Pode parecer estranho, mas uma final entre os dois melhores de cada conferência é algo raro. Apenas oito vezes desde 1975 isso aconteceu, com a última das quais a ter lugar há 25 anos, mais concretamente em 1993, entre Cowboys e Bills. Os dois finalistas, New England Patriots e Philadelphia Eagles, terminaram a época regular com o mesmo registo, 13 vitórias e 3 derrotas. Pelo que o seu caminho acabou por ser muito similar. Viajemos no tempo para revisitar a época de cada um deles.
New England Patriots
O começo não foi auspicioso, mas com os campeões em título, já se sabe que dificilmente a prestação ficará abaixo das expectativas. Nas primeiras quatro semanas, os Patriots somaram tantas vitórias como derrotas. Uma derrota a abrir com os Chiefs, em pleno Gillette Stadium, levantou questões, e nova derrota caseira na quarta semana, frente aos Panthers, reforçou-as. Porém, os Patriots não se abateram e daí para a frente a história foi a de sempre. Vitórias, vitórias e mais vitórias. Oito seguidas, com uma derrota de permeio em Miami, e mais três a fechar a época regular.
Equipa com mais jardas, a segunda com mais pontos, a segunda com mais jardas de passe e a 10ª com mais jardas de corrida. Assim são os Patriots em termos ofensivos. E se o ataque é a sua principal arma, a defesa não fica muito atrás: terceira melhor defesa em jardas por jogo, a terceira melhor contra a corrida e a sexta melhor contra o passe.
Uma equipa à imagem do que tem sido a era de Bill Belichick e Tom Brady em Boston. 15 títulos de campeão de divisão. Outras tantas presenças em Playoffs (a última vez que falharam foi há 10 anos quando Brady, por lesão, falhou toda a época). Oito títulos da AFC, que valeram oito idas ao Super Bowl, com cinco vitórias, duas derrotas. Este domingo se verá se soma a sexta vitória que lhes permitirá igualar os Steelers como os líderes de vitórias no jogo mais importante do ano.
Terminemos esta análise com a performance dos campeões nos playoffs deste ano, uma vitória fácil sobre os Titans, no fim-de-semana divisional, seguida da final de conferência contra os Jaguars, que foi muito equilibrada, com os Jags a dominarem o marcador durante boa parte do encontro, mas com Brady e companhia a fazerem o comeback habitual, no quarto período, para mais um título.
Philadelphia Eagles
De regresso às grandes decisões, os Eagles foram uma das surpresas da época. A última vez que foram aos playoffs foi em 2013 e a história foi rápida, ao cairem em casa frente aos Saints. Mas este século até tem sido muito positivo para a equipa de Philadelphia que teve uma primeira década fantástica, com presenças assíduas no playoff. Há um ano, a chegada do rookie QB Carson Wentz foi um novo sinal de esperança. E no segundo ano, o jovem QB mostrou porque foi a segunda escolha de todo o draft de 2016. Wentz liderou em jardas de passe, com um registo que parecia conduzi-lo a números ímpares. Só que já na fase final da fase regular, no seu 13º jogo de 2017, uma lesão nos ligamentos do joelho puseram fim a um ano de sonho e que se pensou poderia representar o fim do sonho dos Eagles.
Mas nem isso travou a equipa de Doug Pederson. Nick Foles, que muitos acharam que não estaria à altura depois de não ter aproveitado oportunidades nos Buccanneers e Bears, mostrou que os prognósticos de que poderia vir a ser um QB de muita qualidade na NFL ainda se vão a tempo de confirmar.
Tal como os Patriots, começaram com vitórias e derrotas nas duas primeiras semanas, mas ao invés dos campeões, rapidamente se endireitaram com nove vitórias seguidas, sempre com números assombrosos a nível ofensivo, com o menor número de pontos nesse período a serem 26, o resto foi tudo acima, maioritariamente acima dos 30. Seguiu-se derrota em Seattle mas a resposta foram três vitórias, já com Foles no lugar de Wentz. A última derrota chegou no último jogo, em que os Eagles jogaram com segundas linhas pelo que o resultado acabou por significar pouco.
Nos playoffs, a vitória inicial frente aos Falcons não foi fácil, mas a final de Conferência foi um verdadeiro massacre sobre os Vikings, algo inesperado pois a equipa de Minnesota partia como favorita para poder ser a primeira equipa a jogar um Super Bowl em casa. Mas Foles liderou os Eagles para uma vitória retumbante, alicerçada num ataque explosivo e numa defesa de referência.
Os Eagles terminaram com o terceiro melhor registo de pontos, o terceiro melhor registo de jardas de corrida e com uma defesa fantástica, a segunda melhor, quinta contra o passe e segunda contra a corrida.
Este domingo será uma oportunidade única para os Eagles vingarem a derrota frente aos Patriots em 2005, por 24-21, e tentarem conquistar o seu primeiro Super Bowl, depois de duas derrotas em outras tantas presenças.