Necessidades das Equipas: New Orleans Saints
Não é necessário relembrar, mas 2012 foi um ano para esquecer, em New Orleans. As questões off-the-field assombraram a preparação dos New Orleans Saints, com consequências visíveis na regular season. O tonitruante “Who Dat’” quase que desapareceu das bancadas, com o rancor a fermentar em doses elevadas, depois dos castigos aplicados na sequência do escândalo do bounty gate. Se houve algo que feriu a organização, mais do que tudo, foi a ausência do head coach Sean Payton, afastado do convívio da equipa durante um penoso ano. O recorde final, de 7-9, foi amortecido pela recuperação encetada após o início com 4 derrotas consecutivas. Um assomo de dignidade levou a franquia a fazer sonhar os seus adeptos, crentes num épico apuramento para os playoffs. Não foi possível. Pese o ataque demolidor, com talento de sobra para atemorizar qualquer rival, as lacunas gritantes no roster impediram a chegada a bom porto. No entanto, pese tudo, existe uma aragem de esperança, com uma excitação visível, após o regresso de Sean Payton. A dispensa de Steve Spagnuolo, do cargo de coordenador defensivo, após uma atroz temporada que colocou a equipa como a que mais jardas cedeu, na história da competição, e a sua substituição por Rob Ryan, são apenas o início da profunda remodelação que aguarda a franquia do Louisiana. A chegada de Rob Ryan anuncia a alteração da defesa para um 3-4, numa procura de concertar os erros do passado. Quais são as grandes necessidades dos Saints, para que se possam assumir como contendores ao Super Bowl?
Pass Rusher
Spagnuolo, neófito em 2012 na organização, tentou apagar todos os traços da existência de Greg Williams, o seu antecessor do posto e um dos arquitectos do sistema de recompensas que levou ao bounty gate. A equipa, uma das que mais blitzes praticava, passou a ser uma das que menos extra rushers colocava nas jogadas, deixando a tarefa disruptiva entregue quase essencialmente aos 4 homens da frente. O resultado não foi o esperado, com Will Smith e Cameron Jordan a serem incapazes de pressionarem os quarterbacks adversários de forma consistente. Se Cameron Jordan tem potencialidades, tendo sobressaído como run defender, Will Smith poderá ser uma das baixas casuístas, devido ao seu massivo salário e à quebra de produção. Uma defesa 3-4 vive essencialmente da pressão que os OLBs geram como pass rushers. Os Saints têm dois potenciais candidatos para os lugares em questão. Martez Wilson e Júnior Galette (que é restricted free agent) terão uma verdadeira prova de fogo, dado que até agora eram usados em esquemas situacionais como defensive ends, no anterior 4-3. Serão capazes de manter a produtividade, usados em quase todos os snaps? Será uma das incógnitas da temporada, mas parece evidente que a equipa terá que procurar alternativas no mercado ou draft, nem que seja para aumentar a profundidade da posição. Se o draft parece pejado de talentos para o pass rush, o mercado de free agents tem também alguns nomes que podem ser aproveitados pelos Saints. Com um cap space que obrigará a redução de custos, não será provável a procura dum nome estrelar, mas jogadores de low profile como Victor Butler (Cowboys) serão bem vindos.
Safety
Numa secundária que levou o termo porosa até níveis obscenos, a dupla de safeties foi crucificada pelas críticas. Foi evidente que Malcolm Jenkins e Roman Harper foram péssimos na coverage, duplicando erros também nos tackles, onde revelaram serem de pouca confiança. Numa altura em que a especulação abunda, comenta-se que Roman Harper pode ser igualmente uma baixa, devido ao cap, tornando ainda mais imperiosa a necessidade de reforços. Os Saints, se quiserem estancar o jogo aéreo dos adversários, terão que arranjar um jogador plug&play, apto a ser titular desde o dia 1. O draft, sendo uma incógnita, poderá ser usado para retocar a posição, mas é provável que seja pescado alguém da free agency. Aí, para além de Ed Reed, com o anel de campeão no dedo, outros nomes podem ser aventados. Existe um de quem particularmente gosto. O free agent Glover Quin seria um upgrade imediato no posto, tal como William Moore ou Jarius Byrd. Quin, por exemplo, tem tido sucesso no emparelhamento contra os tight ends adversários, mostrando capacidade acima da média na cobertura do jogo aéreo.
Defensive Lineman
Com a mudança para 3-4 torna-se difícil projectar quem serão os titulares e quem se conseguirá adaptar a novas funções. Se Cameron Jordan parece ter a capacidade para ser um end dinâmico, devido às características contra o jogo corrido, quem poderá ser o nose tackle requerido? Brodrick Bunkley, que foi um monstro nos Broncos, jogando como defensive tackle, pode dar um passo em frente e assumir-se como nose tackle. E do outro lado, oposto a Jordan? Apenas dois backups, com uso pouco regular. Akeim Hicks e Tom Johnson ainda têm muito que provar, antes de assumirem o papel de protagonistas. Com uma mudança drástica de esquema, o reforço da linha era bem-vindo, impedindo que as normais dificuldades de adaptação custassem vitórias. Sedrick Ellis é free-agent, não parecendo que vá ficar na equipa, o que aumenta a urgência de reforços. No mercado existe um jogador com características perfeitas para o que é pretendido. Ricky Jean-François, dos 49ers, é um jogador polivalente, podendo fazer qualquer posição na linha da frente. Jogou mais de metade dos seus snaps, nos dois últimos anos, na difícil e exigente posição de nose.