No Huddle: NFL 2016 Week 5
Como já vem sendo hábito, a semana da NFL abriu com um jogo de vencedor anunciado… Os Cardinals, mesmo com um começo de ano desastroso, venceram sem grande dificuldade em São Francisco os 49ers por 33-21. O destaque vai mesmo para o anúncio da perda da titularidade de Blaine Gabbert em favor de Colin Kaepernick. Do jogo apenas é justo realçar mais uma tremenda prestação de David Johnson.
Sem história seria também a vitória sem espinhas dos Patriots em Cleveland por 33-13, não fosse o regresso de Tom Brady aos relvados após a ausência por suspensão nos quatro primeiros jogos. E voltou a matar, com uma prestação perfeita! Também contra os Browns… Sobre a equipa do Ohio, apenas referência a mais um QB lesionado. Ou melhor dois, é que o suplente entrou e também se lesionou. Parece anedota, mas não é, pelo menos para os adeptos dos Browns, para todos os outros fãs de NFL, só dá mesmo para rir. Os Browns são a equipa da Lei de Murphy, quando algo pode correr mal, vai mesmo correr. Apenas uma equipa rivaliza com eles a este nível, mas lá chegaremos…
Surpresa houve em Detroit, com os Lions a imporem a primeira derrota aos Eagles, pela margem mínima, 24-23. Carson Wentz lançou a sua primeira interceção ao seu 135º passe da carreira na NFL, mas tem a sem favor tê-lo feito na última drive, quando tentava por tudo levar a equipa para zona que permitisse o pontapé que desse a vitória. A jogava decisiva foi um fumble de Ryan Matthews (continua a ser muito pouco fiável devido aos vários fumbles) que permitiu aos Lions recuperarem a bola e converterem um Field Goal que os deixou na liderança. Tudo graças a Darius Slay, que provocou o fumble e, mais tarde, viria a intercetar o passe longe de Wentz na última posse de bola dos Eagles. Mas Wentz merece mais uma vez muitos elogios. É de facto o Real Deal, até ver. Esteve perfeito e não foi o passe falhado que mancha essa exibição.
Entre duas equipas que pouco ou nada convencem, os Colts bateram em Indianapolis os Bears por 29-23. A equipa de Chuck Pagano foi mais eficaz no final, num confronto muito equilibrado. Frank Gore teve um grande jogo, mostrando que apesar de idade continua a ser um RB de referência da NFL. Destaque ainda para o jogo do QB dos Bears Brian Hoyer que parece ter convencido, apesar da derrota, podendo assim terminar a era de Jay Cutler na Windy City.
Os Titans conseguiram a segunda vitória em 2016 após irem à Florida bater os Miami Dolphins por 30-17. O furacão Matthew não foi claramente o único a arrasar o Sunny State esta semana, mas no caso dos Dolphins, isso também não é surpresa. Os Titans voltaram a mostrar um jogo de corrida muito poderoso, graças a uma OL que abre buracos nas defesas contrárias com grande facilidade. DeMarco Murray agradece!
Mais um jogo decidido na última posse de bola nas partidas onde os Ravens estão em campo. Foi assim em todos os seus jogos este ano, mas a tendência inverteu-se no que diz respeito ao desfecho final. Ganhou os três primeiros, somou a segunda derrota seguida, agora frente aos Redskins, em Baltimore, por 10-16. O jogo culminou com o despedimento do coordenador ofensivo dos Ravens, Marc Trestman, o que revela a insatisfação com o play calling ofensivo da equipa. A perda de Steve Smith por lesão no arranque do jogo complicou a tarefa à equipa do Maryland que inventou com um fake field goal que lhes correu mal, para além de outras decisões que custaram a vitória frente a uns Redskins que à beira do intervalo apenas tinham 33 jardas no ataque contra 130 jardas em retornos, o que mostra a ineficácia das special teams dos Ravens.
Quem parece imparável são os Vikings, a única equipa sem derrotas na NFL em 2016. Desta vez a vítima foram os Texans que saíram do novíssimo estádio de Minnesota com o pesado resultado de 31-13. A defesa dos Vikings voltou a estar perfeita, tanto na pressão sobre o QB com a sua potente DL, quer com a secundária a anular por completo os receivers dos Texans. A isto juntou-se mais uma prestação muito fiável de Sam Bradford que tem sido importante arma para os Vikings. Quem diria que sem Bridgewater e Peterson a equipa de Minnesota conseguiria tamanho feito.
Inversamente aos Vikings temos os Steelers. São provavelmente o melhor ataque da NFL e voltaram a demonstrá-lo este domingo batendo em Pittsburgh os Jets por 31-13. Os passes longos de Big Ben ou o jogo de corrida de Le'Veon Bell dizimam qualquer defesa. Com um adversário tão frágil como os Jets pela frente, estranho seria outro resultado que não o que se verificou, com Sammie Coates a brilhar bastante sendo já o receiver com mais receções de 40 ou mais jardas.
No jogo da semana, os Falcons confirmaram o excelente momento que atravessam e foram a Denver derrotar os campeões em título da NFL, até então imbatíveis. Costumam as melhores defesas impor-se aos melhores ataques. Assim foi precisamente no último Super Bowl. Mas isso não é lei obrigatória. Matt Ryan conseguiu ultrapassar a poderosa defesa dos Broncos, muito graças à sua dupla de RB que são a melhor da NFL. Devonta Freeman e Tevin Coleman lideram a Liga com mais de 1000 jardas em conjunto. O primeiro transporta a maior parte das vezes mas Coleman aparece não só no transporte como na receção de passes curtos entre a DL e os LB contrários, sendo um verdadeiro pesadelo para os adversários. Do lado dos Broncos, a ausência de Trevor Seimian por lesão e titularidade de Paxton Lynch revelou-se uma dor de cabeça. Muitos achavam que Lynch já não mais largaria o lugar, mas a sua prestação deixou muito a desejar. Logo para azar estreou-se num jogo em que o RT dos Broncos esteve de fora por lesão o que causou muitas falhas na OL dos campeões.
Um jogo que captava também muito interesse opôs os Cowboys e os Bengals em Dallas, com os homens do Texas a garantirem mais uma vitória, por 28-14. A dupla Dak Prescott e Ezekiel Elliot continua a encantar tudo e todos. O primeiro continua sem permitir uma intereceção e o segundo parece imparável tal a consistência que apresenta. Os Bengals não conseguiram contrariar a supremacia dos Cowboys e começam a revelar muitos pontos de interrogação apesar de equipa com qualidade que têm, especialmente a nível defensivo, pois em termos ofensivos a dependência de AJ Green poderá ser preocupante.
Em Los Angeles, os Rams perderam frente aos Bills por 30-19. A equipa de Buffalo está a atravessar um excelente momento depois de um começa periclitante. A mudança de coordenador ofensivo coincide com a inversão dos resultados. E a principal alteração foi o running game, que passou de inexistente a fator-chave de sucesso do ataque dos Bills. Vão três jogos seguidos para LeSean McCoy com mais de 100 jardas de corrida! Os Rams podem queixar-se de si próprios ao serem conservadores perto do fim quando podiam passar para a frente se em vez de um FG tentassem um TD no 4th down. Depois arriscaram tudo na drive seguinte com um fake punt que não foi mais do que uma enorme trapalhada que resultou no fim das ambições dos Rams neste jogo.
Quem parece imparável é a equipa de Oakland. Os Raiders conseguiram mais uma vitória, se bem que esta não espanta pois quem estava do outro lado eram os também californianos Chargers que voltaram a perder de forma completamente idiota, por 34-31. Já não há palavras para descrever os tiros nos pés dos Chargers. Desta feita, em Oakland, foi a vez do rookie punter Drew Kaiser, que é quem segura a bola nos FG, deixar escapá-la e assim não ter havido lugar ao pontapé que levaria o jogo para overtime. Isto depois de durante o jogo, ter tido um punt de 16 jardas e para fora… que deve ser o mesmo caminho que Kaiser vai seguir de San Diego… Quem não tem culpa são os adversários que aproveitam para somar vitórias quando o adversário são os Chargers.
A fechar o domingo, os Packers bateram em Green Bay os Giants por 23-16, num jogo onde Aaron Rodgers pareceu ter a noite toda no pocket para lançar. O pass rush dos Giants foi inexistente e isso contra A-Rod costuma ser fatal. Assim foi.
A week 5 terminou com os Panthers a perderem em casa contra os rivais da NFC South Buccaneers por 17-14. Um pontapé do rookie kicker Roberto Aguayo decidiu o jogo que foi marcado de erros e turnovers com os ataques a não aproveitarem a maioria das situações, como o marcador indica. A ausência de Cam Newton foi fatal para os vice-campeões apesar disso não explicar tudo. A defesa parece uma sombra do que foi em 2015, com a secundária completamente permissiva e a DL menos eficaz que no passado recente. Com um arranque tão mau, os Panthers dificilmente poderão almejar repetir o que fizeram no ano passado. Mas os Bucs também não têm motivos para grandes entusiasmos apesar da vitória. Não possuem qualidade para grandes voos, claramente.