixa, e depois de gastarem a 1ª das suas picks num OT, a escolha lógica seria reforçar a defesa. Se o front 7 é dominante, com as presenças fortes de Robert Quinn e Chris Long, tendo merecido picks nos últimos drafts (Kendall Langford, Michael Brookers e o LB Alec Ogletree), o sector a ser retocado seria a secundária. Esta, que tem Janoris Jenkins (draft de 2012) como CB, veria de bom agrado a chegada de Clinton-Six, o top-safety a entrar no draft. Um jogador excelente nos tackles, funcionando bem na deep coverage, capaz de cobrir bastante terreno, pela sua velocidade e capacidade de antecipação. A pass coverage sofreria um potencial upgrade com esta pick.

14. San Diego Chargers – Jason Verrett, Cornerback, TCU

Defrontar duas vezes por ano Peyton Manning não é uma tarefa agradável. A forma como o veterano QB lê as defesas e explora as debilidades nas secundárias, obriga a intrincados planos defensivos. E os Chargers, equipa com qualidade, mas curta em talento na globalidade do roster, aproveitaria a possibilidade de contar com Verrett, o top-corner a entrar no draft. Dinâmico e com ball skills, Verrett tem no entanto um contra: a sua altura (5-10) e peso (176 pounds) que podem levar a equipa a preferir colocá-lo na cada vez mais importante posição de slot corner.

15. New York Giants – Ryan Shazier, Linebacker, Ohio State

Com a equipa, de forma surpreendente, a conseguir reentrar na corrida pelo título de divisão, a pick de 1º round poderá ser gasta numa variedade de posições. Nesta fase, com a entrada em cena de Jon Beason a revelar-se produtiva, a unidade de linebackers poderia beneficiar de mais alguma ajuda extra, para enfrentar 2014 de cara lavada. Beason tem sido dominante no centro/interior da linha, mas é o exterior que gera preocupações, face à ausência de agressividade no ataque ao QB e à permeabilidade na defesa do passe. A quase inexistência de soluções (apenas existe Keith Rivers para a posição de strong linebacker e Spencer Paysinger e Jacquian Williams para o lado “weak”) seria colmatada com a entrada de Shazier, um jogador rápido e instintivo, daqueles que parece omnipresente, na procura da bola.

16. Green Bay Packers – Jace Amaro, Tight End, Texas Tech

Aqui, confesso, segui o que a maioria dos mocks drafts têm profetizado, para os Packers. Não sou grande adepto de “esturrar” uma pick num TE, mas é óbvia a crescente importância dos mesmos no jogo moderno, com as packages e sub-packages a elegerem os tight ends como instrumentais, quer na red/end zone, quer em situações de bloqueios extra, na OL. Os Packers verão JerMiachel Finley atingir a free agency, em 2014, caso não avancem antes com uma proposta de renovação contratual. Essa parece posta de parte, por vários motivos. Finley fez saber que almeja ser pago com “big bucks”, o que esfriará o interesse de Green Bay, e a lesão contraída recentemente pelo mesmo, alvo de especulação quanto à gravidade. Uma coisa parece certa. Com ou sem Finley, os Packers precisarão de um TE. Se este vier do draft, território de caça privilegiado pela franquia, tanto melhor. Mais jovem e barato, Jace Amaro tem subido de forma vertiginosa no top/ranking da posição no College.

Consultem os restantes artigos:

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.