San Francisco 49ers at Seattle Seahawks
1 | 2 | 3 | 4 | F | |
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San Francisco 49ers | 0 | 0 | 0 | 3 | 3 |
Seattle Seahawks | 0 | 5 | 7 | 17 | 29 |
A Ressaca Parte II
No início da época o site oficial de NFL seleccionou um número restrito de jogos que considerou os mais importantes da época. Este jogo estava entre essa elite e classificado como um dos mais interessantes. As razões para este entusiasmo à volta desta partida eram várias:
- Jogavam duas das equipas mais fortes da NFL. Respectivamente a primeira mais forte dos Power Rankings os San Francisco 49ers versus a terceira equipa mais forte os Seattle Seahawks.
- Além destas duas equipas estarem no pódio dos potenciais vencedores do troféu Lombardi. Ambas as equipas disputam a mesma divisão. A híper competitiva NFC West.
- O facto de o jogo ser em Seattle. Casa dos Seahawks. Tornava o jogo ainda mais interessante, não apenas por ser um dos estádios onde o público mais vibra com o jogo. Mas também porque em casa os Seahawks têm-se mantido praticamente imbatíveis e esta seria uma excelente oportunidade para acabar com essa invencibilidade. Mais importante ainda seria bater os Seahawks depois da humilhante vitoria que a equipa de Seattle infligiu à de São Francisco no final da regular season da época passada.
- A importância de quem ganhar a divisão passa pela vantagem de ter mais jogos dos playoffs em casa. Factor que pode ser determinante para estas duas equipas irem mais longe nos playoffs.
- Por tudo isto já durante a época passada e especialmente durante a off-season existiu um clima de guerrilha e provocação permanente entre as duas equipas, que culminou com a troca de mensagens nas redes sociais entre jogadores das duas equipas com perolas e ofensas pelo meio com provocações aos “She-Hawks” e aos “Fourty Winers” (Antony Dixon e KJ Wright Dixit).
O Jogo
Foi um jogo que teve um arranque típico ente duas equipas que se receiam. Muito cauteloso e muito controlado com uma aposta clara no running game para se evitar turn-overs e a deixar correr o relógio sempre a contar com uma falha do adversário. Este facto fez com que se chegasse ao fim do primeiro período com 0 a 0 no marcador, período onde duas das melhores defesas da liga se equivaleram. Apesar deste equilíbrio inicial sentiu-se já com alguma predominância dos Seahawks que por essa altura tinham já conseguido arrancar o primeiro turn-over a Colin Kaepernick.
No segundo quarter começa já a verificar-se uma inversão na tendência do jogo quer ao nível do ataque, quer ao nível da defesa. Ao nível do ataque o muito forte running game dos Seahawks comandado por Marshawn Lynch começava já a abrir brechas no front seven do 49ers. Pontualmente aparecia também Russel Wilson com uma boa gestão de jogo a fazer a equipa avançar no terreno. Ao mesmo tempo começamos também a ver a que defesa dos Seahawks conseguia abafar o jogo ofensivo dos 49ers, com um front seven que não deixava Frank Gore ganhar espaços (e Frank Gore tem um histórico de fazer sempre boas jogos contra os Seahawks). Isto aliado a uma secundaria absolutamente irrepreensível que limitava o passing game dos 49ers praticamente a nada.
Assim conforme o jogo se desenrolava o passing game dos 49ers faziam adivinhar a cada tentativa de passe um potencial turn-over a favor da equipa de Seattle. Numa altura que o jogo estava ainda bastante equilibrado, não foi estranho que os primeiros pontos do jogo tenham sido conseguidos pela defesa de Seattle com um safety depois de um holding na área de TD dos 49ers. Posteriormente um ganho territorial dos Seahawks foi recompensado com um pontapé aos postes de Steven Hauschka e levou o jogo para intervalo com um resultado de 0-5.
Quem acompanha de perto os jogos dos Seahawks (como é o meu caso), sabe uma verdade que para aquela equipa é quase matemática. Eles começam quase sempre devagar mas acabam muito fortes. Existem duas razões de fundo para isso. Não só são uma equipa muito física (talvez a mais forte da liga), como têm uma profundidade extraordinária no roster. É impressionante a quantidade de gente nova que eles metem em campo em diferentes alturas do jogo e nem se nota a diferença na intensidade, mesmo que os habituais titulares não estejam nos snaps. Já defesa de São Francisco baseada numa menor rotação e mantendo a maioria dos seus titulares em campo começou fraquejar ao mesmo tempo que o ataque começou a perder bolas para a equipa de Seattle.
Assim a defesa dos 49ers já cansada começou a apanhar com o adversário ter os seus drives em terrenos perigosamente perto da sua redzone. Se no terceiro período ainda conseguiram os seus únicos pontos com field goal contra o primeiro running touchdown de Lynch dos Seahawks. No último e quarto quarter foi o descalabro total. A pressão da defesa azul tornou-se sufocante, os turn-overs recorrentes, o running e passing game dos Seahawks devastador e a equipa de São Francisco nessa altura já em dificuldades foi ao tapete e não mais se levantou. Mais dois Touchdowns de Lynch que com um field goal convertido fecharam o marcador.
Tudo isto num jogo onde para gáudio do público de Seattle os acontecimentos e resultado fizeram com que se batesse o record mundial de ruido num estádio desportivo. Long live the 12th Man! Dizem para aquelas bandas.
Links
Highlights: http://www.nfl.com/videos/nfl-game-highlights/0ap2000000245248/GameDay-49ers-vs-Seahawks-highlights
As nossas Escolhas
MVP

O running back Marshawn Lynch dos Seattle Seahawks é o MVP do jogo
Foto de Steven Bisig-USA TODAY Sports
Marshawn Lynch. Com 3 TD não podia existir outra escolha. 98 jardas de rushing e 37 jardas em Receiving. É sem dúvida o homem do jogo. Demolidor e em Beast Mode foi imparável. De negativo só a forma provocatória como concretizou dois dos seus três TD. Isolado a passar a linha de TD, devagar. Muito devagar. Em modo claramente provocatório para os adversários. Era desnecessário.
Positivo
A fantástica defesa de Seattle especialmente a famosa secundária conhecida com Legion of Boom, composta por Richard Sherman; Earl Thomas, Kam Chancellor e Walter Thurmond (a substituir Browner). Onde praticamente todos eles conseguiram uma intercepção. Quando estão em campo,não são apenas irrepreensíveis no coverage como muitas vezes parecem mais perigosos que a própria linha ofensiva devido à capacidade de atacar a bola.
Uma palavra para os pass rushers: Do lado dos 49ers uma grande presença e jogo de Aldon Smith claramente acima de todos os outros na equipa. Acabou por ser o único elemento disruptivo que várias vezes parou o ataque adversário. Pena para os 49ers mais ninguém ter estado ao seu nível. Já a meter respeito também os free agentes pass rushers de Seatlle. Michael Bennett e Clif Avril num jogo a 1000Km/h onde não deram um segundo e um milímetro de descanso a Colin Kaepernick e ao pocket dos 49ers. E muita atenção: Estamos a falar de uma equipa que jogou sem Chris Clemons, Brandon Browner, Bruce Irvin e Percy Harvin (!)
Duas menções adicionais: Para a já referida profundidade e juventude da equipa de Seattle e para o desportivismo de Jim Harbaugh a reconhecer a superioridade do seu adversário. Desta vez e para variar. De parte a parte não existiram picardia e azedumes no fim do jogo. Ficamos todos a ganhar.
Negativo
O pior jogo de sempre de Colin Kaepernick tinha que o trazer para a zona vermelha. A espaços quase parecia assustado e sem saber o que fazer. Mas estando com o passing game fechado acabou por ser o melhor no running game da equipa, muito a frente de um fraquíssimo Frank Gore com um jogo para esquecer. Jogo para esquecer tiveram os receivers das duas equipas em geral. Pior apenas Anquan Boldin que depois de uma week 1 de sonho contra Green Bay desceu aos infernos em Seatlle apenas com 1 recepção no 4º quarter e 7 jardas para apresentar.
Também negativo as lesões de Ian Williams dos 49ers num tackle legal mas estupido e a lesão do rookie safety E. Reid. Finalmente e em tom negativo o meltdown geral dos 49ers que começa a ser moda cada vez que jogam no Century Link Field. Só nos últimos dois jogos o score é de 16-71. É um desafio para os 49ers quebrarem este ciclo antes que se torne tradição. Até lá estão de ressaca e já vamos na parte II.