Power Rankings 2013: A Analise Week 6
Para quem não sabe os Power Rankings são a classificação teórica que se dá às equipas antes de a época começar. Isto é, em função de como as equipas se reforçam na Free Agency e no Draft e em função de como se comportam nos training camps e na pré-epoca, vai-se alterando o ranking da equipa, podendo ficar mais forte ou mais fraca por saídas e lesões. Depois dos Power Rankings da pré-epoca, todas as semanas se vão actualizando os Power Rankings em função das derrotas e vitórias das equipas ao longo das jornadas do campeonato.
A cada três semanas vamos trazer aos leitores deste blogue as actualizações das subidas e descidas dentro dos Power Ranking. A base da nossa análise é ver como se alteram os rankings iniciais depois de uma desgastante época. No fundo é a melhor maneira de medirmos o verdadeiro sucesso que cada equipa está a ter na época. É também a melhor maneira de vermos quem se superou e quem defraudou expectativas.
1º O Grupo da Frente: Território: Paradise
Análise: Começamos com honras à grande surpresa até à data: Kansas City. Numa época até agora imaculada, venceram todos os jogos e têm no score um rotundo 6-0. Ou seja este ano em 6 semanas já ganharam três vezes mais jogos que a época de 2012 inteira. E o que mudou? Não foi na defesa, pois já no ano passado tinham uma grande equipa defensiva onde se destacavam jogadores como Tamba Hali e os corners Dunta Robinson e Brandon Flowers. A grande diferença que sustenta este score é no ataque e nos turnovers que deixaram de cometer. A boa gestão de bola do conservador Alex Smith e o sucesso do running game de Jamaal Charles em muito têm contribuído para isso. Mas para mim existe um factor mais importante que justifica este score: As primeiras seis semanas do calendário dos Chiefs estão recheadas de equipas acessíveis. Os Jaguars, Tenesse, Oakland, Giants e Eagles. E o único jogo mais difícil que tiveram foi com os Cowboys em casa. Até jogarem com Denver e com os Colts, não terão grandes desafios pela frente. A acompanhar.
Depois entramos no Grupo dos que habitualmente estão à frente: Os Denver, assentes num Peyton Manning estratosférico e que partir deste semana voltam a contar com Von Miller na defesa. Os Patriots ainda em euforia depois de uma vitória na W6 a culminar mais um glorioso drive de Tom Brady. E os Green Bay que sem barulho se mantêm-se no grupo da frente. Facto curioso destas duas equipas é que tantos os Patriots como os Green Bay sofrem do mesmo mal. I.e. a falta de receivers. As lesões de Randall Cobb e Danny Amendola este fim-de-semana agravaram ainda mais o tema. Creio que nos próximos dias vamos ter novidades nestas equipas pois já se fala numa troca com os Titans por Kenny Britt ou um movimento para adquirirem um dos receivers dos Steelers.
Os depois os menos espectaculares Seahawks e Bengals. Duas equipas de grande potencial que teimam em não fazer grandes jogos. Apesar de se manterem no grupo da frente, com scores bem positivos e com aspirações dentro das suas divisões e conferências, perdem gás frente a equipas que parecem mais dinâmicas. Os Seahawks como provou a derrota em Indianápolis têm-se ressentido na defesa onde deviam ser mais fortes e os Bengals na ligação entre Andy Dalton e AJ Green que está mais fria que um esquimó à porta de casa em tronco nu. No lado dos Seahawks, se a defesa jogar no seu potencial e com a volta de Russel Okung e Percy Harvin resolvem-se todos os problemas de curto prazo da equipa. Já do lado de Cincinatti as coisas podem levar mais tempo. Mas em contra ponto o despontar de Giovani Bernad está a trazer novas opções e muito sucesso no jogo corrido.
De salientar a volta aos grandes dos 49ers. Três vitoriais seguidas frente aos Texans, Rams e Cardinals trouxeram de novo esta excelente equipa para o grupo que lhe é devido. Factores importantes para este ressurgimento assentam na estabilidade de Colin Kaepernick e no jogo agressivo de Frank Gore que está a destruir defesas. Duas vitórias dentro da divisão tiram todo a possibilidade aos Seahawks de cometerem erros contra outras equipas da divisão como lhes é habitual. Adicionalmente um facto: Até jogarem com os Saints os 49ers têm um calendário muito fácil. Acredito que os 49ers nas próximas semanas vão subir mais uns bons lugares nos power rankings.
Finalmente os outsiders que no inicio da época não estavam neste grupo. Os Colts e os Saints. Indianápolis está a conseguir resultados muito bons contra equipas muito fortes e depois perdem com os Chargers e Miami. Com a forma fabulosa de Andrew Luck, TJ Hilton, Reggie Wayne e com uma defesa a jogar muito bem. Creio que se instalou um certo conforto e um certa sobranceria na equipa que lhes fez perder o jogo em San Diego. Pode ser que tenham aprendido e que encarem o teste de fogo com Denver na W7 com outra atenção. Mas numa divisão com os Texans destroçados creio que facilmente vão atingir os play-offs pelo segundo ano consecutivo.
Sendo eu um adepto confesso de Seattle sem dúvida a equipa que neste momento mais me assusta na NFL são os Saints. Sean Peyton está a cumprir a profecia do messias salvador. Com a sua volta temos novamente um ataque demolidor liderado por Drew Brees e apoiado em Marques Colston e Jimmy Graham, a um nível máximo de elite. Darren Sproles voltou a dar jogo pelo chão à equipa. E acima de tudo uma defesa onde se destaca o rookie safety Kenny Vaccaro a ajudar a ganhar jogos. De resto só por um milagre (E por um holding não marcado) é que não estão com um score de 6-0. Um caso sério a seguir de perto nos próximos tempos, mas para mim também uma certeza. Dos paly-offs este ano ninguém os tira. E não é pela hecatombe de Atalanta, é por mérito próprio.
2º O Grupo do Meio: Território: Middle Earth
Análise: Como bem dizíamos no princípio da época este grupo seria habitado pelas potenciais surpresas para o bem e para o mal. E se para o bem já escrevemos das enormes evoluções dos Colts e Saints. Para o mal estão um número enorme de equipas sobre as quais vamos escrever em grupos situados mais abaixo.
Assim na análise deste grupo vamos fazer duas subdivisões: Primeiro os sobreviventes que são os Bears, os Dolphins, e os Cowboys. São equipas que estão dentro das expectativas com um início de campeonato sólido. Nota para os Cowboys e para a derrota no jogo com Denver que será recordado com um dos melhores de sempre da NFL. Não acabo de entender completamente a polémica que se gerou à volta da intercepção a Tony Romo no fim do jogo e que deu a vitória a Denver. Ter um QB desta qualidade é raro e completamente aspiracional para pelo menos outras 28 equipas da NFL. Não vou descrever a evidente qualidade do roster de Dallas. Se no inico da época existiam tantas dúvidas, para mim o facto é que agora existem poucas: Os Cowboys são os verdadeiros candidatos a ganharem a NFC East. Em Chicago com a dupla Brandon Marshall / Jay Cutler a funcionar e a ganhar jogos reside uma concreta (mas não única) ameaça dos Packers. Miami deste trio parece-me o elo mais fraco. Não só pelas lesões que assolam e enfraquecem a equipa mas especialmente pela inconsistência de Ryan Tannehill que demora em afirmar-se. As derrotas nas últimas duas semanas provam a sua fase descendente.
Em segundo o subgrupo dos Bastardos de Brazão. Ou seja equipas que pouca gente ou que ninguém dava nada por elas e que estão a ter um início de época bem acima das espectativas. Porque merecem, vamos analisar uma a uma as que mais se têm destacado:
Os Detroit Lions. Um registo de 4-2 é muito bom. Melhor ainda se notarmos que Calvin Johnson o melhor WR da liga tem estado lesionado ou a jogar condicionado. O facto é que Matt Stafford parece ter encontrado uma arma temível em Joseph Fauria. Um undraft rookie de UCLA que contra os Browns apanhou a bola para 3 TD (! Eu já o escolhi para a minha equipa da Fantasy). A jogarem assim os Lions tornam a NFC North na divisão mais disputada e interessante que de algum modo ajuda a superar as desilusões que as outras divisões da NFC têm sido.
Os San Diego Chargers. Vou contar-vos duas histórias. A de um quarter back acabado e em decadência que de repente começa a jogar como se fosse um dos melhores do mundo com números que provam que é um dos melhores do mundo.Numa equipa carregada de lesões Rivers consegue ligações perfeitas com Antonio Gates e Eddie Royal, tudo sobre a protecção de King Dunlap. Parece um enredo de filme típico onde o herói supera os traumas e as adversidades. Vamos ver se este filme tem um final feliz. A outra história é mais improvável e se calhar mais importante. É a história de um punter. Uma posição que ninguém liga e que , ao contrario dos kickers, não ganha jogos. Pois em San Diego joga um punter que se chama Mike Scifres e que só no último jogo contra os Colts meteu 6 punts: 4 deles nas 10 jardas e 2 deles nas 5 jardas defensivas de Indianápolis. Eu nunca tinha visto. Mas para aqueles lados acontece frequentemente e merece ser contado.
Depois dentro deste grupo de bastardos com brazão aparecem os Tenesse Titans, os Philadelphia Eagles, os NY Jets, osPhiladelphia Eagles e os Cleveland Browns. No meu entender e ao contrario das equipas de cima. Mesmo estando muito bem posicionadas têm menores aspirações porque têm defeitos mais evidentes e menos remediáveis. Os Titans assentam o seu jogo num modelo de defesa e running game. Estão bem na parte da defesa mas com o RB Cris Jonhson a correr menos de 50 jardas por jogo dificilmente vão chegar mais alto que esta posição. Os Jets apoiam-se numa boa defesa, mas depois têm em Geno Smith um QB trágico-cómico que altera o melhor com pior com uma facilidade desconcertante. Os Eagles de Chip Kelly não conseguem exorcizar os fantasmas da escolha definitiva de um QB e isso dá-lhes instabilidade e inconsistência. A seguir a grandes jogos, sofrem derrotas magníficas. De qualquer modo neste momento são com os Cowboys os mais sérios contenders a ganhar a NFC East e se encontarem consistência podem ser perigosos. Os Browns conseguiram dar a volta por cima à saída do Trent Richardson, abrir o jogo de pass com jogadores excitantes com Jeff Gordon e Travis Benjamin. E depois têm o Brandon Weeden a puxa-los permanentemente para baixo. Um conselho de amigo: Olhem para o que os Vikings fizeram e livrem-se do homem!
Uma referência final para os Ravens. Não me parece boa política uma equipa que pagar um balúrdio a Joe Flacco, para depois viver órfã de receivers. Sem Dennis Pitta e sem Anquan Boldin e dependente do running game de Ray Rice e de Bernard Pierce… Não me parece boa ideia. A prova final desta má gestão está na incapacidade ofensiva dos Ravens que esteve bem evidente este fim-de-semana passado no jogo contra os Packers.
3º O Grupo de Trás: Território: The Wastelands
Análise: Os antigos renegados deste grupo, na sua maioria estão agora a viver no andar de cima. Enquanto e em sentido inverso muitas das potenciais promessas do andar de cima estão a viver aqui neste limbo. No campo dessa potencias promessas mas que não vão passar disso mesmo estão os Rams. Está bem que esmagaram os Texans em Houston, mas jogaram contra uma equipa sobre brazas perseguida pelos seus medos. Sim, o Sam Bradford tem sido efectivo. Mas em geral é uma equipa mais fraca que o ano passado e que até agora só ganhou jogos muito fáceis. Em sentido inverso os Cardinals são uma equipa com potencial para fazer muito mais, com muitas armas e com o melhor coner da liga Patrick Petersen (a começar a jogar snaps ofensivos!), mas que têm em Carson Palmer um QB lento e previsível que não é Kurt Warner. Pode ser que dê uma de Philip Rivers e acorde para a vida, mas duvido muito que consiga. Já os Panthers estão no grupo debaixo fruto de derrotas em campos teoricamente mais fáceis. A consistência do running game de outros anos tem faltado pois a falta de ambição de Ron Rivera já é histórica. Não acredito que o head coach de Carolina aguente mais uma época, se calhar já nem devia ter começado esta.
Depois a boa surpresa que têm sido os Raiders, numa época de construção creio que conseguiram encontrar um QB em Terrelle Pryor e os Bills que mesmo com EJ Manuel fora da equipa continuam a disputar cada jogo e cada vitoria não apenas numa perspectiva de defesa, mas acima de tudo numa perspectiva de ataque onde mesmo faltando CJ Spiller tem aparecido Fred Jackson. As últimas notícias dão Matt Flynn com o novo QB dos Bills. Aqui uma certeza, mesmo que Matt Flynn não chegue a entrar em campo de certamente Jeff Tuel vai-se superar e tornar-se num grande QB. É que a história da carreira de Flynn não é jogar, é mais meter QB Underdogs a jogar muito ao ponto de ficarem titulares. Diz o povo que não há duas sem três.
Depois as desgraças absolutas, os Houston Texans primeiro. Acreditem que para mim é o melhor roster da NFL. A equipa mais completa e equilibrada num dos rosters de maior profundidade. A hecatombe de Houston desde a injusta derrota em over time frente a Seattle para mim só tem uma explicação: O modo cretino, dramático e exagerado com que determinadas situações são vistas na NFL. A famosa teoria de que um momento no jogo pode ser determinante para uma época. Toda a agitação que se levantou à volta desse momento fez com que a profecia se autoconcretizasse. Meteu Matt Schaub a jogar em cima de um vulcão. Obrigou o play book a tornar-se mais conservador e previsível. Deixou os adeptos à espera da desgraça em vez da vitória, e por ai fora… Nunca tinha visto uma queda tão alta e tão depressa. Mas a mim não me enganam, mesmo com Matt Shaub que é um QB muito regular ao nível de um Alex Smith, quando as coisas estabilizarem vêem por aí acima. E vêem furiosos!
Épocas perdidas têm os Atlanta Falcons que com uma queda de 21 lugares e um score de 1-4 são das piores equipas da liga e osWashington Redskins que têm o mesmo score de 1-4 mas caíram apenas 17 lugares (!). Ao contrário dos Texans são equipas que dificilmente vão recuperar da queda pois não têm no roster substancia suficiente para o fazer. Assim como os Kansas City Chiefs do ano passado vão ter um calvário enorme para atravessar. Mais para os Falcons pois sem Julio Jones e com uma defesa mais fraca não passam de uma equipa vulgar. Os Redskins podem fazer muito melhor e se RGIII não é tão bom como o pintaram o ano passado, asseguro que não é tão mau como o estão a pintar este ano. Espero que a desilusão colectiva que se vive na capital não interrompa um processo de renovação da equipa através do draft e se voltem as asneiras da free agency de outros anos. Mais até porque com a época perdida o melhor é recuperar o seu muito bom QB fisicamente e meterem-se a jeito nas escolhas do Draft.
4º O Grupo do Fim: Território: The Killing Fields
Análise: Vikings, Steelers, Buccaneers e Giants. Um contentor carregado de ouro mas em absoluto desperdício. A análise aqui nestas equipas é a mais fácil de todas. O que havia para correr mal: Correu mal. Nos Vikings podia faltar o QB e faltou. Vamos ver se Josh Freeman resolve o tema. Nos Steelers podia faltar defesa e terem problemas no ataque por causa das muitas lesões que assolam a equipa e tiveram. A única vitória conseguida é contra os Jets de Geno Smith contra quem conseguiram a primeira intercepção da temporada. Em resumo: Muito pouco. Em Tampa uma equipa de bons jogadores, mas retalhada, sem conjunto e sem fio de jogo corria o risco de desmembrar-se e desmembrou-se. Greg Schiano já encontrou um bode expiatório em Josh Freeman alvo de um processo ignóbil. Vamos agora esperar para ver quem vai cair a seguir? É patético ver estas novelas numa equipa que tem Vincent Jackson, Dashon Goldson; Darrelle Revis; Doug Martin e que começa em Mike Glennon uma nova etapa. Finalmente os Chiefs de 2012… Desculpem! Enganei-me os Giants de 2013. Mas o mal é o mesmo. No fundo a explicação aqui é simples: Quem bate records de turnovers, bate no fundo.
Uma palavra final para o Jaguars: Eu gosto deles. Gosto porque têm o Gus Bradley que é o meu head coach favorito. Porque têm um bom running game e porque são uma equipa que joga para a frente apesar das enormes deficiências que têm no roster. Mas também gosto se calhar por serem fraquinhos e não fazerem mal a ninguém. Na Week 6 disputaram o jogo com os Broncos, deram luta e ainda me fizeram sofrer um bocadinho. O Chad Henne é claramente melhor que o Blaine Gabbert, mas não é solução. Fica aqui um apelo ao management de Jacksonville: Por favor contratem o Tim Tebow. Pior QB que os que vocês lá têm não é. Sempre vendiam mais uns bilhetes e sempre nos divertiam mais a todos nós muito mais, mas mesmo muito muito mais. Please?!
Os Power Rankings seguem dentro de 3 semanas…