NFL Touchdowns & Turnovers: Week 1

Paulo Pereira 9 de Setembro de 2014 Análises, NFL Comments
Touchdowns & Turnovers

NFL Touchdowns & Turnovers: Week 1

Sabem como se sentem os miúdos – e alguns graúdos – na véspera de Natal, aguardando de forma impaciente o passar dos minutos que os aproximarão da data mágica? Pois. Esse sentimento era comum aos milhões de fãs de futebol americano, à medida que o relógio avançava, lenta mas inexoravelmente, rumo ao pontapé de saída de mais uma temporada da NFL. Ansiedade a rodos para acompanhar as aventuras e desventuras de heróis vestidos de capacetes, lutando pela supremacia territorial nos campos espalhados pelo País. Numa competição absorvente, sempre com inúmeros pontos de interesse, eis alguns que farão parte do imaginário do adepto comum, durante esta semana. É o início duma nova coluna semanal. O touchdowns & turnovers, nome não muito imaginativo, pretende trazer alguns pontos relevantes que fizeram a actualidade da jornada, destacando positivamente jogadas, comportamento de head coaches ou apontando o dedo, de forma brusca, ao que de negativo existiu. Enjoy!

Touchdowns

1- Percy Harvin

Finalmente, John Schneider terá respirado de alívio. O general manager dos Seahawks foi o mentor da troca com os Vikings, cedendo uma pick de 1º round para poder contar com os préstimos do wide receiver, encantado pelas qualidades do jogador. Numa das habituais partidas do destino, Harvin passou a primeira temporada em Seattle entregue aos cuidados médicos do departamento, não podendo dar o seu contributo de forma estável e regular. Até ao Super Bowl. Lá, nesse jogo encantatório, Harvin mostrou o porquê do movimento, alterando radicalmente o ataque dos Seahawks. Deixou água na boca e promessas sem fim. Começou a cumpri-las, no embate contra os Packers. Saudável, foi um verdadeiro quebra-cabeças, usado de forma criativa, ora saindo do backfield onde a sua velocidade fazia mossa, ora aproveitando matchups favoráveis a partir do slot ou, ainda, colocando a equipa em boa posição no terreno, no papel de retornador. Harvin não é apenas mais um elemento ao serviço de Russell Wilson. É uma arma. De destruição maciça.

2- Allen Hurns

A NFL é feita disto. De heróis inesperados, do sonho americano concretizado, depois de ultrapassar uma série de obstáculos que pareciam intransponíveis. Ao longo da história, já tivemos de tudo. Jogadores que, sendo menosprezados no draft, conseguem subir o patamar de aceitação a pulso, chegando a atingir posteriormente a glória. Outros, superando adversidades pessoais, contribuindo sempre para o colectivo. Ou ainda aqueles que, mesmo minados vezes sem conta pelo destino, conseguem ultrapassar várias lesões devastadoras para vencer. Todos os anos somos atraídos por exemplos de undrafted players que aparecem, de repente, no roster de uma equipa e fazem furor. Domingo foi o dia de Allen Hurns. Who, perguntarão muitos. Quem acompanhou, mesmo que superficialmente, as notícias sobre os training camps, ouviu falar dele. E de Josh Brown. E de Brendan Bersin. Wide receivers que tinham contra si um mundo inteiro de probabilidades. Começaram a equilibrar a balança nos treinos, mostrando qualidade. Fazer parte do roster final já foi uma vitória. E Allen Burns tem, agora, para além disso tudo, uma bela recordação que perdurará para sempre. As suas duas primeiras recepções, na NFL, foram ambas para touchdowns, colocando os Eagles contra a parede e dando aos Jaguars – e a Chad Henne – uma arma apreciável. Não deixa de ser irónico que a franquia de Jacksonville tenha gasto picks no draft de 2014 em Marqise Lee, receiver com pedigree vindo de USC, e em Allen Robinson, de Penn State, e quem brilhou (4 recepções e mais de 100 jardas) tenha sido um miúdo desconhecido, que não mereceu qualquer atenção por parte das 32 franquias, nesse mesmo draft.

3- Big Ben vintage

Chamei-lhe, na altura em que vi o lance, Big Ben vintage. O passe de Ben Roethlisberger para Antonio Brown, que culminou em TD, é uma pequena maravilha. Merece ser visualizado, vezes sem conta. Com o pocket a quebrar e a ser inundado de adversários, o quarterback dos Steelers manteve uma calma admirável, procurando uma escapatória. Encontrou-a, num movimento emulado no college por Johnny Manziel. A compleição física de Roethlisberger permite-lhe desenvencilhar de adversários, mesmo quando o sack parece eminente. Vê-lo a escapulir-se a duas tentativas de sacks, correndo para a direita, enquanto mantinha o olhar no fundo do campo, é uma imagem sublime. Tal como a bomba de 35 jardas, lançada numa espiral perfeita, que aterrou docilmente nas mãos de Brown, na end zone. Os anos passam, mas a magia continua lá. Intacta. Big Ben é de elite.

4-  JJ Watt

Pagaram-lhe milhões. Deram-lhe o estatuto de defesa mais bem pago na história da franquia. E da NFL. Sabem o que JJ Watt fez no dia imediatamente a seguir a assinar o novo e lucrativo contrato? Acordou às 4 da manhã, entrou no seu carro…e foi treinar. Exemplo de dedicação extrema, o defensive end dos Texans nunca deixaria que o rótulo de multimilionário fizesse mossa na sua reputação de defesa feroz, intratável e agressivo. Contra os Redskins foi um monstro à solta na DL. Os números podem não ser impressionantes, mas revelam bem a sua entrega denodada ao jogo. Dois tackles for loss, um extra point bloqueado, um sack, 6 QBs hits, um fumble recuperado…sofrendo sempre duplas marcações, que permitiu a libertação de colegas seus, para continuarem a atormentar RG3 e os seus pares.

5- Fake Punt

Há momentos que, analisados mais tarde, de forma analítica, permitem perceber a massa de que são feitos determinados treinadores. Os Steelers pareciam destinados a atropelar os Browns, velhos rivais de divisão. O ambiente no estádio era de festa e celebração. Até aparecer a primeira nuvem negra. Depois, a segunda. Os Browns, que pareceram patéticos até ao intervalo, começaram a marcar pontos. A recuperar terreno. A aproximar-se no marcador. O estádio silenciou os gritos efusivos. Os assobios apareceram. Primeiro, timidamente. Depois, bem audíveis, apupando o fraco desempenho da equipa da casa. Os Browns, de forma impensável, empataram o jogo a 27. Os Steelers ficaram encostados à parede, pressionados, tolhidos por um medo irracional. O ataque, até então fogoso, não conseguia progredir no terreno. O cronómetro caminhava a passos largos para o final do jogo. E nova drive dos Steelers foi parada, num 3-and-10. A bola iria para os Browns. A poucos minutos do fim. Mike Tomlin, num ambiente que se aproximava perigosamente da palavra desastre, arriscou. Ainda na sua metade do campo, chamou o special team. Para um punt. E usou um truque. Um fake punt audacioso, arriscado, quase insano. Resultou. O punt foi simulado e de lá saiu um passe. Perfeito. Para as necessárias 10 jardas. Tomlin, como todos os generais numa situação de batalha, optou por uma estratégia arriscada. Com sucesso.

6- O Regresso da NFL

Foi para isto que se aguardou, impacientemente, durante 7 meses. Acção a sério. Jogadas mirabolantes. Gestos tecnicamente perfeitos. Jogadas coreografadas ao milímetro. E touchdowns. A week 1 deu-nos imensos. Alguns memoráveis. Como a corrida de Cordarrelle Patterson, de 67 jardas, saindo do backfield naquele estilo serpenteante de correr, driblando adversários com meros movimentos do corpo. Ou a arrancada demolidora de Darren Sproles, num 4-and-1, parecendo uma seta em direcção à end zone dos Jaguars, num lance que foi o catalisador que faltava aos Eagles. Apreciem igualmente a bela recepção e corrida do veterano Steve Smith, num longo TD dos Ravens, finalizado com um stiff arm poderoso que afastou a resistência do último defensor. Ou a resposta, logo a seguir, de AJ Green, recebendo uma bomba de Andy Dalton e partindo literalmente os rins ao safety, que ficou prostrado no chão com as simulações do receiver. Vejam também a maravilhosa recepção de James Jones, agora nos Raiders, capturando uma bola em vôo, com apenas uma mão, aterrando com ela segura na end zone dos Jets. É isto, esta beleza estética do jogo, que nos cativa a todos e nos faz mergulhar, horas a fio, no visionamento dos jogos. O melhor espectáculo do Mundo está de regresso.

7- Ryan Succop

A vingança serve-se fria, certo? Esse mantra foi seguido à risca por Ryan Succop. O veterano kicker entrou na preseason com o lugar em risco. Os Chiefs resolveram trazer competição para o training camp, com Succop a alterar snaps com o novato Cairo Santos. A disputa foi intensa, sem grandes erros de parte a parte, e a decisão dos Chiefs tomou em conta o diferencial salário. Succop iria ter um vencimento anual a rondar o milhão e meio. Cairo Santos, se contratado, iria auferir 422 mil dólares e faria um milhão e meio em três anos. A deliberação foi a esperada. Cairo ficou como kicker dos Chiefs e Succop conheceu o lado amargo da vida dum profissional, sendo dispensado. Não durou muito tempo o desemprego do veterano jogador. Os Titans, que tinham dispensado Rob Bironas em Março, apesar deste ser um dos mais precisos pontapeadores da NFL, tinham um intestado Travis Coons como única alternativa para a posição. Optaram pela experiência de Succop e, ironia do destino, o primeiro jogo deste como integrante da franquia da Tennessee foi…em Kansas. Contra os “seus” Chiefs. Não titubeou na hora das decisões e marcou os 4 field goals de que dispôs, ajudando os Titans a alcançarem uma importante vitória fora de portas.

Turnovers

1- Special Team dos Redskins

O special team dos Redskins teve um ano de 2013 repleto de asneiras. A offseason foi passada a tentar desenvolver estratégias no sentido de minimizar o impacto negativo da unidade no resultado dos jogos, procurando potenciar as qualidades dos jogadores que fazem parte do sector. Esse trabalho não se viu, na week 1, em Houston, com a unidade a ser directamente responsável por 8 pontos. Primeiro, depois do TD de Darrell Young, o ponto extra foi bloqueado (por JJ Watt). Um ponto a menos. Depois, numa fase crucial do encontro, a protecção a um punt foi desastrosa, com Roy Helu a permitir que Alfred Blue, rookie running back, se escapulisse e conseguisse bloquear o pontapé. Pior. O mesmo Blue conseguiu apanhar a bola e correr com ela para a end zone adversária, marcando um touchdown que marcou claramente a diferença entre ambas as equipas.

2- Robert Griffin III

Robert Griffin III era um jogador empolgante, na sua época rookie. O uso de um verbo no passado não é um erro. Demonstra apenas que esse período já lá vai. RG3 é, actualmente, um jogador quase vulgar, falho de confiança e com evidentes limitações física. No twitter, um dos analistas que acompanho dizia, em tom de graçola, que a “estátua que RG3 tem, à entrada do estádio da universidade de Baylor, tem mais mobilidade que o próprio jogador”. Percebe-se o exagero humorístico. RG3 já não encanta com os seus scrambles. Estes já não parecem naturais, antes forçados, com o jogador a mostrar uma locomoção diferente, menos veloz e dinâmica. A operação ao joelho, para corrigir a grave lesão, pode ter debelado qualquer problema existente. Ou não. Aguardemos por novas exibições para perceber o que se passa com o quarterback dos Redskins…

3- Lesões

É o lado mais negro no futebol americano. A quantidade de lesões e as consequências devastadoras das mesmas, que penalizam os jogadores e as franquias, delapidadas de talento que muitas vezes constitui a diferença entre vencer ou perder. A week 1 foi traumática nesse capítulo. Ao ver os jogos, no red zone channel, dei por mim a apontar os atletas substituídos, com mazelas físicas que aparentavam ser graves. Sem nenhuma ordem específica: Barry Cofield, Jadeveon Clowney, Tyler Eiffert, Justin Tuck, Roberto Garza, Matt Slauson, Alshon Jeffery, Shaun Hill, Koa Misi, Derrick Johnson (suspeita de lesão no tendão de Aquiles), Vontaze Burfict (concussão, após um sack violento), Ben Tate, Evan Matthis, Dri Archer, Mike de Vitto, Jake Matthews, Xavier Rhodes. Repito. Estes foram os que eu dei conta.

4- Jeff Fischer

E agora Jeff Fischer? O head coach dos Rams, técnico experiente e conceituado, tem a árdua tarefa de devolver a franquia de St.Louis a um patamar de grandeza onde já residiu. Mesmo disputando a difícil NFC West, Fischer teve tudo: tempo, apoio e uma tonelada de picks no draft. O negócio que os Rams realizaram com os Redskins, pela cedência da pick com que estes escolheram RG3, valeu uma mão-cheia de first round picks futuras. É assim, com material deste, que se constroem dinastias, trazendo influxo de talento jovem. Mas agora, passados 3 anos dum laborioso processo, os Rams têm pouco para mostrar. O seu franchise QB não consegue manter-se saudável. A OL, mesmo sofrendo melhorias constantes, deu uma pálida imagem na abertura da nova temporada. O jogo corrido foi inexistente. O corpo de receivers pareceu vulgar. Apenas a defesa, a espaços, mostrou uma centelha de qualidade. Mas é pouco. Os Rams vinham a subir os degraus na escadaria do sucesso, de forma eficaz. 2014 parecia poder ser o ano em que pediriam meças aos Seahawks e 49ers, na luta pela divisão. Mas fazendo fé naquilo que se viu, frente aos Vikings, os Rams serão uma profunda desilusão. E Jeff Fischer ficará rapidamente no hot seat. É que já não há toneladas de picks no draft para construir um roster de qualidade.

5- Joe Flacco

Quando os Ravens venceram o Super Bowl e resolveram prolongar o vínculo contratual com Joe Flacco, a decisão parecia acertada e foi aceite quase consensualmente. Flacco foi assim transportado para o patamar restrito da elite, pago de forma principesca pelos seus serviços. Mas esse Flacco exuberante nessa post season nunca mais apareceu por Baltimore. Em seu lugar, está um clone, que comete erros primários e tem tardado a mostrar o seu valor. Nem tudo o que de mau acontece na franquia é culpa dele, mas no jogo com os Bengals Flacco mal atingiu os 50% de passes certeiros (35 em 62), com uma intercepção e uma série de decisões questionáveis. Revelou uma péssima gestão do cronómetro quando, a terminar a 1ª parte, tinha 8 segundos nas 16 jardas dos Bengals e demorou uma eternidade a tomar uma decisão, quando os seus alvos estavam tapados. O resultado? O cronómetro esgotou-se e, com ele, um fácil field goal que teria assegurado 3 preciosos pontos. Finalmente, a terminar o jogo e com os Ravens à procura do TD que lhes desse o prolongamento, Flacco sofreu 2 sacks, em lances consecutivos, incapaz de se ver livre da bola e hipotecando qualquer hipótese de recuperação. Com evidentes problemas na secundária, como se viu no TD de AJ Green (Chykie Brown e Darian Stewart foram batidos de forma infaltil) e no jogo corrido (Ray Rice está suspenso e Bernard Pierce foi relegado para o banco, após um fumble), os Ravens têm já na próxima 5ª feira um crucial jogo frente aos figadais inimigos dos Steelers. E um início de 0-2 pode ser dramático para a equipa…

6- Ray Rice

E pumba! Temos Ray Rice fora da NFL, por tempo indetermimado. O running back dos Ravens tinha merecido a benevolência da NFL, ao ser castigado apenas com 2 jogos, por violência doméstica. Goodell explicou-se, na altura, de forma algo atabalhoada, colocando o foco do castigo num sério aviso para o futuro e destacando o exemplar comportamento do jogador, na sociedade. Pois. O pior, para Goodell e Rice, ainda estava para vir. O site TMZ resolveu largar a bomba. E o que era a bomba? Um vídeo, mais esclarecedor do que o inicialmente visto, onde Rice aparece a esmurrar a noiva. Todos sabiam o que se tinha passado, mas a ausência de imagens permitia, de alguma forma, manter algum recato sobre a situação. Já era suficientemente grave ver o jogador a arrastar a inanimada mulher para fora do elevador, numa imagem digna de um qualquer cartoon. Mas agora o ultraje ficou completo. A violência do gesto, a desproporção física, a fragilidade da namorada, ajudaram a criar um enorme rastilho de indignação. E o futuro de Rice ficou em cheque. Será possível uma reabilitação futura da imagem do jogador?

7- Tony Romo

Gosto dele. E digo-o sem qualquer ponta de ironia. É o mais parecido com um herói trágico, daquelas epopeias retiradas dos clássicos da literatura grega. Alguém com qualidades acima da média, que sem qualquer ponta de pejo adopta o papel de salvador do colectivo, assumindo o grosso das responsabilidades. E, quando parece que o destino lhe reserva um final feliz, apoteótico, há sempre um pequeno grão de areia a prejudicar a engrenagem. Um turnover. Uma intercepção. Um fumble. Romo tem mobilidade, um braço capaz de efectuar a maioria dos lançamentos e a capacidade de dissecar as defesas. É, no entanto, acometido por pequenos lapsos mentais, em alturas cruciais, que deitam a perder o que de bom fez. Iniciou a nova temporada fragilizado, com os regulares problemas nas costas a debilitarem-lhe a forma como joga. Não serve de desculpa. Contra uns 49ers enredados nos seus próprios problemas, com vários jogadores nucleares lesionados, Romo vestiu a sua versão mais negra, amputando sempre qualquer hipótese dos Cowboys discutirem o resultado. Foram 3 intercepções e uma mão-cheia de pequenos erros, revelando pouca precisão no passe, errando a leitura das jogadas, forçando lançamentos em dupla e tripla cobertura. Aos 34 anos, o futuro dos Cowboys passa, cada vez mais, por encontrar rapidamente um substituto. O próximo draft mostrará isso mesmo. Começou a contagem final para Romo, em Dallas.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.